
Ao fazer da ideia a base ou matriz da necessidade está-se a considerar que só a deduçón é um método lexítimo. Conhecer é partir de unhas determinadas premissas da razón e ater-se ao que surxe de tais premissas; consequentemente, tudo é “a priori”. Observe-se que non é a primeira vez que unha pretensón desse tipo se dá na história do pensamento. Assim, por exemplo, o libro intitulado “Elementos”, de Euclides, é unha colossal construçón na qual se parte de certas definiçóns, axiomas e postulados para deduzir o essencial do que sob o termo “geometria” aprendemos na escola. Mas há unha grande diferênça em relaçón ao apriorismo hegeliano, pois unha cousa é ser apriorista em xeometría e outra é ser apriorista em tudo: quando se fala de triângulos e também quando se fala da Guerra dos Cem Anos, da queda dos corpos ou da devastaçón provocada pola peste. Mas há unha diferença ainda mais importânte que é escandalosa tanto para o loxicismo aristotélico como para o bom senso cartesiano. Euclides fai inferências seguindo uns princípios de deduçón que, de algunha forma, eram xá canónicos desde os tratados lóxicos de Aristóteles e que obedecem a axiomas que o próprio Aristóteles considerava inherentes ao pensamento, de modo que traí-los implicaria, para o pensamento, negar-se a sí próprio. Um desses axiomas era aquilo a que Aristóteles denominaba “princípio mais firme” e que consiste em excluir que unha cousa poida receber um atributo e, ao mesmo tempo, receber o atributo contrário, ou sexa, o que se conhece como “princípio da non contradiçón”. Assim, Hegel restrinxirá o poder do dito princípio.
VÍCTOR GÓMEZ PIN