
A xangada e a pirâmide poderiam ser os emblemas das duas grandes actitudes filosóficas em epistemoloxia, metafísica e, de um modo xeral, em todos os campos do pensamento. A xangada, polo exemplo, que o filósofo positivista vienense Otto Neurath usou, é a embarcaçón que temos de ir reconstruindo com os materiais que están à mán, mas sem nunca sairmos dela porque ficaríamos no nada do oceano. Representa a actitude “coherentista”, segundo a qual as virtudes da nossa capacidade de conhecimento se resumem ao encaixe correcto das peças conceptuais para que se apoiem unhas às outras, independentemente de o ponto de contacto com o mundo ser sólido ou, como acreditam os “coherentistas” tán líquido como o mar. A pirâmide, no outro extremo, representa o “fundacionalismo” (uso este barbarismo para evitar as conotaçóns do termo que seria adequado, “fundamentalismo”). Os “fundacionalistas” afirmam que o pensamento debe ser xustificado por argumentos impecábeis e assente nunha base de dados inquestionáveis ou, polo menos, difíceis de minar. No “coherentismo”, a xustificaçón expande-se de todos os pontos a todos os pontos, como reflexos de luz nunha rede; no “fundacionalismo”, flui da base até ao vértice. É um facto que o “fundacionalismo” non tem a reputaçón de outros tempos. A era do pós-modernismo foi essencialmente “coherentista”: os desconstrucionismos, os neopragmatismos e outras formas do pós-modernismo som exercícios de “coherentismo” com variantes. Em todas elas se abandona ou critica a ideia de que haxa fundamentos para o conhecimento (unha relaçón directa com a realidade) ou para o significado (as condiçóns necessárias e suficientes para que algo caia sob a alçada de um conceito). Além disso, o “coherentismo” tende a ser holista, ou sexa, a considerar mais as propriedades do sistema global que a identidade e o valor das componentes, que só existem em relaçón ao todo. O “fundacionalismo” tende a ser atomista ou individualista do ponto de vista metodolóxico. Enquanto o “coherentismo” é unha perspectiva sobre sistemas de grande complexidade que non se podem abranxer com um olhar, um sistema ou um pensamento, o “fundacionalismo” é unha filosofia de críse. Quando os sistemas ameaçam falir, ou quando as controvérsias intelectuais, científicas e políticas contornam as mudanças revolucionárias, o “fundacionalismo” é unha reaçón que procura sustentar as razóns e encontrar luz no meio do nevoeiro.
FERNANDO BRONCANO