GALLEIRA

                  GALLEIRA

WOOO IMG_4702.

            A NOSSA TERRA

A nossa terra, está formada polos restos de tudo aquilo que antes passou por aquí. Para non ser menos, tamen ela anda um pouco abandonadinha como todas as cousas que mais necesitamos para a nossa vida. Pouco se sabe com rigor dos tempos passados, mais bem reina a balburdia, e goberna a confusion xeral. É a version tendenciosa dos poderosos, a que vai impondo a sua lei, deturpando constântemente a veracidade dos feitos, acomodando os acontecimentos e dando-lhes o prisma necesário ás suas conveniências. É por esta razon, que a história do ser humano e das suas civilizacions se oficializa, non obstante intentaremos navegar com a intelixencia através dos tempos perdidos.
Somos tan velhos, que nem sequer sabemos quem somos, nem donde procedemos, os nossos testemunhos mais fidedignos son as pedras parlantes, eternas, vixiantes, dactilares, bonitas. com mil “Oions” elas miran pra nós, e nos falan non só por fora, mas sobretudo por dentro. Elas encerran na sua mudés muito da nossa herdanza común, nos “Campos do Mouro”, nos “Mourigades”, nas “Pedras Bonitas”, nos Moldes metalurxicos, nas ferramentas, nas armas, nas fermossíssimas xóias, nas costumes, na fala, nos nomes das xentes e dos lugares. Daquí sacaremos os nossos materiais, para unha viaxem através dos espaços e dos tempos passados.
Ha várias culturas antergas que deixaron unha marca profunda no nosso carácter común, a primeira delas penso eu que foi a grande Civilizacion do Bronce Atlântico, que abarcou toda a ribeira do nosso mar, num xeito de vida similar, de enterramentos colectivos, de megalitos, de ferramentas caracteristicas, de petroglífos, dunha espiritualidade que se adivinha nas vistas maxestuosas dos campos de mâmoas, esta talvés fora a nossa primeria nacion, a deste mar que nos alimenta e nos irmanda, que nos traslada mais alá das terras do fin do mundo, que voltaran algum dia nas suas naves, nunha manhan de nevoeiro como Don Sebastian.
Difícil seria, imaxinar a nossa terra sem os “Grovios”, aqueles que habitaban nas gorobas dos cotos, aqueles seres avispados, metidos nas suas colmeias, de pedras e palhas, vestidos com roupas multicolores, adornados com xoias primorosas, brandindo encantadas “Excalibur”, e unidos na Irmandade Circular de Arturo. Aqueles que amaban sobre tudo a Natureza nai, a irmandade das árvores, dos bosques, e das estrelas. A igualdade irrenunciábel das “Tavoras Redondas”, da propriedade comunal da terra, no disfrute do trabalho em comun. Os “Mourigades” circulares, dos quais venhen todas as nossas aldeias desperdigadas, da alma dos quais sacou Prisciliano a sua doutrina cósmica, a espiral céltica da enerxia rexeneradora  do universo.
Continuadores, e herdeiros dos anteriores, é a grande nacion dos Galos, os “Fir Galiuin”, Porto Cale e os Calaicos, aqueles que deron o nome actual á nossa Terra, Galheirinha e o Galheiro, Galiza. O nome dunha xente e dum territorio, aos quais chegou unha monstruosidade chamada Império Romano, este Lebiathan depredador da vida das xentes, e sedento de ouro, provocou guerras continuas para facer escravos. Era um estado moderno, nada respeitaba ó seu paso, nem os homes nem a natureza, somente pensaba no roubo e na riqueza material, facer obras megalomanas e comprar vontades com ouro eran as suas paixons.
Da decadencia e ruina desta maquina de guerra e ódio, surxiu unha nova idade, e unha nova vontade de Igualdade e Fraternidade, que se encarnou no Cristianismo revolucionário, as Irmandades, os conventus, o trabalho em comun da terra, o amor pela natureza, a útopia do paraíso terreste. Reecarna-se em Prísciliano, toda a alma Comunal Céltica, todo o carácter dunha civilizacion igualitária, que marcaria profundamente o nosso país durante séculos, e o levaria a unha etapa de ouro das nossas xentes, e da nossa cultura popular que alcançou dimension universal.
Com a caída do Império, arrivaron as oleadas de Barbaros, como vindos dum passado “Mercado Comun Europeo”, dispostos a saquear tudo o que toparan por diante. A Nós tocounos os Suevos, um povo Xermânico, de guerreiros e agricultores, xentes orgulhosas e paganas, os quais muito mal aconselhados por San Millán tomaron rei.
O reino da Galiza, do que muitos ignoran inclúso a sua existência, durou aproximadamente mil anos, finou no seculo XV, com a perda real da independência, ainda que a sua vida formal se prolongou mais, mas xá sem unha soberania autêntica. Parece ser que foi o primeiro reino da Europa, com a capital em Braga. Idácio (obispo de Chaves) contanos escândalizado a sua chegada, desconsiderados com a orden Romana, mas parece ser que foron bem recebidos pola maioria da povoacion. Orósio foi testemunha presencial dos seus feitos. Hermerico pacta com o Imperador Honório, a independência do “Galliciense Regnum”, que abarca o território até o rio Douro, Asturias e León. O segundo rei foi Requila (438-448), que estendeu os domínios até Lisboa, anexionando a Lusitânia e Cantábria, que permanecerian Galegas até o século VII. Requiário Rei (449), foi o primeiro reino Europeo que acunhou moeda própria. Maldras Rei (456-458) mantivo a union do povo e neutralizou a aristocrácia Romana, vários de cuxos membros foron mortos em Lugo no ano 460. Remismundo Rei (465). No ano 550 retornan as noticias escritas sobre Galiza, gracias á chegada de Martinho Dumiensis, reinaba enton Carriarico. Teodomiro Rei (559-570), reune-se o primeiro Concílio Bracarensis no ano 561, como organo assesor do monarca (Parrochiale Suevum). Miro Rei (572-583), II Concílio Bracarensis ano 572, leva o exercito até sevilha, mas parece ser que non consegue nada, somente mortes. Eurico Rei (583-584), era filho de Miro. Andeca Rei (585), este ano desaparecia o Reino Galego dos Suevos, de nada valeu o intento de Malarico para restauralo, pois foi vencido e apresado.
Entre o ano 585 e o ano 711, Galiza foi um reino dos Visigodos, e mantivo todo o seu territorio até o ano 666, cando se lhe segregou o territorio a sul do rio Douro. Os futuros reis Visigodos, eran nomeados antes Reis de Galiza, tal foi a caso de Vitiza (696) que pasou a capital para Tui. Vitiza accedeu ao trono de Toledo (701), mas padeceu unha sublevacion aristocrática e foi deposto por Rodrigo.
Os Mouros entran na peninsula, apoiados polos Vitizanos no ano 711, mas non ocuparon o territorio do reino da Galiza, por causas que desconhecemos. Mantivo boas relacions com os Mouros, e voltou a reintegrar os territorios ó sul de rio Douro, non obstante nada sabemos sobre o século VIII, pois tanto Pelayo, como os seus inmediatos sucesores, como a batalha de Covadonga, carecen de qualquer fundamento histórico fiábel. Paio (718-737), Favila (737-739), Adfonsus I (739-757), Froilán (757-768), Aurelio (768-774), Silo (774-783), Mauregato (783-789), e Vermudo I (789-791). Estes monarcas, dotados dum poder inestábel e em competência coa nobreza, apenas dispunhan dum lugar proprio onde residiren e sobre o que exerceren  a sua xurisdicion, por esta razon acabaron fundando unha cidade nova para instalar a sua corte, Oviedo.
Adfonsus II (813), foi quando se inventou o asunto do Apóstolo Santiago, para independizarse da igrexa Mozárabe de Toledo, dous centros de poder que se axudan mutuamente, a monarquia de Oviedo e a igrexa de Compostela. Ramiro I (842-850). Ordonho I (850-866), ataques de piratas normandos na costa. Adfonsus III (866-910), dividiu o reino polos tres filhos. Ordonho II (910-924), voltou a reunificar a maior parte do reino, e instalou a capital em Leon, antigo campamento Romano da Gallaecia. Froilán II (924-925). Sancho Ordonhez (925-929). Adfonsus IV (929-930). Ramiro II (930-950). Ordonho III (950-955), O territorio de Sahagún estaba dentro da Galiza. Sancho I (955-967), morreu envenenado. Ordonho IV (956-961), concedeu a independência a Castela no ano 960. Ramiro III (967-982), con apenas cinco anos ninguém reconhecia a sua autoridade, agravada a situacion por unha longa incursion normanda no ano 970.
No ano 982 foi proclamado rei Vermudo II, nestas datas foi quando se deu a violenta intervencion militar de Almanzor, quem arrebatou Coimbra ao reino de Galiza, e saqueou Leon, Astorga e no ano 997 Compostela, deixando-a completamente destruida. Adfonsus V (999-1027), o país padeceu a incursion do normando Olaf Haraldson (1014), o rei foi morto dum frechazo quando intentaba tomar a cidade de Viseu. Vermudo III morreu no ano 1037, loitando contra Fernando I de Castela.   Sancha foi a herdeira da coroa Galega. Entre o ano (1065-1072) reina Garcia, nos territorios que van até Coimbra,
Adfonsus VI (1072-1109), colheu para el Leon e Castela, para a sua filha Urraca Galiza, e as terras ó sul do minho para a outra filha Tereixa, desaparecia enton a antiga configuracion política, e surxian de Galiza tres estados novos. Adfonsus VII (Reimundés), coroado no ano 1111 em Compostela, o seu reino compreendia ainda Portucale, preocupada a aristocrácia Portucalensis pelo grande poder da igrexa Compostelana, onde Xelmirez se titulaba arcebispo em 1120, separaron-se de feito no ano seguinte, ainda que oficialmente o reino de Portugal non foi proclamado até 1139 por Adfonsus D’Anrique.
Fernando II (1157-1188), e o seu filho Adfonsus VIII (1188-1230, este ultimo estendeu os seus dominios polo norte da Extremadura, onde non é estranho que algunhas aldeas falen Galego. Fernando III (1230-1252). Adfonsus X (1252-1284), o poder político vai-se desprazando cara a Castela, separa-se o território de Leon, desde as Asturias até á Estremadura. Sancho IV (1284-1295) Entre (1296-1301), gobernou o infante Xoán, xá independêntes Galiza e Leon.  Fernando IV (1301-1312).
Adfonsus XI (1312-1350), em seu nome gobernou o infante Felipe.  Pedro I (1350-1369), que foi morto pola aristocrácia e polos obispos, pois apoiara-se nos burgos para aumentar o seu poder.  Fernando I de Portugal , penetrou na Galiza no mesmo ano de 1369, sendo bem recibido polos Concelhos, desde Tui até á Corunha. A cidade de Tui permaneceu baixo a sua xurisdicion até 1372, e a Corunha até 1373, frustrando-se a tentativa mais firme de union Galaico-Portuguesa.
Xoán de Gante, facendo valer os dereitos da sua mulher Constanza, desembarca na Coruña no ano 1386, sendo coroado rei em Compostela. Em 1387 renunciou e retirouse.  Xoán de Trastámara (1387-1454), introduce unha aristocrácia foranea em Galiza, e xunta-se com os obispos feudais. D’agora em diante Galiza compartiria sempre reis com Castela, ainda que sem perder a condicion de reino. Enrique IV (1454-1474), aquí se deu a grande revolucion Irmandinha entre 1466 e 1469, foi por tanto expresion da capacidade que ainda conservaba o país para actuar como unha sociedade igualitária.  Isabel (1479), o proxecto político posto em marcha polos reis Católicos, o Estado Moderno, significaba um forte poder centralizado desde a Corte de     Castela, desde enton a consideracion de Reino que Galiza continuou tendo era só  um título carente de autêntico significado.
O Reino durou muito tempo mais, polo menos reconhecia-se a sua cohesion e entidade nacional, e formaba parte da colecion de títulos dos reis. Até que no ano de 1833, a rexente Maria Cristina suprimiu a categoria e circunscripcón do Reino da Galiza.

Léria Cultural

.

oooooooooooooooooooooooooo

GALLEIRA (1)

Por qualquer dos velhos caminhos que dán entrada ao viaxeiro na Galiza, encontra este logo e como se de improviso, todos os elementos constitutivos da paisaxe galega: montes e colinas, vales e desfiladeiros, árbores e fontes, pomares fructíferos, apacíbeis solidóns e azuladas e misteriosas lonxanías. Só se sente em falta o mar, cuxas ondas brilham alá em baixo, ó largo da dilatada costa, que recorta e limita o antigo reino. Os frescos desfiladeiros de Valcárcel – cheios de lembrâmças e poboados de ficçóns – abertos nas paredes de abruptas e altas montanhas, a pouco que se descenda pela estrada, aparecem cobertos por olmos cuxas folhas segundo a estaçón do ano, entôam um quadro sempre grato ós nossos olhos e ó nosso corazón, – de castanhos e nogueiras, cuxo verde intenso de tôns fortes e enteiros, tán do nosso agrado. Rolan as augas, non se deslizam; ouve-se o rumor da torrente, non o grato murmúrio das correntes apacíbeis. Agora que a vía férrea penetra no país por outros diferentes lugares, o espectáculo é também diverso. O Sol ou as chuvas, nos ofertam consoânte a ocasión, o verdadeiro aspecto do chán. Diría-se que entra aquí com a locomotora, algo das desolaçóns de Castela, e que lhe sán ó encontro os campos sempre verdes e os céus risonhos da Galiza. Cita misteriosa na qual se dán um beixo de paz os velhos enemigos! O Sil, que oferta a áuga, segundo o antigo adáxio, vem escuro como os rios que cruzam vastas lhanuras centrais de Espanha; E o Miño, transparente, á maneira dos que surcam os campos galegos. O céu e a terra tenhem o vigor e o colorido que lhes presta essa fermosíssima comarca berciana, na qual, homes, natureza, costûmes e fala, a voces dín que son nossos irmáns. Encontram-se ó paso, os agréstes e sombríos desfiladeiros, e, de quando em quando, um prado limpo, verde, sorrinte, coalhado de margaridas e ranúnculos, como um céu de estrelas, estende-se ao pé de unha pequena colina á qual o granito, azoutado por todos os ventos e todas as chuvas, dá o sua cor escura e a sua simbólica dureza. Domina xá o carbalho que cobre as alturas inacessíbeis. Aquí e alí, as casas agrupadas forman o pequeno burgo, e nos avisam claramente que ainda non penetrá-mos na Galiza, país onde cada um vive na sua casa e a rodea do seu campo. O Sil caminha por entre rochas desoladas abríndo passo até penetrar baixo a bóveda de Montefurado: bem pronto a chaira se mostra á vista, extensa e dilatada, ampla e povoada de árbores, surcada xá polos pequenos regueiros, circundada, como abastado anfiteatro, polas montanhas que a limitam ó lonxe. Heis aquí Monforte, com a sua colina e os restos da velha fortaleza senhorial, e em pé, ainda que abandonado pelos seus antigos hóspedes, o mosteiro. Templo e castelo, levantam-se na altura e senhoream ambos os vales, que se extendem ó largo. As agulhas da igrexa e as velhas torres do castelo desenham, no claro céu das pradeiras, a grís silueta que nel poderosa se destaca. No meio da sua solidón actual, únen-se alí os eternos rivais, baixo a bóveda que formam as nubes, que fuxem rápidas como o tempo que as impele. E nunca mais completo símbolo se presentou á consideraçón dos homes, nem a nada das nossas grandezas tivo voces mais eloquentes para delatar-se e dicer-nos que tudo é breve nesta vida pasaxeira. Xá desaparecerom ambos poderes! barreu-os a inconstância do tempo; monxes e senhores feudais passarom xá, e ó pé das temidas moradas, hoxe desertas e em ruína, extende-se a povoaçón, alégre, risonha, como quem goza ó fim das novas e felices auroras prometidas. Xá non temem que os chame a campana de San Vicente do Pino, nem que resoem os ecos da trombeta de guerra com a que o seu antigo senhor convocaba os vasalhos. Tudo desapareceu com os torreóns que continuam derrubando-se como cousa inútil e perecedoura. Só queda alí o inmaterial e eterno: (…) Só queda alí o poder de todos, que de todos recebe a vida e sançón, que a todos fái iguais. A campana do conselho, é a única que chama agora ós vecinhos para tratar do que atanhe ao procomúm. Quando o velho cardeal fundou o coléxio, que vem a ser naquel sítio outro símbolo, puxo-o na chán, como quem entende que os novos dias que amanhecíam para os povos, debía a ciência estar aberta a todos os ventos e a todas as teorías, ser libre e senhora de sí mesma. Fixo mais, entregou-o aos Xesuitas, os novos homes da igrexa, e deu dereito de cidadania ós estudos clássicos, com os quais entrou na Europa aquel poderoso sopro de liberdade, que fixo home ao home, e desatou as cadeias que ligabam a sua consciência. Esta proba viva do transitório das obras humanas e da diária evoluçón que rixe a vida do home e da sociedade, é patente em todos os lugares desta Galiza feudal por completo e por enteiro resignada ás suas lexendárias tribulaçóns.

MANUEL MURGUÍA

oooooooooooooooooooooooooo

.

QUE MUYTO MEU PAGO

Que muyto meu pago d’este verao

por estes rramos e por estas flores,

e polas aves que cantan d’amores,

por que ando hy led’ e sen cuydado;

e assy faz tod omen namorado:

sempre y anda led’ e muy louçao.

Cand’ eu passo per alguas rribeiras

so boas arvores, per boos prados,

se cantan hy passaros namorados

log’ eu con amores hy vou cantando.

AIRAS NUNES (CANTIGAS DE SANTA MARÍA Nº263)

oooooooooooooooooooooooooo

GALLEIRA (2)

Quando se penetra no nosso país, desde Portugal, a fermosura da paisaxém non permite pensar em cousa algunha. Mas antes de vadear o Minho, polos encantados lugares nos que as àguas pertencem a dous reinos diferentes, é impossíbel escapar à diversidade de reflexóns que surxem na nossa alma. Céu e Terra afirman a unha voz que os que alí viven som nossos irmáns; que a bandeira azul e branca dos Braganças, cobre a povos de sangre galega. A sua fala é tán nossa como os seus mares. As nossas montanhas salvam todo limíte, e com os seus brazos de granito unem, como noutros tempos, ós que tenhem unha mesma orixém, unha mesma história. Às veces arraigada em terra de ambas naçóns a arbore, dá sombra a xentes que sendo unas, se tenhem por diversas. Nos separam mais duramente do resto da peninsula as àsperas alturas do Manzanal, e a estepa de Terra de Campos o limíte mais acusado do território galego, que non é o caso do Minho e das cordilheiras de Penagache e Esculqueira. Desde que as àguas do nosso grande río correm unidas ó mar, o ar, a estaçón, o home e as ondas som iguais em ambas ribeiras. Caminha e A Guarda, pontos avanzados, se miram nas mesmas àguas. Os raios do Sol as firem por igual: as cançóns que resoam no ar tenhem unha só cadência; os páxaros aquáticos pousam o seu voo indistintamente em ambas marxens, que agora se chamam fronteiras. As pequenas ilhas, que cobertas de verdura parecem flotar indecisas sobre as àguas irmandadas, pertença de uns e de outros; os barcos que cruzam as ondas irritadas parecen feitos para viaxar e combater xuntos baixo um mesmo pabilhom. ¿Por qué están separados? Só o céu o sabe; ainda que é certo que aquelas xentes, filhas de um mesmo pai, alimentam entre sí rencores como os de Caín e Abel. Se duvidamos de que som unos, nos-lo diría a fereza com que se combatem, o mútuo despreço que se profésam, o duro dos ódios que a cada momento se levantam no seu corazón com redobrado ímpetu e furor. Héis aquí, que despois de saúdar a fronteira galega e de ver desde terra portuguesa passar diante da nossa vista, como encantado panorama, A Guarda com o seu promontório, as aldeias que povoam o val do Rosal e os diversos eidos que branqueiam ó largo da costa, nos momentos de estreitamento do rio, divisam-se claramente as diferentes povoaçóns da Galleira, xá se ouvem as cantigas da Terra, (…) O que entra ó nosso país por tán encantadores lugares, elhe impossíbel negar que poucos paisaxens podem comparar-se com estes que se presentam diante dos nossos olhos. De um lado a ribeira portuguesa coberta de frondosa vexetaçóm, aparecendo a pequena colina amuralhada de Valença. Do outro Tui, que desde a altura extende as suas ruas em declíve, ó longo das barreiras, entre hortas e xardíns, como quem vai buscando as àguas e as sombras do seu rio bem amado. Ó que tenha gozado dos agrestes e solitários desfiladeiros de Pedrafita e Nogais, encantadas Tebaidas onde se perdem e apagam os ruídos do mundo, a visón de Tui e dos seus poéticos arredores o surprêndem e maravilham, presentándo-se à sua vista como habitada pelos deuses. A fábula que fai deter alí ao filho de Diomedes, no é mais sorrinte que aquel Céu e aquela terra fermossíssima. A adelfa, que medra apenas nos desolados cauces dos quais é o único adorno, torna-se aquí unha árbore que se cubre de eternas flores purpúreas. A camélia fai-se tamém árbore; a laranxeira, coberta de frutos dourados, chega à altura dos castanheiros que medram ó seu redor. O dia, no que estas comarcas sexam mais frequêntadas, Tui será unha estaçón priviléxiada. Quando os vapores remontem o rio e rompam aquelas àguas apacíbeis e como dormidas, verá-se que non há nada mais fermoso que estas correntes e as suas frondosas marxens. Desde Tui a Salvaterra, perto de nove léguas, a paisaxém é das que quedam grabadas na alma e para sempre o seu imperecedeiro recordo. (…) Hái-nos que estám xá acostumados à fermosura sem limítes destes campos galegos, non se passa por estes lugares encantados, sem admiraçón e asombro. É impossíbel que em parte algunha da terra se encontre lugar mais apacíbel, mais fresco, mais cheio de luz. O tíbio do ar, o suave dos matices, o brando dos rumores, a luz, as folhas, os céus, a sossegada corrente, tudo encanta e embelesa. ¡Oh dulcíssimas soidades, eternalmente xovens e fermosas, digno límite de este país galego, tán pródigo em semelhantes espectáculos, se surpreendesteis a um corazón habituado à vossa beleza, qué farás, dí-nos, aos que acostumados às austeridades e à gravidade da estepa, lonxe das cousas risonhas, cruzam por primeira vez estes caminhos e contemplam estas ribeiras cobertas de folhas e de verdura, povoadas de rumores, que semelham as antigas melodias, deixam no corazón os seus monotonos e indescifrábeis encantamentos! As almas doentias, as que presa de inextinxíbeis inquietudes buscam o retiro solitário, as ondas silenciosas, as calzadas umbrías; os que amam a natural eloquência dos seres inanimados, atopariam facilmente nestes sítios quanto deba enchê-los de calma bemfeitora tán necesária. (…) A sua melancolía fere; a sua beleza enxendra pensamentos risonhos; (…); as horas passam caladas e lentas como as àguas do rio; as paixóns perdem a sua impetuosidade; as afeiçóns ganham em intensidade e duraçón; o home, em fím, parece reflexar em sí mesmo algo da beleza e da tranquilidade dos paisaxes que o rodeiam.

 
Report this ad

MANUEL MURGUÍA

ooooooooooooooooooooooooooOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PASSEIOS PARA UNHA TARDE DE SÁBADO (A SERRA DO SUÍDO)

A fartura é tanta e tamanha, que non sabíamos onde ir. Este passeio tán rocambolesco, foi o resultado dum cúmulo de indecisóns e incongruências consecutívas. A verdade é que , como quase sempre a nossa mente estaba em branco. Tinhamos duas ideias básicas: Pontecaldelas ou Ribadávia. Em cada encrucilhada, unha interrogaçón. ¿Para onde vamos? Acabamos por sair cara a Ourense, mas, à altura de Covelo, abandonámos a auto-vía, para internar-nos na Serra do Suído, um passeio de grande calado paisaxístico. Entre lembrânças da nossa xuventude fomos navegando cara à Graña, onde Guillade entrára ó mando das suas tropas, atravessamos a poboaçón para penetrar no corazón da cordilheira, desde onde se divisa o mar do fim da Terra. Logo, tocou baixar das alturas e afrontar o precipício e o vértigo da Citânia castrexa da Laxe. Aproveitá-mos a ocasión para visitar o Grande Carbalhal, um dos grandes de Espanha, que desafortunadamente non se encontrava no seu “Palomar”. Xá a luz da tarde começaba a apagar-se no horizonte roxo, e as ganas de comer despertábam do fundo de tanta emoçón natural. ¿Onde vamos comer? Em Pontecaldelas, non había trutas (non era a temporada). Em Pontevedra, a última vez resultou bastante desconfortábel, porque chovía e a comida era bastante turística, para o meu gosto. Pensamos entón em Redondela, comeríamos bem na Casa Lemos, mas para colmo de males estaba pechada. A desesperaçón galopava e as horas corriam como nunca. Raudos e velóçes, colhemos o caminho de Teis, mas, non tinhamos passaportes para o “Covi Circus”. Ó rapaz, quase o tinhamos enganado, mas, heis que apareceu unha governanta moderna, que truncou qualquer possibilidade de negociaçón. Marchamos cara a um bom restaurante de arrozes da zona, o qual a pesar da sua valía e de ser sexta-feira, também estaba a cal e canto. Bom! Calma!! Nós, habemos de encontrar. Ainda que, algún, xá quería ir ao Mac Donalds de Samil. Arrumamos o auto em Coruxo, alá polas dez e meia da noite. E nós a penar como condenados, alí diante da praia: ¿Podemos entrar? ¡¡¡Xá estádes dentro!!! Depois de tanto sofrimento, mira tú, que ainda vamos ter sorte! Pois, non é todos os dias que se encontra um, com unha velha glória da cozinha!! À qual visita incluso o novo rei das espanhas, quando vem de varanda por estas terras. A sala era âmpla, desafogada, boas mesas de madeira cobertas com toalhas de pano branco (Um dos grandes crímes do capitalismo, é o despilfarro. Todo este local, ao serviço somênte de meia dúzia de pessoas). ¡¡Isto non pode ser!! ¡¡Tanto tempo aquí a esperar!! ¡¡¡Mire, se non pode esperar, tem alí aquela porta!!! ¡¡¡Tenho unha filha a parir no hospital!!! ¡¡¡Estou eu e a minha mulher, os dous solos!!! ¡¡¡Así, que, se non pode esperar, xa sabe!!! Voltando ao que interesa, companheiros, a velha é a alma da cozinha, e a matéria prima é boa, polo que nas máns dela, a aliânça, atinxe altas côtas de satisfaçón para um bom entendedor. Ou sexa, que valeu a pena, passar tantas penúrias, para arribar a esta mesa farturenta, xunto do mar benigno de Vigo.

LÉRIA CULTURAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

WOO30 A GUARDA IMG_2070

.

oooooooooooooooooooooooooooooooooooo

A LÍRICA GALEGO-PROVENÇAL

Na península producem-se dous importantes núcleos de poesía lírica: o galego e o catalán, âmbos tidos por filhos da poesía provençal, tradicionalmente admitida como a primeira manifestaçón lírica da Europa medieval e mêstra, portanto, de toda a lírica em fala romance. O seu priviléxiado empraçamento em terras férteis de clima suave, e o seu alonxamento de perigosas zonas de guerra, com a riqueza conseguinte e a vida fácil que de tudo isto se deriba, fixerom da Provença um lugar ideal para o cultivo da poesía. Neste ambiente floreceu a partir do século XII unha brilhante escola de trovadores cortesáns, cuxo influxo e maxistério se estendeu por todas as naçóns da Europa. Guilhermo de Poitíers, duque de Aquitania, que vivíu de 1086 a 1127, é o primeiro trovador de nome conhecido, e as suas composiçóns – segundo as palabras do famoso investigador provenzalista Alfredo Jeanroy -, som as mais antigas da poesía lírica nunha fala moderna. Caracterizabam esta poesía o seu refinamento e artificiosidade, a idealizaçón da mulher, a complicaçón e variedade da sua métrica e o rebuscamento na expresón; tudo o qual facía dela um xogo elegante e culto de manifesto estilo cortesán. Como xéneros principais criou a “cançón”, de asunto amoroso; o “serventesio”, de intençón satírica; e a “tensó”, “disputa” ou “partiment”, onde o enxenho dos poetas se esgrimía em torneios verbais sobre os mais variados temas. Esta poesía provençal influiu directamente sobre a poesía catalán, que viria a ser como unha prolongaçón artística e xeográfica daquela (desde os estudos de Milá e Fontanals, a vinculaçón da lírica catalana à provençal constituia um capítulo concluso e seguro da nossa história literária). À Galiza, em câmbio, chega o influxo da Provença através do caminho de Santiago; a afluênça de peregrinos de todos os países que acudíam a visitar a tumba do Apóstolo, atraíu à Galiza grande quantidade de trovadores provençais em busca de público ouvinte para os seus cantos; o seu exemplo, favorecido polo temperám desarolho da fala galega, a especial disposiçón dos seus habitantes e a riqueza e paz daquela esquina igualmente priviléxiada, suscitou a apariçón de unha grande corrente trovadoresca com rasgos muito peculiares, mas substancialmente imitados da lírica provençal. O conxénito sentimentalismo do povo galego e a doçura da sua fala infundirón naquela lírica importada a sensibilidade característica do país; bem entendido que non quedaba ésta limitada ao chán galego, senon que se extendeu a terras portuguesas para formar com esta unha naçón poética. Estas duas terras líricas peninsulares conservam textos bem conhecidos: na catalán, a obra dos seus trovadores; na galega, os três famosos cancioneiros: D’Ajuda; Da Vaticana e de Colocci Brancutti, recopilados no século XIII, contenhem unha esplêndida colecçón da lírica da época. Aquela e esta som manifestaçóns de unha lírica cortesán e aristocrática, composta segundo as régras da “gaya ciência” provençal. Três principais clásses de cançóns, som as que se encontram nos citados Cancioneiros galego-portugueses: As “cantigas de amor”, em que os cabaleiros se lamentam do desdém da amada ou dos rigores da sua ausência; as “cantigas de amigo”, postas em boca da xovem namorada que chora também a ausência do amado, fazendo confidências à sua nái ou amigas, ou dialogando com as aves ou as árbores; e “cantigas de escárnio ou de maldicer”, equivalentes aos “serventesios” provençais – “crónica escandalosa ou burlesca da corte” – , sátiras contra pessoas principais, poetas rivais, damas casadas ou doncelas. A métrica destas composiçóns é muito variada (nela tem especial interés o endecasílabo chamado “de gaita galega”, cuxo ritmo era apropriado para o canto e a dança) e os seus asuntos desarrolham-se, polo comum, nunha forma artificiosa, de grande habilidade técnica; a miúdo o estilo, “mais que lírico é razoador e trabalhado por frequentes conxunçóns”, segundo afirma Menéndez Pidal. A ausência de raízes populares e autóctonas nesta poesía daba-se num princípio por descontada; pesse ao qual, o próprio Menéndez y Pidal advertíu xá logo a presença de elementos populares “de rara inxenuidade e beleza”, que non parecíam chegados do sul da França. Menéndez Pidal nos seus primeiros estudos sobre as oríxes da nossa lírica ampliou e aprofundou sobre estas conclusóns. Os poetas galego-portugueses – afirma – esquecem às vezes as regras da poesía provençal, “abandonan a estrofa âmpla e complicada e cantan nunha estrofa curta ou em pareado apoiado por um estribilho. Entón a expresón poética toma grande soltura lírica e vivifica-se por um sentimento que, descuidado xá de todo artifício, fluie sincero, fresco, candoroso, cheio de verdadeira emoçóm”. Este fenómeno produce-se especialmente nas “cantigas de amigo”, que tomam entón a forma típica do paralelismo: “o lirismo desborda em repetiçóns; éstas agrupam entre sí dous pareados iguais na ideia, iguais quase nas palabras, salvo com rima diversa, formando así um acorde musical de duas frases paralelas; a estes pareados xemelos seguem outros dous, que repetem a metade dos anteriores, e nestas reiteraçóns insistentes o efeito da alma dilata-se, remansa-se, repousa. A repetiçón paralelística adquire na lírica galaico-portuguesa um predomínio muito característico; non obstante, com menos desarrolho é também conhecida em muitas literaturas, pois é muito humano que a linguaxe simples dos grandes efeitos non se sacie de repetir a sua sinxéla expresón emotiva”. (Logo quedará de manifesto a importancia de tais palpitaçóns da lírica popular que se auscultam no meio da habitual artificiosidade dos cancioneiros galego-portugueses mencionados; elas demostram a existência de unha primitiva lírica, popularmente espontânea, anterior aos influxos provençais.) Polo que atanhe à lírica castelán deu-se muito tempo por concluso o capital influxo que a lírica galega tinha tido nas suas orixens. Até finais do século XIV ou começos do XV os poetas de Castela tinham recorrido ao uso do galego para expresar os seus sentimentos líricos. Alfonso o Sábio, autêntico criador da prosa castelán, tinha escrito em galego as suas “Cantigas a la Virgen”, e os mais antígos poetas do Cancioneiro de Baena cultivabam todavía o galego ou o alternabam com os seus primeiros tanteos em castelán, sendo necessário chegar aos mais modernos da colecçón para encontrar-nos com exclusivos cultivadores dessa fala. Em consequência, a lírica castelán tinha recebido da galega, com o impulso de quem a orixinaba, non só o seu espírito senón todas as regras da sua arte, os xéneros líricos, a variedade das suas cançóns e as combinaçóns métricas.

