Arquivos diarios: 17/12/2022

GALLEIRA (30)

De servir como altares, a ser apenas penhascos santificados polas crenças populares, non habia mais que um passo; de ter sído ara sobre a qual se derramabam e consumíam as ofrendas. Tampouco, baixo este ponto de vista se poderá negar o seu carácter de monumento relixioso a quantas rochas conservan o estanque e desaguadeiro e forom consagradas por segunda vez com a cruz, que hoxe se levanta sobre elas. Porque, se estas non, ¿quais entón as pedras que os rústicos galegos adorabam ainda no século VI, segundo consta em Santo Martinho Dumiense? ¿Quais aquelas a que se reférem os cânones conciliares de Braga? ¡¡Estas som!! Resulta impossíbel pôlo sequér em dúvida. Recordemos a pedra denominada “A cama do home”, ainda existente em Taboadelo (Pontevedra), que tán grande semelhança apresenta com a de “Ker-Rohou” na Bretanha; falaremos somênte de quantas, por ter um mesmo destino e conceder-lhes idênticas qualidades polo vulgo, na Bretanha e na Galiza, acussam unha orixe comúm de xentes e crênças iguais, persistentes noutros pobos cuxo estreito parentesco se percébe mais claramente à medida que se conhecem melhor. Referí-mo-nos à virtude de que se xulgaba estárem adornadas algunhas destas rochas, no campo da fecundidade das mulheres estéreis. Som citádas polo Padre Sarmiento e afirma que unha delas estaba ao pé da hermida de Santo Guillelmo em Finisterre, sinal de que a Igrexa, non podendo desde um princípio destruir a superstiçón à ela unída, a tomou baixo o seu amparo. Era unha, afirma, como pía ou cama de pedra, na qual se deitabam a dormir marido e mulher, que por estéreis recorriam ao santo e a aquela ermida, e alí, diante do santo, enxendrabam, e por ser cousa tán indecorosa, mandou-se retirar aquela grande pedra, pilón ou cama, e acabou-se com o concurso da xente. Outro tanto, sucedéu no Pindo, com outra rocha análoga, segundo o nosso benedictino, quem non se esquece de advertir a semelhança da costûme e obxecto entre esta última e a de Finisterre. ¿Quantas outras como elas?

MANUEL MURGUÍA

HABERMAS (A ÉTICA PROTESTANTE SEDIMENTANDO O NOVO MODO DE VIDA BURGUÊS)

Assim, os membros deste público burguês aprimorarom-se nas prácticas da autoilustraçón: a leitura, a escrita, o debate, a opinión e a crítica. O “cultivar-se a si mesmo”, entre outros, é um requisito para ser aceite nos espaços de discussón. A emerxente imprensa constitui um meio essencial para impulsionar a esfera pública. As pessoas “civilizadas” non só acedem à erudiçón, como hasteiam a pretensón igualitária dos “nascidos iguais”, os “meramente humanos” que, tendo atinxido a “maioridade” (Mündigkeit), están na disposiçón de xulgar criticamente tanto na esfera cultural como na política. Conquista-se o território da consciência individual ligada à liberdade negativa, aos direitos individuais, mas instiga-se a criaçón de um novo espaço de opinión e de crítica públicos que orixinará o anseio democrático, a liberdade positiva, o autogoverno colectivo. Habermas, muito influenciado por Max Weber, um dos pais fundadores da socioloxia, aponta para unha conxunçón de motivos económicos (o capitalismo emerxente) e relixiosos (a ética protestante) que ván sedimentando o novo modo de vida burguês e a sua mentalidade. É o fundamento histórico que delineia o ideal e a aspiraçón à autonomia: à liberdade de dirixir a própria vida sem ter de prestar contas a nada nem a ninguém senón a si mesmo, a própria consciência individual converte-se no último tribunal de recurso, a instância crítica por excelência. O valor que Habermas dará posteriormente à comunicaçón e ao reconhecimento dos outros supera, no início dos anos oitenta do século passado, a filosofia da consciência, do suxeito monolóxico, para passar ao âmbito intersubxectivo da comunidade de diálogo universal. Em capítulos seguintes, abordaremos os conceitos de actos de fala e comunidades de investigaçón, inspiraçóns para a viraxem intersubxectiva. A esfera íntima, no contexto da privacidade, converte-se no ponto de arranque da subxectividade burguesa. A possibilidade de exercer o raciocínio público dependerá directamente do processo de “autoilustraçón” das pessoas privadas no quadro das inovadoras experiências do íntimo na família e no círculo das amizades. As fases de criaçón da esfera pública som as seguintes: -Autoilustraçón centrada na educaçón e nas prácticas de leitura, escrita e diálogo entre íntimos na esfera privada. -Apreciaçón da “cultura”, especialmente dos romances, o xénero burguês por excelência, o que dá lugar à esfera pública literária. -Exercício do xuízo crítico e da opinión política, em que se pode sentir o papel central da argumentaçón e da deliberaçón. Encontramo-nos perante espaços de liberdade, mas também de exclusón. Unha exclusón cuxos eixos som, como xá se indicou, a classe social – os trabalhadores – e o sexo – as mulheres -, e que foi perpectuada polo ordenamento político, por exemplo, no código civil napoleónico. Assim se expressava o limite da “igualdade de qualidade humana dos nascidos iguais” que afirmaba, non obstante, “a autoridade do argumento” face à “autoridade da hierarquia social” ao tratar do “xeral”.

MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO