Começamos com o Ponte Vecchio, sobre a deslumbrante ribeira do Arno. Sempre que penso em Florença, me vem à memória esta ribeira da ponte velha, difuminada na ténue gama das côres típicas da paisaxem da Toscana. Dentro de unha nota especialmente harmoniosa de todo o conxunto, ao atardecer tudo mergulha num âmbiente cálido e acolhedor. Centro neurálxico das comunicaçóns e do comércio de Itália, do qual o rio foi a sua principal causa. Cidade buliciosa e ruidosa, como italiana que é, ruas estreitas e empedrado medieval irregular, agravádo por um tráfico desordenado. Os modernos banqueiros Medici, forom amassando grandes fortunas, graças as suas dotes e métodos, que muito bem descrebeu o secretário da Signoria, o famoso Machiavelli (aínda que muitos pensamos, que em quem verdadeiramente se inspirou foi em Fernando el Católico). Tudo isto acabou por dar passo a unha burguesia mercantilista e ao poder político, mas na sua escala de valores ocupou sempre um lugar destacado as artes e a cultura, frutos de unha sociedade muito rica.
Lourenzo o Magnífico, quem além de dilapidar xenerosamente a sua fortuna em causas públicas, era um compilador de tesouros, mecenas e estadista tolerante. Deste modo, segundo Stendhal fixo que em Florença, pola primeira vez desde Augusto, non predominára o poder militar, senón a cultura e as artes. A cúpula do Duomo, foi um Sol, ó redor do qual xiram os planetas. (Miguel Angel, Boticelli, Leonardo e Rafael).
O David de Miguel Angel, é a obra mais visitada da cidade, e está na Accademia. Na Piazza de la Signoria está o Palacio Vecchio, sede do goberno da República Florentina e em frente a Galeria Uffizi, que alberga a melhor colecçón de pintura de Itália (Arnolfo di Cambio, Ghiberti, Brunéleschi, Donatello ou Giotto, Cimabue e Massaccio, Botticelli e Fra Angélico). Admirar a cidade desde as xanélas do museo. Dante, Petrarca, Machiavelli. Unha cidade feita à medida do home, com contínuos desaguisádos, cada día mais frequêntes, cada día causa o turismo um efeito mais despreciador sobre a alma da cidade, as oficinas dos artesáns (Ferragano, etc…) som substituídos por “fast-food” e outras merdinhas parecidas… Tanta e tamanha é a concentraçón de cultura, que pode chegar a produzir sobre o visitante o famoso “Sindrôme de Stendhal”, semelhante ao que se produce quando se tomam alimentos em mal estado, certo mareo, visón borrosa, etc… Recomendamos disfrutar da cidade com parsimónia, non irritar-se e saborear sem obsessionar-se com tudo, tranquilamente… “Virtus, Fortunam, Vincit” (Boccaccio).
LÉRIA CULTURAL