 
Report this ad

J. L. ALBORG

oooooooooooooooooooooooooooooooooooo

CANCIONEIRO D’AJUDA

. XXXVIII.

No mundo non me sei parella

mentre me for como me vay. ca ia moi

ro por vos e ay mia sennor branca e

vermella. queredes que vus retraya.

quando vus eu vj en saya. mao dia

me levatey. que vus enton non vj

fea.

E mia señor des aquel. dia. y.

me foy ami muy mal.

e vus filla de don paay.

moniz eben vus semella.

daver eu por vos guaruaya.

pois eu mia señor dalfaya.

nunca de vos ouve ne ey.

valia dua correa.

CANCIONEIRO D’AJUDA (XXXVIII)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (3)

Tais som os lugares, tais som também as xentes que os habitam. Dixo-se que os antigos povos “seguían o país”, é dicer, que nas suas emigraçóns, se detinham voluntáriamente naqueles campos e comarcas que mais se pareciam às que acababam de deixar. Consistia isto, em que o home é o que se dí um animal de costûmes, que perde a desgosto a sua antiga pátria e non se presta a aceitar a nova sem vacilaçón. Acostumados os povos emigrantes à natureza do chán que abandonarom, amando-o como cousa própria, o seducíam desde logo todos aqueles outros paraxes que, recordando-lhe os campos paternos, se lhe presentabam dobremente propícios às suas inclinaçóns e necessidades. Recordaría-lhe ou non ós nossos proxenitores as primitivas rexións e as vivendas que tinham deixado, o certo foi que por aquí atoparom uns campos e montanhas sempre verdes, xá que non tán a propósito para o pastoreio, fáceis ó menos para o cultivo de todo xénero de cereais e das prantas mais diversas. Nossos rios, nossos mares, as montanhas sempre verdes, nas que branquexam as neves, os vales que abrigam, as altas mesetas, a costa variáda e dilatada, a terra e o céu, as àugas, os horizontes, nosso mundo, nunha palabra, debeu encantar os primeiros celtas, como hoxe aos seus descendentes, os quais onde queira que vaiam, parece que levam dentro, nos seus olhos e no seu corazón, impressa a imaxe da Galleira. Tanto así é que, a saudade dos nossos tem o seu “ranz de las vacas”, nas muinheiras e cançóns, gratas à alma e ó ouvido dos filhos da Galiza, e cuxo animado compás parece feito para festexar as alegrías campestres. Aquí encontrarom os primeiros celtas, como despois o nosso bardo Amairgen na Irlanda, mar fértil em peixes, terra fértil, sobre as àguas as aves, nas concavidades do mar os grandes crustáceos. Descreber por enteiro e baixo todos os seus aspectos um tán dilatado pais e tán cheio de accidentes, sería cair de propósito na monotonía da palabra e dos quadros. Mais do domínio e ministério da poesía que da história, debe deixar-se que agora o poeta cante as nossas noites, ora dê a conhecer a paisáxe de que gozamos a cada momento e estaçón. Recreando o espírito o mesmo alí onde verdexa o milho, que nas chairas nas que os centeios se movem e ondulam como mar amarilhento; ora nos desfiladeiros nos que os carbalhos e os pinheiros, o loureiro e a laranxeira sombreiam e fán agradábeis, como na deserta meseta, na que pasta o cabalo selvaxe e se recorta a larga linha do horizonte das àguas dos lagos e dos olmos que médram nas solitárias marxens. ¿Como contar os mistérios que enxendram os neboeiros da montanha, os quais baixando as ribanceiras, se envolvem nas correntes para deixar-se ferir polos primeiros raios de sol? ¿Que dicer dessas agrestes soidades em que o desmedrado carneiro vai despuntando os florídos brotes e busca goloso o pé dos xuncais, as àugas da fonte oculta e as ternas herbas que o manantial cría e alimenta? ¿Que, em fim, contar das abruptas alturas coroadas polas ruínas do castelo feudal, ou as do mosteiro, como estandarte doutros tempos, e como el abandonados? Aquí como na Ática, a andurinha de mar e a de terra voam a um tempo sobre as sementeiras e sobre as ondas, e seguem o surco do arado como a estela da nave. ¡Ah! os encantos desta terra som indecíbeis e o galego faría perfeitamente cantando como o normando aquela doce cançón que haberá de equivaler no seu dia à de “Je reverrai ma Normandie!”

 
Report this ad

MANUEL MURGUÍA

ooooooooooooooooooooooooooo

.

  QUEN POIDERA NAMORALA

No niño novo do vento,

hai unha pomba dourada.

Quen poidera namorala,

meu amigo!

Canta o luar e o mencer,

en frauta de verde olivo.

Quen poidera namorala,

meu amigo!

Ten aer de frol recente,

cousas de recen casada.

Quen poidera namorala,

meu amigo!

Tamén ten sombras de sombra,

e andar primeiro de río.

Quen poidera namorala,

meu amigo!

.

Álvaro Cunqueiro

ooooooooooooooooooooooooooo

GALLEIRA (4)

Quando foi poboado o nosso país? Por que xentes? Heis aquí duas perguntas às quais non é fácil responder, nem ainda resoltamente no terreno das hipóteses. O home prehistórico debeu errar por estes lugares, o mesmo que por muitos outros: mas, importa tanto acaso saber o como e o quando, que tenhamos por isso de engolfarnos no estudo dessas idades remotíssimas, em que tudo é fácil supor, desde a existência do “antropopitheco”, até aos excessos de unha acentuada antropofaxía? Non por certo. Ainda dado o caso de que se descubrisem os restos dessa espécie de intermediário entre os antropoideos e o home (o que na verdade non é o mesmo que dicer o home actual), non importaría muito posto que a sua presença nas capas do terreno terciário, pouco ou nada faría adiantar a questón. A eterna esfínxe do desconhecido estaría perguntando sempre: falabam os nossos proxenitores? falaba o home do quaternário? vivía em sociedade ou só erraba por parexas pelos campos e bosques primitivos? Quais eram os princípios morais, ainda que rudimentários, que em todo caso regulabam a sua existência? Se acaso existirom esses homes dotados de unha vida semi-social e de unha quase intelixência, pouco importa. A título de documento pode buscar-se e ainda sinalar-se o seu rastro, mas nada mais. O home, a sociedade humana, non começa senon naquel momento em que aparece o ser sociábel, que fala, que se xunta, que sente, que ama e adora o incompreenssíbel e busca no alto algo que o console das dores que em todo tempo forom o lote da humanidade. Mentras o home histórico non asoma, non tem a história ministério possíbel. Em realidade, noś non atopamos o home no primitivo quaternário; antes, e ainda que dando por certa a sua existência, se nos ocurre perguntar se estes seres non som animais e contestar com Doxi: “Quê loucura? quê serán entón?” Deixemos pois ó antropólogo e ó sectário dos estudos pre-históricos o trabalho de penetrar nos mundos desconhecidos da época quaternária, que como o dos sonhos pode povoar-se de todas as visóns e quimeras imaxinábeis, limitando os nossos esforzos a conhecer o mais cercano e que toca ao home actual, que ainda assím e todas as perguntas sem resposta nos saem ó caminho a cada momento, e as hipóteses mais arriscadas revestem os carácteres da possibilidade. As ruínas, os restos de unha antiga sociedade que parecem encerrados nas tumbas e entre mortos, tán somente para falar ós que vivemos dos vivos de outros tempos, bem pouco nos dím apesar da sua grande eloquência.

 
Report this ad

MANUEL MURGUÍA

ooooooooooooooooooooooooooo

CANCIONEIRO D’AJUDA (CXIII)

CXIII

Rogaria eu mia sennor por deus

que me fezesse ben. mais ei dela tan

gran pavor quelle non ouso falar ren

 
Report this ad

con medo de sem assannar. e me non que

querer pois falar.

Dirialleu de coraçon.

como me faz pder o sen.

o seu bon pareçer mais no.

ous e tod aquesto mi aven

Con medo de se miassannar.

Pois me ds tal ventura deu.

quem en tamanna coita ten.

amor .ia senpr eu ia sere seu

mais nona rogarei poren.

Con medo de sem assannar

CANCIONEIRO D’AJUDA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PASSEIOS PARA UNHA TARDE DE SÁBADO (DE GUILLADE A GUILHADO)

Unha quarta-feira do mês de Febreiro do ano 2022, fomos de longada, como sempre, sem saber que rumo tomar. Alá, polas onze da manhám, brilhaba um sol magnífico e xá se sentía a primavera a ferver na sangre.

O Benito, escolheu Guimaráns “a terra dos cáns”, como acostumaba bromear o meu pai. A cidade é singular, está habitada por unhas xentes de pequena estatura, mas, adivinha-se unha constituiçón muito forte, as mulheres som xeitosas e alegram a vista, ainda que non convêm meter-se em maiores profundidades, ou complicaçóns, com admirá-las basta.

O meio dia, estaba radiante. Habia muita xente nova, acabamos por comer ó aire libre, para aproveitar um sol morno de inverno. Como lagartos ó sol, disfrutamos de todas as belezas, que non eram poucas.

A cidade é lindíssima, com casas à maneira tradicional, resulta um grande exemplo de conservaçón arquitectónica dos cascos históricos.

Depois, de um prolongado repasto de abades (¡comim, como um padre! ¡¡Lo que comió usted, fué como una bestia!!

Remoloneando, a saída deste lugar tán acolhedor, programá-mos o “Tom-Tom”, para partir cara à aventura de unha nova reportáxe com o fim de descobrir a orixe ou o significado do nome de Guillade.

Caros amigos, temos aquí diante das nossas vistas Guilhado, que nos hade proporcionar a chave definitiva para resolver o enígma deste nome.

E, quando eu xá non acreditaba que chegaría-mos a este lugar, e pensaba que o “Tom-Tom” nos tinha enganado unha vez mais, graças à fé de Benito e à sua constança, logramos dar com ele.

¡Boa tarde! ¿Há por aquí um lugar chamado Guilhado? Sim! Fica alá no alto de tudo!

Conforme nos fomos adentrando na configuraçón da paisaxem, e comparando-a com os outros Guillades, acaba-mos por descubrir o verdadeiro significado desta palabra.

Como unha revelaçón repentina, chegavamos ao significado deste nome. Aquí, nesta aldeia remota do território de Vila pouca de Aguiar, chegou por fim a confirmaçón da sua orixe escondida polo tempo.

Guilhado, aldeia perdida de Aguiar, é realmente um aguiar, ou sexa, um ninho das águias.

O Guilhado, tem um casco urbano considerábel, agora xá non muito habitado, por mulheres velhas pequenas e vestidas de negro cerrado.

“Antes habia neve, mas agora, xá non se conserva muito tempo.”

Guilhado, está practicamente abandonado a sua sorte, isto é, perder toda a sua povoaçón nativa, mas. de todas formas ainda conserva a propriedade comunal dos seus baldios.

Mulheres velhas vestidas de negro, com duros rasgos na sua cara.

Percorremos minuciosamente o povoado, e practicamente non conseguimos ver ninguém, só um par de velhas.

Polo chán, habia bastante bosta de gando.

Algúns cáns de pastoreo, um deles sacaba a cabeza por debaixo do portal, como se estivéra contente de ver-nos.

Terras duras da montanha.

Estas ruas bem pavimentadas, dán a esperanza de que venha xente nova.

Sería um bom lugar para montar unha comuna utópica, dentro de algúns anos.

O torreiro da igrexa.

Casa bem recuperada.

A igrexa é modesta, parece unha capela.

As ruas están bastante bem pavimentadas.

Valeu a pena buscar,

porque o que busca, sempre encontra.

Ainda que às vezes.

non o que procuraba.

Pois, aquí, nos despedimos de Guilhado, irmán da nossa Guillade, em terras de Aguiar, um ninho das águias.

A IRMANDADE CIRCULAR COMUNAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (5)

¿Qual existíu primeiro, o home das cavernas ou o das povoaçóns lacustres? ¿Estes ou o que habitou nas cûmes hoxe inacessíbeis e desoladas, noutros momentos propícias para a vida humana? Com seguridade ninguém pode afirmálo. Para nós, som contemporâneos, e ainda pode asegurar-se que povos posteriores ocuparom os lugares que estes deixarom desertos. No há razón que obrigue a colocar uns diante dos outros; nem a há tampouco para asseverar que a época neolítica precedeu em muito a idade de bronce, menos ainda para negar que estas duas coexistirom muito cedo e durante longo tempo. Neste ponto, a ciência pre-histórica é todavia, confessé-mo-lo com franqueza, a ciência das têbras. Hoxe mesmo e como quem dí a poucos passos de nós, no reino de León, tenhem algúns homes o seu habitáculo debaixo de terra, e tán especiais povoados apenas se distinguem graças às ondulaçóns do terreno. Na nossa mesma Galiza, vivem nas mais altas montanhas muitas famílias cuxas crênças, cuxas costûmes, cuxa vida, nunha palabra, é um trasunto de idades remotas e que tanto trabalho custa reconstituir ó historiador, e som verdadeiras entidades viventes. ¡Ah! non se precisa em verdade buscar nas tribus selvaxens os restos de unha vida sinxelíssima e quase primitiva: em todos os seus pormenores a temos entre nós. Basta observar. A cada momento se nos presentam exemplos do muito que tarda o home em esquecer e desprender-se do seu; a cada momento a vida antiga traspassa o véu e presenta-se à nossa consideraçón; a cada momento, em fim, temos que recordar aquel episódio de Fausto e Dorotea, em que o divino Goëthe afirma: “mulheres e nenos sofocam-se levando fardos e canastros e cestos cheios de trástes inúteis. ¡Tanto custa ao home, abandonar a menor das suas pertenças!” Tampouco nós, ainda dentro da ordem científica, acertamos a desprendernos das cousas inúteis, e que ao parecer para nada servem xá. ¡Som tán caros ao corazón! ¡Din-nos tantas cousas! Som tán nossos, que na realidade duvida um ao arroxá-las a um lado do caminho, e que como cousa que estorba, non estámos arroxando algo de nós mesmos, algo vivo, encarnado em nós e que ao caír sobre a terra e no esquecimento, xeme como quem tem vida e ama, sentindo de novo que a morte a tomou para sí. Dos homes que povoarom a Galleira durante o momento da irrupçón céltica, nada podemos dizer: nem deles nem dos povos que antes deles tiveram acampado neste país galego, non é dado escreber nada com certeza. Non os conhecemos, nem sabemos os seus nomes: ignoramos donde vinham e qual a sua raza. Consta a sua existência e isto é tudo. Deles non quedam mais que os restos de armas e utensílios e ainda se queremos, algunhas construçóns megaliticas, unha vez que non é possíbel assegurar, com fán algúns, que forom eles que levantarom os dólmens (caso que o tiveram feito), e demais monumentos de pedra bruta que se conhecem hoxe. Certo que a ciência parece negar-se a reconhecer nos celtas os constructores especiais daqueles monumentos ciclópeos que até fái pouco tempo levabam o seu nome. Mas, xá o dí o adáxio: “ó cabo de mil anos voltam os ríos por onde acostumabam ir”, e os que primeiro as negarom, som os que se apressam hoxe a reconhece-lo e confessá-lo. Quando menos os adxudicam a um povo superior. E ó ser nós como Galleira, cuxo orixe céltico non pode sequer ser posto em dúvida, guardou até fái pouco um dolmen em cuxas pedras se vian grabados os mesmos ou parecidos signos que os copiados no Morbihán, por Mr. de Cussé, ocurre-se-nos que, ou as povoaçóns pre-históricas do nosso país e as da Bretanha eram unas, ou que semelhantes monumentos forom aquí e alí debidos aos primeiros arianos que acamparom na Europa.

 
Report this ad

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (CXLII-CXLIII)

Pregoutou iohan garçia da mor

te de que morrea. e dixelleu toda vía.

A morte desto se mata. guiomar afonso

gata esta dona que me mata.

 
Report this ad

Pois que mouve preguntado

de que era tan coitado

dixelleu este recado

A morte desto xe mata.

Dixelleu ia vos digo

a coita que ei comigo

per boa fe meu amigo

A morte desto se mata.

(CXLIII)

Pois eu ora morto for. sei ben

ca dira mia sennor.

Eu soo guiomar afonso.

Pois souber mui ben ca morri.

por ela sei ca dira assi.

Eu soo guiomar afonso.

Pois que eu morrer fillara

enton osoquey xe dira

Eu soo guiomar afonso.

CANCIONEIRO D’AJUDA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PASSEIO PARA UNHA TARDE DE SÁBADO

           Vamos parsimoniosamente, caminho de Ribadávia, cheios de honestas intencions.  Nada pecaminoso entúrvia o nosso espírito cuncupiscente. Discutimos serenamente de política mais rastreira, repetimos as horrendas frases televisivas, como si foramos dioses terrenos, aos que nada disto lhes puidera afectar.  Tira para Arnoia, alá queda o “Templo do Viño”, que afortunadamente está pechado a cal e canto, como debe ser, para evitar que venhan todos.

Como é possível? Que este “Chateau” tan modesto, sexa conhecido en todo o mundo dos vinhos?  Isto nos devia servir de escarmento, para ver como o mundo da fama é inseguro e carente de fundamentos sólidos. A paisaxe fermosa e arcáica, invoca a outros tempos en que a xente andava a pé, e isto era um fim de mundo, povoado por autosuficientes agarrados vitalmente a esta terra nái nossa.

Avançamos, cara ó nosso incontornável Louredo, outrora povoado de fermosas mulheres loiras como espigas, muito mais bonitas que as de Mahiary (cantadas en sonoros versos por Compay Segundo. Repilado para os amigos), Alí onde antes brilhava um sol mais forte, vive agora o abandono da morte, um lugar para vir morrer con dignidade,sentado a um sol morno.

Entramos no fantasmal labirinto de pedra, no qual um se poderia atopar de repente, en qualquer esquina con “El Chacho”, e seria lóxico enton perguntar,  ¡¡Hei Chacho!!¿¿Quen anda aí??

Tudo está ermo e abandonado, para onde iría esta xentinha toda? Para trabalhar nas cidades do franquismo? Ou talvez para aumentar as riádas de emigrantes afogados com liberalidade.

Bom aquí há vida, xa se mira azulexos de quarto-de-banho á vista, seguramente algúm emigrante retornado do inferno do dessarrolho.

Portais de fria lata, vedan as miradas indiscrétas dos transeuntes, sempre incómodos e perturbadores da paz da aldeia.

O Labirinto é enorme, e enmaranhado, silêncioso e intrigante. Há pouca xente, mas non se mira nem se ouve, permanece pechada nas suas histórias particulares e segredas.

Herexia!  Blasfémia! Unha igrexa tornada em corte de ovelhas. Mas ovelhas doutra espécie animal.  Isto é dunha falta de respeito pelos feligreses, que outrora rezavan nesse lugar sagrado as suas aflicions. Xa non há lugar para honrar o passado!

Non há espigas nos canastros, a autosuficiência findou.  Os morcegos xa non revoletean ó seu redor, a nossa alma e os nossos corpos sómente se alimentan de porcarias.

As duras escaleiras de pedra, unha mala caída por elas abaixo podia deixar unha pessoa éivada para toda a vida.

Cada vez que a xente morre, as casas fican á sua espera sentadas, e é um dos espectáculos mais trístes e desoladores para a profundidade do ser.

¡¡Chacho!!  ¡¡Chacho!! ¿¿Quen anda aí??

Esta casa adivinha-se o centro do poder na aldeia, está mais bonita así cerrada.  O taberneiro costumava ser o funesto “Cacique” das nossas xentes, ele era quem dividia a droga por todos, o que informava as autoridades, repartia o correo e facia “negocio” com os seus semelhantes.

Algunhs velhos ainda conservan na mente o duro paraíso agrário dos seus tempos mozos, e resisten-se a abandonar a sua independência.

O Mundo semi-comunal agrário, é muito difícil de esquecer, poque as relacions de trabalho comun davan outra alegria á vida, e outra satisfacion tamém.

Estes foron bastante respeituosos con esta bonita casa, o qual nos dá unha certa esperanza nalgunha xuventude, e nos fai enganar e crer em certa evoluccion progressiva da humanidade.

A videira ainda pervive, deve levar aí muitos anos, e é unha mostra dos boms gostos âncestrais, pois esta Amadríade seguirá protexendo estes lares mentres viva.

O carro de bois, espera empoleirado na varanda melhores tempos, talmente o seu irman de Guillade que apodreceu encima do andén.

¡¡Longa Vida a Louredo!!  ¡¡E ás boas xentes que aí ocultas vivan!!

Continuamos viaxe para a fronteira de San Gregório, a qual era aproveitada pelos nossos maiores, para certas irregularidades alfandegárias, pois a benignidade dos guardas compensava os muitos kilómetros que se facian demais. Curiosamente, aquí se verifica tamém unha dupla paradóxa nas edifícacions fronteirizas entre Portugal e Galiza, pois as portuguesas costuman ser muito melhores e mais bonitas.  Mas aquí, onde quase ninguém as mira, a portuguesa é pequena bonita e modesta.  Mas a galega é espectacular, parece talmente unha gasolinera da Mobil Oil Company.  Seguidamente adentramonos na Serra D’Agra, sempre atentos, por se vemos algum cabrito. Enfrente, caminho do Mosteiro de Faians, com a sana intencion de comer em Melgaço, mas o restaurante estava fechado com a ementa roida pelos ratos, o qual nos deu unha impresion de “Crise Liberal” super aguda.  Non quedou mais remedio, que ir comer ó restaurante Costa do Vez. nos Arcos do Val do rio Vez.

 

Léria Cultural

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (6)

Do habitante das cavernas, e do que levantou as suas tendas sobre as àguas, assím como do que arou sobre os cûmes, e alí tivo a sua casa, nos quedam desde logo mais que restos suficientes para afirmar que baixo estes céus existirom homes prehistóricos, ou quando menos das primeiras sociedades. Precederom em muito tempo ao àrio? Ninguém o dirá por agora. Quedam, é verdade, os restos materiais que testemunham a sua presença no nosso país; non mais que isto. Non se sabe nem quando veio, nem quanto tempo permaneceu aquí. Graças que sexa dado presupor, que eram poucos e que pronto forom despoxados. O dia em que as tribus célticas puxerom o seu pé na Galiza e se apoderarom do extenso território que compunha a província galega, à qual derom o seu nome, fala, relixión, costûmes, nunha palabra, vida enteira, esse dia acabou o poder dos homes inferiores na nossa terra. Fossem ou nón, fineses ou xente mais humilde todavia, de cor amarela, fala monosilábica e vida intelectual rudimentária, tiverom que apartar-se e desaparecer. Nem na raza, nem nas costûmes e superstiçóns, nem sequer nos homes de localidade deixarom as pegadas do seu paso. Algunhas vezes, é certo, cruzam as altas mesetas ou os mais ásperos desfiladeiros homes cuxo corpo desmedrado e cuxa triste fisonomía recordam ó primitivo habitante ou que presumimos como tal, mas isto somente é unha excepçón. Fruto do atavismo, persistência da raza ou dexeneraçón de outra superior, som contados e som conhecidos logo pelo seu aspecto, nos lugares que preferem e ocupaçóns que enchem as suas vidas. Tudo confirma polo tanto, que o celta se apoderou da Galleira, como verdadeiro vencedor; isto é, por enteiro e para sempre. El cobre durante os séculos o nosso território, é um verdadeiro possuidor: os seus filhos acampam todavia nos mesmos lugares que eles lhe derom por herdanza. Se alguém pode disputar-lhe os seus domínios é o elemento xermánico que aquí, como em muitos poucos países, se apresenta à sua vez avassalador e triunfante. Assím que para que o nosso passado se ilumine, para que as recordaçóns começem e a história escreba as suas primeiras páxinas, necessita-se que asome aquela xente que de tal maneira encheu o chán galego, que non parece senón que tudo o actual tem a sua orixem e raíz nela só. Os mesmos monumentos prehistóricos podem ser-lhe adxudicádos sem temor, ó menos na sua maior parte. Nada há na nossa antiguidade que deles non venha, ou com eles non comêçe. O celta é o nosso único, o nosso verdadeiro antepassado. Chegará o dia em que a ciência histórica, desprendêndo-se de algúns prexuíços e fazendo caso omiso de teorías que só importam para fazer-nos ver quanto de vácuo ocultam baixo as suas aparentes vestiduras científicas, alheias non obstânte à índole da história, poida ésta penetrar nos obscuros limbos da época primitiva e tempos que imediatamente seguem, e fazer que essas xentes revivam, e revêlem a sociedade rudimentária que nelas e com elas tivo princípio. As numerosas investigaçóns que hoxe se levam a cabo em todos os países e baixo céus tán diversos, permitirám à sua hora reconstruir o passado, non tal e qual o descrebem, senón como foi, uno e múltiplo, vário e unifome a um tempo, segundo as idades, segundo as famílias de homes, segundo os accidentes da sua vida histórica. O mundo primitivo sairá entón como Lázaro do seu sepulcro à voz do historiador, apresentándo-se ante o que o interrogue, em carne e osso e como quem ao levantar a lousa que o cobre, ensina e fái patente quanto com el se tinha enterrado. Esperando esse dia, e entanto non se conhece melhor o mistério das nossas orixens, limitémo-nos a estudar os monumentos mais antigos que se conhecem no nosso chán.

 
Report this ad

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXXXIX)

¡¡A QUEM MUITO LHE TREME O CORAZÓN, NUNCA BEM PODE ACABAR A SUA RAZÓN!!

CCXXXIX

Esso mui pouco que ogeu fa

 
Report this ad

lei con mia sennor, gradeçio a deus

7 gran prazer viron os ollos meus

mais do que dixe gran pauor p ei.

Cametre miassi o coraçón, que non

sei sello dixe se non.

Tan gran sabor ouueu delle dizer

a mui gran coita que soffr é soffri,

por ela mais tan mal dia naçi

sello ogeu ben non fiz entender

Ca me tremiassi o coraçon

Ca nunca eu falei con mía señor

se non mui pouc ó ge direi uos al

non sei semello dixe ben se mal

 
Report this ad

mais do que dixe estou agñ pauor

Ca metremassi o coraçon

E a quem muito trem o coraçón

nunca ben pod acabar sa razon

CANCIONEIRO D’AJUDA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O CASTRO DA CIVIDADE

San Pedro de Batalháns é unha das aldeias do Concelho das Neves. Está ubicada na vertente Noroeste dos montes do Sandomédio, entre Santa Eulália de Batalháns, Santa María de Taboexa, Santo André de Uma e San Xoán de Vilacoba. Trata-se de unha das aldeias mais pequenas, montanhosa e de interior, sita à beira mesmo da estrada, que desde Vilasobroso vai às Neves e a Salvaterra do Minho. A referência histórica mais antiga que conhecemos desta aldeia, data do século XIV. A sua pequena igrexa do tipo rural, anexa e filial da de San Miguel de Guillade, desde o século XVII (até fái muito poucos anos), conserva -non obstante- na sua entrada principal orientada a poênte, claros vestíxios románicos. Abundam significativos topónimos, todavía, sem comprobar. Um dos mais conhecidos e estudados xá, é, sem dúvida, o da Cividade. Denominaçón esta que leva um côto, coberto de pinheiros e toxo, de unha altura que oscila entre 10 e 150 metros com um diametro aproximado de outros 150 metros, Norte-Sul e outros tantos de Este-Oeste. Ó Este queda a igrexa parroquial e a Oeste, unha bela e formidábel hondanada, que tán loquazmente expressa o topónimo: Vilacoba, com fossos e um desnibel de perto de 200 metros, assim como algunhas terrazas. Do alto do Castro, com mina de água na sua ladeira Sul, mantem-se contacto visual (incluíndo o rio Minho em Salvaterra) com os Castros limítrofes de Celeiros, Cresto de Guillade, Castro do Calvário de Uma, Castromao na Vigaira, Còto do Santo, Castro de Batalháns, etc… As primeiras notícias chegam a nós em 1961, através de algúns vecinhos, comprobando, despois, que xá se facía referência ao mesmo, na Carta Arqueolóxica da Província de Pontevedra (1953), de Filgueira Valverde e García Alén; assimesmo, por referências de Ramón Rodríguez Otero e Valverde Alvarez. Estas notícias aludem a diversos achados de restos de muralhas, unha construçón circular, moedas, figuras… “que ao passar a máns de populares, afirma Rodríguez Otero, sofrerom diversas e trístes sortes”. Talvez pola abundante maleza, na zona Noroeste do Castro da Cividade (que equivocadamente se situa em Santa Olaia), non conseguimos localizar o petroglífo, a que se referem García Alén e De la Peña Santos (1980).

A PENEIRA (PUBLICADO O NADAL DE 1984)

 

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

EM NOME DE GUILLADE (O ROUBO DA CRÚZ DE PRATA)

Quando eu era pequeno, gostaba demais da Romaria das Pasquilhas. Alá polos finais da Primavera, um longo passeio a pé durante vários quilómetros, através de unha natureza luxuriante. Passába-mos por Uma D’Arriba, cruzando a Bulha caminho de Campo do Mouro, despois aparecía Parada da Franqueira com a dureza de pedra das suas casas velhas, a sua aparência agréste de tempos remotos. Logo, vinha Cebreiro, e entrába-se por baixo na Franqueira entre valados e caminhos de terra. As xentes levavam o seus superlativos farneis, abundantes para comer deitados à sombra, regalar-se estendidos na erba fresca ó lado de um regueiro. Ouvindo histórias de “caras” e “cabras” do Brasil, que quase sempre acabavam com escapadas milagrosas para a Terra. E, assím, xeraçón trás xeraçón, forom disfrutando durante séculos a fío destes lugares. Até que roubarom a crúz de prata de Guillade! Eram xentes campêstres, confiádas, non estabam acostumados a lidar com trafúlhas. Arrimaron a crúz à parede dentro da igrexa, e forom todos comer alegremente. Quando por fim voltarom, saciádos e alêgres, a valiosa relíquia xá non estaba. Cavila que cavila, chegarom à conclusón, que fora xente do obispado os causantes do furto, e como represália deixarón de ir à Franqueira durante anos. Mas, a trangalhada, tinha saudades da romaria e das suas patuscadas campêstres e decidirom voltar outra vez. Non obstânte, com o passo dos anos a cousa foi perdendo encanto até quase fenecer, nós fomos madurando, e a viáxe xá no parecía a mesma, demasiada xente, falta de sombras, e a rua principal estaba cheia de tenderetes de quinquilhada, que obstaculizavam o passo, em fím! Como resultado de tudo isto, desatou-se unha monumental trifulca entre os de Guillade e os gitanos dos quióscos, que acabou com os postos todos desparramados polo chán adiante, e milagrosamente non houbo que lamentar mortos entre os contrincantes, no meio dos quais se encontrabam numerosas mulheres, que aparte de serem as provocadoras do conflícto, tiverom ademais unha actitude destacada no combate. Sucessos como este, forom os que nos sacarom as ganas de participar néstas aglomeraçóns populares, pois um non está disposto a passar calores e polvos, para despois voltar a casa com unha facada nas costas ou na barriga.

A IRMANDADE CIRCULAR

 

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

EM NOME DE GUILLADE (O CASTRO DA CIVIDADE)

“Na nossa primeira visita ao xacimento da Cividade, em 1961, puidémos comprobar que, no extremo Sul entre acácias (mimosas) e tóxo, em efeito, existiam diferêntes restos de vivendas circulares, unha das quais estaba completa e somente fora excavada no seu interior. A uns vinte metros para Norte, localizá-mos unha interesante pía ou alxíbe (elíptico), labrada na rocha viva e non exenta por formar parte d’unhas penas, orientada ó Nascente. Ésta pía tem de longo um metro, de largo 76 cm.; com unha profundidade de 60 cm., unha abertura lateral (portinha) de 38 x 44 cm. Ésta curiosa abertura dotada de unha estría como para encauzar unha porta (comporta), apresenta assím mesmo, na parte mais alta, no borde superior e cabeceira da referida pía, outra singular canela, que sem lugar a dúvidas, tería como obxecto, o facilitar a cobertura ou peche de tal depósito, encaixando algúm tipo de tampa. Polo qual dámos por descartado, que puidéra tratár-se de um depósito para liquidos. Isto nos leva, polo contrário, a pensar nunha arca pétrea para o armazenamento de grán (celeiro), ou de salazón.

PUBLICADO NA PENEIRA (NADAL – 1984)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

EM NOME DE GUILLADE (A GAVELA DO GUILLADE)

“A Gavela do Guillade”. Relembreino ao andar encerellado na lectura dos volumes dos días negros de Xoán Carlos Abad Gallego, Días negros (2015), Máis días negros (2017), ambos publicados polo Instituto de Estudos Vigueses. No primeiro deles, o autor danos relatada conta do carlista-guerrilleiro-bandoleiro-foraxido…, é o que ten perder as guerras que sempre quedas mal, Mateo Guillade, que acadou mítica e incerta fama durante os anos iniciais da Primeira Guerra Carlista (1833-1840). Pouco sabemos do xefe da partida da “Causa Tradicionalista”. Seica fora seminarista. Ben coñecido é que frades, abades e vellos fidalgos acaudillaron a causa de don Carlos no noso país, tamén cos trabucos na man. As primeiras novas que se teñen do líder guerrilleiro localízano, cara a finais de 1836, no sur da provincia lucense como membro dunha partida procedente das montañas asturianas. Despois de fuxir das terras da Ulloa e da Ribeira Sacra pola presión das tropas da rexente María Cristina, a partida, comandada por Mateo Guillade, combateu, os chamados “liberais”, no sur da provincia ourensá e de Pontevedra; sempre nun vai e vén polo Miño, nun agocho aquí e outro acolá na raia seca. Nunca se afastou en exceso da banda fronteiriza e acudía ao refuxio portugués aínda que, tras a derrota da causa miguelista, o goberno de Lisboa tiña tanto interese como o de Madrid en rematar coa aventura carlista. O caso é que dende a desembocadura do Miño ata as serras do Suído, do Leboreiro ou o Val de Monterrei, foron territorios de combate da facción do Guillade, nun escintilante ir e vir de foraxido transfronteirizo que para si quixeran os guionistas de Hollywood; tanto coma nós gorentamos dunha industria cinematográfica propia. Comandaba pois Mateo Guillade a partida carlista máis especificamente miñota e arraiana, unha mestura de heroe e bandoleiro, con evidentes capacidades militares, que acadou a cima do seu prestixio entre 1837 e 1838. O seu creto entre os rebeldes carlistas chegou ao maior nivel cando nunha acción militar, ben preparada, deu morte a un coronel (xullo de 1837) e uns meses despois (abril de 1838) tomou Tui durante unhas horas. O asalto á vila episcopal realizouno tras unha hábil manobra na que dirixiu 200 homes disfrazados de soldados gobernamentais. Segundo parece, estas accións servíronlle para ser nomeado Brigadier e Comandante Xeneral das partidas carlistas en Galicia. Durante dous anos andou guerreando pola “Causa”, sendo protagonista de ducias de enfrontamentos armados, ata que, a resultas dun ousado, e fracasado, ataque á casa forte de Refoxos (Cortegada), na parroquia próxima de Escudeiros: “O xefe carlista chegaba ó fin do seu vivir”, escribiu Otero Pedrayo. Era o 15 de agosto de 1838. Cando se soubo da morte do xefe faccioso, o comandante militar de Ourense deu orde de levar o cadáver á cidade para expoñelo en público. O alcalde mandou que tocasen as campás; chamaron o cirurxián para que lle rebanase a cabeza e colgárona nun gancho. Moita xente de Ourense e bisbarra, aproveitando que era San Roque, acudiu a contemplar a testa degolada de Mateo Guillade. A falta de apoio popular e a presión do exercito liberal remataron coa partida do Guillade. A morte do capitán supuxo a divisón da partida en tres seccións que foron posteriormente aniquiladas, poucos meses antes do Convenio de Vergara que puxo fin á primeira guerra carlista. A vida de Mateo Guillade nos anos de chumbo e lume está documentada, pero sábese moi pouco das andanzas previas. O profesor Barreiro Fernández apunta que foi oficial do exercito realista, mais, con posterioridade, e sen que se coñezan as razóns, destituído; como tampouco nada se sabe sobre o motivo da súa detençón en Portugal. Nesta falta de información móvese un misterioso, ou non tanto, Guillade bandoleiro, que asaltou Baiona en 1820. É o mesmo que o xefe carlista que xuntou sona e terror unha década despois?”

CARLOS MÉIXOME

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (LXXI)

A meu tan muíto mia sennor.

que sol non me sei consellar. e ela

non se quer nenbrar. de min.7 moiro

me damor.7 assi morrerei. por quen

nen quer meu mal nen quer

meu ben.

.

E quandolleu quero dizer

o muito mal q mia mor faz

sol no lle pesa nen llé praz

ne quer én mi mentes met’.

E assi morrerei. p.q.n.q.m.

Que ventura que me ds deu.

que me fez amar tal moller.

que meu juíço no me quer.

e moir e no me ten por seu.

E assi. m. por. q.n.q.m.m.n.q.

E veede que cuita tal

q eu ia senpr éi ajuir.

moller que mio no qr g’cír.

ne mio ten por ben ne por mal. E assi. m.p.q.n.

.

CANCIONEIRO D’AJUDA (LXXI)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

OS PARADORES NACIONAIS

As orixes de Paradores remóntanse a 1910, cando o Goberno de España presidido por José Canalejas decidiu encargar ao marqués de la Vega-Inclán o proxecto de creación dunha estructura hostaleira, inexistente entón en España, em cuxos establecementos se dese hospedaxe aos excursionistas e viaxeiros, á vez que se mellorase a imaxe internacional do país. Ao ano seguinte creouse unha Comisaría Rexia de Turismo, á fronte desta entidade nomeouse ao propio marqués de la Vega-Inclán. O 9 de Outubro de 1928 e rei Alfonso XIII inaugurou o Parador de Turismo de Gredos, o primeiro da que logo sería, rede de Paradores de España. Co paso do tempo a marca “Paradores” consolidouse, converténdose nunha prestixiosa cadea de hoteis e restaurantes. Unha empresa pública que, preto dun século despois, constitúe todo un referente do turismo con recoñecemento tanto a nivel nacional como internacional. O pasado 25 de xuño a cadea hoteleira reabriu todos os seus hoteis e espazos gastronómicos, que permaneceron pechados desde o 15 de marzo pola pandemia do coronavirus. A cadea pública aproveitou os meses de peche para reforzar todos os seus protocolos de hixiene e seguridade. ¿Cantos establecementos ten a Rede de Paradores en Galicia? Galicia conta na actualidade cun total de 13 establecementos, incluíndo o Parador Costa da Morte, inaugurado en abril deste ano en Muxía. En Pontevedra (4). Tui, Baiona, Pontevedra e Cambados. Na provincia da Coruña (3). Muxía, Santiago e Ferrol. Na provincia de Lugo (3), Vilalba, Ribadeo e Monforte de Lemos. E, en Ourense (3), Monterrei, Verín, e Santo Estebo de Ribas de Síl. Por número de Paradores, Galicia é toda unha potencia a nivel nacional, tamén a nivel de ocupación? En Galicia contamos com dous dos 5 ou 6 Paradores que a nivel nacional están por encima en facturación e resultados. Un é o Hostal dos Reis Católicos de Santiago e outro é o Conde de Gondomar de Baiona.

J. G. BASTIDA (ARQUIVO E. BASAM)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

 

 

       SALVATERRA DO MINHO

           (FORTALEZA FRONTEIRIZA, FRONTE Á CIDADE DE MONÇAO)

      (É A CAPITAL DA COMARCA, CONHECIDA COMO O CONDADO DE SALVATERRA DO MInHO.)

SALVATERRA DOUS IMG_2994

A fortaleza corre o perigo de ser tragada pela arquitectura do analfabetismo.

SALVATERRA TRES IMG_2996

O Rio Minho era atravessado em largas barcas de madeira, que porteavan os viaxeiros e bagagems d’um lado para o outro.

X27

.

A FALA GALAICO-PORTUGUESA E A SUA LITERATURA

Identidade primeira deste País Atlântico, a Fala dos nossos antergos, atesourada na alma das Xentes, formou um dos patrimonios culturais mais valiosos da humanidade. Desperdigado pelos quatro cantos do mundo, e dono dunha poderosa personalidade própria, um aer de forte saudade que vai do Brasil á China, mais alá da Trapobana.
Nasce da vontade igualitária dos Homes de Guillade, como primeiro escrito em fala Galega de que há memória, alá polo ano novecentos e sessenta e tres (caso curioso, que apesar de citar os Homes de Guillade, ha duas mulheres na relacion, cousa que demostra a tradicional valia das Mulheres Galaicas), decidiron construir o Domus Santa Leocádia, na encosta do monte do Castromao, e cuxo testamento depositaron no convento de Melon.
A fertilidade da terra, unida a um reparto igualitário da mesma, xerou unha civilizacion de prosperidade, que fixo possibel o dessarrolho dunha âmplia cultura verdadeiramente popular, oriunda das raices da terra, fogosa e xenial, tanto nas letras como na música tradicional. Esta idade dourada, frútificou abundantemente, na riqueza ínigualavel da poesia lírica, na trova, no formigueiro creativo dos seráns d’aldeia, chegando a alcançar as cumes da cultura Galaica.
Despois continuou o seu caminho, principalmente em terras da Galiza do sul, liberada do dominio Castelan, que intentava asfixiar a nossa identidade, persecutoriamente como um fero nemigo buscaba, e busca borrar a Fala do nosso cerne. Em Portugal, a Fala e a Literatura seguiron o seu curso natural, o que garantiu a pervivência, até alcançar  a dimension universal de que hoxe em dia goza.
Magnífica Fala e Literatura, que non começou como é habitual, com um poema épico, com estórias de guerras, saqueos e roubos de mulheres, senon com o manisfesto xénio igualitário dunhas xentes do comun.

Léria Cultural

SALVATERRA 4 IMG_2998

Muita droga vinícula se cultiva nestes lugares.

Xoooooooooooooooooooooooooooooo

.

                           (1324 – Pedro Madruga de Soutomaior “Rey da Galiza”)

               Nalgúnhas histórias da Galiza, cita-se de passada a um tal Pedro Madruga de Soutomaior, que  chegou – parece ser – a autotitular-se “Rei da Galiza”, e passou a vida combatendo.  Chamaba-se Pedro Alvarez de Soutomaior (Sottomayor na forma castelhana do seu apelhido), apodado “Pedro Madruga” – nome com o que passou á lenda galega (porque gostaba muito de madrugar nas cabalgadas).  Sucedeu na xefatura da Casa de Soutomaior ó seu irmán Alvaro Pais.  “Pedro Madruga” era filho bastardo, mas o seu irmán Alvaro o aporfilhou, confirmando o aporfilhamento por cédula do rei Enrique IV, fecháda a seis de Agosto de 1468.  Foi, sem dúvida, o mais notório dos inquiétos, e sempre revoltádos, senhores galegos da época.  Os que eu mesmo chamei “Os condes loucos”.  O historiador López Ferreiro, no seu libro “Galiza no último terço do século XV”, dí de Pedro Alvarez de Soutomaior que  “era unha mistura extranha de todos os vícios e virtudes.  Arrogante e taimado ó mesmo tempo, cruel e sanguinário, mas á vez xeneroso e desprendido, fecundo em recursos para toda classe de empressas…  É Pedro Alvarez um dos carácteres mais orixinais que presenta a nossa história”.  Nos primeiros anos da sua vida, iba para clérigo, mas cedo abandonou os latíns pola espada.  Foi o grande rebelde da Galiza do sul.  Quando consolidado o poder da Casa de Soutomaior, estalou na Galiza a grande revolta camponésa e popular dos Irmandinhos, empenhados em destruir as fortalezas desde onde a nobreza depredába o país e guerreában entre eles cada día.  Pedro Madruga, refuxiou-se em Portugal, onde tinha terras e parentes seus e da sua mulher, dona Teresa de Tábora, portuguesa.  Pronto, repassou o Minho, recontruíu as suas fortalezas, recobrou os seus estados e uniu-se ós nobres que combatiam os revoltosos, ás ordens do arzobispo de Santiago, Alonso de Fonseca.  Pedro Madruga, cargando com a cabalaría, virá a derrotar os Irmandinhos, na batalha da Framêla, nas proximidades de Compostela (1469).  Era notório o seu valor na batalha e o seu saber dos golpes rápidos e das emboscadas.  Quando os Reis Católicos, no seu viáxe á Galiza em 1485, intentaron impor xustiza e paz no reino dos galegos. Pedro Madruga, andou quieto por algúm tempo, mas logo voltou com as suas pretensóns, a ser senhor de Tui e sobre vilas e terras.  Fixo prisioneiro ó bispo de Tui, correu a vila de Ribadávia, da que se despedíu com o famoso ¡Adeus, xudeos de Ribadávia!, tomando por xudeos a todos os da vila, que tinha rica e próspera xudaría…  Desde Salvaterra do Minho, que era sua, até Baiona e a grande fortaleza famíliar de Soutomaior.  Pedro Madruga, conde de Caminha e visconde de Tui, exercía o seu poder brutal e incoherênte.  A lenda conta as suas muitas cabalgadas.  Mas todo o seu poder vêm-se rápidamente abaixo.  O seu finho primoxénito tomou o castelo de Soutomaior contra o pái.  Os Reis Católicos, non lhe perdoában a sua rebeldía, e menos a prisón do bispo de Tui, o qual libertou mediante rescate. Querendo congraciár-se com os reis, foi-se a Castela levando um seguro do conde de Benavente, e unha promesa de patrocínio do duque de Alba.  A Alba de Tormes, passou Pedro Madruga desde Portugal, mas quando chegaron á vila de Fernando e Isabel, retirou-se ó convento de Santo Leonardo, onde apareceu morto.  “Uns dixéron – refere Vasco da Ponte-  que o conde de Caminha morrera alí de dous carbúnculos, e outros que o alcalde Troyano, entrára no convento com os seus porqueiróns e, que lhe botáron um garrote ó pescozo”.  Mas, Da Ponte fái elóxio de Pedro Madruga:  “Este conde era muito manhoso, muito súbtil e muito sábio e muito sentido em cousas de guerra.  Era franco e tratába bem os seus, mas era cruel com os enemigos, e comía muito do alheio.  Grande sufridor de trabalhos.  Nem porque chove-se, nem nevá-se, nem xelá-se, nem por todas as tempestades do mundo, non deixa-va nunca os seus feitos, nem daría um cornado por dormir fora em inverno, nem em casa coberta.  Onde non atopá-se roupa, sabía dormir encima de tábua”.  A sua pretensón ó trono da Galiza, forma parte da lenda.  Nunca intentou tal.  O que quería era a vida libre da sua mocidade, a querra quotidiana.  Algo tería, que calou no ánimo popular, e todavía hoxe se recorda com simpatía.  Todavía hoxe se pode escutar um velho cantar:

    ¡¡Viva a palma, viva a flor, viva Pedro Madruga, Pedro Madruga de Soutomaior!!

História e Vida

oooooooooooooooooooooooooooooo

X1.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO DE DOM DENIS (CANTIGA DE ESCÁRNIO)

CANTIGA DE ESCÁRNIO OU MALDIZER (CBN 1537)

Joam Bol’ anda mal desbaratado

e anda trist’ e faz muit’ aguisado,

ca perdeu quant’ havia guaanhado

e o que lhi deixou a madre sua:

um rapaz, que era seu criado,

levou-lhe o rocim e leixou-lh’ a mua.

.

Se el a mua quisesse levar

a Joam Bol’ e o rocim leixar,

nom lhi pesara tant’, a meu cuidar,

nem ar semelhara cousa tam crua;

mais o rapaz, por lhi fazer pesar,

levou-lhe o rocim e leixou-lh’ a mua.

.

Aquel rapaz, que lh’ o rocim levou,

se lhi levass’ a mua que lhi ficou

a Joam Bolo, como se queixou

nom se queixar’ andando pela rua;

mais o rapaz, por mal que lhi cuidou,

levou-lhe o rocim e leixou-lh’ a mua.

.

Dom Denis (Rei de Portugal – CBN 1537)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

X2

.

LITERATURA GALAICO—PORTUGUESA

Começamos a promocion da Literatura Galaico-Portuguesa, com o maior dos seus Poetas, esperemos que polo menos algum dos poemas atríbuidos a Luís de Camoes, sexa realmente seu, para que o engano non sexa total, ainda que eu penso que a maioria dos poemas desta obra son anónimos, dunha qualidade primorosa.
Sinto tamen, unha predileccion pola sua lírica, em detrimento da obra épica Camoniana, ainda que sexa posseedora dunha forte personalidade, e ésta sí, quase me atreveria a afirmar que é verdadeiramente sua.

Léria Cultural

.

..

X3.

X4

.

.

FOMENTO DA LITERATURA GALAICO-PORTUGUESA

Após a decadência e posterior ruina do Imperio Romano, houvo unha intensa rebelion, unha vontade indómita de igualdade e irmandade, da qual rexúrdiu a sociedade igualitária que comunalizou as terras, repartiu a riqueza de maneira austéra, e sobre todas as cousas foi capaz de trabalhar para o bem comun.
Talves apoderando-se de antigas formas de vida, desarticuladas pelo Império, buscando borrar as guerras e as lexions de escravos, esmagando os burdos soldados de Leviatan.
Desta nova civilizacion, floreceu unha verdadeira cultura popular, non vanal, non rastreira, senon tudo o contrário, foi a idade d’ouro do nosso país. Estudada hoxe em todo o mundo, a Lírica Medieval Galaico-Portuguesa, é um tesouro que pertence a todas as nossas xentes anónimas, que souberon forxar a alma sentimental desta maravilhosa Fala.

Léria Cultural

.

X5.

X6

.

X17.

X20.

23.

24.

25.

26.

.

.

..

X8

.

..

DA ETERNA GUERRA ENTRE GALAICOS E LUSITANOS

Sei que é bastante difícil, mas vou tentar verter um pouco de claridade sobre a tremebunda valburdia xerada ó redor dos termos Portugal e Lusitânia, ou sexa a confusion que identifica Galaicos com Lusitânos.  Trantando-se de duas nacions diferenciadas, non podo deixar de rir quando certos fulanos que gozan dum reconhecimento intelectual, afirman soberbamente ser Portugueses, Alfacinhas, e Lusôfonos, tudo isto ó mesmo tempo.  Aqui seria lugar para citar a famosa fráse ¡¡ Xuntos, pero no revueltos !!
A entrada natural para a meseta Castelhana é o rio Lyssos, e precisamente deste rio vem o nome da Lusitânia, sendo o grande porto desta rexion Lisboa, que tamen recebe a seu nome do referido rio. Ó contrário do que muitos poidan pensar, Lisboa non é a capital da Lyssitânia, ainda que é desde bastante tempo atrás a sua cidade mais importante, com a particularidade de que a sua Cultura pertence ó noroeste atlântico peninsular, e non é de maneira nenhuma Lusôfona como afirman os espertos.
Os Lusitânos som xente de terra adentro, e portanto mais Castelans que Portugueses seguramente. A sua magnífica capital é Emérita Augusta, cabeza dunha nacion passada, culturalmente diferenciada, ignoramos a sua fala mas estamos seguros que non era o Galaico-Portugues.
Portanto quando um Lisboeta, afirma no exercicio superlativo do seu ego, ser um autêntico e xenuíno Portugues, pode estar rotundamente enganado.  O mesmo acontece a um Senhor do norte, que afirma cantar as armas e os Barons assinalados do ílustre peito Lusitâno, por muito Luis de Camoens que se chame, pode estar facendo o ridículo ¡¡ Caralho !!

Léria Cultural

..

X7.

X9.

X1O.

X11.

X12.

X13.

X15.

X16.

X21.

X22.

X28.

X29.

X30.

X31

..

C’EST LA VIE

Este canto, tamen pertence á vasta imaxinacion de Adolfo Fernandez, e desarrolha-se no comboio Alfa Pendular, que leva a muitos destinos, entre eles a unha convencion de lesbianas que acontecerá  na capital amada de Portugal.  Ha homes, com letra pequena, que quando ven um par de missíles á altura do peito apuntados, se renden completamente. Non apercibiu a nossa víctima, o defeito capital da Senhora, com quem desesperadamente intentava estabelecer unha confraternizacion vanal.  Minha cara amiga, todo este mundanal ruído dos mitos eróticos, é totalmente falso e equívoco, pois essa mania de que os negros son tal e qual, carece de fundamentos reais, non son os negros os grandes dotados pela natureza dos super atríbutos necesários, non Senhora, senon os Marroquis, eses  sim que son os verdadeiros sementais.  Tamen, toda a parafernália dos Latin-lovers, dos Casanovas, esses galantes seductores, espertos nas artes amatórias como Don Ovidio, é tudo unha mariconada, pura lama rasteira de aduladores servís. Os verdadeiros grandes amadores, os exímios espertos do deboche, esses sim son os Portugueses.
O home disertou largamente ó seu belo prazer, regodeando-se em todo requinte de detalhes, até que encaixou a pregunta fatal, por parte da exímia e talvés Dama.

¿¿ Perdon, e usted como se llama ??

¡¡ Mohamed Da Silva Morais !!

Léria Cultural

.

X32.

X33

.

PARKINGSON

Ao basto arsenal de Adolfo Fernandez, pertence esta crua obra, que como toda vida humana tivo a seu tráxico final. ¿ Para que te meteches pequeno empresário Adolfo ?, foi para condenacion da tua alma. Tu eras merecedor dum destino melhor, a diosa Fortuna, non andou xenerosa no seu reparto.  ¿ Quantas humillacions terá que sofrer um home, antes de morrer sem ter recebido o Prémio Nobél ?
Pois a tua tia, coitada, xa non logrou passar a “Inspeccion Tecnica”, polo que foi raudo encaminhada para os desguaces do “Meixoeiro”, sem esperanza de voltar a sair da Casa dos Mortos  e retornar ó mundo dos vivos.  ? Pero que hace esta senhora com medicacion de “Parkingson”,  si esta mujer no tiene Parkingson ?
¡¡ Alabado sea dios, mais vale tarde que nunca !!, por fim chegamos a um diagnóstico correcto.  Pois segundo parece, unha médica de cabeceira, receitou-lhe unhas pastilhas para a ante citada doença á senhora Tia, e apartir daquela desgraçada data e das malditas pílulas, ela íniciou  um duradeiro tremeliqueo.  Adquirindo sem sabelo unha famosa enfermidade, confirmando com os efeitos da cura a veracidade do mal, as doses foron aumentando e os efeitos secundários tamen, no sentido directamente  proporcional das massas do remédio. Confundindo, baralhando, a sagrada lei da causa-efeito, supomos que a senhora Tia non tinha a relapsa e dolorosa intencion de burlarse do prestíxio médico, mas é que ás veces tamen non pomos nada da nossa parte, para salvaguardar-nos com unha lixeira desconfianza.

Léria Cultural

.

-.

OLEIROS

SALVATERRA 6 IMG_2999

Oleiros, recordo que anos há nesta casa, cantamos a marcha do Casal Ventoso, com o nosso vecinho, o afrancessado Celso da Frada.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCLXXIII)

VOSSO MAL, SERIA SE ME FEZESSEDES BEN

Dizedes vos sennor que

vosso mal, seria se me fezesse

des ben, e non tenneu que

fazedes bon sen, en me leyxar

des en poder damor. morrer poys

eu non quero min nen al.

A tan gran ben come vos mia señor

Ben me podedes vos leyxar morrer

se quiserdes come señor que ha

end o mais sabed ora ia

que seria de me guarir mellor,

poys eu non sey eno mund al qrer

A tan gran ben come vos mia señor

Sempre vos eu señor cosellarey

que me façades ben por me guarir

de mort e vos devedes mio graçir

ca mal sera se por vos morto for

poys eu non quis no mud al ne qrrey

A tan gran ben come vos mia señor.

Ca nunca dona vi nen veerey

contanto ben come vos mia señor

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCLXXIII)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

SALVATERRA 7 IMG_3000

A Quinta do Mon.

SALVATERRA 11 IMG_3003

SALVATERRA 10 IMG_3004

SALVATERRA 12 IMG_3005

SALVATERRA 13 IMG_3006

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

ARAGONTA RAINHA DA GALIZA

Galicia é un dos exemplos de pobos, nos que intentar facer historia ofrece poucos pontos de partida, e está a cotío interrumpida por grandes lagoas. En muitas ocasións o único que se conserva som novas incompletas polas que se fai moi difícil capta-lo pasado e poder chegar a comprendelo ó traveso do vidro do presente; de manter ese necesario proceso continuo de interacción entre o historiador e os seus feitos. Algo disto acontece co tema que estamos a tratar. O que nos din as antigas crónicas sobre a rainha Doña Aragonta, fundadora do Mosteiro de Santa María de Salceda, é moi pouco. Nun artigo pubricado no Faro de Vigo o 11-04-1982, adiantabamos que a devandita raiña era filha dos nobres condes D. Gonzalo e Doña Tareixa, fundadores dos mosteiros de Carboeiro e Camanzo, emparentados coa familia de San Rosendo, quen despois de renunciar ás inquedanzas da Sede Episcopal de Compostela, recolheu-se no seu Mosteiro de Cela-nova, do que foi abade desde o ano 959, data na que morre o primeiro abade Franquila, hoxe no catálogo dos santos, ata o ano 977 no que morreu. O noso interés móvese hoxe na percura dunha expricación obxectiva sobre a súa determinación de elexir precisamente Salceda, despois do acto altamente reprobado e escandaloso do seu home D. Ordoño II de abandoa-la súa dona para vencellarse coa Doña Sancha, filha de D. García Sánchez, rei de Navarra. Non podemos esquecer que Salceda está encravada nunha fértil terra que dista como legua e meia da cidade de Tui. Dentro do conxunto de casas, castelos, mosteiros e vilas que na Edade Media estaban integradas no señorío eclesiástico da cidade do Miño, a antiga Saliceta forma, xunto cos realengos de Soutelo e San Xoán dos Paramios, co Mosteiro de Bodiño e o castelo de Entenza, un cuadro no que se van pousar doadamente os ollos da nobre dona, que véndose abandoada, tentou de buscar un Home mais fidel, de se retirar a um lugar tranquilo, aleccionada xa da fraxilidade das cousas humans. Non é de extrañar, pois, que arredor destes lugares, tinxidos de silencio e beleza, de xente humilde e traballadora, xurdiran os pazos señoriais dos Aballe, Pegullal, e Picoña. O derradeiro, foi construido durante o reinado de Felipe II, no ano 1590; co seu claustro alto e o seu portal labrado a cincel, é um dos mais ridentes que esmaltaron a nosa incomparable terra galega, e a él van xunguidos os apelidos ilustres dos Troncoso e Liria, moi coñecidos nas revoltas do antigo Reino de Galicia, e ós que S.S. Gregorio X concedeu varios privilexios.

ANGEL S. PORTO UCHA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (7)

Xá queda dito que, pertencentes ou nón a unha raza quase primitiva e xente anariana, o pobo ou povos que à sua chegada à Galiza atoparom aquí estabelecidos os celtas, debe presupor-se e até afirmar-se que ocupabam as cûmes dos montes e colinas escarpadas, as cavernas naturais, ou abertas por eles, e as vivendas lacustres que se levantabam sobre as àguas dos lagos ou na desembocadura dos rios. É tudo quanto por agora podemos adiantar; mentras, non se pode chegar a mais, somente afirmar com exactitude que o home quaternário nos resulta completamente desconhecido. Sabemos muito pouco de el e non se atoparom grandes rastros da sua existência. Seguros som na verdade, os indicios efectivos, os descubrimentos: mas faltam aqueles dactos essenciais, e o conhecimento dos rasgos dominantes que permitiriam no seu dia a reconstruçón de um tán curioso passado, anterior a toda tradiçón e a toda memória. E tudo isto, para decir o quê? que pouco ou nada se estudarom as primitivas antiguidades galegas e, do ningúm apreço em que se tiverom. Certamente que em Galiza non faltarom, nem os habitantes das cavernas, nem o home lacustre: no-lo dím com farta claridade os restos de cozinha (kjoekkenmoedings), as pontas das setas e os machados polimentados, que forom achados nas marxens do mar, nas àguas das lagoas e em antiquíssimas sepulturas. Ademais a existência dos nossos trogloditas, xá está demonstrada por escasos e non de todo importantes descubrimentos: que ainda que som só duas as cavernas exploradas, e o seu estudo insuficiênte, non por isso nos deixa de importar quanto acerca delas se saiba. Polo momento nos basta com a sua existência. A verdade é que mentras non sexam estudadas por enteiro, com maior detenimento e melhor instinto, e non se conheçam as que sem dúvida algunha existem neste país, prometendo aos nossos antiquários ancho campo para as suas investigaçóns, nada concreto podemos dizer acerca délas: menos suspeitar as surpressas que neste ponto nos aguardam. Non conhecemos resto algúm do home que se acolheu a este abrigo, nem temos um só silex talhado dos que servirom nos primeiros tempos. Tudo está por saber. Pode-se afirmar, que ainda non se rasgou o véu que cobre a nossa história primitiva. A que raza ou razas pertencia o nosso troglodita? A esta primeira e principal pergunta nada pode responder-se de positivo. Faltam os necessários dactos para alcançar a tanto. Graças, que nos sexa dado adiantar algunhas breves observaçóns e assinalar certos rasgos, que por agora cremos comúns a todos estes especiais habitáculos dos homes do quaternário na Galiza. A principal é, que a xulgar polo que de elas se sabe, se situam comunmente perto das principais estaçóns lacustres e cidades primitivas que as avecinham: que isto se observa tanto em países cercanos ao mar, como nas do interior; que forom habitadas por mais longo tempo do que abarca a idade da pedra, e que à maior parte delas, estám unidas curiosas lendas que probam a sua antiga importância e o apreço que sempre lhes tributou o vulgo, como lembranza de outras idades, de outros homes, de outras crênças.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO DE DOM DENIS

CANTIGA D’AMIGO (B 568 V 171)

Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!

Ai Deus, e u é?

.

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!

Ai Deus, e u é?

.

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo?

Ai Deus, e u é?

.

Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que m’há jurado,

Ai Deus, e u é?

.

Vós me perguntades polo voss’amigo?

E eu bem vos digo que é san’e vivo.

Ai Deus, e u é?

.

Vós me perguntades polo voss’amado?

E eu bem vos digo que é viv’e sano.

Ai Deus, e u é?

.

E eu bem vos digo que é san’ e vivo,

e será vosc’ ant’ o prazo saído.

Ai Deus, e u é?

.

E eu bem vos digo que é viv’ e sano,

e será vosc’ ant’ o prazo passado.

Ai Deus, e u é?

.

DOM DENIS REI DE PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PASSEIOS PARA UNHA TARDE DE SÁBADO (II)

MON 11 IMG_2960

MON 12 IMG_2962

.MON 10 IMG_2961

MON 2 IMG_2953

MON 7 IMG_2957

.img_5537

.

               Vou, mecanizado e duro (como diz o poeta) na dirección de Monzon, para tomar um pequeno almoço habitualmente tardio.  O Escondidinho é o café desde o qual se pode admirar longamente unha das praças mais bonitas “do mundo”.  Apesar de xá ter padecido algo a modernidade, segue mantendo o seu espírito no lugar.  Na cabeceira do lado esquerdo, há dous deuses pagans que non podem deixar de ser reverênciados, o pái Minho gozando a beleza eterna da sua xuventude, e unha árbore sagrada quase-eterna, rodeada de barreiras e cartéis informativos.  Está doente, coitada! Mas penso que o remédio non é o certo.  Pois o que ela necessita é o calor daquela multidon que se coloca ó abrigo da sua sombra nas festas do vrán, para evitar um sol inclemente e despiadado.  E non estes ferros e cementos que a rodean por todas as partes, até matala.  No lado da  dereita, um sacristán de pau, pede eternamente limosna, para unhs pobres que nunca xamais findan, e há até quem tenha a suprema maldade de xulgá-los necesários.  Xá várias veces pensei (teóricamente) rouba-lo, e leva-lo para Guilhade, onde estaria na glória.  Quase dormidos, pela beatitude da raxeira, vamos de longada pola tarde fora, sem présas, sem destinos, sem presupostos.  Um refresco, na antiga casa do “Velho de Moscoso”, tamém conhecida como “Breixoeira”.  Pola velha estrada nacional, ainda cheia de fontes nas suas vermas, circulamos com demasiada lentitude, procurando apreixar a araxe e a paisaxe circundante, num percorrido de trinta kilómetros cara ós Arcos do Val do Rio Vez.  Coa mesma pacífica intención seguimos para Ponte da Barca, um remanso de beleza e tranquilidade, dignos de Don Simon (o estaxirita).  Albergábamos a larpeira esperanza de comer no restaurante “O Muinho”, mas non temos tido sorte com os “comes e bebes” últimamente (ou a qualidade baixou algo, ou nós nos tornamos demasiado esixentes).  Estava pechado, em pleno més de Xunho, para reformas!  Visto o panorama, que é lindo, Nota-se que, ou o home se cansou de dar de comer a mangantes, ou o seu forte non son os turistas.  Paciência! Como dí graciosamente um filho dum amigo meu, imitando o pái.  A Ponte de Lima, sítio que non recomendamos a Don Simon, porque aquí sí que há xentes, estava tudo abarrotado, pois era festa local, e para cúmulo de males, ainda porriba cantava a grande fadista Carminho.  Despois dum agradável passeio, perguntamos, como é habitual em nós, “onde se pode comer aquí, como um príncipe?”  As pessoas decentes, rian-se de tan disparatado propósito, isso era noutros tempos, agora todos comemos igual! (sorte que non estava com nós Don Ortega e Gasset, pois poderia alí mesmo confirmar a sua teoría sobre a “Rebelión das Massas”, e os efeitos perniciosos da mesma).  Bom paciência!!  Se unha táctica, non funciona, há que fabricar outra melhor.  Entón, decidimos mudar a pergunta!  Onde come aquí Fernando Mêndes?  Pois, parece ser, non é seguro, que comia alí mesmo.  Cozinha falsamente caseira, e certamente rexional.  Caldo de Galinha, e um Cabrito que parecia marinado em zorza ou roxoes.   Pois sinceramente, xá que franco non podo, non estava mal.  Amén!!!

 

léria cultural

WOOOO99 IMG_4688

.

MON 13 IMG_2963

A Quinta do Mon, vista desde Monçao.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (8)

Na coba denominada do “Rei Cintoulo” em Supena, perto de Mondonhedo, dam-se felizmente estas últimas circunstâncias. Non só o nome que leva, senon também as tradiçóns que a adornam invitabam desde logo ós curiosos a parar e explorar minuciosamente o lugar. Houbo por isso quem desse polo seu estudo, princípio a ésta classe de investigaçóns na Galiza; mas quixo a sorte, poucas vezes propícia entre nós a semelhantes ou análogos trabalhos, que unha vez visitada a referida coba, as condiçóns especiais do terreno non permitiram arribar a grandes resultados. Polo menos non conhecemos outro, aparte da especialmente confusa descripçón que de ela fixo o seu explorador, que o osso de um mamífero encontrado de tamanho regular, “cortado como para extrair o tutâno” e outros mais, misturados com numerosos carbons e pedras pequenas, forman o fundo desta caverna. Acredita-a o Sr. Villaamil prometedora de grandes tesouros prehistóricos e o acompanhamos nas suas presunçóns, sendo muito de lamentar que os inconvenientes de que nos fala, non lhe permitiram chegar à mais fecundos resultados. Segundo informaçóns, tem uns 150 metros de extensón. Na denominada “A furada dos cans”, o material encontrado foi mais importante e curioso, sendo pena unicamente que o que a visitou e deu a conhecer, non tenha logrado fazer menos pesada e enoxosa e sobre tudo mais compreenssíbel a descripçón acometida. Ó que podemos deducir das suas palabras, encontrou na referida gruta carbóns, ossos, dentes de diferentes classes de quadrúpedos e vários caracois de diversas especies do xénero “helix”. Supón que os ossos longos pertenciam ao “bos primigenius” ou ao rengífero; non sabemos se outros também, ó cabalo “pliscidens” e a um carnívoro que non pode especificar, se can ou lobo. Todos estes ossos estabam cortados como para sacar a médula, e apresentabam, na sua maioria, xá sinais inequívocas de ter sido feridos por instrumentos cortantes e contundentes, xá de terem sufrido unha forte acçón do fogo, para cozer o tutâno, melhor que para servir de recipientes e menos ainda para assar a carne que os cubria, que tanto chega a reiterar o Sr. Villaamil. Em ningunha destas duas cavernas atopou o seu explorador obxectos de pedra, metal, ou osso bem caracterizados, cousa de lamentar. Non obstante, recolheu aquél certas pedras que afirma “de formas muito significativas e muito suspeitosas de ser producto da industria do home, e outras com marcadas irrefutábeis mostras, non só de pertencer a essa industria, senon do innato que é no home o sentimento artístico.” Tudo o qual quere dizer sem dúvida algunha, que nos silex atopados na referida gruta, advertíam-se fácilmente as marcas do trabalho humano e ainda que estabam talhados com certa gráça, o que fai suspeitar nos primitivos habitantes das cavernas, um instinto e faculdade artística de que non é muito fácil acreditar dotados. Lendo com atençón o escrito polo Sr. Villaamil, parece-nos que a palabra artístico, non foi nesta ocasión usada no sentido próprio, senon que quixo dar a entender que as pedras e ossos atopados na “Furada dos cans”, estabam trabalhados com bastante destreza, e apropriados para o uso a que se destinabam os obxectos; o que significa habilidade, e non presupón certamente instinto artístico de ningunha classe.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O IMG_4972

Ponte da Filhaboa.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO DE DOM DENIS (2)

CANÇÓN D’AMOR

Quix bem, amigos, quer’ e querrei

ua molher que me quis e quer mal

e querrá; mais nom vos direi eu qual

é a molher, mais tanto vos direi:

quix bem e quer’ e querrei tal molher

que me quis mal sempr’ e querrá e quer.

.

Quix e querrei e quero mui gram bem

a quem mi quis mal e quer e querrá,

mais nunca homem per mi saberá

quem é; e pero direi-vos ua rem:

quix bem e quer’ e querrei tal molher

que me quis mal sempr’ e querrá e quer.

.

Quix e querrei e quero bem querer

a quem me quis e quer, per boa fé,

mal, e querrá; mais nom direi quem é,

mais pero tanto vos quero dizer:

quix bem e quer’ e querrei tal molher

que me quis mal sempr’e e querrá e quer.

DOM DENIS REI DE PORTUGAL (B 520 V 113)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Léria Cultural

.

O IMG_4973.

            A FOLHA DAS SETE COSTURAS

.

               Entrei silenciosamente para non despertá-la, a velha passava polas brássas ó calor morno da lareira.  Tumbei-me na cadeira de balouço.  A calma da tardinha, apenas era  percorrida por unha lixeira aráxe, as frondes das árbores abanában levemente.  Quando acordei, a velha soltou, como sacando para fora, cousas passadas: “Curei um home, com a folha das sete costuras.  Ele. xa vinha desenganado dos médicos.  Mas, fixo-lhe bem ó estômago e á sangre, e aínda vivíu muitos anos mais.  Isto de ser de utilidade para os demáis, fái-nos medrar acá por dentro, e alívia tamém o peso da vida.  As curandeiras tiveron medo, e esconderon o seu saber durante séculos, mas de todas as maneiras, algo sempre foi quedando, e passou de náis a filhas.  Porque o mundo non para, e o manhán non sabemos como será, pode que as feiticeiras aínda nos sexan necessárias. Quantos cartos se aforrarían com os velhos saberes.”   Pois é!  Mas tenha cuidado!  Xa sabe, como acabaron muitas, as xentes ás vezes son como demónios desbocados, e os diábos andan soltos pelas ruas.

léria cultural

.

O IMG_4980OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Portoluso

Non se sabe bem porque enrrevessados caminhos da política, veio o nosso “Portucale”, o porto dos Calaicos, a transmutar-se em “Portoluso”, acompanhado da sua obra-prima a “Lusofonia”.
A nossa “Fala”, misteriosamente passou a ser obra dos Lusitânos. Passou-se a desconhecer completamente as suas orixens Galaicas, como bicho de duas cabezas passa á propriedade doutra nacion diferente.
Confeso a minha mais profunda ignorância, sobre a língua dos Lusitânos. Os quais vivian nas ribeiras do rio Lyssos, e cuxa magnífica capital era Emérita Augusta, mas suspeito que non era esta na que os Portugueses pensan e falan.  Tamém non sei porque motivos os Portugueses passan a ser Lusitânos, porque se foran Portolusos, perderian grandíssima parte da sua história, para acabar convertidos em lisboetas somente, pois esta sim era o porto da Lusitânia.
Mas “patientia nostra”, esta atabalhoada confusion dos nossos orixens, puido efectivamente dever-se a um predomínio castizo da capital.  Um país que caminha tranquilamente tan perdido, em questions tan fundamentais como esta, que é capaz de chamar Lusófonia ao Galaico-Portugues, non debe decerto estar muito orgulhoso do seu património cultural, dos seus antergos, e consequentemente de si mesmo.  Falsidades matarroanas, non podem apartar um povo do seu cerne, da sua Fala fermosa, do seu mundo pecúliar.  Por favor!!  Non cantemos em inglês no festival da Eurovision, non sexamos “bananeros”!!

Léria Cultural

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O IMG_4978.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO DE DOM DENIS (PASTORELA)

CANÇÓM PASTORELA

Unha pastor se queixava

muit’ estando noutro dia

e sigo medês falava

e chorava e dizia,

com amor que a forçava:

“Par Deus, vi-t’ em grave dia,

ai amor!”

.

Ela s’estava queixando

como molher com gram coita,

e que a pesar des quando

nacera nom fora doita;

por em dezia chorando:

“Tu nom és se nom mia coita,

ai amor!”

.

Coitas lhi davam amores

que nom lh’eram se nom morte;

e deitou-s’ antr’ uas flores

e disse com coita forte:

“Mal ti venha per u fores

ca nom és se nom mia morte,

ai amor!”

.

DOM DENIS REI DE PORTUGAL (CANCIONEIRO-B 519 V 102)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O IMG_4976.

O IMG_4977.

O IMG_4983.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

UNHA VACA HISTÓRICA

As nosas xentes só miran o que lles fan ver, cando de facer mártires se trata, pero a realidade é moi distinta; poñen os ollos na inxusticia e non se fixan nas venganzas do larpeirón e aproveitado do alcalde. Resulta que a pobre da vaca de PEPE DO CABECO (que é un bo home) está sufrindo as iras e contrallas que el mesmo fai pola sua mala cabeza e quere cobrar así a boda da filla deste home, que tería que pedirlle responsabilidades pola falta de cumplimento do que tratara, ó poñerlle a comida en mal estado no seu restaurante. E como é lóxico, non lle pagou. Como á vaca chamanlle “ROXA”, ó mellor este home querelle acumular algún móvil politico, porque de esperar a ver como se puñan os ventos, agora non lle queda mais remedio ca demostrar que é de dereitas. Pero lembrese, señor alcalde que A VACA NON ENTENDE DE POLITICA, e se ela quere ser democrática, está no seu dereito… ¿ENTENDEME? Neste intre a vaca pariu un touro, e ninguén sabe nada. ¡Hai que ver que saia tan grande ten este home! Tápao todo… Facendo garatuxas quedase só, pero ten alma de can… con tódolos respetos, señor alcalde, perdoe… O tal PEPE CABECO é aquel home que lle morrera unha filla tristemente hai poucos anos que deixou uns netiños ó seu coidado. Despois de non ter o necesario para socorrer á finada, despois de tanto bombo e pratillo, ainda lle queren matar de fame ós filliños que lle quedaron, sacandollela vaca e o leite. Señor alcalde, está condenado, mentres paga tanta papada á conta dos nosos cartos, a calquera lambón que anda por aí; mentras está a maltratar ós veciños; pero non se preocupe, que llo imos pagar ó seu debido tempo, vaia acumulando merda, que lle vai cair xunta. Tenlle que devolver a vaca ó Pepe, con tódolos perxuicios que lle causou, porque asegúrolle que esta vaca vai pasar á história.

Seen ad many times
Not relevant
Offensive
Covers content
Broken
Report this ad

O TORELO (Publicado em “A Peneira”, 1984)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

LITERATURA CASTELÁN (13)

A LÍRICA CASTELÁN PRIMITIVA

As orixens da lírica castelán, están envoltos em problemas muito semelhantes aos conhecidos para a épica. O primeiro deles é a escassés ou, quase melhor diriamos, a ausência quase total de textos conservados. Até ao descobrimento – muito recente – das “jarchas”, que modificarom enteiramente o panorama dos nossos conhecimentos sobre a lírica primitiva, carecía-se de textos concretos em que apoiar-se para qualquer deducçón segura. Era possíbel encontrar lixeiras mostras de poesía lírica esparcidas em obras doutra espécie, como nos poemas relixiosos de Berceo, a mediados do século XIII, ou entre as criaçóns miscelâneas e personalíssimas do Arcipreste de Hita e do Canciller Ayala na plenitude do XIV. Mas para dar com as primeiras manifestaçóns de lírica propriamente dita, exenta digamos, habia que chegar ao Cancioneiro de Baena, compilado por meados do século XV, e no qual figuram alguns escritores que poderiam remontar-se todo o mais até fins da centúria anterior. Com estes datos chegába-se à conclusón de que a lírica popular non tinha florecido em Castela; somente no final dos séculos médios aparecería unha lírica cortesán, favorecida e estimulada pola poesía galega: opinión avalada polo feito de que todavía no Cancioneiro de Baena, segundo habemos de ver, grande parte dos poemas seleccionados estabam em fala Galega. Ao historiar o xénero, na sua grande Antología de poetas líricos castelhanos, daba por sentado Menéndez y Pelayo que a lírica se desarrolha muito mais tardiamente que a épica; ésta – diz – aparece xá nos tempos heroicos, mas aquela necesita chegar a épocas mais cultas e reflexivas; por isto, mentras a fala castelán medrába xá em obras mêstras da poesía épica, como o “Poema del Cid”, a meados do século XII, non acertaba a manifestar-se no campo da lírica, e os poetas de Castela tinham que acudir ao uso do galego.

J. L. ALBORG

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

                    AS NEVES

M11

Configuracion do castro préhistorico. 

M2Este pequeno lugar era recanto de grande beleza, mas parece ser que xa andaron merodeando por aquí os “analfabetistas”.

M3Um dos grandes santuários da lamprea.  Pablo o autor do romance galego “As montanhas de Kimberley”, ainda hoxe sem publicar, deu aquí unha das actuacions mais deslumbrantes da sua fascinante personalidade, tudo regado com champagne e gorxetas avasalladoras.

M4

.

M5

 Parece ser que o coeficiente mental das nossas xentes vai melhorando, polo menos tiveron o detalhe de respeitar a escaleira.

M6

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO DE DOM DENIS (CANTIGA DE ESCÁRNIO)

U noutro dia Dom Foam

disse unha cousa que eu sei,

andand’aqui en cas d’el-Rei,

boa razom mi deu de pram

 
Report this ad

per que lhi trobasse; nom quis,

e fiz mal porque o nom fiz.

.

falou migo o que quis falar

e com outros mui sem razom;

e do que nos i diss’entom

boa razom mi par foi dar

per que lhi trobasse; nom quis,

e fiz mal porque o nom fiz.

.

Ali u comigo falou

do casamento seu e d’al,

em que mi falou muit’e mal,

 
Report this ad

que de razóns i mostrou

per que lhi trobasse; nom quis,

e fiz mal porque o nom fiz.

.

E sempre m’eu mal acharei

por que lh’eu entom nom trobei,

.

ca se lh’entom trobara ali

vingara-me do que lh’oí.

.

DOM DENIS REI DE PORTUGAL (CANCIONEIRO B 1538)

 
 

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

M7

.

M8

.

M10

 

Um grande invento, que permite deitarse relaxadamente na cama e vir votar unha visual de vez em quando.

M12

.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

ALBA

Alba. Poema breve, muito usado pelos poetas galego-portuguêses para expressar a pena pola ausência do amado, durante o amanhecer da aurora. A palabra “alba” aparece frequentemente nos estribilhos. Os modelos provençais mais fermosos som os de Giraut de Bornelh, ó qual Dante consideraba como um dos grandes poetas provençais, xunto com Arnaut Daniel e Bertrand de Born, na sua obra “De vulgaris eloquentia”.

LÉRIA CULTURAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

                 PONTAREAS

                     (A PONTE D’AREAS)

(PONTAREAS, DEIXA A CAPA ONDE A VEXAS!

PORQUE SE VOLTAS ATRÁS, XA NONA ENCONTRARÁS.)

PONTE 1 IMG_2835

Um povo de comerciantes, num cruce de caminhos.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

AGRARISMO E OBREIRISMO NO CONDADO

A proclamaçón da Segunda República nos concelhos do Val do Tea integrados na bisbarra natural do Condado (sul de Pontevedra), débese relacionar com três fenómenos fundamentais. O primeiro de âmbito estatal, era a desintegraçón total das bases sobre as quais se asentaba o rexíme constitucional de 1876 durante o reinado de Alfonso XIII; a incapacidade demostrada na tarefa de incorporar os partidos non dinásticos às funçóns de goberno – malia que estes tinham demonstrado representar unha porcentaxe crescente de poboaçón, – da mais activa – fixera prantexar a sua oposiçón xá non ao Goberno, senón ó rexíme político estabelecido (republicanos, radicais, socialistas, nacionalistas, no Pacto de San Sebastián), e apostarom por um modelo republicano. Os outros dous fenómenos de âmbito mais local, eram a existência dum movimento agrário de orixe antiforal perfeitamente organizado, cunha longa traxectória de luta reivindicativa desde a primeira década do século, apoiado inicialmente no pulo do Directório de Teis, com o seu lider Amado Garra, o seu programa e a sua ideoloxía de fundo -radical, laicista- practicamente indiscutida; contabam tamém com um xornal “El Tea” fonte fundamental ó dia de hoxe, para seguir o processo que estamos a tratar. Tinham xá gobernado o concelho de Pontareas no ano 1924, e a experiência acumulada e a sua crescente actividade e aceitaçón popular constituiam o elemento mais preocupante para a velha oligarquía local bugalhalista, de base caciquíl, aferrada coma um cravo ardendo no tradicional sistema de control social derivado do rexíme foral, definitivamente em vias de extinçón (lei de 1926), e a consabida e sistemática manipulaçón dos resortes eleitorais. Por fím, o movimento obreiro, menos poderoso que o agrário nésta zona rural, conta também cum núcleo non desdenhabel, dende a segunda década do século, com a sua base na vila de Pontareas onde algunhas fábricas (aserradeiros, curtidos) permitem o nascimento das primeiras folgas, como a de 1927-28 que rematou com o episódio do incendio da fábrica de curtidos de Garra. Nos anos trinta vémo-los formando unha agrupaçón obreira socialista, com a sua “Casa del Pueblo” e o seu “mais de meio centenar” de militantes. A tudo isto engadir um apoio constante das asociaçóns de emigrantes da localidade, em especial Sudamérica, que aportam fundos para o desenvolvimento das actividades societárias e, às vezes, mesmo para a criaçón de centros de ensino de orientaçón laica (o que xá no 1910 provocara as iras de católicos e carlistas)

PUBLICADO EM A PENEIRA (ANO I – 1984)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PONTE 8 IMG_2844

A velha ponte dos remédios, sita na via Salvaterra a Cernadela.

PONTE 9 IMG_2843

.

.

CELIDÓNIA

.                       Graças a unha hervinha ventureira, que tem um leite cor de laranxa e sabor amargo de fel, salvei eu a minha vida de médicos e mortandades.  Tudo começou quando repunha no seu lugar unha pedra arrancada por unha besta mecânica que passou polo caminho do Búcio, de súpeto sentin um monton de picadelas indiscriminadas, propinadas por furibundo enxame de vespas.  A minha central de processo de datos, sacou inmediatamente a informacion de liscar escopeteado. .                       Nestes casos, eu tinha sempre preparado um remédio de emerxência, que consistia em despectivamente mexar sobre as feridas, e que sempre até enton me dera excelentes resultados.  Mas desta ves a cousa complicou-se, despois de orinar um dia enteiro sobre o dedo, a doença non remitia, mais bem se exacerbou de tal maneira, passando a inchazon do dedo para a man, e traspassou a fronteira do pulso para invadir o brazo.  Com a agravante, de que a falta de hixiene do dia anterior, fixo brotar no lugar da picadura um demoníaco ser chamado herpes. Quando o pánico saltou, xa non se podia recorrer á Bruxa, pois foran todas mortas pelos cristianos, a última que pervivia oculta nas Chans do Campo do Mouro, non foi quem de vencer a idade e acabou tamen por fenecer coitada, e com ela toda a sua sapiência. Bom, aí, confesso que xa estaba disposto a visitar o “feiticeiro branco”, que mora alá nas Urxencias.  Mas querendo evitar a exposicion pública desta feia maleita e tamen a super-dose de droga que consequêntemente me irian espetar, acordeime  da sempre amiga Celidónia, e dixen eu cá para os meus botons, esta gaxa é muito capaz de matar dum só golpe toda esta caca. Efectivamente.  Ela, parou o alastramento da inflamacion galopante, e cabalitada sobre as costas do fedorento herpes xa nono deixou respirar.    E, digo eu, como poideron os nossos agudos proxenitores, que foron capaces de trocar os móveis de madeira pela formica, e de cambiar o couro pelo SKY, e para os quais o “Anis del Mono” era unha das “SETE MARAVILHAS DO UNIVERSO”, deixar desaparecer todas estas Sabedurias “Em-píricas” (dos palabras).

Eira Comunal.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (9)

Banhada Galiza polas áugas de múltiples rios e xungída estreitamente, na sua longa e dilatada extensón, polas ondas do Oceano, tem sido desde logo propícia para o home lacustre. Lagos e lagoas lhe brindarom com a seguridade dos seus asilos apacíbeis; e os nossos rios e enseiádas oferecerom-lhe sitio oportuno no que levantar as suas vivendas. Àugas tranquilas, ares puros, abundante alimento, ribeiras fructíferas, tudo isto encontrou fácilmente, e o que é mais, tudo isto aproveitou com o ânimo que indicam as tradiçóns relativas às cidades levantadas sobre as ondas. Sem temor de enganar-se, podemos asinalar o emprazamento das antigas povoaçóns que herdeiras directas das dos palafitos, se enriquecerom com o comércio dos sidóns, e avivarom despois a cobiça cartaxinesa e romana. Onde queira que um rio de algúm caudal desemboca no mar, formando essas rexións médias entre a àuga doce e a salgada, a que chamamos rias, alí se asentarom as nossas primitivas poboaçóns, como as que as seguirom despois. Iria, Brigantia, Lámbrica, Flavia Lambris, Noela, Duos Pontes, som um exemplo. As que non alcanzarom tanta fama, apresentam a pesar disso à consideraçón dos arqueólogos, restos suficientes para testemunhar o passo do home lacustre em semelhantes lugares. Sostenhem algúns autores que muitos dos antigos palafitos non chegarom a ser abandonados de todo, antes alcanzarom como depósitos até à época romana. Polo que lhe toca à Galiza, non è possíbel afirmar outro tanto. Ao contrário, non se atopa o menor indício que autorice fundamentadamente esta presunçón, pois vê-mos que ainda que non desaparecerom de todo, persevéram emprazadas nos mesmos lugares ou nas suas imediatas cercanías e como que quixeram ter um pé na marxém e o outro nas ondas movediças. As que lhe sucederom, testemunham com farta claridade, qual foi a sua orixe e o seu posterior destino. Pouco a pouco forom-se alonxando do mar e estabelecendo-se terra adentro, sendo das primeiras, casualmente aquelas que por ter sostído um activo comércio com os sidóns e fenícios, puideram muito bem ser apenas simples depósitos ou feitorías. A chegada dos romanos apressou um movimento de deserçón. As que non eram tán importantes e sobre tudo as do interior -mais pobres, menos conhecidas e por tanto non tán cobiçadas- essas duraron, essas virom, na sua maioria, acampar os suevos ó pé das suas vivendas. Mais felíces que as marítimas, compartirom largamente o seu império com as rudimentárias poboaçóns das alturas e com as dos antros. Escondidas, perdidas na solidón dos vales e ribeiras galegas, forom as esquecidas proxenitoras do que hoxe cobre o nosso chán, ocupando as situaçóns mais privilexiadas. Se se querem probas, fácil seria buscálas nas tradiçóns que respeito de tantas cidades como se dín submerxidas nas àugas, conservam-se entre nós acusando unha dilatada poboaçón lacustre. Irmán nesta, como em tantas outras cousas, da Irlanda, a Galiza que contaba numerosos centros, tivo também como aquela numerosos burgos levantados sobre as àugas, habitados à sua hora, num e noutro país, polos celtas, nossos proxenitores. Os que duvidem, podem fixar-se nos nomes das localidades presumidamente lacustres; quase todos, tanto os latinos como os actuais, significam àuga em sanscripto ou em celta.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

.

PONTE2 IMG_2837

PONTE 10 IMG_2831

Casas feitas ó lado da Via.

PONTE 3 IMG_2839

PONTE 4 IMG_2841

Fonte de pedra, merecedora de estar em melhor sítio.

PONTE 5 IMG_2830

Hermida xunto da ponte dos remédios.

PONTE 6 IMG_2842

Pontareas goza do maior número de Libertários de Galiza, graças á labor  de Fernando e Esperanza.

PONTE 7 IMG_2846

O Muinho e Restaurante Catavento, aqui comemos eu e o meu companheiro de trabalho Angel um monumental xantar.

ponte 16 IMG_2850

O velho Restaurante Benigno.

ponte 17 IMG_2852

Velha casa da rua D’Abaixo.

ponte 18 IMG_2856

Casa de senhorio, no lugar das Cachadas.

PONTE 90 IMG_2848

Esta era a antiga praça velha, atravessada pela estrada.

PONTE 11 IMG_2847

Casa de labrador, com portal.

ponte 50 IMG_2912

Casa Lola, unida a antigo escândalo político-amoroso.

ponte 49 IMG_2911

Casa de comerciante, situada em plena praça velha.

p0nte 47 IMG_2905

ponte 48 IMG_2908

Casa comercial, vivenda po’rriba e tenda por baixo.

ponte 19 IMG_2860

A Costa do Santo Gregório.

ponte 26 IMG_2874

Praça maior de Pontareas, antes tinha um xardin, um timplete e um pozo de manivela.

ponte 20 IMG_2866

A Casa da Triga, lugar de confraternizacion de nacionalistas e autonomistas galegos.

ponte 44 IMG_2897

Neste baixo estavan as oficinas da Empresa Ojea.

ponte 45 IMG_2898

Outro modelo de casa de negócio.

ponte 46 IMG_2902

Enorme casona, xá completamente ruinosa.

67ponte 19 IMG_2860.JPGIMG_2815

A Fábrica de Curtidos Garra.

ponte 21 IMG_2868

A Cooperativa do Campo San Miguel.

ponte 22 IMG_2869

ponte 23 IMG_2870

ponte 24 IMG_2871

A antiga e acolhedora Confeitaria Dinguilindin.

ponte 25 IMG_2872

A loxa de ferraxens Daniel Novoa, unha família de prestíxio.

ponte 28 IMG_2873

ponte 40 IMG_2889

ponte 41 IMG_2891

Unha xóia arquitectónica. 

ponte 27 rtIMG_2876

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXXXIII)

Amigos quero vos dizer

 

mui gran coitan que me ten a

mui gran coitan que me ten

ua dona que quero ben e que

me faz en sandeçer. e catando

pola veer. Assi andeu assi an-

deu assi andeu assi andeu assi

andeu.

E ia meu consello non sei

Ca ia omeu adubad e

e sei mui ben per boa fe

que ia sempr assi andarei

catando se a veerei

Assi andeu assi andeu

E ia eu non posso chorar

ca ia chorandensandeçi

e faz mia mor andar assi.

como me veedes andar

ca tando per cada logar.

Assi andeu assi andeu

.

E ia o non posso negar. alguen

me faz assi andar.

CANCIONEIRO DA AJUDA (CCXXXIII)

ponte 68 IMG_2818

Se for á praça do peixe, non vaia a unha “Pescaderia”, busque bem, porque existe outra “Peixeiria” encantadora.ponte 69 IMG_2819

Aquí estava a antiga casa do “Pepe-Alto”.

ponte 65 IMG_2812

As Tripas no Severo.

ponte 30 IMG_2877

A Praça Bugalhal.

ponte 34 IMG_2848.JPGIMG_2852

Casa do Grau, zapataria e adbogado criminalista.

ponte 34 IMG_2887

Casa do Fermin Eireos, comércio de modas.

ponte 34 IMG_2885

Este foi o último Banco Gallego, caído graças ó servilismo das nossas autoridades á “Perestroika” occidental.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

A COUSA NOSTRA

¡¡Valga-me Dios!!

¡¡Arrasta!! ¡¡Pobre de quem!!

Vale mais, ser filha do C. R. e da P. X. ! Ningúm negociante, fai negócios honrados. Porque, senón, pergunta-lhe quando chegues ó outro mundo, como eram os xuros que acadaba dos seus paisanos? ¿e quê, etc…? ¡¡Cópiam uns polos outros!! Bem decia o meu tio Carlos: “Ao chegar aos deçoito anos, queres o “Din”, ou queres o “Dom”? Se queres o “Dim”? É, unha tapa de misérias! E, se a qualquer preço, pior! Só, que agora, está na moda ser honrado… Entón, procura-se, que unha mán lave a outra, e as duas xuntas lavem a cara!

¡¡Eu, non vivo para disgustos!!

¡¡Ricos, som os caramelos!! ¡¡E, mismo así, fán mal à saúde!!

Oportunistas, hai-nos em todos os sítios! Somente que uns, dissimulam mais do que outros. “¿Entón, que era, um vigarista?” ¿Eu, que sei? Às vezes, diz que divago!

¡¡¡Em fím, valga-me Dios e todo-los santos!!!

MARIA DE MOLINA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

ponte 102 IMG_2949

As “Rosquilhas”, unha das bandeiras locais.

ponte 101 IMG_3008

ponte 100 IMG_3010

Son bastante boas, acompanhadas com “Chá do Ceilao”.

ponte 33 IMG_2881

O Concelho de Pontareas.ponte 31 IMG_2882

J. J. Copas.

ponte 104 IMG_2950

!!Cuidado com a industria!!

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

ALBORADA

Alborada. Poema breve, muito usado polos poetas galego-portuguêses, para resaltar a alegria dos amantes ao reunir-se com as suas amadas, à hora da alba. Nuno Fernandes Torneol, poeta do século XIII, dá-lhe um toque irónico, quando empréga estribilho tradicional de alegria, para descreber a dor de unha rapariga que foi abandonada pelo seu amante.

