
UM SONHO
Afirmando: ¡¡Cuidado, que non se saiba nada!! ¡¡Non digas nada!! ¡¡Disto non se dí nada!! Perguntei-lhe, se queria que rezá-se por ela? -Non dixo que sí, nem que non! Ao parecer, fixo um ademán com o rostro e com o corpo, logo despertei, eram as quatro e trinta e cinco da manhám do dia onze. Voltei a dormir até às oito da manhám, que me veio despertar o peixeiro de Mouriscados (Castanheira). Despois de tanto tempo sem sonhar com a minha difunta tia Maria, o dia sete de Xulho de 1942, sonhei que estaba eu em Matamá, colhendo ramos de cereixas, que estabam cargadinhas, encarnadas e belindas, que era unha maravilha. Acto seguido, vexo vir pola carretera unha mulher, com um saco às costas, eu non a conhecia, mas, ao chegar à Verea Velha, apartou cara a Matamá e vexo que entra dentro do monte (foi entón quando a conhecí). Ah! É a minha tia que foi à casa e non me encontrou. Despois, vinha pola Verea Velha abaixo e eu saín-lhe na Porteira, deu-me um anáco de pán, quase meia bróa. Adiante um pouco, caminho de Oliveira, vexo estar a Sra. María da Tesa sentada. -Eu dixem-lhe: vou buscar unhas poucas de cereixas. Fún com o pán na mán, pensando dá-lo a guardar, até que passei uns caminhos, que se me forom representando cada vez mais desconhecidos, onde vexo vir unha luz muito forte e, ouvia falar xente, que de primeira semelhabam conhecidas, dei meia volta para trás e fuxím! Logo, despertei, tinha muitas aspiraçóns de sentido, tal como pensar que as veigas xá non eram minhas. ¡¡Como non?? A cerdeira xá non existía!! Se fora escreber todos os pensamentos e visóns, que me deu este sonho, habería material para toda a noite, e para encher um libro enteiro. O dia oito, polas cinco da tarde, montou-se um barulho por culpa de unha galinha, entre a Guicha e a Pelitrona.
MANUEL CALVIÑO SOUTO