
A VIDEIRA CABERNET-SAUVIGNON
A Cabernet-Sauvignon é a variedade tinta que mais êxito tivo em todo o mundo. Esta videira desarrolou-se em Burdeos e o seu nome começou a ser conhecido a finais do século XVIII e princípios do XIX. Mas, debído ao seu baixo rendimento, só é cultivada onde se pretende obter um vinho de qualidade. Os seus frutos som muito escuros, pequenos e com unha pel grossa. Produce um vinho austero, tânico e muito colorado, que se mistura a miúdo com o de outras variedades, particularmente com Cabernet-Franc e Merlot. A Cabernet-Sauvignon tem unha maduraçón tardía, o qual limita o seu cultivo a zonas temperadas com Outonos suáves. Num clima muito cálido e em cháns férteis, o vinho pode resultar “confitado” e falto de acidez; em climas frescos pode apresentar, aromas a herbas. Apesar de tudo, os cháns pobres e gravosos do Médoc parecem ter as condiçóns ideais para o seu cultivo. Um grande Burdeos tinto, de unha boa colheita, continuará melhorando durante décadas.
LUGARES ONDE SE PODE ENCONTRAR

A única propriedade que em 1855 recebeu o “status supremo de cultivo de primeiro nível” foi Haut-Brion. A história acabou por confirmar aquele xuízo. Xá era famosa no século XVII, quando os seus proprietários, a família Pontac, puxérom com êxito o vinho no mercado de Londres. Na actualidade, rodeada polo extrarradio da cidade de Burdeos, este maravilhoso vinhedo conservou-se de maneira impecábel. Haut-Brion beneficiou-se de unha apacíbel continuidade desde 1935, quando o banqueiro estadounidense Clarence Dillon adquiríu a propriedade. A sua neta e o filho desta, dirixem agora as adegas. Os vinhedos están a maior altitude do que parece, e enraizados sobre cháns profundos de gravas, algunhas parcelas tenhem elevados contídos de argila. A de 1989 é unha colheita clássica de Haut-Brion: voluptuosamente aromática, com esências de cedro, grosselha negra e chocolate, inclúso trás quase vinte anos de maduraçón retem unha robusta ainda que aveludada força e unha extraordinária permanência de sabor. Este lexendário vinho aguantará ainda durante décadas.
…

A elaboraçón sistemática deste vinho, começou em Lafite no século XVII, e foi levada a cabo polo seu proprietário, Jacques de Ségur. Sessenta anos depois gozaba de tal reputaçón, que o primeiro ministro britânico, Robert Walpole, determinou um pedido fixo deste vinho cada três meses, durante todo o seu mandato. Lafite atravessou tempos difíceis no século XX. Foi transformado em guarniçón militar nazí, e durante os anos sessenta e princípios dos setenta, muitos acreditárom que a sua qualidade baixára. Jean Crété voltou ubicar este vinho no caminho da recuperaçón em 1976 e, em 1983, Gilbert Rokvam sucedeu-lhe com grande habilidade. O Lafite de 1996 é um vinho imponente, equipado com a força, o perfume e o refinamento que um busca nos vinhos deste calibre. Especiarías doces e complexas notas de frutos em conserva abrem-se no buqué, mentras que o paladar mostra um vinho redondo, sinuoso e de grande força, com um toque tânico impressionante, mas também com lixeireza e axilidade. Este vinho continuará percorrendo serenamente o seu caminho através das seguintes décadas, até (2050).
…

A torre que dá nome a estas adegas foi construída a finais do século XIV, como fortaleza durante a guerra dos Cem Anos (1337-1453). A torre orixinal desapareceu fai muito tempo, mas foi substituída a princípios do século XVII, pola torre que se levanta na actualidade, unha construçón circular e abovedada que na realidade foi levantada para fazer as vezes de pombal. Incluído entre os primeiros na classificaçón de 1855, o Latour mantívo um nível de coherência que beneficiou este vinho de fama mundial. As vinhas de raízes profundas, aferradas a cháns com alto contído em gravas. A elevada porcentáxe de Cabernet-Sauvignon (mais do oitenta por cento), fán prever que os vinhos non deberíam degustar-se até bem entrada a sua terceira década. Dito isto, o de 2003 resulta um vinho inusualmente maduro, como resultado da intensa madurés da colheita. Producido durante unha furiosa onda de calor, que causou numerosos desástres por toda Europa. O vinho é negro como os meus pecados e resulta ao menos o dobro de tentador. Apresenta unha naríz maravilhosamente floral com grossellas negras, ameixas negras e carbalho afumado e, a pesar dos seus fortes taninos, conta com suave acidez e doce sabor a frutas no paladar, polo que é probábel que os amantes da fruta primária sexan tentados a degustá-lo demasiádo cedo. Também é um vinho superventas e, a pesar disto, a grande potência encerrada está perfeitamente integrada baixo a sua concentraçón de fruta. Consumir entre 2020 e 2075
…

Margaux, o único “cru classé” epónimo entre os distritos que se criárom baixo o chuvasqueiro de 1855, era antigamente conhecido como La Mothe de Margaux. Mothe, significa em galego “Mouta” (non vexo mouta, onde cho lobo sáia), como diría Maria do Pazo. Ou sexa, “Montículo”. E por aqueles tempos, os montículos tinham um preço muito elevado, pola sua exposiçón dentro das terras cháns do Médoc. Em 1977 André Mentzelopoulos, filho de um hosteleiro grego, adquiríu Margaux. Mentzelopoulos faleceu e, apenas puido tomar posse do seu vinhedo, mas as melhoras que tinha dirixído situarom a Margaux de novo no caminho para recuperar a sua antiga reputaçón. A colheita de 1978 marcou um ponto de inflexón e, desde entón o vinho voa alto, encadenando um êxito detrás doutro. A colheita de 2004, situada entre as impressionantes de 2003 e 2005, quedou ensombrecída. Mas, non foi unha mala colheita: tería sido considerada sólida e fiábel em momentos de maior normalidade climática. O Margaux de 2004, em parte vindimádo baixo a chuva, resulta mais parco que o normal em quanto a corpo e taninos, non carece de certo explendor aromático opulentamente fluído, nem de unha deslumbrante complexidade no paladar. Apresenta notas florais que dançam entorno à groselha negra de núcleo especiádo dentro de um retrogosto redondeádo pola xusta medida de carbalho. Consumir entre 2010-2030.
CHÂTEAU MOUTON ROTHSCHILD 1945

Em 1945, por toda a França, vinhas non enxertadas e maduras, deron uvas da melhor qualidade. Em Burdeos, Mouton Rothschild, a pesar de ter unhas adegas pobremente equipadas, elaborou um vinho especialmente brilhante, hoxe em dia aclamado como um dos mais grandes vinhos de todos os tempos. Broadbent descrebeu-o com a célebre frase: “É o Churchill dos vinhos”, mas non se refería únicamente ao vinho em sí. Para conmemorar o final da guerra, esta foi, a primeira colheita de Mouton que levou unha etiqueta com a “V” da victória, realizada polo xovem artísta françês Philippe Jullian. Desde entón, Mouton encarga a um artísta para que desenhe a etiqueta em todas as colheitas. Em Junho de 1993 o proprietário do “Château”, organizou unha ceia na qual servíu o vinho de 1945. A ideia era servir garrafas “mágnum”, das que só tinham producído 1.475 unidades. Non obstânte, quando se abríu unha dessas garrafas para a sua inspecçón, o “maître de chai” decidíu que o vinho ainda non estaba pronto e no seu lugar servírom-se garrafas normais. Trata-se certamente de um vinho feito para durar. Consumir até 2050.
…

As anomalias sufrídas tanto na história como na ubicaçón destas vinhas, levárom durante algúm tempo a que se elaboraram dous vinhos de denominaçóns diferentes. Finalmente, acordou-se que a finca em questón, pertencéra à denominaçón “Pauillac”, e non à de “St. Julien”. O chán é de grava sobre unha capa argilosa. Segue-se unha vinificaçón moderna, o vinho está dezoito meses envelhecendo em barricas, das que se renova em cada colheita aproximadamente a metade da madeira. Trata-se de um vinho mais suáve e mais “femenino” que a maioría dos “Pauillac”, e há quem afirma que isto se debe à maior porcentáxe de Merlot, mentras que outros defendem o factor “St. Julien”. O de 1982 é um dos vinhos mais singulares dunha colheita, em têrmos xenéricos, heroica. Desde o princípio, a fruta sufría um exceso de maduraçón, que recordaba as ameixas passas. Ofertaba unha cautivadora nota floral predominante com aromas terciários terrosos e de agaricos silvestres. Os taninos están fusionados com o vinho, mas a cereixa e os amorodos autênticos permanecem intáctos nele.
LÉRIA CULTURAL