KANT (ESFORÇOS ENSARÇADOS INACESSÍBEIS À INTELIXÊNCIA)

Kant defende que apenas o conhecimento ordinário de obxectos e o conhecimento científico som fiábeis, porque neles se combinam a acçón dos sentidos específicos do ser racional (espaço e tempo) e a do seu entendimento, que aplica conceitos às percepçóns sensíbeis. O ser racional cria activamente (non recebe passivamente) o conhecimento mediante esta acçón combinada da sensibilidade (sentidos) e do entendimento (conceitos). Por outro lado, as especulaçóns metafísicas da razón abstracta (acerca da existência de Deus, da imortalidade da alma e da liberdade humana) non podem ser demonstradas e carecem de validade teórica.

CRISE E REAÇÓN

Quando David Hume escrebeu, em “Investigaçón sobre o Entendimento Humano” (1748): “Se nos cai nas máns um volume, por exemplo, de teoloxia ou de metafísica escolástica, perguntémo-nos: Contém algunha argumentaçón abstracta sobre a quantidade ou os números? Non. Contém algunha argumentaçón experimental sobre questóns de facto e existência? Non. Entón, que sexa xogado ao fogo, pois contém apenas sofismas e ilusóns.” Esta é, na verdade, a obxecçón mais xusta e mais aceitábel contra unha parte considerábel da metafísica que non forma propriamente unha ciência, mas brota tanto pelos esforços estéreis da vaidade humana que queira penetrar em recintos totalmente inacessíbeis à intelixência humana, como pelos artifícios das superstiçóns populares que, incapazes de se defenderem lealmente, arquitectam essas sarças enmaranhadas, para cobrir e protexer as suas fraquezas. Quando suspeitamos que um termo filosófico está a ser utilizado sem nenhum significado ou ideia (o que é muito frequente), devemos apenas perguntar: de que impressón é derivada aquela suposta ideia? E se for impossíbel designar unha, isto servirá para confirmar a nossa suspeita. É razoábel, portanto, esperar que, ao trazer as ideias a unha luz tán clara, removeremos toda a discussón que pode surxir sobre a sua natureza e realidade.

JOAN SOLÉ

Deixar un comentario