
Segundo nos foi descripto por Porfírio, Plotino foi, sem dúvida alguma, um filósofo do tipo “asceta” e “místico”, muito afastado xá do tipo socrático (lançado à ágora), académico (mais rigoroso e sistemático), xónio (entregue ao estudo da física) ou cínico (provocador e histriònico). Por outro lado, tornou-se um home muito querido polos seus próximos debido ao seu carácter serviçal e amábel em grau extremo. Muitos pais e tutores deixavam as crianças aos seus cuidados (incluindo muitos órfáns), sabendo que a sua escola era um lugar seguro no meio do caos e da vil moral circundantes. Plotino administrava pessoalmente as pensóns e posses desses meninos, alguns dos quais eram filhos de nobres assassinados, arruinados ou mortos pola peste. Segundo Porfírio, era-lhe conferida a sua fortuna “como a um guardián sagrado e divino”. Era, ao mesmo tempo, um grande conselheiro: dissuadiu o próprio Porfírio de se suicidar depois de unha depressón, aconselhando-o a ir a Sicília para se rexenerar em 268, ano em que se separam definitivamente. Unha doença similar à lepra acabou com a vida de Plotino aos 66 anos. Retirou-se para morrer na Campânia, nas terras do seu amigo Zeto. Naquela altura, os seus melhores seguidores ou tinham morto, ou tinham-se dispersado, polo que partíu sabendo que a escola desaparecia com ele. As suas últimas palabras foram para Eustóquio, médico e último discípulo: “Estou ainda à tua espera. Esforça-te por elevar o que de divino há em nós rumo ao que de divino há no universo”.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO