“AMIZADE” NO DICIONÁRIO FILOSÓFICO

Desde a antiguidade, fala-se do tempo da amizade: e desde entón sabemos que é muito pouco concorrido. Sabemos também que a amizade non se impón, tal como o amor e o apreço non se imponhem. “Ama o teu próximo” significa “dá-lhe” o teu apoio. Mas isto non quer dizer que usufruas do prazer da sua conversa se ela for aborrecida, nem que lhe confies os teus segredos se for linguarudo, nem que lhe emprestes dinheiro se for esbanjador. A “Amizade” é o casamento da alma, mas esse casamento está suxeito a divórcio. É um contracto tácito realizado entre duas pessoas sensíveis e virtuosas: digo “sensíveis”, porque um solitário pode non ser mau e viver sem conhecer a amizade; digo “virtuoso”, porque os perversos só têm cúmplices, os voluptuosos, companheiros de deboche, os comerciantes, associados, a xeneralidade dos homes ociosos, relaçóns superficiais, os príncipes, cortesáns; só os homes virtuosos tenhem amigos.

DO ARTIGO “AMIZADE” NO “DICIONÁRIO FILOSÓFICO”

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