Por outra parte, quanto inflúie nas côres a posiçón demostra-o a pedra iris, os recipientes de vidro cheios de água, a pomba variopinta, os panos de seda tecídas de diversas côres, a proximidade de um corpo brilhante doutra côr (como também se aplicas perpendicularmente a um plano unha lámina de ouro ou de prata, e muitos mais se a inclinas para baixo). Todas estas cousas reflexan côres muito variádas, segundo que se orientem cara a um lado ou cara a outro. ¿Em que posiçón dirás que mostram a verdadeira côr? Nunha mesma parte, a côr era fai pouco roxa, e agora amarelo e depois azul. ¿Qual deles é mais próprio? Só cabe duvidar! Polo demais, o feito de que o número, a figura, o movimento e o tamanho varíam ao mudar a posiçón (entenda-se, em relaçón aos sentidos, non em si mesmos) non há por que mostrá-lo mais prolixamente, xá que se pode comprobar na vida quotidiana. E baste isto polo que respeita à posiçón. A diversa disposiçón do meio externo, faz variar forzosamente o que chega a través del. Xá o temos dito em parte. Num ar cargado, todas as cousas aparecem escuras e pequenas; num ar limpo acontece o contrário. Num prado, tudo se fái verde. Xunto a algo roxo ou alaranxado, os corpos tinxem-se destas côres. Quando há muita luz, non se pode ver, sobre tudo se tratamos de corpos brancos ou muito brilhantes. Na escuridade, menos. Tanto às escuras ou à luz muito intensa, tudo resulta duvidoso ou enganoso. ¿Qual é o têrmo médio? Indíca-o tú! Mas inclúso no ar, quando se ilumina com unha luz artificial, as côres som diferêntes, e também as figuras, segúndo os materiais que alimentam o fogo. Se o meio fosse o vidro ou o cristal, segundo sexam as suas côres, as diversas figuras e a sua consistência, as cousas se mostram dunha maneira ou doutra. Estes som meios a través dos quais se percibem as cousas. Mas há outros que as mostram reflextindo-as na sua superfície. Nestes últimos non há constância algunha. ¡Quantas figuras monstruosas, ridículas, repetidas, invertidas, truncadas! ¡Que non inventarám os espelhos! ¿Que vais dizer de tudo isto? ¿Será que ves essa figura? Non existe: ¿Como vais a vê-la? Non obstânte, vais vê-la: ¿como será possíbel isto? ¡¡É algo que ignoras, e non sem razón!!
FRANCISCO SÁNCHEZ