O ataque de Hume à concepçón teísta da Divindade vira-se em seguida para o que é xeralmente conhecido como o problema do mal. Nos “Diálogos”, este problema desdobra-se em dous problemas distintos, a que J. C. A. Gaskin chama “o problema da inferência” e “o problema da consistência”. O problema da inferência consiste na continuaçón da discussón, interrompida na Parte IX, sobre a possibilidade de inferir os atributos de Deus a partir da semelhança entre a natureza e os artefactos humanos. A principal diferença está em que anteriormente os atributos em questón eram intelectuais e agora som morais. O problema da consistência, por outro lado, é o de saber se e como é possíbel compatibilizar o mal natural e moral com o Deus tradicional do teísmo. Em xeral, as discussóns modernas do problema do mal centram-se neste último problema, embora Hume, debido às suas implicaçóns para a moral, estexa mais interessado no problema da inferência. Depois de enumerar unha longa lista de males morais e naturais e de enunciar as famosas questóns de Epicuro, Hume suxere a hipótese estrictamente materialista de o propósito e a intençón existentes na natureza non visarem o bem-estar ou a felicidade dos seres humanos e dos animais, mas a “preservaçón dos indivíduos e a propagaçón das espécies” (Diálogos, X, 106). E mesmo que o mal possa ser compatíbel com Deus, isso non basta para probar os seus atributos morais. É necessário inferi-los dos fenómenos do mundo, o que é impossíbel. Assim, ainda que o problema da consistência possa ser resolvido a contento dos teístas, o problema da inferência non pode. O resultado disto é evidente: a crença de que Deus tem atributos morais e, em particular, atributos morais como os que lhe som atribuídos pelos teístas e pelas relixións populares, non tem xustificaçón racional. Esta conclusón céptica é de grande importância para o que Hume tem ainda a dizer nos “Diálogos”.
DAVID HUME (DIÁLOGOS SOBRE A RELIXIÓN NATURAL)