Popper dedica unha parte do segundo volûme de “A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos” a Hegel, mas a crítica a Marx, o discípulo “materialista” do “idealista” Hegel, tem muito maior abranxência. Para Popper, Marx é o principal representante do “historicismo” moderno e da filosofia social e política, que ele non se cansa de combater. No entanto, a postura de Popper com relaçón a Marx é, até certo ponto, ambivalente. Avalia de forma positiva a análise de Marx ao capitalismo da sua época, e sobretudo a ênfase “moral” que Marx imprime à descripçón do enorme sofrimento que os operários de entón tinham que suportar. Também aceita, até certo ponto, o economicismo de Marx, ou sexa, a ideia da importância de que os processos económicos se revestem na configuraçón da sociedade de unha época, embora non admita que a economia explique tudo: non é simplesmente verdade que os seres humanos, com todas as suas crenças e propósitos, estexam predeterminados pola clásse social a que pertencem e polos modos de produçón da sociedade em que vivam. Há esferas na vida das pessoas que non som simples productos dos seus interesses económicos, mas da expressón da sua liberdade e do seu sentido de responsabilidade, e nisso consiste, entre outras cousas, a acçón política (além da criaçón artística ou da investigaçón científica). A política non é inteiramente reductíbel à economia, e a cultura em xeral muito menos. Mas apesar de Popper avaliar em parte de forma positiva, em parte de forma negativa, o economicismo de Marx, a sua análise transformou-se nunha crítica impiedosa quando se trata do “historicismo” e da “profecia marxista” sobre o estabelecimento definitivo de “unha sociedade sem clásses” através de unha revoluçón proletária (violenta), a revoluçón supostamente definitiva. Toda a revoluçón é, segundo Popper, um assunto muitíssimo arriscado, mas é-o tanto mais quanto maior pretende ser o seu alcance, quando se propón mudar tudo nunha sociedade. As consequências de unha revoluçón, por ser um evento de enorme magnitude, som imprevissíbeis; se queremos mudar tudo ao mesmo tempo nunha sociedade, o mais probábel é que isso conduza ao caos ou ao domínio implacábel de unha nova casta de burocratas.
C. ULISES MOULINES