O BEM AMADO
Sob o título Odorico, o Bem-Amado e os Mistérios do Amor e da Morte, peça teatral representada pela primeira ves em 1969, em Recife, pelo teatro de Amadores de Pernambuco. Mas foi na pequena pantalha, em forma de novela, que o texto de Dias Gomes ganhou popularidade nacional e internacional, súceso que abríu á Televisao Brasileira as portas dos mercados além-fronteiras.
Esta maravilha, da que tivemos a fortuna de disfrutar durante meses, á hora da ceia em Guilhade, nos transportava para a nossa propria realidade quotidiana, toda a barafunda política dum cacíque de províncias, que semelhava talmente o Alcalde de nosso Concelho. Este personaxem, tan real como a vida mesma, tivo a xenial ídeia de construir um soberbo cemíterio novo. Mas verdadeiramente as dificuldades xúrdiron á hora da desexada inauguracion, pois por putadas cabronas do destino, que non permitia que ninguem morrese.
Esta sequia de difuntos, porem non desanimou o nosso Odorico, que decídiu dar um xeito no assunto. Despois de ter cabiladolargamente, pensou contratar um “Cangaçeiro” conhecido como “Zeca Diabo”, e ó mesmo tempo foi semeando inquina,para ver se algunha situacion explosiva, lhe fornecia o desexado fiambre. Vários tiroteios e rixa pancadaria, incompreensibelmente non dexeneraron nunha matanza colectiva, mas víctimas o que se dí víctimas,nada.
Mas a Xustiza, ainda que cega e coxa vinha chegando, que non sempre súcede así, o nosso bem amado Odorico, xá consideralvelmente irritado com o “Xagunzo”, perante a sua inóperancia, acabou por recibir um tiro perdido que o fíniquitou defínitivamente, tendo graças á incompetencia xeral que ser el próprio a inaugurar a sua grande obra mestra.
O mais esperpêntico de toda esta história, foi, que o seu discurso funerário tivo que ser pronúnciado por unha oposicion política, que despois de haber padecido tantas canalhadas pela sua parte, por forzada solidariedade institucional o cognomizou como Odorico o Grande, o Bem-Amado. ¡¡ Cousas da Vida !!
Léria Cultural
(DOCUMENTACION REVISTA BREIXO MARZO-2011)
Publicado en Tempo de lecer
Etiquetado Literatura