
O que sucede é que non é assim tán fácil saber o que é o “eîdos” (isso é estudado nos departamentos de Ontoloxía ou de Metafísica, e acaba por se parecer muito pouco com o que os manuais sobre Platón ou Aristóteles costumam contar). Contudo, unha cousa sabemos: aquilo em que consiste o capital (o “eîdos” capìtal), é aquilo polo qual nos interrogamos quando perguntamos, simplesmente ¿o que é o capital? Precisamente por isso, non tem nada de estranho que Marx, depois de quase mil páxinas de unha obra intitulada “O Capital”, no final do Libro I, aproveite para responder a essa pergunta. Um longo itinerário, dir-se-á. Todas as pessoas sabem o que é o capital, ou polo menos é óbvio que os empresários debíam saber, mesmo que sexa apenas por experiência. Perguntemos a Ménon se a virtude é ou non ensinábel. Perguntemos ao senhor Peel ou a Berlusconi se é preciso subir ou baixar os impostos para favorecer o investimento. De certeza que terán unha resposta. ¡Por experiência! Xá estamos a ver que Platón talvés tivésse muita razón ao desconfiar do mundo dos sentidos (falou inclusivamente de unha caverna na qual só se viam sombras). Fixérom-se muitas piruetas bastânte pedantes com o conceito de “estructura” em Althusser (e em Marx). No entanto, o assunto, como podemos ver, estaba lonxe de ser unha excentricidade “estructuralista”. O fundo da questón era tán antigo como Arístocles. Do outro lado do oceano, esperando polo senhor Peel, aguardaba unha surpresa socrática que ía deixar boquiabertos non só todos os economistas da época, como também todos os muito “realistas” e “terrenais” políticos do Parlamento britânico. “Non se responde à pergunta sobre o que é o capital enumerando as partes de que este se compón, isso sería (como diz Sócrates a Ménon), como perguntar o que é unha abelha e responder, que unha abelha é unha cabeça, unhas patas, um abdómen, unhas asas e “mais unhas quantas cousas…”. Da mesma maneira, a primeira tentativa que faz o impaciente Ménon para responder à inxénua pergunta de Sócrates naufraga, porque Ménon se limita a enumerar as partes da virtude ou, sobretudo, a dar exemplos desta. Non se sabe o que é a virtude limitando-se a meter na cabeça as distintas partes de que esta se compón. Mas unha pessoa também non leva o capital daquí para alí, metendo num barco as partes que o componhem (o dinheiro, as máquinas, os operários e “mais unhas quantas cousas…”). E é aquí que, de repente, perante unha traxédia económica de primeira magnitude, o Parlamento britânico se torna tán platónico que até assusta: ¿O que é o capital? Entón, xá que toda a experiência dos empresários non nos axuda a dilucidar o mistério sobre ¿o que o senhor Peel tinha deixado “esquecido” em Inglaterra?
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA