
A versón oficial define o empirismo como um movimento filosófico que se desenvolve durante os séculos XVII e XVIII no âmbito cultural britânico e cuxas marcas de identidade residem na sua oposiçón ao racionalismo cartesiano e na afirmaçón de que o conhecimento debe basear-se na experiência, non em conceitos abstractos elaborados independentemente dela (que era precisamente o que sustentaba o racionalismo, inspirado polo rigor deductivo da matemática). Os seus principais representantes som John Locke (1632-1704), George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776), nunha ordem cronolóxica que parece coincidir com a ordem de menos a mais empirista e, sobretudo, de menos a mais céptico, supondo que exista um critério para medir o grau de empirismo e que esse critério sexa capaz de realizar mediçoes “empiricamente” exactas. O ponto culminante do empirismo britânico coincide com o Iluminismo e com as mudanças políticas e culturais que, como vimos, dán-se em Inglaterra e non noutros lugares da Europa: unha “revoluçón burguesa” que continha no seu seio o embrión de unha futura “revoluçón industrial”, muito especificamente britânica, e, sobretudo, a introduçón de mecanismos parlamentares capazes de controlar conflíctos sociais. Hume soube expressá-lo muito bem ao afirmar que lhe causava unha estranha felicidade viver num tempo em que “se pode sentir o que se quer e dizer o que se sente”. Podemos assegurar sem receio de nos enganarmos que o empirismo é um dos pontos altos da filosofia, um desses pontos de viraxem em que o pensamento axusta contas com o passado enquanto se proxecta para o futuro. Caracterizado, como o racionalismo, polas suas ânsias de encontrar unha teoria acerca do saber universal, o empirismo britânico contém um proxecto de reconstruçón do saber humano no seu conxunto. Como o racionalismo, é certo, mas opondo à paixón cartesiana unha dose de fleuma britânica. O empirismo viáxa polo “grande libro do mundo” com guarda-chuva, chapéu de coco e unha chávena de chá às cinco da tarde, com o firme propósito de assentar essa razón na experiência. E um “gentleman” pode converter-se num radical ao abordar a orixem do conhecimento, um dos temas centrais da filosofia moderna. É necessário insistir que o racionalismo e o empirismo non som opostos irreconciliábeis. Muito pelo contrário, as suas zonas comuns som tán importântes como as diferênças nas suas propostas. As duas correntes tentam dar resposta ao problema da orixem e do processo do conhecimento, estudando a capacidade e os limites do entendimento humano no momento de compreender a realidade. ”Razón” e “experiência” som conceitos que se movem nesse campo comum em que confluem as doutrinas racionalistas e empiristas, tán cheias de “nuances”. O próprio termo “experiência” non tem o mesmo sentido em todos os autores empiristas, embora, em xeral, o interpretem como a apreensón intuitiva dos fenómenos ou dos dados que os sentidos nos proporcionam. Nem os filósofos racionalistas desprezam a experiência nem os filósofos empiristas desdenham a razón, muito menos se for entendida no sentido lato de pensar criticamente, de ter dúvidas inclusivamente sobre a forma de ela própria se constituir e proceder. É o caso de Locke, um dos filósofos mais equilibrados na zona de confluência dos dous movimentos filosóficos.
LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA