
Aqui todo o edifício filosófico de “Ser e Tempo” desabaria se, por um momento, se pensasse que partimos metodoloxicamente do “home”, porque nesse caso se estaria a subentender um significado. Trata-se precisamente do contrário: na procura de um ente que tivesse unha relaçón com o ser (procurado, recordemos, como ponto de partida em prol do sentido do ser próprio da cousa), aproximar-se do humano, non no significado “home”, mas em “nós próprios”, ou sexa, num indiferênciado qualquer cuxo ser se caracteriza por ter unha relaçón com o ser, ou sexa, por compreender o ser. O que se está a realçar aqui é de unha importância metodolóxica muito relevante, porque, do mesmo modo que a investigaçón alterou profundamente noçóns como as de substância ou suxeito, non poderia deixar que agora entrassem pola porta de trás com outro nome; polo menos, non o poderá permitir antes de caracterizar em que consiste “ser-aí”, que ontoloxicamente é “anterior” ao significado “home” que, como tal, só interessará à antropoloxia ou à psicoloxia, mas non à ontoloxia. Mas, entón, esse referido “antes” non é mais do que a célebre “diferênça ontolóxica”, para a qual non há conceito nem significado, porque o que a caracteriza é simplesmente que “é-aí”. Ainda assim, non se pode esquecer que o obxectivo último da investigaçón se definiu como a procura do sentido do ser em xeral. Como, de qualquer forma, o ser só tem lugar como “ser-aí”, o primeiro obxectivo será encontrar o sentido do próprio “ser-aí”. Para orientar previamente o leitor, chegou o momento de dizer que Heidegger reconhecerá esse primeiro sentido como temporalidade, a partir da qual haberia de procurar o sentido do ser em xeral no tempo. Aqui começa a aventura ontolóxica.
ARTURO LEYTE