
Em 1655, quando o nosso filósofo chegou a Port-Royal, para fazer um dos seus retiros, foi designado Isaac Le Maistre de Sacy para o receber e ser o seu director espiritual. Temos informaçóns sobre a sua conversa graças ao secretário de Sacy, Fontaine, que a rexistrou e a deixou por escrito. Este material foi publicado pola primeira vez em 1728 com o nome de “Conversa com Monsieur de Sacy” (Entretien avec M. de Sacy). E se nos interessa é porque, embora non sexa unha obra propriamente escrita por Pascal, revela a profunda influênça que tiverom na sua filosofia tanto o estoico romano Epicteto como o céptico Montaigne. Nos seus “Pensamentos” encontramos várias referências a estes dous filósofos. Com efeito, xuntamente com o jansenismo, forom quem mais determinou a forma como Pascal entendia a filosofia. Conta-se que Sacy costumava iniciar a conversa com quem chegava a Port-Royal para o ter como guía espiritual falando sobre aquilo que, na sua opinión, mais lhes podía interessar. Era um home extremamente culto, capaz de conversar sobre qualquer assunto e, de facto, essa era a sua força, a sua estratéxia, pois se o interlocutor se sentia à vontade Sacy podía conduzir a conversa, quase sem que o seu interlocutor se apercebesse, para a questón que quería realmente abordar: Deus. Na sua “Conversa”, Fontaine conta-nos que, seguindo a sua habitual forma de proceder, Sacy quis que fosse Pascal a começar a falar, Por isso, perguntou-lhe polas leituras de filosofia que mais lhe tinham interessado, ao que Pascal respondeu que os autores de que mais gostaba eram o estoico romano Epicteto e o céptico Montaigne. Polos vistos, esta resposta desconcertou Sacy, que se víu obrigado a confessar que eram autores que tinha lido pouco e a pedir a Pascal que lhe falasse sobre eles.
GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE