A CRÍTICA DARWINISTA AO ARGUMENTO DO DESÍGNIO

No tempo de Darwin, a teoria dominante para explicar os organismos vivos era a teoria da criaçón especial divina. Segundo esta teoria, Deus teria criado os seres vivos, tal como existem actualmente, por um acto voluntário. Em consequência disso, pensava-se que os seres vivos eram e sempre tinham sido como Deus os criou. O próprio Darwin, durante a sua xuventude, pensava que esta teoria era verdadeira. Mas, em 1831, efectuou unha viáxe de circum-navegaçón no navio HMS Beagle e nos cinco anos que a viaxem durou teve a oportunidade de estudar espécies e habitats muito diferentes dos europeus. Nas ilhas Galápagos, os tentilhóns chamarom a sua atençón, por serem diferentes de ilha para ilha e estarem perfeitamente adaptados ao “habitat” de cada ilha, por exemplo, com bicos diferentes consoante o alimento dominante fosse sementes, frutos ou insectos. Compreendeu que a explicaçón mais plausíbel para esta diversidade era a de que os tentilhóns tinham evoluído a partir dos primeiros tentilhóns que chegaram às ilhas, de modo a adaptarem-se às condiçóns específicas que encontrarom. Isto levou-o a abandonar a teoria da criaçón especial divina e a tornar-se evolucionista. Porém, Darwin non foi o primeiro evolucionista. Antes dele, outros investigadores defenderam igualmente que os seres vivos evoluem. Mas foram incapazes de explicar o mecanismo dessa evoluçón. Darwin descobriu a explicaçón quando, xá de volta a Inglaterra, leu o “Ensaio sobre as Populaçóns”, de Thomas Malthus. Nesse libro, Malthus afirmava que a populaçón humana cresce nunha proporçón xeométrica, enquanto os meios de subsistência crescem nunha proporçón aritmética, resultando daí unha pressón sobre os recursos ambientais, que orixina a pobreza, a fame e a guerra. Darwin aplicou esta ideia aos seres vivos e fez dela o princípio que subxaz à selecçón natural: nascem mais seres vivos do que aqueles que o meio ambiente pode sustentar, pelo que aqueles que som dotados de variaçóns que favorecem a sobrevivênça, sobrevivem e os outros non. Com o tempo, este processo selectivo faz as espécies evoluírem e dá orixem a novas espécies. ¿Por que razón constitui esta teoria unha obxecçón ao argumento do desígnio? Porque a selecçón natural explica a complexidade dos organismos vivos sem invocar a ideia de um propósito ou de um desígnio e, potanto, sem recorrer a causas sobrenaturais intelixentes. Em vez disso, recorre a processos estrictamente naturais: as leis da física aplicadas aos organismos vivos. Mas também porque, ao contrário da hipótese de Fílon – que é unha mera hipótese, formulada apenas para mostrar a possibilidade de explicaçóns alternativas igualmente plausíveis, e assim minar a credibilidade lóxica do argumento do desígnio -, a teoria de Darwin é unha explicaçón efectiva de natureza epicurista e, por isso, dá conteúdo à obxecçón de Hume tornando-a muito mais poderosa.

DAVID HUME

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