LÉRIA CULTURAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (10)

Um descubrimento fortuíto, e por desgráça perdido para a ciência e para Galiza, vem a dizer-nos que até nos lugares em que faltam as lembrânzas romanas e que é nula a tradiçón, há motivo, às veces, para pensar que existíu alí e durante longo tempo o home primitivo. A amenidade do lugar a que nos referimos e a sua proximidade ao mar, brindaba ós seus habitantes unha estaçón previlexiáda. Dous rios desembocam nos dous ângulos da extensa e tranquila enseada. Montes e colinas cerram o espaço e deixam como ailhado aquel pequeno mundo. O mais probábel é que levantassem as suas vivendas nas bocas de ambos os rios e nas suas marxens mais propícias, pois ofertabam muitas conveniências que non era prudente desdenhar. Nas alturas e nos campos dos arredores abundam os túmulos; na outra banda vê-se todavía um alinhamento? ou um paso sobre o pântano? dando-se o feito significativo de que nas idades médias, as torres, cuxos restos se conservam ainda, defendiam e alumiabam unha costa à qual o descobrimento do “kjoekkenmoedding” a que nos referimos e outros mais curiosos monumentos, devolvem a sua perdida importância. Ó sair de Villagarcía, marchando na direçón de Cambados e a escasa distância do Convento das Agustinas daquela vila, encontrou-se non fái muito anos, num terreno de aluvión, um grande depósito de conchas, entre as quais se vían misturados ossos de animais, constituíndo o conxunto um verdadeiro “kjoekkenmoedding” ou sexa, restos de cozinha. Cobertos com unha capa de terra e seixos (apenas os trabalhadores começarom a atacar a brecha e encher as carretas, quando apareceu o depósito, no qual dominabam as conchas de ostras, e lhe seguíam em importância as de berberechos e mexilhóns). A cada momento apareciam ossos que polas suas dimensóns puiderom desde logo pertencer a grandes paquidermos extíntos, e também se atoparom restos de cerâmica. Por último, a presença de um cráneo humano vem a completar a importância, verdadeiramente excepcional, para nós, do depósito a que nos referimos. A pessoa que tivo a sorte de observá-lo, e que por certo non é de todo alheia a esta clásse de conhecimentos, assegurou-nos, que os ossos estabam uns perforados e afundidos como para extraer a médula e outros apresentabam riscos lonxitudinais e sinais evidentes de terem sido raspados com grosseiros úteis de pedra. Chamou-lhe também à atençón a ausência de todo xénero de instrumentos de silex e muito em especial a de carbóns, por mais que seguindo a exploraçón à que lhe brindabam as circunstâncias atopá-se estes últimos noutros xacimentos cercanos, ao que parece non de tanto interése como o de que nos ocupamos, mas sím importântes também, baixo o ponto de vista arqueolóxico. Este “kjoekkenmoedding”, formaba unha franxa non muito extensa, mas de espessor desigual por presentar-se em declíve. Na sua parte superior o corte tinha seis metros e na base um metro

 
Report this ad

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

 

ponte 70 IMG_2820

Igrexa de Angoares.

ponte 71 IMG_2823

ponte 75 IMG_2826

ponte 76 IMG_2822

ponte 77 IMG_2824

ponte 78 IMG_2825

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (POVOAÇÓNS LACUSTRES)

Seguindo a costa e dirixíndo-se para os lugares nos que o Umia desemboca no mar, encontra-se Cambados (literalmente casa de àgua), e mais adiante Lámbrica a famosa, cuxo nome estabelece xá unha diferença essêncial entre esta última cidade e as levantadas sobre pilotes no meio das àguas. Aparece despois a Torre da Lanzada, cuxas nóbres ruínas merecem bem o apreço no que se as têm. O Padre Sarmento que tán perfeitamente conheceu o país galego e a sua história e condiçóns, consigna que por 1754 e muito perto da dita torre: “se descubrirom com unha avenida, nove sepulcros xuntos e paralelos, com divisón de um tabique feito com forte argamassa e finíssimo ladrilho. Dentro había nove esqueletos de estatura regular, mirando todos ao poênte e estendidos os brazos paralelos ao corpo. Non se encontrou, acrescenta, letreiro algúm.” O caso é que, se estes restos humanos non pertencem ó Médioevo, fácil sería, e ainda xusto, pensar que polo sítio no que estabam – um extenso areal que cobrem diariamente as ondas do mar – esqueletos e sepulturas som próprios de um povoado dos primeiros dólmens. A Ría de Arousa, esteve segúndo se adivinha, coberta de palafitos; e ainda que non pode assegurar-se o mesmo respeito da costa que se estende desde Corrubedo até Fisterra, melhor ainda até à ponta de Laxe, non se diría bem se afirma-mos que carecía deles. Quando non, no litoral, encontram-se terra adentro, rastros evidentes dessas antigas povoaçóns. Outro tanto sucede no resto da Galiza, especialmente nos países vecinhos ao mar. Disto é unha proba as muitíssimas tradiçóns que respeito a elas se atopam. E ainda que até agora só eram mencionadas as de Santa Crístina, Reirís, Doninhos, Carragal e Antela, no presente xá é possíbel adxuntar a estas as estaçóns de Ferreira, Vares, Betanzos, Corunha? Trava, Sirves, Duio, Pontevedra? Noia, Baiona e outras, que todavía puideram indicar-se aos que tenham que acometer o seu estudo. Nestes lagos e lagoas non só se dán por submerxidas antiquíssimas poboaçóns, senón que nas colinas, que polo xeral as avecinham, xá se vêm castros – algúns deles notábeis – xá sexam existêntes ruínas de castelos e outras construçóns conhecidas respectivamente com os nomes de O Castelo, A Cividade. Tal acontece ó menos no Carragal, Antela, Doninhos, Sirves e outras. Estas poboaçóns das alturas eram coetâneas e complementábam as lacustres?

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

ponte 79 IMG_2828

Vende-se a “Casa do Abade”, outra sinal inequívoca de “Crise”.

ponte 80 IMG_2829

Fermoso Cruceiro.

ponte 63 IMG_2932

A Casa Grande e Convento dos Canedos.

ponte 51 IMG_2913

A “Pena do Equilibrio”, em Arcos.

ponte 52 IMG_2916

Panorâmica desde “A Picaranha”.

ponte 64 IMG_2914

A Romaria do primeiro de Maio.

ponte 60 IMG_2923

Medonha “Barca de Pedra”.

ponte 61 IMG_2924

ponte 62 IMG_2921

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (12)

Os nossos palafitos non forom nunca explorados, nem sequer por aqueles autores que os tomarom por obxecto exclusívo dos seus trabalhos. Non temos a respeito deles mais dactos que os tradicionais, nem maiores notícias que as consignadas sumariamente polos historiadores do país. Pode afirmar-se polo tanto que o misterioso véu que os cobre non foi rasgado todavía. O campo no que nos movemos é, como se vê, limitadíssimo: mas, assím e tudo, os dactos que acadámos permitem xá assegurar que os palafitos da Galiza forom conhecidos desde a época paleolítica, até à dos mais belos bronces. A ponta da frecha de silex talhado, extraída da lagoa de Antela, proba o primeiro extremo. O segundo, o depósito de bronces atopados em Cambados. Outro ponto queremos também deixar libre de toda dúvida, e é o que se refere à indisputábel presença do celta nas nossas populaçóns lacustres, ou melhor ainda, nas que se assentabam nas marxens das augas. A mesma lagoa de Antela nos proporciona meio de proba, com algúm dacto mais que os que nos ofertam a máns cheias as tradiçóns e lendas que correm unidas à maior parte dos nossos palafitos, ou lugares em que estiverom emprazados. Tudo naquel estabelecimento proba a sua larga importância desde que o home primitivo errou polas suas fecundas marxens. Os castros, as lápidas votívas, as vías romanas, as lembranzas que as ilustram, as voces que dim que o celta non só se apropriou campos e casas, senón que ocupou este país como vencedor e para sempre, dando-lhe um nome que na sua fala significaba àgua. O descobrimento da estátua terminal de Bóveda, dá maior forza a estas conxecturas. Encontrou-se nos limítes dos concelhos de Bóveda e Padreda, pobos situados à cabeza da lagoa, e resulta irmán das que se conservam no palácio D’Ajuda, em Lisboa. Nom pode por tanto duvidar-se da sua orixe. Tampouco é possíbel desconhecer a filiaçón céltica, nas lendas que referentes a cidades lacustres se conservam entre nós. Na de Santa Cristina, tocam as campanas como na de Paladru (França), na de Antela o exército de Artús voa sobre as augas e na do Carragal a dama encantada que tem o seu palácio baixo as ondas, deixa ouvir ao longo da práia os xemidos mais lastimeiros. Dá-se sempre a estas cidades misteriosas como submerxidas por castigo divino; de unhas afirma-se que forom queimadas, de outras que asolagadas. Melhor sería dá-las por aniquiladas polo eterno Saturno que traga e devora todas as cousas humanas que cría. Será talvés que deba atribuir-se a sua destruçón ao conflícto relixioso entre o home lacustre e o celta? “Armado este, escrebe Cailleux, do fogo e da espada, destruía onde queira que os achase os palafitos, último refúxio de unha civilizaçón gastada.” Certamente que a estas palabras, o mesmo, que às de quantos se ocupam de épocas remotas e desconhecidas, non se lhe pode dar mais que um valor relactivo; mas filhas de unha corrente tradicional que arranca do corazón mesmo do Indus, tem a sua alma e a sua realidade. Venhem das puras augas em que beberom os primitivos arianos. Nos poemas védicos, Indra, apelhidado Purandara, isto é, o destructor das cidades, aniquila aquelas às quais o himno sagrado denomina as esposas do demónio. Acompanhado na sua obra de destrucçón por Agni, o fogo. ¿Que extranho é que se quixo ver nestas cidades malditas, as lacustres? Todas as nossas lendas relactivas a estes assuntos, tenhem o seu equivalente em países da mesma orixe. Non se pode duvidar do seu estreito parentesco. Desafortunadamente, por non serem bem conhecidas non podem ser bem estudadas, mas o pobo que as conservou e aplica indistintamente, xá a esta xá a outra lagoa, fixo mais por elas que conservá-las; permite estabelecer a sua filiaçón e referí-las ao pobo céltico.

MANUEL MURGUÍA

 

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

ponte 53 IMG_2920

A Cordilheira da Paradanta.

ponte 54 IMG_2933

A enormíssima “Pena dos Namorados”.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (13)

Polo de pronto, a lenda que se conserva na Armórica, referente à Ker-Is e a sua inundaçón, debeu ser conhecida completa na Galiza, posto que os seus principais rasgos encontram-se adxudicados às poboaçóns lacustres que entre nós se suponhem submerxidas. ¿Talvez naquela se reuniron afortunadamente as lendas que sobre o mesmo asunto se conservam em diferentes localidades do país Bretón? A nossa cidade de Reiris, desapareceu misteriosamente, graçás à rápida inundaçón provocada por um mâgo: a de Ker-Is, polo desbordamento do pozo, cuxa porta abríu a filha do rei Gradlon. Este último detallhe encontrámo-lo consignado em Brandomil; também alí um pozo que desborda é causa da ruína da cidade que se asentaba naquela chaira. Convertida a filha do rei nunha sereia, os seus cantos som dolentes como as ondas, segúndo afirma a cançón bretona. Na lagoa do Carragal, é unha dama encantada a que poboa céus e àguas com os seus largos e tristíssimos xemidos. Estas semelhanças adquerem maior importância quando se adverte que no desenvolvimento posterior da lenda, se encontram também pormenores que podem ser equiparados aos que perseveram entre nós. Contando a submersón de Is, um trovador do século XII, asegura que “La damoiselle en eût pitié” do rei Gradlon e o salvou. Na lenda popular de Santa Cristina, a Virxem, despois de librar da inundaçón à pobre que a tinha acolhido, lêva-a consigo e a colma de riquezas. Isto sem contar com que o relincho do cabalo do rei armoricano vale bem, por esta vez, os bramidos do nosso Bruon. Por último, encontra-se a sereia unida a outros recordos mitolóxicos na lenda relativa à nossa hipotéctica ciudade de Veria. Conta Boán que no lago que avecindaba aquela poboaçón, habia unha grande serpente à qual matou Alceo de Verial, é dizer de Veria. Acrescenta que os Saavedras a cuxa família pertencia este herói, tomarom por divisa unha cidade asolagáda e a sêrpe (nos escudos) com unha maza na mán. A esta Veria, situada nas lagoas que deixam o Minho, Támaga e Ladra nas crescidas, destruída por render culto a Baal, com o qual, a nossa tradiçón une-se por sí própria ó recordo das superstiçóns galegas e ao carácter semi-sacerdotal que se adxudíca aos baluros. Com tal motivo ocurre perguntar, se acaso tiverom as nossas lagoas um destino relixioso ou se tán só estabam ligadas por leves reminiscências dos restos persistentes dos antigos cultos. Dous escritores do século XVII, Gándara e Boán, testemunham a crênça, viva ainda no seu tempo, de que, na lagôa de Santa Cristina e na cidade de Veria, prestou-se adoraçón ao velho ídolo de Baal. Non serám estas as únicas localidades em que se conservem semelhantes tradiçóns. Éco de outras anteriores, proba a larga subrevivênça das relixións antigas. Ker-Is, a cidade de Isis, perece pelos seus pecados. Santa Cristina e Veria, cidades de Baal, som igualmente castigadas por persistir na sua idolatría. Villaamil non encontra dificuldade em que nas lagôas de Santa Cristina e a de Antela tivesse habido templos. Pictet, a propósito da inscripçón de Volnay, acredita que nas cidades lacustres habia edifícios consagrados e ainda se alarga a atribuir-lhes a propagaçón do culto das àguas. Natural sería que os que viviam à mercêde das ondas, as mirassem como divindades propícias ou terríbeis, segundo a ocasión. Non obstânte, non consta a adoraçón das lagôas polos antígos galegos.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (CLXXXIII)

DIZEN MIAS GENTES POR QUE NON TROBEY

Dizen mias gentes por

que non trobey. a gran sazon

maravillan sen. mais non saben

de mia fazenda ren. ca se bê soubessen

o que eu sei. maravillar syam lo

go per mi. de como vív é de como

viví. se mais víver como víverei.

Mais nono saben nen lle lo direi

en quanteu viva ia p neu sen

mais calarmei con qnto mal me ven

semprassi mia coita sofrerei

ca eu non queo mía coita dizer

aquen sei ben ca non mia de poer

consello mais do que meu hy porrei.

Eo consello ia o eu hy fillei

que eu hy porrei cassi me con ven

morrer coitado como morre quen

non ha consello comogeu non ey

esta morte mellor me sera

ca de viver na coita que no a

par nena ouve nunca eu o sei.

E mellor est é mais sera meu ben

de morrer çedo é no saberen quen

por quen moír é que semp neguei.

CANCIONEIRO D’AJUDA (CLXXXIII)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

MONDARIZ-BALNEÁRIO

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

AOS ONCE ANOS DO INCÊNDIO DO GRAN-HOTEL DO BALNEÁRIO

Os veciños de Mondariz-Balneário non deben de crerse inda que o Gran-Hotel non existe. Se cadra, están os seus balos en pé. Pero nada máis. O tempo detívose o nove de abril do 1983, hai once longos anos. Desde entón, ninguén sabe, a ciência certa cando, en qué ano foi o lume. A pantasmagórica -pois que hai dados de que ainda non está formalizada- Sociedade Promotora de Turismo do Condado segue o seu camiño, sen resolver nada. O passado luns día 16 estaba prevista unha reunión que nen siquera tivo efeitos legais. Velaí, nas páxinas centrais, unha sembranza do que foi o incêndio e de como están as cousas agora mesmo. Aquel día foi como se parasen todos os relóxios da parróquia, en San Pedro, no Outón, no rio, na praza, na estrada. Aquel día, mentras o carrillón do Gran-Hotel facia xirar as suas agullas entoleadas polo lume e logo caía feito un facho acceso diante das olladas de todos os viciños axuntados às portas do lume, pararon os relóxios de Mondariz-Balneário. Agora sentámonos no Lurdes ou nas Colónias, a ver pasar o tempo, paseniño, de vez en cando un automóvil cambia de marcha na revolta e colle a pista, recen asfaltada, que vai a Vilasobroso, à espreita de que, dunha vez por todas, a Xunta ou a Diputaçión ou Pepe Castro ou quen sexa, arranxe a estrada que ven por Pias desde Ponteareas. Os relóxios deben seguir marcando a unha do serán, pouco mais ou menos, e os calendários, o nove de abril do 1973. Porque a cousa foi no 1973, non sí? Hai na parróquia, única parróquia de Galicia que ten goberno municipal, tal como deberia ser, división de opinións ou de lembranzas: foi hai sete anos, dí un. Non, que estaba eu no bachelerato en Ponteareas, hai máis, corta outra. Agora o tempo vese pasar de lonxe, como cousa allea e alguns aproveitam para ir velo pasar a outros lugares, a Mallorca, a traballar na hostelaria, que é o único que saben facer de toda a vida, veña Gran-Hotel e veñan portugueses burgueses tomar as medicinais àguas do lugar. En Mallorca, ou en Benidorm, uns aposentanse e ván chamando polos outros. Pouco a pouco, o Balneário vai ficando só coa sua soedade machadiana. Véndese, reclama o hotel pequeno, aposento dos non moi acaudalados que querian curar vai tí saber que reúma ou non sei qué cousa rara dos riles coas àguas de Troncoso ou coas da Gándara. Véndese, ofrece a casiña de pedra, à beira da estrada, catro patacos e logo a gastar os cartos para adecentala un pouco por dentro. Véndese, véndese tudo e ninguén quere comprar. Bon, iso de ninguén é moi relativo.

XOSÉ CURRAS (PUBLICADO EM “A PENEIRA” ANO I – 1984)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (14)

Tanto santo Martinho Dumiense, como o segundo Concílio Bracarense, referem-se únicamente às árbores, fontes e pedras. Non mencionam mais. O que non pode negar-se é que em todas elas parece perpectuar-se a lembrança da resistência das crênças antigas perante a doutrina do Evanxélio, pois a elas vai unido o castigo do céu que as abrasa ou anega: isto no caso de non ter tomado o efeito pola causa, e estabam destruídas e aniquiladas, supunham que milagrosamente e polas suas grandes culpas e extravíos tinham sido tán cruelmente tratadas polo céu. Que se sinálem na Galiza tantas cidades de Valverde destruídas e cobertas polas àguas e que a mais de unha se lhe chame “Lucerna”, acreditamos sexa reminiscência dos românces de milágres que se compuxérom e cantarom à porta da igrexa de Santiago, românces cuxa extensón debeu ser grande polas circunstâncias especiais desta romaría. Encontrámo-los pertencentes ao cíclo carolinxio, e portanto supômos fundadamente que entre eles haberia algum, tomado de aquel passaxe da “Vida de Carlo Magno”, polo pseudo Turpin, no qual se narra a destruçón da cidade de Lucerna no Val Verde. Rodeada de fortes muros que lhe permitirom resistir o poder de Carlos, só pudo ficar inhabilitada e desfeita, graças ao milagroso auxílio de Deus e do Apóstolo Santiago. Segundo a Crónica, no seu centro formou-se um puzo de àgua negra, no qual viviam grandes peixes, todavia mais negros que as àguas. E ¿Quem non vê nestes detalhes da tradiçón apoiáda nos feitos e declarada a existência de outra cidade lacustre mais na nossa Galiza? A lenda extendeu-se a outras localidades, graças à Crónica ou aos românces, é mais que probábel. Também a lembrança da cidade de Lucerna, consignado na Crónica, está bassado num fundo tradicional, e feitos e detalhes e nomes tomados de lábios populares, e talvés também da extricta realidade. É mais, pode-se sinalar com mais seguridade que até agora, a localidade à que se refere o falso Turpin. Non sería outro que o lago Carrucedo, no Berço, ao qual vivem unidas todavía várias e curiosas lendas próprias da maior parte das estaçóns lacustres. O val “verde e forte” non sería outro que o de Valcárcel, sobre tudo quando se menciona a Carcesa, em Val-Verde, e Valverde está perto do lago.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

                   PORRINHO

(PORRO, ALHO, CALO, PORRON, PORRACEO, PORRADA, ESPECIE DE PORRETE OU CLAVA)

  ( UNHA BOTA DE VINHO, E UNHA BOLA DE PAN DO PORRINHO )

PORRIÑO 11 IMG_2772

Unha Vila unha feira, no cruce dos caminhos de Vigo, Redondela, Tui e Pontareas.

PORRIÑO 0 IMG_2769

O Concelho de Porriño.

PORRIÑO 2 IMG_2771

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AXUDA (CCXXIX)

Amigos non posseu negar

a gran coita que damor ei ca

me veio sandeu andar e con

 

sandeçe o direi. Os ollos verdes

que eu ví, me façen ora an

dar assi.

Pero quem quer xentendera

a questes ollos quaes son

e dest alguen se queixara

mais eu ia quer moira qr no.

Os ollos verdes que eu vi.

Pero non devia perder

ome que ia o sen no a.

de con sandeçe ren dizer.

e con sandeçe digueu ia.

Os ollos verdes que eu vi.

CANCIONEIRO D’AXUDA (CCXXIX)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PORRIÑO 8 IMG_2767

 

PORRIÑO 9 IMG_2765

“Arcadas longas de Pedra.  Retumban um berro longo.”

PORRIÑO 5 IMG_2763

PORRIÑO 6 IMG_2764

PORRIÑO 11 IMG_2770

Protexen da chúvia persistente.

PORRIÑO 12 IMG_2774

PORRIÑO 13 IMG_2775

Unha nostálxica drogaria.

PORRIÑO 14 IMG_2777

O Eclecticismo, feito arquitectura.

PORRIÑO 19 IMG_2762

Fonte “Non Potábel”, sinal de desleixo.

PORRIÑO 30 IMG_2761

Boa Casona.

PORRIÑO 31 IMG_2760

PORRIÑO 21 IMG_2757

Aquí está o malandro, esmagado pela “Arquitectura do Analfabetismo” circundante.PORRIÑO 33 IMG_2753

Bonito Oásis de petra.

PORRIÑO 15 IMG_2751

Demo de Criatura, a tentadora Bola de Pan do Porrinho.

PORRIÑO 16 IMG_2754

Coitada, xa perdeu o encantador carrapicho retorcido da sua xuventude.

PORRIÑO 35 50

Viva o ministro da Agricultura.

PORRIÑO 40 IMG_2749

O Tren, que me levava caminho a Caminha, e agora me deixou abandonado aquí nesta porrinha.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (15)

OS POBOADOS DAS ALTURAS

Com os restos das presumíbeis poboaçóns, situadas noutro tempo no mais alto e mais àspero das nossas montanhas, sucede o mesmo que com as lacustres: a tradiçón asinála a cada passo os lugares onde podem desde logo levar com algunha seguridade as investigaçóns. Conforme com ela, vemos a cada momento que localidades obscuras e apartadas, com ruínas mais ou menos interesantes, se denomínam A Cividade, que outras levam nomes de cidades situadas em diferêntes rexións, unindo-as resoltamente à vida, martírio e lenda de tal ou qual santo; e enfím, que non faltam as que graças às reminiscências clássicas dos que buscabam outra Calcedônia, outra Arménia, outro Píndo, as situabam alí onde mais lhes convinha ou mais quadraba com as suas suposiçóns e fábulas. Dase vida às imaxinárias, e multiplicabam-se as que fora de toda dúvida existirom. Assim a nossa Citânia passa-lhe o mesmo que à Alesia francesa, e diversas e ainda distantes localidades disputam-se a glória de haber presenciado aqueles encarnizados combates, em que o valor galego fixo frente às águias de Roma. Sem que acreditemos que por agora os materiais acópiados som suficientes, nem sequer para ter a seguridade de que nos lugares asinalados existem as ruínas que na imaxinaçón de alguns tomam as proporçóns e a vida da realidade, non por isso entendemos que se debe fazer caso omíso delas e condená-las a um silêncio que non merecem. Excepçón feita da Citânia portuguesa que foi ditosamente explorada, as que hoxe podemos sinalar non som muitas nem tampouco características. Mas, quando menos, a título de documento e como base das mais fecundas investigaçóns, podem e debem ser asinaladas à atençón dos arqueólogos e dos historiadores galegos. A mesma vida que recebem dos forxadores de antiguidades, probam que nos sítios recordados existíam quando escrebiam eles, restos, mais ou menos dignos de apreço, de antiquíssimas e rudimentárias poboaçóns. ¿Pode-se chamálas prehistóricas? ¿pode afirmar-se que forom levantadas por pobos anteriores ao celta? Certamente; mas os restos da Citânia portuguesa probam que forom habitadas também por xentes arianas. Talvez lhe passou o quê das cidades lacustres, e o celta vencedor arroxou delas aos seus primeiros donos, e apoderou-se das desertas vivendas. Desgraçadamente, daquelas cuxas ruínas existem entre nós, nada pode asegurar-se. Nem forom estudadas, nem todas se conhecem. A solidón habita esses lugares desolados, mas poéticos, em que se conservam os restos de unhas poboaçóns misteriosas, sem passado, sem história, sem monumentos quase, mas que graças às tradiçóns que tomarom raíz no seu chán e como quem dí as envolve, lográrom vencer o esquecimento dos homes.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO DE DOM DENIS (CBN 1540)

Disse-m’hoj’ um cavaleiro

que jazia feramente

um seu amigo doente

e buscava-lhi lorbaga,

e dixi-lh’eu: “Seguramente

come-o praga por praga”

.

que el muitas vezes disse

per essa per que o come

quantas em nunca diss’home;

e o que disse beno paga

ca, come cam que há fome,

come-o praga por praga

.

que el muitas vezes disse;

e jaz ora o astroso

mui doente, mui nojoso,

e com medo per si caga,

ca, come lobo ravioso,

come-o praga por praga.

.

DOM DENIS (REI DE PORTUGAL) CBN 1540

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

                          TUI

 (Tui, Tuim, Tuia (árbore conífera,  ciprés),  Tuicion (defensa Xudicial).  (Tude, Tudense, Tudesco (Aleman, antigos Germanicos).   (Turonia, Tours, Turonenses, Turdetania.) (Tulle (cidade do Limosin Frances), tecido transparente.

TUI IMG_2684

A bella cidade ergue-se xunto do pai Minho, como um tudesco ciprés de pedra.

TUI 2 IMG_2704

                Quando de pequeno em Lisboa me preguntaban donde era, a verdade é que passava graves embarazos, pois a minha verdadeira Patria era Guillade, a minha tribu e o meu Clan.   Mas dicer a um Portugues que era de Guillade, representava o mesmo que responder quase nada, e perante a ausência dum pais Galego reconhecido, limitavame a responder como muitos galegos “eu son do Obispado de Tui”.             Sómente muitos anos mais tarde me dei conta, que este recurso era utilizado por muitos dos emigrantes Galegos em Lisboa, quem perdidos neste labirinto cultural e político, reconhecian abertamente á velha Tude, o rango de cabeça do seu País.

TUI 3 IMG_2699

TUI 4 IMG_2700

TUI5 IMG_2701

TUI 6 IMG_2702

TUI 7 IMG_2698

TUI 8 IMG_2697

TUI 9 IMG_2703

TUI 10 IMG_2707

TUI 11 IMG_2710

TUI 12 IMG_2711

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLV)

Por quem o poiderom eles saber?

Estes que ora dizen mia sen

nor. que saben ca vus quereu

muy gran ben, pois en nunca

per mi souberen ren. querria

agora seer sabedor. Per quen o

poderon eles saber. pois mio vos

nunca quisestes creer.

Ca mia senor semp o eu neguei

qñteu mais pude assi ds me pdon

e dizen ora quantos a qui son

que o saben mais como saberei

Per que no poderon eles saber.

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLV)

TUI 13 IMG_2712

TUI 14 IMG_2720

Há unha espécie de xanelas de aluminio, no conxunto monumental da fortaleza, que reclaman ó céu.

TUI 15 IMG_2716

TUI 16 IMG_2714

TUI 17 IMG_2715

TUI 18 IMG_2713

TUI 19 IMG_2717

TUI 19 IMG_2718

TUI 21 IMG_2708

TUI 22 IMG_2706

Estas ruas e casas, tenhen que ser protexidas da Barbárie circundante.

TUI 23 IMG_2722

TUI 24 IMG_2724

TUI 30 IMG_2689

TUI 31 IMG_2690

TUI 33 IMG_2691

TUI 34 IMG_2693

É como se quixeran afogar o Timplete em plásticos.

TUI 35 IMG_2685

Talvés aqui se poida comer unha boa Lamprea á Tudense.

TUI 1 IMG_2682

.OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (16)

Eram muitas, mas pode asegurar-se que começarom a tumbar e morrer, desde aquel momento em que, trás a catástrofe do Medulio e a última victória de Augusto, ordenou o César, que os galegos abandonaram as suas vivendas nas alturas e baixássem para morar nas cháns. Desde entón acá, deçanove séculos passarom sobre as suas ruínas: ¿que quedou delas? O desamparo e a morte forom os seus eternos donos: Os ninhos d’águia (os Guillades), viron-se arrassados, e xa non mais criárom os seus pequenos. Merecem desde logo a nossa atençón a da Limia e a de Xubia, pola especial circunstância de que ambas franqueabam duas estaçóns lacustres. Elas som testemunhas de que non todas sucumbiram baixo o peso do decreto de Augusto, pois hainas, como a de Limica, que chegarom até mais alá da época romana. Famosa polas suas xentes, famosa polas suas lembrânças e por haber sido pátria do bispo Idácio, o nosso primeiro historiador, foi conhecida em tempos recentes e ainda hoxe se a conhece entre o vulgo baixo o nome de “A Cidade”. Este centro ou foro dos lémicos, ocupou no elevado monte do Viso, unha chán de perto de duas milhas de circunferência, desde o qual rexistra e senhorea o val que se estende aos seus pés. Ainda se encontram, explorando o seu recinto, tixolos, fragmentos de sepulcros, pedras labradas, inscripçóns latinas; nunha palabra, quanto pode delatar a existência do antigo “Forum Limicorum”. Em frente levanta-se unha pequena colina, castro talvés, cuxa parte superior é chán, com unha milha de circunferência, cercada de foso e contrafoso. O mesmo que da velha Lémica, ainda que menos poderosa, pode dizer-se da denominada “Cidade de Xubia”, pois com tal nome é conhecida. O P. Sobreira, que a recorda (a finais do passado século), afirma que se encontra situada “à banda occidental do monte dos “coronados”, vulgo, monte d’Ancos, que é chán na cima” , e non deixaría a sua exploraçón de dar curiosos resultados, por estar emprazada em país de grandes lembrânças célticas. Feita esta breve excursón a país distante e somente para xuntar duas poboaçóns das alturas, situadas perto de outras duas estaçóns lacustres, voltemos à Limia e altas montanhas por onde leva as suas àguas o celebrado Lethes, que tán abundante se nos presenta em ruínas e tradiçóns relativas ao nosso assunto, que quase pode dizer-se que ela só encerra a maior parte das poboaçóns das alturas de que conservámos memória.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLIII)

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLIII) (ONDE EU NON VOS VISSE VER)

Parti meu de vos mia sennor

sen meu grad ua vez aqui. e na

terra u eu víví. andei sempre

tan sen sabor. Que nunca eu

pude veer. de rem u vos non

vi prazer.

Na terra u me fez morar

muito sen vos mia señor ds

fez me chorar dos ollos meus

e fez me tan coitad andar

Que nunca desque me.d.q.

E des que meu de vos quitei

fezo me sempr aver de pran.

nro señor mui grand affan

e sempre tan coitad andei

Que nunca eu pude veer

E non poderia prazer

u eu vos non visse veer.

.

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLIII)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O PELOURO

.   O PELOURO É UM MUNDO

.A IMG_5052

.A IMG_5053.

.A IMG_5054

.A IMG_5056

.A IMG_5058

A IMG_5059.

A IMG_5060

.

A IMG_5061

.

A IMG_5062

A IMG_5063.

.   AQUI APRENDEN  A LIDAR COM A COMIDA

A IMG_5064

.          CAMINHO DO AMOR PELO SABER.

A IMG_5065

..

A IMG_5066

A IMG_5067.

.A IMG_5068.

.

A IMG_5069

..

A IMG_5070

..

A IMG_5071.

.A IMG_5072

.           (INSTITUICION LIVRE DE ENSINO)

A IMG_5073.     Fai quarenta anos que lhe dixo ós seus pais, que queria fundar unha escola neste hotel da família. Oxalá que alguêm estexa á altura de tomar o relevo.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (17)

A lenda de santa Eufemia, debe ao martírio a circunstância de que se a nomeie a cada instante. Consistem as suas ruínas nos restos das muralhas e montóns de pedras, acerca de cuxa disposiçón só se pode afirmar que, segundo Muñoz de la Cueva, “a certos sitios do val lhe chamam até hoxe (1700) as ruas de Santa Eufemia.” Chamam-na indistintamente xá Obobriga (Rivadavia), xá Calcedonia; que se o primeiro nome permite identificar o lugar do martírio na Galiza, permite á sua vez o segundo adxudicar à santa galega os feitos da calcedoniense. No que vam conformes, é em assinalar o lugar do martírio no terríbel despenhadeiro que se vê no alto da serra, que separa os rios Caldo e Limia, e em pôr cercanos ao precipício os vestíxios que todavía se conservam, da cidade na qual se confessou cristián, e foi por isso condenada Eufemia. Tudo naqueles lugares indica que estiverom sumamente poboados em tempos pre-romanos, que as ruinas das antigas cidades, tenhem que ser muitas, mas as que sinalámos na actualidade, e que por alí, debe por tanto buscar-se as da verdadeira Cinania. Abundam as tradiçóns e os monumentos também, a poesía os conságra, non lhes falta a lembrança dos homes. De San Xoán de Baños (Bande) escrebe o Padre Sarmiento que há memória de que houbo perto unha poboaçón: “e é muito pressumíbel, afirma, que fosse no terreno de Santa Comba e Banhos, e que alí houbesse unha pousada da vía militar que vinha de Braccara para Astorga por Entrimo.” Algo mais, que unha simples mansón sería, quando se supón que de alí forom levadas as relíquias da arte romana, que aquel ilustre antiquário atopou na igrexa de Santa Comba, “antiga e pequena”, e que consistiam em “quatro columnas de alabastro de arquitectura romana”, así como outras várias pedras também de alabastro, que conhecidamente som alheias ao tempo e ao templo, em que forom encontradas. Das ruinas de Sales, que também se encontram naquelas comarcas, pode desde logo afirmar-se, que ainda som mais importantes: distíngue-se todavía unha rua e outros vários pontos ainda se conservam vissíbeis restos de antigas e non despreçábeis fortificaçóns. Nas lembranças populares, nas vidas dos santos e na história da igrexa de Ourense, comparte com santa Eufemia o interesse e a adoraçón dos fiéis, a virxe e mártir Santa Marinha. Os lugares em que viveu e padeceu, som os mesmos: só o nome é diverso. Armeá, da qual fixéron unha nova “Armenia” nas lendas da santa, está também na Limia. O P. Sotelo (Hist. de Galicia), afirma que num montículo do têrmo de Perrelos, (…) estaba unha cividade à que os naturais do lugar chamam “Armeá”; “non de grande circunvalaçón, mas para aqueles tempos fortíssima, assim por natureza como por arte, porque ainda permanecem em parte os vestíxios dos muros ao parecer inexpugnábeis. A meia légua avistamos outra cividade, à qual chamam Tarraco, em nada menos forte que a outra, e parece ser que poboarom as aldeias que estám nas faldas dos montes. Ainda existem vestíxios innumerábeis por estas montanhas, e muitos nomes gregos puros.”

 

MANUEL MURGUÍA

 
Anuncios
 
Report this ad

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO FILHO DE TROVADORES

Tal como os Portugueses, parece ser que tamém o Fado perdeu as suas orixens, ou o que seria muito mais tríste, envergonha-se dos seus âncestros.  ¡¡ Fado, que foste Fado, e agora xá non es !! ¡¡ Fado, que te voltaron, co’a cabeza prós pés !!   Toda unha récua de teóricos do tema, buscan mais alá do Lyssos, esquecendo o país Atlântico no que nos encontramos, e a sua grande Cultura Trovadoresca, orgulho e prazer das nossas xentes, para adentrarse em desvarios carnavalescos sobre o nascimento do Fado.  Onde mais se nota esta aproximacion ás fontes da velha Trova, é sem dúvida no Fado de Coimbra, que conserva toda a frescura galante, mamada nas Cançons da Lírica Medieval. A forte personalidade deste país sentimental, a alma bohémia dos trovadores, tudo unido por unha portentosa Fala que acabou alumbrando este querido  filho das xentes do comun.
Fermossíssimas verbas, para a xenialidade poética e musical das nossas xentes, para o son das gaitas e das zanfonas, dos torques dourados e das saias multicolores das minhotas, da sagrada obstentacion Celtica no disfrute da vida.

Léria Cultural

.OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

A PENEDA

A Peneda é un lugar cunha longa historia ás costas: dende a prehistoria, cando foi un asentamento castrexo, ata a actualidade, que temos a ermida da Virxe das Neves. A fortaleza de Castrizán representou só un episodio, pois estivo en pé menos de dous anos, pero puxo en xaque ao veciño castelo de Soutomaior e tivo un final épico. Erguese en 1477 por orde do arcebispo de Santiago Alonso II de Fonseca nun enclave estratéxico. A Peneda é un miradoiro excepcional sobre o val do río Verdugo e a ría de Vigo e está situado na zona fronteiriza entre o arcebispado de Santiago e o bispado de Tui, daquela controlado pola liñaxe dos Soutomaior. O arcebispo compostelán era inimigo acérrimo de Pedro Madruga de Soutomaior, quen lle tiña arrebatado algúns dos seus dominios na parte sur de Galicia. Ademais de polo control do territorio, enfrontábanse por estar en bandos opostos na guerra de sucesión castelá que se estaba a librar naqueles momentos. Alonso II de Fonseca era partidario dos futuros Reis Católicos, mentres que Pedro Madruga apoiaba a Xoana, mal chamada a Beltranexa, e ao seu marido, o rei Afonso V de Portugal. Neste contexto de enfrontamentos nobiliarios, o conde de Benavente toma a Pedro Madruga como prisioneiro e teno retido en Castela durante un ano. Alonso II de Fonseca ve a súa oportunidade e recobra o control de territorios como Pontevedra e Redondela. Como parte do seu plan para reforzar a súa autoridade, asegurar a seu señorio e impedir calquera incursión que puidese vir do reino de Portugal, manda construír unha serie de fortificacións, entre elas a de Castrizán. Outra situouna na ponte de Ponte Sampaio, onde o río Verdugo segue a marcar o límite entre a arquidiocese de Santiago de Compostela e a diocese de Tui-Vigo. A fortaleza da Peneda foi levantada rapidamente, entre agosto e setembro de 1477. Álvaro de Barcia ou Varcea, home de confianza do arcebispo, foi nomeado alcaide. Castrizán controlaba toda a ría de Vigo e a súa rede de camiños pero, o máis importante, é que vixiaba perfectamente o señorio de Pedro Madruga, posto que se situaba nunha cota máis elevada – 320m fronte aos 170m do castelo de Soutomaior-. Como escribiu o cronista Vasco da Ponte, o arcebispo construíu a súa fortaleza “nas barbas de Soutomaior”. Así pois, Castrizán foi un claro exemplo de fortaleza medieval de asedio, unha fortificación con evidente carácter ofensivo pola súa proximidade a Soutomaior e a súa posición de dominio en altura. Xosé Sánchez estudou a historia desta fortaleza a partires das fontes escritas e os vestixios que aínda nos quedan. Descríbea como unha fortificación perfectamente adaptada ao terreo e construída desde cero sobre a rocha do monte coa pedra deste lugar. Tería un perímetro amurallado que podemos ver en parte no actual recinto da ermida da Peneda e incluso unha barbacá – fortificación para defender a entrada-. O acceso norte que viña de Soutomaior, abovedado, aínda se pode ver hoxe en día. No interior do recinto estaría o patio de armas, cos almacéns de comida e a torre da Homenaxe. Esta torre sería de planta rectangular, con tres pisos e unhas dimensións considerables, de 10 x 6 m aproximadamente, debido a que funcionaba como residencia do arcebispo nas súas viaxes á Galicia meridional.

SILVIA CERNADAS MARTÍNEZ

 

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (18)

Nón serán estas comarcas montanhosas e esquecidas as únicas que na Galiza conservem tais monumentos e lembrânças. Outras tán ásperas serras, e outros tán retirados lugares, como os que acabamos de mencionar guardarám intáctos todavía os restos das suas primitivas fortificaçóns e as vivas pegadas de que a xente à qual debemos patria, fala, tradiçón, poesía, quanto constitui o nosso passado, tudo quanto é vida da vida deste pobo. Encontrámo-lo alí onde o Narahío passa silencioso por entre as rochas e prantíos e bosques seculares; vexámo-los agora naquela outra rexión montanhosa e solitária onde o Ézaro, ao precipitar-se no caudal das suas àguas sobre o Oceâno, forma a incomparábel cascada do seu nome. E, perto dela, ouvindo o bronco rumor da corrente que se despenha desde a altura sentindo brilhar no horizonte a extensa linha do mar que rompe nunhas praias, que o mundo antigo acreditaba ser o último confín da terra, eleva-se o monte Pindo com os seus cinco colhados cobertos de árbores e malezas, cheios de frescura e tán fermosos como aqueles outros da Grécia, farto gratos às Musas. Ven-se aquí e alí grandes bloques de granito, muitos com sinais do seu primitivo destino relixioso. Entre eles unha enorme rocha vacilante, que os homes sacarom do seu sítio, temerosos de que se desprendera um día e, causa-se danos irreparábeis. O Padre Sarmento, que visitou estes agréstes lugares a meiádos do século passado, afirma que no colhado que mira cara ó despenhadeiro do Ézaro elevába-se um antigo edifício, e que ouvío dizer a um rústico, que era a imitaçón da Torre de Hércules da Coruña, e que había alí “ruínas de edifícios, xardins e calzadas, tudo de silhares”. Opinaba, em vista disto, que podía ser um faro -opinión que ainda hoxe sostenhem alguns, – mas resulta impossíbel, para nós: melhor seríam restos de unha torre dos tempos medievais, para vixiar a costa, á maneira das que ainda podem ver-se desde Cambados a Carril, tanto, que ainda conserva o nome de “Torre Fiel”, nome farto significativo como se verá quando se trate da mitoloxía galega. Os que conhecem a localidade, aseguram que se atopam por aqueles paráxes, abertas em algunhas rochas, inscripçóns muito curiosas cuxas letras com desconhecidas: non as letras, senón a sua leitura, é o que resulta difícil, e em ocasións também o mesmo sentido, como sucede na que temos e ofertamos mais adiante, que parece unha excomunhón e alude sem dúvida a prácticas xentílicias, ou aos habitantes de um castelo, que alí púido existir. Tal vez o que a muitos lhe parecem restos de um faro, non sexam senón os desta fortaleza.

 
 

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

AI, QUE SOLINHA QUEDACHE MARÍA SOLINHA!

María Soliña foi detida e torturada nas cárceres segredas do Santo Ofício no ano 1621. Acusada de entregar a súa alma ao diaño e de possuir poderes demoníacos capaces de causar os máis terribeis males, foi sobmetida a tortura física e psicolóxica até que confesou: ser bruxa desde había máis de dúas décadas, afirmando ademais na súa desesperaçón que chegara a manter tratos carnais co demo, o cal se lhe aparecia em forma de home. E mentras isto declaraba, María Soliña suplicaba clemência ao Tribunal proclamando o seu arrependimento, pois asseguraba que só renegára do Nosso Señor de palabra. O 23 de Xaneiro do 1622 chegou por fim a sentênça: foi condenada cunha confiscaçón de bens, debendo portar o hábito penitencial durante meio ano, Non sabemos se chegou a cumprir toda a pena, pois probabelmente a súa vida non duraría muito máis. Xá que as consequências do tormento, non podían deixar de notar-se nunha mulher de setenta anos de idade. A súa acta de defunçón nunca foi atopada até agora. Tal vez algúm día descubrámos onde repousan os seus castigados restos.

COUSAS DE (NÚMERO 6)

.

LONGA NOITE DE PEDRA

Polos camiños de Cangas

a voz do vento xemia:

ai, qué soliña quedache,

María Soliña.

Nos areales de Cangas

muros de noite se erguían:

ai, qué soliña quedache,

María Soliña.

.

As ondas do mar de Cangas

acedos ecos traguían:

ai, qué soliña quedache,

María Soliña.

.

As gueivotas sobre Cangas

soños de medo tecían:

ai, qué soliña quedache,

María Soliña.

.

Baixo os tellados de Cangas,

anda un terror de auga fría:

ai, qué soliña quedache,

María Soliña.

.

CELSO EMILIO FERREIRO (1962)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (ESTES OLHOS MEUS)

Estes meus ollos nunca per

deran, sennor gran coita mentreu vi

vo for e direi vos fremosa mia

sennor destes meus ollos a coita

que an Choran çegan quandal

guen non veén. ora çegan por algue

que veém

Guisado teem de nunca perder

meus ollos coita e meu coraçon

estas coitas senor minhas son

mais los meus ollos por alguen veér

Choram çegan quandalguen non véem.

E nunca ia poderei aver ben

pois que amor ia non quer nen quer deus.

mais os cativos destes ollos meus

morreran sempre por veer alguen

Choram çegan quandalguen non véém

.

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXXXVII)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (19)

Assim como sería inútil discorrer acerca do sistema de construçón usada nos nossos palafitos, pois, que non forom estudados ningúns, assím também respeito da habitaçón humana nas cidades prehistóricas ou nas casas das aldeias das alturas. É possíbel, que as nossas casas primitivas foram verdadeiras “huttes”, mas as atopadas na Citânia portuguesa (Briteiros) som de pedra, e ao que parece semelhantes aos “nuraghes”. Non obstânte, as rudimentárias moradas a que aludimos non deberíam ser-nos desconhecidas: queda unha lembrança delas nos espigueiros aos quais chamamos “cabanas”. Levantadas sobre postes para combater a humidade e o ataque imprevisto das féras, eram fabricadas com grossas ramas de carbalho entrelaçadas, com unhas formas parecidas às que tiverom despois as de pedra. O teito era de palha, como ainda se pode ver nalgunhas casas do Berzo, e as paredes com peles à maneira das barcas dos ártabros, das quais, ao dizer de Estrabón, eram de vimes entretecidos e revestidas com couros de vaca. Os mesmos gregos, conhecerom estas sinxélas habitaçóns e o antígo morador do Lácio também. Non há como comparar a urna cinerária de Alba, que imita unha casa da época, com unha das nossas actuais “cabanas”, para notar de seguída a semelhanza. Os que acreditavam que, ainda reducidos a cinza, continuabam no mundo, unha como sombra da sua existência, os que pensavam que a tumba era unha nova morada do home, igualabam na forma, assím como no seu corazón e nas suas esperanças, a casa dos vivos com a dos mortos e reproduciam gostosos aquela em que de momento viviam, e a que haberiam de habitar para sempre. De mais ou menos importância, de maior ou menor diámetro, estas casas rudimentárias, deberiam cubrir num princípio as plataformas dos “castros”. E alí onde o home prantaba campos de cereais ou extensos pastos, no meio da chaira ou no interior dos bosques, nas marxéns dos rios ou na ribeira do mar, alí se levantabam estas primitivas vivendas, xá ailhadas, xá em pequenos grupos, formando os numerosos burgos de que se encontra memória nas descripçóns xeográficas que do nosso país deixarom gregos e romanos. Morada de um dia, e feitas como quem passa pronto e non é contado, non eram na verdade iguais áquelas outras, nas que dormiam os “heróis” o seu sono eterno, baixo as losas tumulares que cubriam os seus restos.

MANUEL MURGUÍA

 
 

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

 

                 REDONDELA

CHÚ – CÚ – RRÚ – CHÚ, ONDE VAS VELHA?

CHÚ – CÚ – RRÚ – CHÚ, A REDONDELA!

 

PONTEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2442

Esta é a Vila dos viaductos.

PONTE 2AAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2446

O rio permanece milagrosamente vivo.

LEIROS AAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2444

A Heroica mansion de D. Manuel José Leirós Giraldez.

 

TIMPLETEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2448

Para respeitar esta xoia, é xusto e necesário  retirar todo este ínglore pavimento.

XARDIN AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2445MERCADO AAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2449

O buliçioso Mercado Municipal.

PEIXE AAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2451

Os tres salmonetes, que me vendeu esta Linda e Asseada Senhora minha, foron os melhores que comin xamais.

VIADUCTOAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2450

O segundo dos Viaductos, que penden ameaçador sobre as cabezas das xentes.

VIA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2453

RIOAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2452

FONTE AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2458

Unha fonte  con “Agua no Potable”, é sinal ínequivoco de desleixo.

IMG_2462

O Pazo do Concelho

PAZO 2 AAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2463

Esta é unha das Vilas, com mais redemuinho populacional nas suas ruas.

RUA 2 AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2468

Conserva um par de ruas velhas, que xunto com o rio e a ria guardan a alma deste povo.

CASA 1 AAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2469

TORRE AAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2470

!!Albergue de pelengrinos!!

TORRESMO AAAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2472

BANCO AAAAAAAAAAAAAAAAAIMG_2467

Um remanso, para a alma.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (20)

Tratando-se de povoaçóns das alturas, forzoso é falar dos “Castros” esses especiais monumentos. Na realidade, aquelas primitivas cidades, asentábam-se todas elas em grandes castros, cuxo destino dá bem a entender o nome com que as recorda a tradiçón. Desde a Cinânia portuguesa até à galega Armeá, à qual, como queda dito, chamou castro o Padre Sarmiento, todas o som. Ao mesmo tempo fortaleza e cidade, presentam-se ao nosso arbítrio baixo todos os aspectos na que a cidade antiga pode ser considerada, isto é, como templo, como morada do xefe e por tanto como tribunal e lugar de asambleia. O seu destino relixioso o proclamam os castros Nemeño e de Rebón; o xurídico, o de Faramello, conhecido também por castro Lupario, nome que denota residência real; como lugar de asambleia o de Santa Susana (Santiago); como fortificaçón o aspecto e disposiçón de todos eles. É pois o monumento mais curioso que a idade antiga nos legou. Se queremos dar unha ideia destes monumentos com as mais breves palabras possíbeis, bastará dicer que o “castro” é o “oppidum” dos galos. Varíam na forma, ainda que non tanto como na extensón, e por conseguinte na importância; mas, no fundo som o mesmo, isto é, unha colina mais ou menos acentuada, que se aproveita e dispón para a defesa de um pequeno território. Dentro de um murado recinto pode abrigar unha pequena povoaçón. Com grande verdade, afirma o vulgo que os castros se vem uns aos outros. Assim é. Nunca se encontra um só, mas sí os necessários para formar unha linha circular de primitivas fortificaçóns que guardam unha cidade ou um val, unha rexión dada. Enlazam-se os uns aos outros e correspondem-se, continuando polas estribaçóns das montanhas, como os vales que se sucedem ao longo do país galego. Talmente, unha serpe de inumerábeis aneis, que se estênde e enrosca indefinidamente. O mesmo Castro é como unha espiral que vai do chán o cûme, dando as suas, duas, três ou mais voltas ó redor da colina.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

QUEM FOI VASCO DA PONTE?

Vasco da Ponte ou Vasco de Aponte foi o principal cronista que temos, para conhecer a história da Galiza no século XV e inícios do século XVI. A sua única obra conhecida é a “Relaçón Dalgunhas Casas e Linhaxes do Reino da Galiza (título da ediçón em galego). Sabemos que foi vasálo do conde Fernando D’Andrade, mas pola quantidade de espaço que ocupam os Souttomayor na sua obra, e pola maneira com que fala das façanhas de Pedro Madruga, podemos acreditar que no fundo admiraba ao cabeza da família Souttomayor.

SILVIA CERNADAS MARTÍNEZ

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

VASCO DA PONTE (ASÉDIO A CASTRIZÁN)

O ASÉDIO NARRADO POR VASCO DA PONTE

“Unha noite de chuvia (Pedro Madruga, conde de Caminha) entrou con eles (os seus homes), e o casteleiro Álvaro de Barcia, con vinte peóns consigo, meteuse na barra da casa (a torre da Homenaxe) que era moi forte, pero tanta dilixencia puxo o conde, que ao amencer xa tiña con el a catrocentos homes, e tiña a ponte San Paio gardada para que non pasasen por ela os inimigos a socorrer aos cercados. Tamén puxo arredor da torre onde os outros estaban pechados, moitos bancos, picos, pas de ferro, béstas e espingardas, que ninguén podía asomar por eles, e batendo e desfacendo os cantos da parede polas esquinas, empezou a torre a estremecer, e o conde e os seus dicían a altas voces: – Caer, caer quere. E entón falou Álvaro de Barcia, e dixo: -Señor conde, asegúrenos vosa señoría de morte e de lesión e eu e todos os meus seremos bos prisioneiros. Aseguroulles o conde, e eles entregaron a forza (a fortaleza), e atendeunos ben no que lles prometera, e tívoos presos namentres foi a súa vontade, e logo soltounos. E así o conde quedou desasombrado das cousas que máis o anoxaban e arrasou a casa pola metade do chan, e por moi presto que ao arcebispo lle deron as novas do cerco, e aínda que veu a socorrelo con moita dilixencia, antes de que chegara á metade do camiño dixéronlle como Castrizán fora tomado e el botando bágoas polos ollos dixo: -Que en mala hora sexa!”

VASCO DA PONTE

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

 

Nas marinhas, afirma o P. Sobreira: “somm os castros de duas columbres (corpos), em todas as montanhas som de unha, em Sanles de quatro e mais, em Trasdeza de um coto e um curuto (cumbre) situados em baixo, contra a lei de todos os demais”. Tenha-se por exacta esta observaçón, mas só no essêncial se pode aceitar por completo. Nunha mesma rexíon, em frente uns dos outros, encontrá-mo-los de diferentes corpos. E non há que extranhar; a sua forma dependia da importância e extensón da fortificaçón, melhor ainda das condiçóns da colina na qual se construía. Por isso non pode assinalár-se a cabida das coroas, nem a altura do monumento. Grandes ou pequenos, de um ou mais corpos, estes monumentos venhem a ser unha colina natural ou artificial, a cuxa cûme se ascende por um caminho em espiral e em cima que aparece plana, puido emprazar-se unha poboaçón, ou aloxar-se certo número de combatentes. Chamase-lhe “Castros ou Crátos”, ainda que estes últimos poucas vezes e em algunhas comarcas “Croas” polas plataformas circulares em que terminam. O caminho que a estas últimas conduce é, como xá queda indicado, em forma de espiral, sem parapeto unhas vezes e à maneira de unha sinxéla rampa: outras, tenhem defendidos estes caminhos com muralhas ou parapetos de terra. A cima ou “Croa”, aparece polo xeral ao descoberto e em fartas ocasións circuído por um grosso muro de terra, alto e com declíve cara ó centro do Castro. Acreditasse que estes som os mais antigos, pois existem outros em que a muralha é de pedra, da altura de unha pica, afirma Castellá, descrebendo o Castro Lupário. O da Arreten (Padrón) conserva os restos da muralha, tería sído como de meio metro de grossor com argamassa. O denominado Castro Valente, que franqueia o río Ulla, antes de desembocar na ría de Cesures, resulta mais curioso ainda, ao atopar-se em ruínas o principal da sua fortificaçón. O que permanece em pé, está composto por pequenos bloques, algúns aproveitados sobre o terreno, que os oferece em abundância, e em ocasíons por “láxes” medianas postas de plano unhas sobre as outras, sem terra nem enlace algum; o qual leva a pensar se non sería cousa posterior. Ainda que farto maltratado polo tempo, que non permite sequér reconstruir a rampa por onde se ascendia, pode-se adivinhar, polo nome que alberga e pola extensón da sua “Croa” que terá perto de um quarto de légua, a importância que tivo que ter noutros tempos. O chán é desigual e em declíve para o Sudoeste, non presentando como outros menos curiosos, unha superfície por completo horizontal, mas em câmbio por toda a sua extensón encontram-se esparcidas grandes rochas naturais, algunhas com estanques, e assim mesmo unha fileira de pedras cravádas, como de um metro de alto, que se a miramos como um alinhamento, ou se non, podería ser arriscado, dar unha opinión sobre o seu destino, que significam naquelas solidóns? Non som estas circunstâncias as que lhe dán maior notoriedade, senón os extensos e desiguais restos do seu muro, no qual e de distância em distância, se abrem algunhas portas, unhas mais importântes que as outras, mas todas indicando o cuidado que se puxo em fortificalo convenientemente. Unha tán só apresenta as pedras trabalhadas; mas todas elas ao desmoronar-se, verterom sobre os campos os restos dos cubos que guarneciam a muralha, deixando aperceber que uns eram quadrangulares e outros redondos, estes últimos polo estilo, ainda que de pedra, dos que apresentam algunhas fortalezas da Gália. Os quadrados encontram-se todos na parte mais notábel da fortificaçón, e os redondos na que parece mais antiga.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

                      A LAXE

WOO5 DSCN3336

WOO6 DSCN3314

.

Prisciliano

(BAIXO A OPTICA HOMICIDA DOS SEUS DELACTORES)

      (Tendo indagado com solicitude e descoberto por confesion de muitos maniqueos que foron presos as suas obscenidades e torpezas, fixemos chegar a pública noticia para que em ningum caso parecera dudoso, o que no nosso tribunal, diante de muitos sacerdotes e varons ilustres, de grande parte do senado e do povo, foi descoberto por boca dos mesmos que tinhan perpetrado toda maldade… As actas do proceso o demostran.)  Algo mais que faladurias vulgares houvo, pois, sobre a depravacion dos Maníqueos e Priscílianistas. O segredo das suas reunions, a máxima de iura, periura, secretum proderi noli, a importância que na seita tinhan as mulheres, mil circunstâncias, em fim, debian facer suspeitar do que San Leon chama execráveis mistérios e incestíssima consuetudo dos discípulos de Prisciliano, semelhante nisto ós de Carpócrates, ós Cainitas e a todos os vástagos dexenerados do tronco gnóstico.  Dos seus ritos pouco ou nada sabemos. Xexuavan fora de tempo e razon, sobre tudo nos dias de xúbilo para o povo Cristian. Xuraban polo nome de Prisciliano. Facian simulada e sacrilexicamente as comunhons, reservando a hostia para supesticions que ignoramos. No ponto da xerárquia eclesiástica, levaron até ó extremo o princípio de igualdade revolucionária. Nim legos nem mulheres estaban excluídos do ministério do altar, segundo Prisciliano. A consagracion faciase nom com vinho, senon com uvas e até com leite, supesticion que duraba em 675, data do terceiro concílio Bracarense, quem no seu canon primeiro o condena.  Non há que encarecer a importância da astroloxia, da maxía e dos procedimentos teúrxicos neste sistema. Todos os testemunhos estan conformes em atribuir  a Prisciliano grande perícia nas artes goéticas, mas non determinan quais. No único fragmento seu que conhecemos, denota o muito que estimaba a observacion astrolóxica, que para el debia de substituir qualquer outra ciencia, posto que daba a clave de todo fenómeno antropolóxico.
Tal é a lixeira notícia que podemos dar das opinions priscílianistas reunindo e cotexando os dados que a elas se referen, senon bastan a satisfacer a curiosidade, dan ó menos comprida idea do carácter e fundamentos de tal especulacion heréctica. Restanos apreciar a seu inflúxo em posteriores extravios do pensamento ibérico. Mas antes conviria averiguar porque arraigou tan fundamente em terra Galega e se sostivo, mais ou menos paladina e descobertamente, por perto de tres séculos o priscilianismo.  Unha opinion recente, defendida por D. Manuel Murguia, na sua Historia de Galicia, parece dar algunha solúcion a este progulema. O Panteísmo Céltico non estaba borrado das rexions occidentais da Península ainda despois da conversion dos Galaicos. Por isso a Gnósis Egípcia, sistema pantêista tamém, topou ánimos dispostos a recebela. Mas há unha dificuldade; o panteísmo  dos Celtas era materialista, inspirado por um vivo e enérxico sentimento da natureza; em quanto ó espírito humano, non sabemos nem é creíbel que o identificasem com deus. Ó contrário, o panteísmo que ensinou Prisciliano é idealista, desprecia ou ódia a matéria, que supon criada ou gobernada polos espíritos infernais.  Mas semelhanzas há noutras circunstâncias. Os Celtas admitian a transmigracion, e de igual maneira os priscílianistas. Unhs e outros cultivaban a necromância ou  evocacion das almas dos mortos. As supesticions astrolóxicas, mais desarrolhada no priscílianismo que em ningunha das seitas irmans, seria favorecida polos restos do culto sidérico, fondamente encarnado nos rituais Célticos. O sacerdócio da mulher non parecia novidade aos que habian venerado as druídesas. ¿e os rituais nocturnos, celebrados in latebris, em bosques e em montanhas, a que parece aludir o concílio de Zaragoza, e que eran ignorados polos demais Gnósticos? clara parece a sua orixem se a interpretacion do canon non é errada. Deixadas aparte estas coincidências, sempre parece singular que num fim de mundo latino nascese e se desarrolha-se tanto unha das formas da teosofia greco-oriental. Sabido é  que os occidentais repudiaron como por instinto todas as herexias de carácter especulativo e abstracto, abrindo tan só  a porta a subtilezas dialécticas como as de Arrio; e non é menos certo que,  se algunha concepcion heréctica enxemdraron, foi de tudo práctica e enderezada a resolver os temas da grácia e do libre albedrío; a de Peláxio por exemplo.  O Naturalismo, quando se funda nunha concepcion âmplia e poderosa da natureza como entidade, tem certa grandeza, ainda que falsa, e non carece de rigor científico, que pode deslumbrar a entendimentos apartados da verdadeira luz.  Que valor tem o Priscílianismo ós olhos da ciencia? Escasso ou ningum, porque carece de orixinalidade. E o resíduo, o substractum dos delírios Gnósticos. Se por alguma qualidade se diferença, é polo rigor lóxico que lhe leva a aceitar todas as consequências, até as mais absurdas; o fatalismo, vervigrácia, ensinado com a crueza maior com que pode ensinalo seita alguma; o pessímismo mais acre e desconsolador que o de qualquer discípulo de Schopenhauer.  Que significa ós olhos  da história? A última transformacion da Gnósis e do Maníqueismo decadentes em dogmas e em moral. Baixo este aspecto, o Priscílianismo é importante,  como única herexia Gnóstica que dominou um tanto nas rexions do Occidente. E ainda poidera dicer-se que os miasmas que ela deixou na atmósfera contribuiron a enxendrar nos séculos doze e trece á peste dos Cátaros e Albigenses. O qual a ninguem parecerá incrível ( sem que por isso o afirmemos), posto que Prisciliano tivo discípulos em Itália e na Gália Aquitânia, e só deus sabe por que invisíbel trama se perpectuaron e uniron nas névoas da Idade Média os restos boms e maus da civilizacion antiga. Non bastaban os Maníqueos vindos da Trácia e da Bulgária para producir aquel fogo que ameaçou devorar o Meio Dia da Europa.

D. Marcelino Menendez Pelayo

.

WOO7 DSCN3317.

WOO8 DSCN3311.

WOO9 DSCN3310.

WOO10 DSCN3335.

WOO11 DSCN3327.

WOO12 DSCN3329.

WOO13 DSCN3308.

WOO15 DSCN3305.

WOO16 DSCN3299

.

QUE SOLINHA QUEDACHE, MARIA SOLINHA !!

!!QUE SOLINHA QUEDACHE, MARIA SOLINHA!!

Contráriamente ó que vulgarmente se pensa, o tristíssimo martírio de Maria Solinha, non foi cousa de curas, ainda que estes tamém tiveron parte no assunto, nim de túrbios negócios da cobiza, senon que a orixen da traxédia foi militar.  Aqueles que non tiveron repáros em desatar, toda a sua máquina de morte contra unha pobre mulher, que cegamente os enfrentou, levada pola fame de Xustiza, sem ter em conta os enemigos com que lidava, nem a abismal desproporcion de forzas entre âmbos.
Toda esta burda calamidade começou com unha batalha naval, durante a qual determinado xeneral, pasou olímpicamente de socorrer os náufragos, provocando unha catastrófica mortandade entre os marinheiros do lugar, que tamen participaran no confronto. A povoacion ficou doída com esta canalhada, e medrou o mau estar xeral, sobre tudo entre as viúvas e os familiares dos mortos, que reclamaban xustiza. A revolta foi fermentando contra as autoridades, as xentes femeninas reunianse ás tardinhas na praia, acendian fogueiras, rezavan, choraban, gritaban, dando testemunho do descontento popular. Parece ser que unha tal Maria da Solinha, foi identificada como cabecilha que aglutinava a revolta em torno seu, destacando-se como cabeza de prestíxio. Sobre a sua pessoa cairon os cans de presa, movendo toda a infâmia, e toda a violencia brutal sobre unha mulher indenfesa, púnindoa salvaxemente, tocou-lhe a ela purgar o pecado de todos nós, a insubmission.  As mulheres desta terra, levaron muitas veces o peso da guerra e do trabalho sobre as suas costas, para evitar males maiores. Maria da Solinha, foi acusada dunha sarta de inmundicias e falsidades, habituais neste tipo de processos, que no fundo son sempre os mesmos, máquinas de tortura e morte. Acusada de bruxaria, conciliábulos nocturnos, herexia, de manter relacions sexuais com o diabo, por diante e pos trás, e unha larga lista de cousas infâmes e repugnantes, capaces somente de ser escritas por xente demente.  Xudiaron com ela largamente, para que servira de escarmento. Maria da Solinha, cargou sobre as suas carnes ensanguentadas, com toda a ignóminia e com o peso amargo da lei. Heis aquí a memoria desta mulher heroica, tan escondida, tan desterrada da nossa memoria, que nem mesmo xente com certas luces tem nocion do sucedido.

Léria Cultural

.

WOO17 DSCN3306.

WOO18 DSCN3298.

WOO19 DSCN3300.

WOO2O DSCN3340

.

          VIAXE Ó SUÍDO – 2OO7

.WOO1 DSCN5545

.

WOO2 DSCN5527.

WOO3 DSCN5538.

WOO4 DSCN5549.

WOO2O DSCN5550.

WOO21 DSCN5551

.

WOO22 DSCN5553

.

WOO23 DSCN5555.

WOO24 DSCN5557Eira comun empedrada.

WOO25 DSCN5558O Chozo de Cernadas, em Avion.

WOO26 DSCN5561.

WOO27 DSCN5562

.

WOO28 DSCN5574.

WOO29 DSCN5573.

WOO3O DSCN5577.

WOO31 DSCN5605.

WOO33 DSCN5619

.

.WOO32 DSCN5607

.

                  A GUARDA

A GUARDA IMG_2070

Vista desde o Castela de Trega.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (22)

O CASTRO LUPARIO

Xá se viu ao tratar das cidades das alturas, que estes monumentos especialíssimos figuram, em primeira linha. nas lendas de muitos santos galegos. Non era pois possíbel que a do apóstolo Santiago carecese da sua. O “Castro Lupario”pertênce-lhe por enteiro, e del parte e nel se concentra, non tanto o maravilhoso, senón o que pudera afirmar-se histórico em quanto se refére à chegada e translaçón do santo corpo. Castela Ferrer, que escrebeu a vida do apóstolo, non podía menos que visitá-lo, e a el debemos a sua descrípçón. Conhecemo-lo, pois, tal como se encontraba a finais do século XVI, sendo polo tanto as notícias que subministra aquel autor, as mais antigas que nos quedam em ordem à disposiçón e modo como estaba construído. “Resídia Lupa, escrebe, num castelo e fortaleza sua, rodeado de grossa muralha, que ainda tinha doze pés de largo em algunhas partes, dentro da qual existe tanta capacidade que cabe um esquadrón de quatro mil homes ou mais: ainda hoxe em dia há grandes pedazos dela; em parte tem a altura de unha pica, (que quere Deus conservar estas memórias na honra do seu apóstolo). Tinha o “castela” no meio désta práça, cuxos cimêntos se vem agora, e desde a entrada da primeira muralha, iba-se a el por unha rua estreita, de oito pés de largo, feita de um e outro lado com grossas muralhas”

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

xxxxx.

GUARDA 1 IMG_2048

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (23)

OS CASTROS

Podería muito bem estabelecer-se unha certa diferênça entre os grandes castros que acabamos de descreber e os outros menos importântes, de dimensóns mais reducidas, e por isso de ordem inferior, correspondendo entre nós ao “castellum” dos latinos. Como ponto de partida para maiores investigaçóns, debe admitir-se esta diferênça, mas non mais: pois ainda que non há que calar-se, que a muitos deles chama a tradiçón “castelos”, talvés porque se levantaróm no seu centro em tempos posteriores algúns castelos, como sucedeu no “Lupário”, ou simplesmente unha torre como em outros que menciona a Compostelana. Y aquí será oportuno recordar, que se é certo como afirma o Sr. Barros Sibelo nas suas “Antigüedades”, que encontrou na Golada um castro de forma quadrada, melhor sería considerá-lo como campamento romano, como o forom sem dúvida num princípio os especiais empraçamentos que conhecemos com o nome xenérico de “Rocha”, e como aqueles situados mais na chán. Así em Iria a “Rocha Branca”, palácio e fortaleza dos seus prelados, em Santiago a “Rocha” também casa e castelo dos arzobispos composteláns, e em Narla a que leva o seu nome e sobre a qual esteve a casa e castelo dos Ulloas. Polo demais e mentras non se conheçam melhor, non resulta possíbel advertir nem sinalar nestes monumentos outras diferênças que as que resultan do número de corpos, da extensón da sua coroa, e da importância, antiguidade, disposiçón e material das fortificaçóns. Compreende-se bem, pelo seu número, pola posiçón estratéxica que ocupan e a sua correlaçón, que formarom à sua hora unha dilatada linha de fortificaçons regulares e ordenadas para um mesmo fím, que delatam no país galego, ao tempo que unha grande poboaçón, um estado de guerra ou quanto menos de resistência largo e duradouro. Encontram-se nas desembocaduras dos rios, vixiando os caminhos, dominando as cháns e ao parecer guardando as sementeiras que se extendiam ao pé dos montes, nas encanadas e nos vales que cobrem o nosso chán. Tomando mán das palabras do P. Sobreira, afirman algúns que os castros forman círculos entre sí, e outros anhadem que os de unha rexión dada aparecem como subordinados a um maior, colocado no centro, e assím sempre. Non duvidá-mos da importância desta observaçón, mas sim de que os dactos reunidos permitam estabelecê-la como xeral. As palabras “Castrelo”, “Cráto”, “Castrélinho”, “Castrón”, “Castro Mao”, “Castro Mor”, “Castrovalente”, “Castro Lupário”, etc… non indicam outra diversidade que a do seu valor, dimensón ou destino, nem dependência algunha entre sí. Apenas há poboaçón que non se encontre rodeada por eles: apenas unha aldeia que non tenha o seu. Santiago que é unha cidade por enteiro filha dos tempos médios, foi levantada sobre um “Castro Lupário”, e tem quase à vista o de Vite, o de Angrois, a Susana, Figueira, Fecha e outros mais. Betanzos o Velho, estaba defendido por seis castros, todos eles importântes.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Se os Urbanistas houberan estado á altura do paisaxe, a Guarda seria hoxe unha mina de ouro turistica.

GUARDA 2 IMG_2045

Se se conservaran as casas antigas, esta ribeira cheia de restaurantes, seria dunha beleza cautivadora.

GUARDA 3 IMG_2046

Apesar da barbárie urbanistica e do mal gosto xeral, o lugar conserva toda a sua “anima” imperecedeira.

  GUARDA 4 IMG_2054

Para recupera-la habria que botar abaixo quasi tudo, principalmente esse muro da vergonha que ímpide ver o brabo mar desde a ribeira.

GUARDA 5 IMG_2052

Somente esta castrada mostra nos queda.

GUARDA 6 IMG_2049

Esta é a minha praza mais querida, pela qualidade e abundancia de todos os peixes do rio Minho e do mar. 

 

A GUARDA PEIXEIMG_1971

CRATO 14 IMG_2089

Xoubinhas, Petingas, ou Parrochinhas com Pimentos.

GUARDA 7 IMG_2050

xxxxxx

.

xxxxxxx

Ameixoas do mar da Guarda.

img_5543Vieiras á xardineira..

.

WOOO11 IMG_0459

WOOO12 IMG_0460

WOOO13 IMG_0461Bernardino Machado Guimaraes, Presidente da Républica Portuguesa que aquí esteve éxilado temporalmente.

WOOO14 IMG_0462.

WOOO15 IMG_0463

.

xxxxxxxxx.

Desde 1956 vendendo Roscóns de Xema, unha das lambonadas mais tradicionais da Guarda.

.

.

UM CAMPO D’ESTELAS

Compostela subiu á cabeza da Cristandade Peninsular, quando a parte norte, xá liberada do domínio sarraceno, sentiu a nesessidade de instaurar unha nova sede apostólica independente de Toledo, que era a sede primada das Hispanias e permanecia em territorio baixo control rival.  Axudada pelos imperadores Europeios, colheu a puxanza requerida para liberarse da tutela Toledana, e assumir a primacía eclesiástica. Como todo combate pelo poder, esta epopeia tivo os seus propagandistas, os polemistas que se envolveron nunha disputa á morte, eles  foron por um lado Elipando, e polo outro representando os territorios liberados Beato da Liebana e Hetério, os quais impugnaron as doutrinas de Elipando como herécticas.  “Grande é a fraqueza do entendimento humano, e muito exposto está a caídas, o que mais seguro e emcumbrado se xulgaba. Tal aconteceu ó nosso Elipando, que com haberse mostrado adversário valente da ímpiedade, caíu no erro “adopcionista”, defendido por Félix, obispo de Urgel e chamada herexía Feliciana.” Que consistia,em que o Salvador, em quanto homen, era filho adoptivo e nominal de Deus.  A sede Apostólica de Toledo, entrou em fero combate, para intentar dominar este cisma, e conservar os seus previléxios, e o mando sobre toda a Igrexa Hispana. Á sua frente figurava Elipando, “Era a sazón metropolitano de Toledo, o famoso Elipando, nascido de estirpe Goda em vinticinco de Julho do ano 717, o qual inflamado pelo celo da fé, contestou os libros dos herexes, em largas cartas, nas quais, non escaseian por certo as invéctivas nem os sarcásmos”, e que nos dan tamen unha ídeia da delicadeza ética, e do talante destes príncipes da Igrexa.
“Vimos e nos burlamos da tua factua e ridícula loucura. Antes que chegara a nós o fétidissimo cheiro das tuas palabras… O teu desvario non deve ser curado com vinho e aceite, senon com o ferro”. Esta polémica conhecida como o “Adopcionismo”, aprofundou o velho cisma entre duas nacions Ibéricas, que xa se vinhan enfrentando através da história.  Perto das terras de Padron, xunto das tumbas de Prísciliano e dos santos mártires. Resurxia de novo a lenda deste santo baron, e a sua importancia capital na vida política das nossas xentes, a nova meca da cristandade buscava terras Galaicas, para medrar sobre um prestíxio arcaico.  Iria Flávia, que parece ser acomulava túmulos e relíquias múltiples, entre elas parece que algunhas vindas de Brácara Augusta, que por seguridade foran retiradas da capital do Sul da Galiza, ante a ameaza do avance Mouro. Segundo afirma Gibbon, podian encontrarse entre elas as relíquias de Santa Eulália de Mérida, que foran saqueadas pelos Suevos e traídas para Brácara.  Num “Campo d’Estelas”, ou sexa sobre um cemíterio antergo, levantouse a nova sede, que confirmava a victória da Cristandade sobre os negros Mouros do deserto. Logo se transformou num santuário de peregrinacions, pela que circulaban todas as Europas solidárias com a guerra ó infiel, participando nunha nova cruzada, multidons de beatos percorreron o caminho nunha autêntica penitência, tanto para eles, como para nós que temos que os aturar.  Esta é, mais ou menos a história do orixe de Compostela, tudo o demais foi novela falsíficada, para consumo de xentes demasiado crédulas.

Léria Cultural

.

                      TREGA

(TREGUA-TRATADO-ALIANZA-FIEL-VERDADEIRO-TREMENDO-TREMER-BATER O DENTE-TRANCA-TRENÇA-TOMINHO-TELHA-TUDICULA-TUDES)

CRATO 3 2059

Desembocadura do Dios Minho.

CRATO 1 IMG_2058

Caminho a Caminha.

CRATO 2 IMG_2061

Asusta o fero vento que aqui fai.

CRATO 4 IMG_2063

CRATO 5 IMG_2064

Os Cristians deixan aqui neste lugar sagrado, a sua dura pegada.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (24)

OS CASTROS SOM CÉLTICOS

Os castros som célticos: non tememos afirmalo, a pesar do descrédito no qual caíu a teoria de que tudo o que é antigo está referído ao pobo celta; mas a verdade é superior aos sistêmas. Acusan desde logo a maneira de ser das tribus galegas, no momento em que os romanos se apoderarom do país. Para eles non debía ser cousa nova, nem esta classe de defesas, nem a sua multitude, nem o uso que delas faciam os naturais; quando non o referirom, é sinal de que non as extranharam. Assim foi. Xá as tinham visto nas Galias, na Bretanha, ali onde César xá levára as suas lexións. A marcada semelhança com os monumentos de igual índole em naçóns ditas célticas, advertiam-lhes que eram também iguais os pobos, contra os quais tinham que combater. Non erra, polo tanto, quem acredite que som productos de unhas mesmas xentes e de idêntica civilizaçón. Encontram-se na Inglaterra e na Bretanha francesa, e, cousa digna de ser notada, cesan entre nós, tán pronto transpomos os limites da antiga Galiza; ao menos, non os vimos, nem os encontramos citádos. Os que forom descríptos polos escritores ingleses recordam ao instante os nossos. Presentam a condiçón necesária para non ser confundidos com os campamentos romanos, som redondos e ascendem à sua croa por unha rampa espiral. O “rath” irlandês non é outra cousa que um pequeno castro. Xá non pode dizer-se outro tanto dos que Halleguen nomeia, pois non descrebe mais que o que denomina Castro galo-romano de Rosnoen. Afirma que estaba rodeado por um parapeto de terra que protexe um riácho e encontra-se na mesma direcçón que o de Brest, probando esta última circunstância unha certa unidade e correlaçón entre eles para concorrer à defesa da costa. De igual maneira na Galiza. A forma circular da que os arqueólogos franceses chaman fortaleza galo-romana de Roc-de-Vie (Corréze) assim como o seu aspecto xeral delatam nela um verdadeiro castro. Também o representa, e de unha maneira inequívoca, aquel baixo-relevo no qual se reproduziu o incêndio de unha aldeia xermânica polos soldados de Roma. Vese por el, que, as casas estabam empraçadas na coroa de um castro, ao qual se ascendia por um caminho igual ao dos nossos, e resguardados por muros de terra. Este duplo carácter de cidade e fortificaçón e polo tanto da habitaçón do chefe, templo e foro, salta à vista. (…) Todos aqueles que ainda contenhem dentro do seu recinto algunhas aldeias, forom non só habitaçón do “Brenn” ou xefe, senón também um importante centro de povoaçón, coberto à sua hora polas humildes casas que temos xá descrípto, passaxeiras como o home que as levantou: o tempo e o fogo as devorou, mas non a sua memória.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CRATO 6 IMG_2066

Este despregue de cruces, ainda que sexan Célticas, sobre um xacimento doutra Civilizacion. Parece-me a mim que son unha alma sensibel, de muito mal gosto.

CRATO 7 IMG_2067.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXCVI)

UNHA DONA QUEM SEU PODER ME TEM

Meus amigos pese vos do

meu mal, et da gran coyta que me

faz aver. ua dona que me ten en

poder. por que moyr e poys mela

non val. Morrerey eu meus amigos

por en. ca ia perdi o dormir o sen.

Polo seu ben et deus non mio quer dar

senón gran coyt én que senpre víví

des que vi ela que por meu mal vi

e poys eu tanto víu ámeu pesar

Morrerey. e. m.

Polo seu ben que desei é non sey

senon gran coyta que mela deu ia

et se mays vivo mays mal me fara

et poys eu tanto mia fazenda sey

Morrerey. eu. m.

E coytad éu que muyto mal me ven

por que quero muy boa sennor ben

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXCVI)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (25)

Talvez o mesmo nome “Castro”, sexa a proba: “castraen” significa em etrusco casa. A tradiçón também o confirma, quando afirma que em Castro Ventosa estaba a antiga Bergidum; e em Coviacense, Valencia de D. Juan. Ainda quando estas duas localidades xá non pertencem à Galiza actual, caíam no seu tempo, dentro do convento asturicense, e polo tanto dentro da antiga rexión galega. Eram filhas do nosso povo e da nossa civilizaçón. Mas se fora certo que no castro de Santa María de Sabrejo, nas marxens do Orza, existem, como se asegura, restos de primitivas habitaçóns, nada podería obxectar-se: os feitos comprobabam as indicaçóns da história e as induçóns dos arqueólogos. Ricas ou pobres, populosas ou de escasa importância, estas cidades estabam, como se vê, defendidas polos muros, fosos, e pequenos cubos que as punham ao abrigo de todo ataque imprevisto. O ser tantas, indica desde logo ou um estado de guerra civil permanente ou, o que resulta mais fácil, o perigo que a cada momento podiam correr, graças às irrupçóns a que lhe podía expôr unha dilatada costa. Sidóns, tírios e fenícios, non sempre arribarom a estas práias como amigos. Assim, escrebeu lixeiramente Florián de Ocampo, que Galiza antes da chegada de Teucro e os seus gregos “Xamais tinha sido povoáda”!… Observou Ring que os romanos colocarom os seus campamentos dentro das antigas fortificaçóns célticas; non fixérom menos os naturais da Galiza, conforme forom andando os tempos. Nelas, forom estabelecendo os velhos castelos, xá obedecendo à costûme, xá porque entendiam que os castros aproveitados ocupavam verdadeiras posiçóns estratéxicas, ou para aforrar maiores gastos ou trabalhos. No castro de Santa Cristina (Lugo) pousou por largo tempo os seus reais Mahmoud, a quem Alfonso II, despois de ter-lhe dado aquelas terras e fortalezas, víu-se obrigado a combatê-lo e vencê-lo, para librar o país das depredaçóns do mouro e dos seus parciais. No Lupário, detinham-se e buscabam a cada momento refúxio D.ª Urraca, o seu filho D. Alfonso, e o arzobispo Xelmírez. Onde? Na torre de que fala Castellá? Nos pobres alberges anteriores ao tempo e nos contemporâneos da referída fortaleza? Em pequenas habitaçóns, non muito mais cómodas que as anteriores? “Como casa do chefe”, como cidade primitiva, reuníu em sí todas as condiçóns próprias do castro.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

AS MALAS HORAS

AS MALAS HORAS

Habia um home de teatro Galego, que eu conhecin meramente por acaso da fortuna, nunha noite de bohémia Viguesa. Este rapsóda, como tantos outros muitos lastimosamente abandonados e finalmente perdidos para todos nós, tinha unha aureola de xenealidade deslumbrante. Voltei a velo um par de veces mais, unha na TV Galega e outra na Televisao Portuguesa, onde participou como assesor num programa merdento do tipo asalto á fama. Apesar da mediocridade do espectáculo, sobresaía a sua grande xenerosidade e talento verdadeiro sobre este mundo rasteiro.  Contando contos era maxistral, criou um personaxe que se chamava o “Vidinhas” para as suas aventuras literárias, unha das falcatruas que mais me gostou  era mais ou menos así:

A fermosa e louzana Balbina, a roupa seca á flor do crepúsculo recolheu, e como um sol dourado, desapareceu na penumbra da noite cálida, deixando mortalmente estendida a corda sobre o caminho. O Vidinhas que vinha de bicicleta, non se sabe donde, ás tantas da manhan, quedou levitando enganchado polo pescozo. E a bicicleta fantasmal continuou sola o seu percurso, indo assustar de forma bestial o Xosé das Tundas, home de escasa tempranza, que retornava ós seus aposentos, após larga xornada de boa vida, dissípada em tabernas e tubúrios de mala fortuna. Ó ver aquela assombracion andar sola, montada por seres doutro mundo, apanhou semelhante cagazo que quase morre do susto, quedando ali tremelicando fora de sí.  Em mala hora apareceu o Vidinhas! que resmungaba e maldecia, buscando a sua burra mecânica, posseedora de todos os calamitosos defeitos da raza aznar. O Xosé das Tundas, xa non puido aguantarse mais, foise-a-el e malhou até que xa non tivo mais folgos, praguexando de contínuo contra estes graciosos, que se dedican a assustar a xente de bem, a altas horas da noite.

Léria Cultural

.

CRATO 9 IMG_2071

A Cividá de Trega.

CRATO8 IMG_2072

Toda a Harmonia Circular do Universo.

CRATO 10 IMG_2073

Os chapeus de palha, permitian a saída do fume.

CRATO 11 IMG_2076

Dormia-se rodeando o fogo, em bancos de pedra ou redes colgantes.

CRATO 12 IMG_2077

Lareira no centro da casa, com os buracos para colocar os paus, que servian para colgar os potes sobre o lume.

CRATO 13 IMG_2079

Muralha protectora do povoado.

000000000000000000000000000000000000OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (26)

A maior parte destes monumentos apresentam vissíbeis vestíxios das suas muralhas e fortificaçóns, como também as indubitáveis pegadas das xentes que sucessivamente os ocuparom. Admiram-se em muitos deles, ademais dos carbalhos que non conseguirom desterrar, os velhos túmulos que testemunham a vetustés do Castro que os abriga, e afirman quem forom os seus mais ocupantes. O herói celta enterraba-se no lugar no qual caía em combate. Assim como se encontra a tumba, assim também as suas armas. O arado levanta a miúdo na terra que renova, “celts” de bronce em “Castro de Rei” (Lugo); unha espada com a sua vainha, no de “Viveiro”; torques e outros obxectos mais que curiosos em tantos que sería longo enumerar. Tampouco faltam neles abundantes restos de cerâmica, desde os mais rudimentários até aos mais perfeitos. Em “Castro Angeris” (Corunha) descubriu-se um grande prato de barro secado ao sol; no de “Mourente” (Pontevedra) tixolos, o mesmo que em “Arreten”, perto de Padrón; no de “Lestrove”, o xá referido tubo de conduçón de aguas; e por último em “Babela” (terra de Lemos), notábeis restos de obras de alfareiros. Ademais de tudo isto pudéra recordar-se, para terminar, a estátua do guerreiro de “Castro de Rubiás”, a pedra de moer cereais do de “Vares”, a pedra de avalar do de “Cuadramon”, os sepulcros dos tempos médios no de “Portomouro” e assim mesmo moedas, machados de pedra pulimentada, lanças de cobre, etc… Se tudo isto xunto non indica a vida civil do Castro, non sabemos xá que poida significá-lo. Os Castros albergam a sua coroa, o seu mouro, a sua dama encantada, escrebe Faraldo. Mas ¡que pena que assim como consignou o feito, non tivesse recolhido algunha dessas lendas! ¡Que grande colheita delas no seu tempo! No nosso Folk-lore esta classe de contos e tradiçóns están chamados a um grande êxito, pois ilustravam debidamente, non cabe duvidá-lo, xá a mitoloxia galega, xá a história destes mesmos monumentos e quanto a eles se refére, baixo as diversas fases que acabamos de estudá-los. O dia que se lógre reuní-los, verémo-lo de unha maneira indubitável.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

.

O Melhor Amigo do Homen

Ó contrario do que vulgarmente se poida xulgar, o melhor amigo do homen non é o cabalo, nem sequer as cadelas, senon que este perigoso lugar está ocupado pelas nossas Galinhas. Estes pequenos dinosáurios, fermosamente emplumados, dos quais íncluso os gatos escapan á hora de comer.  Elas son as grandes benefactoras dos lares pátrios, pois bastan dous colgadores, um de áuga e outro de comida, para ter fartura de ovos e abundancia de milagrenta carne sanadora de maleitas. Ainda despois de tudo isto, há pervertidos que as útilizan para inconfesáveis luxúrias, tamém conhecidos como os pilha-galinhas.  Fai anos nas terras do Ribeiro D’Ávia, foi encontrado nas marxems do rio o cadáver d’um ser humano, em comprometedoras circunstâncias.  Pois quando de maneira ínglore o malândro se atopava sodomizando o pobre animalinho, um enorme calhau, (confirmando a teoria filosófica de D. Arturas Schopenhauer, “O Mundo como Vontade e Representacion”),  abalou sobre os desgraciados. Quando as autoridades locais levantaron o penedo, o espectáculo que se lhes deparou foi realmente esmagador, alí estaban o amante abrazado na infortunada víctima, ambos aplastados contra o duro rebordechan. Enton, a tan cacareada superioridade do “Homen” sobre a “Besta”, ficava unha vez mais constranxedoramente resentida.

Léria Cultural.

.

ooooooooooooooooooooooooooooooooo

.

                    A GALLEIRA DE MAELOC

                Alá, polos meiados do século quinto da nossa era, as hordas de bárbaros xermánicos, invadiron as terras do sul da ilha de Gran-Betranha.  E os Celtas Bretóns, viron-se na necessidade de buscar unha nova terra.  Muitos deriváron cara à Armórica (Gália), e os outros vinhéron estabelecer-se na costa septentrional da Galleira.  Trouxeron tudo o que podiam portar, gando, maneiras de viver, mas sobre todas as cousas a sua música.  Comandados pelo Druída Maeloc, aquí, nestas verdes terras, talmente as suas, atoparon o fogar de unha nova pátria, e nela permanecem xá para sempre.

.

                              mensaxem

Vinde à terra do vinho, deuses novos!

Vinde, porque é de mosto

O sorriso dos deuses e dos povos

Quando a verdade lhes deslumbra o rosto.

Houve Olimpos onde houve mar e montes.

Onde a flor da amargura deu perfume.

Onde a concha da mao tirou das fontes

Uma frescura que sabia a lume.

Vinde, amados senhores da juventude!

Tendes aqui o louro da virtude,

A oliveira da paz e o lírio agreste…

E carvalhos, e velhos castanheiros,

A cuja sombra um dormitar celeste

Pode tomar os sonhos verdadeiros.

miguel torga

ooooooooooooooooooooooooooooooooo.

MALPICA DE BERGANTINHOS

IMG_1336MAL

O tan maltratado e ainda bello, Castela de Malpica.

.

W1 barcotambo

.

W2 marindendeomar2

.

W3 tambofaro3

..

.

ARQUEOLOXIA

                      KUÉLAP

          Este xacimento arqueolóxico que pode estar relacionado com o nosso país, é um dos grandes enígmas atlânticos.   Subindo polo Amazonas arriba, e continuando pela conca do rio Maranhon até terras do alto Pirú, encontramos a tres  mil seiscentos metros de altitude, rodeado de um clíma frio e chuvento, um Castro de quinhentas casas circulares, feitas de pedras pequenas e telhado de colmo (O circulo que nunca tem fim, representa a eternidade do mundo), todas rodeadas por unha cíclopea muralha de pedra de vinte metros de altura, com várias entradas defensivas estreitas, chamado Kuélap. Ésta Civilizacion bem organizada, com poucas divisions xerárquicas entre o seu povo, e unha excessiva preocupacion pelos seus mortos que múmificavan e colocavan nas encostas das montanhas habitadas pelo povo (Há muitas múmias, que se conservan em bom estado).   Os Incas, que son unha Civilizacion posterior, bautizaron-nos como Chachapoyas, o qual significa “Xente que vem das nubes”, e sentian um grande apreço pelas suas mulheres, brancas e louras (Pedro Cieza de Leon).   Os grandes guerreiros Chachapoyas levavan unha funda de lanzar pedras, atada ós cabelos á maneira de cinta, ídentica á dos fundeiros Baleares, e um gorro na cabeza que os caracterizava.   Foi encontrada unha machada de bronze com hasta de marfim, com mais de mil anos, representando um touro (Animal que non existia no continente Americano).   A escultura dos Ídolos e a cerámica, parecen ter ínfluèncias Célticas, com cabezas similáres á cornamenta do deus Cernunus.   Manexa-se a possibílidade de que houvera unha mígracion posterior á toma de Cartaxo pelos Romanos, e tamén que foran xentes da ribeira Atlântica Céltica, mais concretamente da Galiza, pela símilitude das casas com os Castros Galegos.   A povoacion Chachapoya, disminuiu drásticamente em um noventa por cento após a colonizacion espanhola, pensa-se que talvez por doenças transmitidas pelos conquistadores.   Despois de tudo o dito, fago um apelo á povoacion de Guillade, para facer unha excursion ó Alto Maranhon, levando unhas empanadas, a ver se conseguimos encontrar algo d’ouro.

Léria Cultural.

..

WOO1 veleiro1

O barco, xa está preparado.

o rei pequeno

Galiza, a amada terra de Prisciliano, é por excelência a dos Reis Pequenos, talves forxados na independência indómita do minifundio.  Esses reinos diminutos, anónimos e singulares, desvencelhados de muita servidume, e de nemigos gratuitos, que na verdade os desconhecem, pois que non foron amamentados por eles.  O trato igualitário da Irmandade Céltica, a beleza cautivante da Fala, velando os deuses do panteon familiar, e os afectos herméticos do Clan, vindos da terna infância. Nos carreiros deste paraíso, perdidos pela espesura solitária do bosque segredo.  Home calado, no recato Druídico da vida apartada, sabedor de que toda parte, todo mundo tem.  As frescas fontes, as ribeiras sombrias, oculto tesouro de verdores infindos.
¡¡ Nin deus, nin dono !!

Léria Cultural

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

A GALLEIRA DE MAELOC

.

                     A GALLEIRA DE MAELOC

                Alá, polos meiados do século quinto da nossa era, as hordas de bárbaros xermánicos, invadiron as terras do sul da ilha de Gran-Betranha.  E os Celtas Bretóns, viron-se na necessidade de buscar unha nova terra.  Muitos deriváron cara à Armórica (Gália), e os outros vinhéron estabelecer-se na costa septentrional da Galleira.  Trouxeron tudo o que podiam portar, gando, maneiras de viver, mas sobre todas as cousas a sua música.  Comandados pelo Druída Maeloc, aquí, nestas verdes terras, talmente as suas, atoparon o fogar de unha nova pátria, e nela permanecem xá para sempre

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

 

.

 .                        mensaxem

Vinde à terra do vinho, deuses novos!

Vinde, porque é de mosto

O sorriso dos deuses e dos povos

Quando a verdade lhes deslumbra o rosto.

 
Report this ad

Houve Olimpos onde houve mar e montes.

Onde a flor da amargura deu perfume.

Onde a concha da mao tirou das fontes

Uma frescura que sabia a lume.

Vinde, amados senhores da juventude!

Tendes aqui o louro da virtude,

A oliveira da paz e o lírio agreste…

E carvalhos, e velhos castanheiros,

A cuja sombra um dormitar celeste

Pode tomar os sonhos verdadeiros.

MIGUEL TORGA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PASSEIOS PARA UNHA TARDE DE SÁBADO (RIBADÁVIA)

O PAÍS DAS RIBEIRAS DO RÍO ÁVIA

Ribadávia tinha um dos mais fermosos cascos históricos da Galiza, a praça maior ainda conserva algo da tranquilidade e beleza doutros tempos. Unhas subidas chafalheiras dos prédios, conspurcarom grandemente o conxunto monumental, e o chán da referida praça também merecía um empedrado mais cuidadoso. Ribadávia xá chegou a ser capital da Galiza, ainda que por pouco tempo, pois tinha tudo o necessário para a grande vida, com acolhedores banhos termais, abundante narcótico do ribeiro e unha gastronomía afamáda. Ideal para um Outono ardente, morno, quando entra unha laceira no corpo, e xá dá gosto tomar o sol poênte. O vinho acabou dando-lhe unha fama universal, sobre tudo, quando os ingleses meterom dente no negócio. Claro, que depois de tanto mal dizer sempre entram ganas de comer, e para isso está o “Quatro Caminhos”, um restaurante daqueles que xá non há! A vinte minutos de Guillade, tudo pola autovía A-52, seguimos pola mesma vía rápida, passamos Ribadávia e saímos onde apareça o primeiro letreiro para Carbalhinho, logo um par de quilómetros à esquerda até Santa Cruz do Arrabaldo.

O pan deste restaurante (é de fabrico próprio, pois tem unha padaría ó lado) come-se solo, pois um começa a comer e non pode parar. E um vinho do Ribeiro, que os meus amigos, dabam fé ser de três estálos. ainda que convém ter precauçón de non abusar dele, pois pode ter “bocado”, xá que esta “Cepa do Ribeiro” pode ser ainda mais mortífera que a brasileira e a australiana. O forte deste restaurante, som as “Anguias fritas com pimentos de Arnoia, também fritos e este maravilhoso pan”

As Anguias, están muito bem fritas por três cozinheiras, que sabem muito bem o que tenhem entre máns, e se um mete o naríz dentro da panela (sem queimqr-se), non lhe fai falta mais nada para asegurar a bondade do producto.

Este local, só necessitaría unha melhora das cadeiras e das mesas, e unhas toalhas de pano, para aumentar o conforto dos clientes, mas esta reforma debe ser feita com todo cuidado, para non destruir o carácter popular da clientéla, que é também um dos seus grandes encantos. É negócio para durar toda a vida! Se a ganância dos “cartos” non acaba por arruiná-lo.

LÉRIA CULTURAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

GALLEIRA (27)

AS TRADIÇÓNS REFERENTES AOS TESOUROS

Este conto apresenta notábeis semelhanzas com o publicado por Sebillot, baixo o título de “La houle du Châtelet”, e por tanto ser aquí, como na alta Bretanha francesa, producto de xentes pertencentes à raza céltica. Heis aquí o conto: No monte “d’as croas” estaba, noutros tempos, encantada unha senhora de singular beleza. Habitaba num palácio que habia no interior do monte e no qual se guardaba um tán grande tesouro, que a fama da sua riqueza chegou até Cádiz. Muitos eram polo tanto os que desexabam atopalo, mas non lhes resultou possíbel a pesar de que a cançón daba, nos seguintes versos, os sinais exactos do lugar em que estaba enterrado. Monte d’as croas,/ Ponte d’o batan,/ Fonte de clara (augua?) fria/ Monte de Samariné,/ Tiran c’o ouro as ovellas/ E non saben o que é. A senhora alí encantada, aparecia-se a miúdo aos habitantes de aqueles lugares, mas estes fuxíam dela como de unha posséssa polos maus espíritos. Unha vez, um pequeno, que pastaba as ovelhas do seu pai, atopou-na sentada sobre unha pedra, baixo a qual estabam escondidos os tesouros que a senhora albergaba. Penteába-se com pente de ouro quando o pastorcinho acertou passar a seu lado, e entón ela chamou-o e pedíu-lhe um cordeiro. Asustado o moço, nada respondeu, escapando enseguida para contar ao seu pai o que lhe tinha acontecido, temendo que por ter negado o cordeiro à senhora, perde-se todo o rebanho, obrigou ao rapaz a que voltara e lhe entregá-se o que ela quixéra. Voltou o pastorcinho, mas o seu asombro non tivo limítes, quando víu que o rebanho tinha desaparecido. Chorando e cheio de medo, começou a buscar as ovelhas, e assím andou muito tempo sem que lhe fora possíbel encontrá-las, até que de repente apareceu o rebanho conducido pola senhora, quem lhe dixo: “avisa o teu pai que venha por el, que tenho que falar-lhe” Tornou o pequeno à sua casa, e contou ó pai quanto a senhora dixéra, e este dirixíu-se ao monte, ainda que cheio de medo porque tinha que vêr-se com unha dama encantada. Pouco durou o seu temor, xá que ela lhe asegurou que nada mau lhe acontecería, antes grandíssimo bem ganharia se guardá-se o segredo e fixé-se tudo o que lhe fora ordenado. O que a senhora lhe dixo, ninguém o sabe, mas notarom os vecinhos que el e outro seu amigo, se fixérom ricos em muito pouco tempo, que os seus frutos eram os melhores do lugar e a sua prosperidade manifésta. Correu entón a voz de que âmbos os amigos eram os encargados de levar ao alto do monte quanto a dama encantada necesitaba para a sua alimentaçón. Assim as cousas, enfermou tán gravemente o dono do rebanho, que desenganado dos médicos, se desesperaba de poder salvar-se. Sucedeu entón, que num momento em que a mulher do doênte tivo que sair da casa, para atender aos seus assuntos, encontrou ao passo a dama, quem lhe perguntou como se encontraba o marido. Non lhe deu palabra, e entón a enlutada desapareceu de repente; mas ¡Qual sería o seu asombro, quando ao entrar na casa encontrou a senhora ao lado do seu marido, e este tán melhorado, que podía dicer-se xá fora de perigo! Curiosa como verdadeira mulher, perguntou ao enfermo que facía alí aquela senhora, a que tinha víndo e como se encontraba tán bem? Mas el negou-se a responder. Insistíu a mulher nos seus interrogatórios e recelos, e para sosegá-la tivo de contar-lhe tudo quanto lhe tinha dito a dama encantada e os remédios que lhe tinha deixado para curar. Nunca o fixéra! Ao outro día, apareceu morto e todo o seu corpo cheio de manchas negras e como produzidas por paus que lhe tivéram dado. A sua mulher aseguraba ter sentído, durante toda a noite, ruido como de golpes e queixas e ais lastimeiros.

MANUEL MURGUÍA

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

.

GALLEIRA (28)

MONUMENTOS MEGALÍTICOS

Podem desde logo reducir-se a só duas clásses ou grupos, xá pola abundância e acusado aspecto dos que existem, xá porque os demais monumentos de pedra que se conservam em países por completo célticos som escassos entre nós e ainda así e tudo non muito caracterizados. Os dólmens e os grandes bloques erráticos ou non, estes últimos considerados como altares naturais e como rochas vacilantes, atopam-se em tal número, que pode afirmar-se que constituiem de por sí sôs a maioria dos nossos monumentos megalíticos. Cromlechs ou pedras cravadas em círculo, ainda que se encontram alguns, non sempre som dignos de maior atençón. Alinhamentos, ainda menos. E non é que non os houbera ou que non existam todavía, senón que non se encontrarom ou non forom asinalados debidamente. Onde vai o “Stone-Henge” que se vía em Portugal a finais do passado século? Onde o notábel alinhamento que no antigo caminho de Noya cara às Torres de Altamira, levantaba no meio da chaira as suas grandes pedras há apenas trinta anos? Onde em fim, aqueles outros de que se conserva memória e desaparecerom graças ao crescente desarrolho, que estes últimos tempos alcançou o cultivo na Galiza? Perecerom sem dúvida algunha baixo a dupla acçón da igrexa e da indiferênça pública; da igrexa porque conservavam ós olhos do vulgo algo da sua antiga significaçón, permanecendo unidas às velhas crênças populares; da indiferênça pública quando xá nada diziam nem significabam. Os “Altares Naturais” – um dos escritores que com mais eloquência e melhor ánimo emprendeu a vindicaçón dos monumentos e das cousas célticas, asegura que as rochas com estanque (“Roc Basson” dos antiquários ingleses) non lhe parecerom obra dos homes. Quando este autor, trás largo e apaixonado estudo chegou a tán terminante conclusón, talvés pareça temerário que haxa quem persista em ver em algúns destes enormes bloques com estanque e desaguadeiro, o monumento relixioso por excelência, um altar de sacrificio. Mas, non se debe extranhar, pese à corrente que – depois de haber visto em cada rocha com concavidades mais ou menos pronunciadas, um altar druídico -, non quere agora encontrálos em parte algunha, existem ao menos no nosso país as suficientes e em extremo caracterizadas, para que se poida assegurar que, se as que hoxe conhecemos non tiverom todas o emprego que se lhes asigna, há non obstânte muitas nas quais concorre tán especiais circunstâncias que sería loucura negar que tenham podido servir ao celta galego de pedras ou aras de sacrificio.

MANUEL MURGUÍA

.

GALLEIRA (29)

Publicado o12/10/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

Longo tempo fai que na História da Galiza, levamos ocupando-nos de tán curiosos monolitos no mesmo sentido em que agora o facemos; muito também de acordo com aqueles arqueólogos que, sem rodeos nem temores, lhes concedem um destino relixioso. Inclinámo-nos para o lado da tradiçón que os reconhece como “altares”, e sente para com estes especiais monumentos um supersticioso respeito, que indica com farta claridade a ideia que deles tenhem formada. Desde entón non nos faltou ocasións de ver e examinar grande número de penhascos com estanques ou estanques e canal e, confessamos que na maior parte adverte-se de unha maneira inequívoca que tais concavidades som fortuitas e debidas à acçón dos axentes atmosféricos. Mas unha vez pagado este tributo à verdade – xá que non se quere dizer que ficam resoltamente despoxados os altares naturais da sua anterior importância arqueolóxica -, temos de afirmar que non por isso desistimos dos nossos antigos xuízos, nem apartamos as anteriores ideias. Que a maior parte destes mais ou menos voluminosos bloques tán abundantes na Galiza a causa da sua configuraçón xeolóxica, non tenham xamais servído como altares, nem fossem abertas as concavidades que neles se atopan pola mán do home. Mas que existam alguns aproveitados e dispostos para o caso e que sobre eles se tenham imolado víctimas humanas e corrido a sangre, non podería pôr-se em dúvida. Tal é ao menos a nossa opinión, tal é também a de unha pessoa tán nimia e recelosa como o autor das “Antigüedades prehistóricas de Galicia, que aceitando as conclusóns por nós sustentadas, non duvida em conceder a certas penas com estanque o destino que comunmente lhe é asignado. Non lho nega à “Pena do altar”, na boca da ría de Foz, nem ao poderoso bloque da “Recadieira”, notábel pola concavidade que apresenta, “a qual se adapta, afirma, um corpo humano em posiçón supina e aptitude muito própria, para ser degolado e que o seu sangre corra por um profundo canal de um decímetro de ancho e outro tanto de fundo.” Se as “Penas dos gigantes ou dos gentils” que existem em Culleredo (Corunha) non merecem maior apreço, se a de Santa Marinha (Ourense) com os seus grandes buracos nos quais xamais falta a àgua milagrosa, non podem nem debem mirar-se como restos de um culto primitivo. Seguramente, non se poderá dizer outro tanto da pedra de Gondomil, selada a um tempo pola mán do “Druída” e a do sacerdote cristán. Ainda que se diga que, o dragón ou serpente alada que nela se vé esculpida é obra do sacerdote cristán, que ao colocar a cruz sobre o velho monumento, quixo representar de bulto o princípio do mal vencido polo signo da redençón, sempre quedará o feito importantíssimo para o caso de conservar o estanque e desaguadeiro; de que a tradiçón o diga obra dos antigos habitantes de Gondomil e que as predileçóns populares distingam esta pedra denominada “da sarpenta” com lendas que acusan a sua anterior importancia e o seu indiscutíbel destino. Naquel país dos brigantinos non debe extranhar-se atopar grabado nunha pedra o dragón cosmogónico.

MANUEL MURGUÍA

GALLEIRA (30)

Publicado o17/12/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

De servir como altares, a ser apenas penhascos santificados polas crenças populares, non habia mais que um passo; de ter sído ara sobre a qual se derramabam e consumíam as ofrendas. Tampouco, baixo este ponto de vista se poderá negar o seu carácter de monumento relixioso a quantas rochas conservan o estanque e desaguadeiro e forom consagradas por segunda vez com a cruz, que hoxe se levanta sobre elas. Porque, se estas non, ¿quais entón as pedras que os rústicos galegos adorabam ainda no século VI, segundo consta em Santo Martinho Dumiense? ¿Quais aquelas a que se reférem os cânones conciliares de Braga? ¡¡Estas som!! Resulta impossíbel pôlo sequér em dúvida. Recordemos a pedra denominada “A cama do home”, ainda existente em Taboadelo (Pontevedra), que tán grande semelhança apresenta com a de “Ker-Rohou” na Bretanha; falaremos somênte de quantas, por ter um mesmo destino e conceder-lhes idênticas qualidades polo vulgo, na Bretanha e na Galiza, acussam unha orixe comúm de xentes e crênças iguais, persistentes noutros pobos cuxo estreito parentesco se percébe mais claramente à medida que se conhecem melhor. Referí-mo-nos à virtude de que se xulgaba estárem adornadas algunhas destas rochas, no campo da fecundidade das mulheres estéreis. Som citádas polo Padre Sarmiento e afirma que unha delas estaba ao pé da hermida de Santo Guillelmo em Finisterre, sinal de que a Igrexa, non podendo desde um princípio destruir a superstiçón à ela unída, a tomou baixo o seu amparo. Era unha, afirma, como pía ou cama de pedra, na qual se deitabam a dormir marido e mulher, que por estéreis recorriam ao santo e a aquela ermida, e alí, diante do santo, enxendrabam, e por ser cousa tán indecorosa, mandou-se retirar aquela grande pedra, pilón ou cama, e acabou-se com o concurso da xente. Outro tanto, sucedéu no Pindo, com outra rocha análoga, segundo o nosso benedictino, quem non se esquece de advertir a semelhança da costûme e obxecto entre esta última e a de Finisterre. ¿Quantas outras como elas?

MANUEL MURGUÍA

GALLEIRA (31)

Publicado o15/02/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

RESTOS DE UM CULTO FÁLICO

H. Martin menciona os de “Plouharzel” e a rocha denominada “Men-ar-Dragon”. Também em Portugal, sobre tudo naquela parte que cai dentro do antigo Convento Bracarense, encontramos tán especial superstiçón. Leite Vasconcelos, (Trad. populares de Portugal), fala de unha pedra na Serra de Santo Domíngos, perto de Lamego, que ainda conserva este prestíxio a olhos dos camponêses. Rialle, “La Mythologie comparée”, toma todas estas costûmes e as que se lhes parecem ou com elas se relacionam, como manifestaçóns do antigo culto fálico. Com este motivo recorda o “menhir” de “Bourg d’Oneil”, ao qual se abrazam as mulheres estéreis para ser fecundadas. Afirma que nos Pirineos encontra-se a pedra de “Pourbeau”, a cuxo abrigo tenhem lugar escenas relativas ao matrimónio, e entorno da qual Terça Feira de Carnaval se executam certas danças pouco conformes com o pudor. A costûmes análogas debe referír-se unha especial cançón portuguesa citada por Vasconcellos: Tres voltas dei ao penedo/ Para namorar José:/ Namorei-o em tres dias,/ Valeu-me á min dar ao pé. Esta virtude de proporcionar às moças portuguesas o noivo que desexam, non é a única virtude que albergam os penedos, há outras muitas mais a que a tradiçón popular oferta as suas simpatias. Há também outras que fán que acuda aos peitos da mulher, quando carece del, o leite que necesita para criar os seus filhos. Ora, ofertan um felíz alumbramento às que se encontram em estado interesante, ou indicam às doncelas que as interrogam o tempo que tardarám em casar-se. Como se vê, todas as superstiçóns unidas a estas pedras milagreiras, e que están relacionadas com o matrimónio e a fecundidade: poderám ser consideradas como restos de um culto fálico. Na Galiza som muito abundantes, non só as penas milagreiras, senón também xurídicas, com o qual podería probar-se facilmente, que para os nossos antepassados forom simbólicas; pedras consagradas polo uso para estas ou aquelas cerimónias relixiosas (ou como marcos territoriais). Conta Villemarqué (Barzas-Breiz) que na Bretanha dos tempos médios o Reitor da aldeia bendecía o leito dos desposados, estando eles sentados ou deitados nele, “sedentes vel jacentes in lecto suo”, como marcaba o ritual. Ao mesmo tempo pedía aos céus baixar sobre os esposos todos os dons do universo, principalmente o da fecundidade. Esta costûme, púido existir também em muitos lugares da Galiza, onde em tempos medievais, non se dava por sancionado o matrimónio mentras os esposos non se deitavam no leito nupcial.

MANUEL MURGUÍA

GALLEIRA (32)

Publicado o03/05/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Xá em grupos, ou sexa de maneira ailhada, no cûme dos montes, nos seus declíves, nas cháns, nas beiras do mar, no mais recóndito dos bosques, e o que é mais significativo, na crôa dos castros. Estes bloques com estânques naturais ou artificiais, apresentam-se, à vista do que os examina, como cousa digna de especial estudo. Na sua presença, non pode deixar-se de perguntar: ¿quê forom? ¿Teriam o destino relixioso que se lhes asigna? ¿Quê papel representarom na nossa mitoloxía? ¿Servíron xá as razas anarianas ou só fixo uso delas o celta? ¡Quem o pode afirmar!… Graças que os nossos verdadeiros antiquários, convenham em conceder-lhes um indiscutíbel destino relixioso. Para o Sr. Villaamil a pedra de Foz, non só alberga este carácter, senón que a xulga proba fehacente de que se conhecerom na Galiza os que el chama “bárbaros usos druídicos”. Para nós é assim evidente que forom sagradas, xá como altares, xá como pedras, que por qualquer motivo que fosse se lhes rendía culto; ora servíram os seus buracos ou concabidades para conter as águas do céu e por tanto milagrosas, ora se depositássem nelas as ofertas dos que acreditam. Consta a adoraçón de que forom obxecto, pensou-se que estabam adornadas de especiais virtudes, consta em fím que o pobo, como se respondesse a unha lonxana tradiçón, denomina, a muitas delas, altar, na Bretanha como em Portugal e na Galiza. ¿Por quê? A maior parte destas rochas tenhem hoxe ós olhos do rústico a sua virtude, a sua tradiçón, a sua história. Non lhe som indiferêntes. Restos da sua antiga importância relixiosa, formam parte das lendas e dos santos mais populares, das crênças do rústico, das superstiçóns adxuntas como para sempre ao corazón da multidón. Pedras milagreiras unhas e encantadas outras, xá que están unidas ao culto actual, e recordam um passado ainda non morto. Persistem nas costûmes, conservando os rasgos necessarios para testemunhar o grande uso relixioso que delas se fixo noutros tempos. Confirmam a adoraçón de que forom obxecto, a inscripçón da Torre de Hércules (Coruña); o seu destino xurídico. As pedras de abalar; a sua virtude milagrosa, as de Padrón e Viveiro, e a sua estreita unión com os tesouros, as que se encontram cobertas de signos, mais ou menos antigos e importântes.

MANUEL MURGUÍA

.

GALLEIRA (33)

Publicado o30/06/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Non lhe faltam tampouco as suas lendas, especialmente as que apresentam concavidades, que simulam um asento ou cadeira. Nos séculos médios existia em Finisterre, na mesma pedra em que, segundo o viaxeiro alemán xá citado, se viam impressas as marcas do Apóstolo, unha espécie de cadeira na qual estabam sentados San Xoán, San Pedro e Santiago, tendo “diante e aos lados o bravo mar” que os circundaba por três partes. Nas confusas palabras deste escritor, bem se transparenta um antigo e desconhecido uso sagrado da dita pedra, perpectuando-se nela unha curiossíssima tradiçón tocante ao mito do Sol, que naqueles mares, se oculta e morre nas turbulentas ondas do cabo. “Dous dias antes de chegar à referida pedra por mar, os marchantes e peregrinos impelidos polo vento e as correntes, ván à estrelar-se contra a rocha. Ningúm deles volta a ver a sua pátria. Aquí pois, acaba a áuga e a terra.” É dizer, aquí acaba o mundo, aquí começam as eternas sombras do Erebo! De igual importância que a de Finisterre é a titulada “A seda d’os reis”, que se atopa nos montes de Manín (Ourense), non só por se sentarem nela os reis de Espanha e Portugal e cada um no seu território, senón porque é de suspeitar que repousa esta tradiçón noutra mais lonxána, fonte e orixem talvés doutra non menos notábel que refére o P. Castro e toca o fabuloso Gatelo, de quem escrebe o nosso douto franciscano, que habendo arribado à Corunha e fundado um reino, “para fazer-se mais temido e mais respeitado o seu solio, fixo-o de unha pedra de extranha corpulência. Decia que aquela pedra estaba fadada polos deuses, que de ela dependia a conservaçón da sua coroa e de quantos desexásem igual fortuna”.

MANUEL MURGUÍA

.

GALLEIRA (AS PEDRAS DE ABALAR) (34)

Publicado o29/08/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Estes monumentos forom equiparados aos altares naturais, e como eles, nega-se que tenham sido obra da mán do home, como se presumia até fai muito pouco, mas sim producto da casualidade como se afirma actualmente. Para a história do trabalho humano, para medir até onde chegabam as forças e meios mecânicos dos pobos constructores de toda clásse de monumentos megalíticos, (…) Homes de idades e civilizaçóns remotas aproveitarom as que encontrarom em tal disposiçón, e, de igual maneira que as rochas naturais, lhes dérom um destino à vez relixioso ou xudiciário. Apenas há comarca em que abundem as lembrânças das xentes às quais polo xeral estexán relacionadas com estes monumentos, e que pesse à sua rareza, non haxa apenas um centro importânte em que non se encontrem, ou as tenham posseído. Pode-se discutir quanto queiramos sobre a sua possíbel orixem e até duvidar de que o home as tenha posto em equilibrio; acredite-se forom producto da pura casualidade; non por isso poderá negar-se a sua utilizaçón em outros tempos, como pedras probatórias. Tradiçóns posteriores vivas ainda nos diversos países célticos, probam que é impossíbel despoxá-las com razón do carácter monumental de que están adornadas, menos ainda do destino que tiverom e se lhes asigna comunmente. Assím o consignamos noutro libro, com respeito à “Piedra de la Virgen de la Barca”, sendo consideradas as nossas indicaçóns sem reserva algunha por quantos se ocuparom depois daquela enorme pedra de abalar. Por esta razón, como polo carinho com que a mira o pobo, merece por certo a importância que lhe concede o arqueólogo. É talvez o único monumento megalítico de Galiza conhecido fora de Espanha, e entre nós a mais característica destas pedras; a que non perdeu com o passo do tempo o rastro do seu primitivo destino, a que, em fim, permite assegurar que entre nós, o mesmo que na Galia, servírom entre outras cousas para as probas xudiciárias, “análogas, afirma H. Martin, no princípio, xá que non na forma, às usadas polos demais pobos da antiguidade e até ao fim da Idade Média.”

MANUEL MURGUÍA

GALLEIRA (35)

Publicado o06/11/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

O inmenso bloque que constituie a pedra de abalar de “A Barca” (Muxía), baixo a forma de unha grande mesa de granito que mede oito metros e setenta de longo e de ancho na cabeceira seis metros e setenta. A sua altura apenas passa de trinta centímetros , e por esta razón, se reconhece como unha rocha das que abundam naquel litoral asperríssimo. Comprehendemos, que fora aproveitada para fins relixioso-civis, como outros monumentos arcaicos. Move-se aos impulsos do vento e ondas, durante as grandes tempestades; também unha pessoa, se se coloca nos pontos necessários para desiquilibrá-la. O dia da Virxem, dançam sobre ela os romeiros, enquanto a pedra imprimída de movimento, navega como unha barca paralela, num rumor de mar de pedra aos seus pés. Um ruído fundo que lhe é peculiar. Som muitas as lendas que a ela están unidas, e à localidade, indicando a importância que teve noutras épocas. Non todas forom recolhidas, nem sequer conhecidas de todos. As que nos recolheu o escritor alemán, xá citado, som das que chegando ao presente, sem mais que as modificaçóns próprias dos tempos, confirman por completo a nossa teoría, respeito a ter servido como pedra probatória da virxindade das doncelas (talvés das druidesas) e da fidelidade das esposas. Graças a estas mesmas lendas non resulta também possíbel, negar-lhes o seu carácter xudiciário. A crênça de que um neno, isto é, um “inocente”, os que non estabam em pecado mortal, os que estabam em paz com a Igrexa, nunha palabra, os puros e sem mácula, podíam movela com facilidade, e, ao contrário, aos reus de pecado e aos excomulgados, non lhes era dado de algunha maneira pô-la em movimento, responde por enteiro às ideias que forzosamente debíam abrigar respeito de semelhantes monumentos os que deles se servíam. Talvés sexa o único da Europa, no qual a tradiçón do seu primeiro destino repouse sobre as mais seguras e curiosas indicaçóns. Baixo o nome vulgar de “pedras d’embade, moventes, abaladoiras e cabaladas ou cabaleiradas, conhecem-se na Galiza a maioria das pedras abaladoiras, entre as quais podem citar-se, a que se encontraba nas Ilhas Cíes, a de Meixide, partido do Bollo, a de Corbelle, em Castro Maior (Viveiro) e de Paradela (Cambados). Há muitas mais e notábeis, como a de Pereiro (Castro de Ouro), descrita polo Sr. Villaamil nas suas “Antigüedades”, e é unha rocha de granito de forma quase oval, que mede quatro metros de alto e cinco de longo e quatro escassos de largo, com mais de 2.000 quilos de peso. está sentada sobre rocha viva que aparece à raíz de chán, num metro quadrado de superfície. Tem ademais na parte superior várias concavidades profundas e extensas, ainda que informes e com canal de desagüe, o que permitíu afirmar que podía ser também um altar. Para formar-se unha ideia cabal destes monolitos e da sua imponênte maxestade, basta dar a conhecer o enorme bloque que em Carnota (perto do Pindo) había fái algúns anos em completo equilibrio, e ao qual, como xá fica dito, mérdosos de que se desprende-se um dia, sacarom do seu asento. Xá que se considerem como altar natural, xá como pedras abaladouras, non pode negar-se, que eram vistos como monumentos antigos: o probam o sítio em que estavam e a mesma distinçón que lhes valeu a ruína.

MANUEL MURGUÍA

GALLEIRA (36)

Publicado o02/01/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Servem os Menhires como enlace entre os monumentos megalíticos que podemos chamar naturais e os que som obra dos homes. Polo seu aspecto exterior e a sua simplicidade, venhem a ser como os bloques erráticos, unha pedra bruta; pola sua colocaçón e destino um verdadeiro monumento; em ambos conceitos um eterno mistério. Sexa qual for o obxecto polo qual os levantarom, xá se tomem por estelas funerárias, xá como símbolo relixioso; xá sexam ídolos, xá um obelisco conmemorativo ou tudo isto à vez e sucesivamente, resulta impossíbel negar-lhe a índole monumental que os distingue. Falam deles os antigos documentos das nossas igrexas e correm unidos às primitivas crênças, à recordaçón, tradiçóns e vida exterior do pobo galego. Depois de limitar o campo sagrado, fixar os límites territoriais da tribu e ser testemunha das assambleias nacionais, como pedra terminal e em tal conceito ser santificado polo campesino, que em algúns lugares lhe tributa todavía ofrendas e espera da sua virtude a saúde desexáda. Este dobro carácter de monumento civil e de fetiche em que se unem e alíam, para o home do campo, todas as condiçóns protectoras do agro e da família, que aínda non se perdeu entre nós. Vive o seu recordo nas superstiçóns populares, como na representaçón senssíbel. Sobram as indicaçóns respeito à sua existência no nosso país, e faltam mais do debido as “pedras fitas”, que, ao parecer, tanto abundarom noutros tempos. Non os encontramos nem tán característicos como os de Bretanha, nem da altura para ter a importância daqueles. Tal vez por mais gratos ao pobo, caírom com maior razón ante o peso dos anatemas da igrexa. Mas, pensamos se a infindade de “cruceiros” (vera-cruces) que desde há tanto tempo povoam os caminhos e lugares da Galiza, non reemprazarom à sua hora os velhos menhires, ante os quais seguirom, durante tanto tempo, rendendo culto a multidóm que poboa os campos daquel país ao qual historiadores e poetas chamarom com verdade suma a pequena Galia. Que aquí foi, sem dúvida algunha, onde com maior ânimo que em outras partes se levou a cabo o que Gregorio II aconselhaba ao monxe Agustín que evanxelizaba na Inglaterra, quando lhe escrebía, que santificasse pola nova lei todos os lugares consagrados ao culto ancestral.

MANUEL MURGUÍA

GALLEIRA (37)

AS PEDRAS FITAS

Ainda quando as notícias que temos logrado reunir acerca da existência destes importântes monumentos nas quatro províncias, som de que xá no dilatado monte do Barbanza (Noya) – ao qual non sem razón denominá-mos o Olimpo céltico da Galiza – xá noutras várias comarcas se encontram algunhas pedras cravádas e de suficiente elevaçón, para acreditar serem “menhires”, como non temos muitas esperanzas de encontrá-las, nem sequer as mencionámos. Outro tanto afirmamos de todas aquelas pessoas competentes que nos asegurarom ter visto na Serra da Queija (Ourense), e na xá citada de Barbanza, pois mentras non se examinem debidamente, non será dado a ninguém alargar-se mais que as pressentes indicaçóns. A carência ou suma escasez destes importântes monumentos num país céltico por excelência e no qual tanto abundam os “dólmens”, e podem assinalár-se algúns “cromlechs” e também “alinhamentos”, non deixa de ser notábel: non se explica senón por unha grande e sistemática destruiçón dos mais assinaládos. É certo que a colina de Fraxilde e a chán de Corzan, apressentam à vista do curioso numerosas pedras fitas, mas som estas de tán breves dimenssóns que non é possíbel recordar a propósito delas o “menhir” bretón, a menos que non se lhes aplique a comparaçón do cedro e do hisopo. ¿Faltam no país? Acreditamos que sí. ¿Faltarom sempre? Impossíbel! Polo pronto, nos documentos medievais referêntes a territórios cuxos limites assinálam e, muito especialmente nos das igrexas, mencionam a cada momento as “pedras fitas”, das quais muitas tivérom que ser antigos “menhires”, que forom aproveitados como marcos ou que xa estabam alí como pedras terminais. A miúdo denominádas “pedras de cruce”, ou sexa aquelas santificadas grabando a cruz nunha das suas caras, e “petram scriptam”, as marcadas com signos e letras acordes ao fim a que estabam destinádas. Também há expressóns como “petra incabalada”, que podería muito bem aludir a unha pedra vacilante, “petra incarrigada”, “petra grande de castro” e outras com o qual advertímos que non só os “menhires”, senón os demais bloques de granito (petra in qua stat crux), os “dólmenes” (arcas) e mâmoas – em ocasións “cómaros”- som aproveitados como “marcos”, talvés por mais respeitados e melhor conhecidos do vulgo. Semelhante predilecçón parece como que indica de por sí a importância que o nosso pobo lhes concedía nas suas lembrânças, e o carinho que lhes professaba e até nas superstiçóns. A sua antiguidade está reconhecida nos mesmos documentos, quando no ano 877 da nossa era, se afirma “petras quoe ab antiquo fuerunt constructe”; indicando a sua condiçón de pedras cravadas com a frase: “petras erectas”.

MANUEL MURGUÍA

GALLEIRA (AS PEDRAS FITAS E AS ANTAS) (38)

Publicado o08/04/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

De outra expressón se servem para designar unha nova clásse de marcos, nos quais, sem grande esforço, podem reconhecer-se os nossos verdadeiros menhires e o seu nome nacional: falamos das “antas”, que compartem com os xá indicados a sua condiçón de têrmos. Certo é que quando nas escrituras a que nos referimos se mencionam como cousa diversa as “pedras fitas” e as “antas”, algunha diferênça essêncial debería haber entre elas: assim se lé num instrumento de Lerez, “per petram scriptam” perto do castelo de Citofacta, etc…, “et per illam antam quoe stat in illo fontano”, mas isto non obsta para que com âmbas denominaçóns fosse conhecido um mesmo ou parecído monumento. Que se non falta quem à maneira portuguesa, vexa nas “antas” um dolmen, isso provém das poucas notícias que acerca destas cousas temos todos. Á penetraçón do Padre Sarmento non se escapóu o vocábulo. Ainda que víu a través das suas preocupaçóns romanistas, tanto que traduze – “Anta”, antes do valádo” – non por isso deixou de indicar que em um concilio se dixo “anta fita”, “e assim é penhasco” adxunta com non muita exactitude. A observaçón é a pesar disto notábel, pois fai constar ao menos naquela ocasión se entendeu por “anta”, unha só pedra e esta craváda. ¡Extranho destino o seu! tudo se ignora respeito dela, a sua forma, o seu destino, se acaso é um só, ou se ao contrário, como pensam algúns arqueólogos do país vecinho e irmán, comprehendem baixo dita denominaçón todos os monumentos megalíticos. ¿Que forom pois? Non sendo menhires, só sería possíbel ver nelas unha “ara” ou mesa de pedra na qual depositabam as suas ofrendas, ou inmolabam as víctimas os nossos velhos calaicos.

MANUEL MURGUÍA

Deixar un comentario