
Obviamente, na sociedade capitalista a hexemonia é detida pola classe dominante de um ponto de vista económico, aquilo a que o marxismo chamou habitualmente “burguesia”. Na actualidade, este termo é cada vez mais problemático; para começar, porque unha enorme proporçón dos assalariados som, ao mesmo tempo, acionistas empresariais, embora apenas por terem os seus fundos de pensóns investidos. A luta de classes atravessa agora, portanto, os próprios cidadáns, fractura-os estructuralmente no seu interior. Isso faz com que non sexa assim tán fácil – na verdade, nunca o foi – distinguir classes sociais como quem distingue equipas num xogo de futebol, mas estructuralmente – e xá sabemos o que isso significa – as cousas non mudaram assim tanto. Em todo o caso, as linhas de confrontaçón continuam a cruzar-se, como dizíamos no capítulo anterior, entre aqueles que están interessados em defender o xogo estructural deste mundo e aqueles que som esmagados ou marxinalizados por ele. Há xá algunhas décadas que se tem vindo a falar da confrontaçón ”Norte-Sul”. Na América Latina, fala-se muito de “oligarquia”, um termo que, na verdade, aí faz muito sentido. O Podemos, em Espanha, tornou moda o termo “casta”, referindo-se à confrontaçón entre os de cima e os de baixo. Outros preferiram falar de unha “máfia internacional” que nos domina, manipulando os cordelinhos do capital financeiro, forçando os parlamentos a lexislar em seu favor. No entanto, a linha divisória foi traçada muito acertadamente polo famoso lema do movimento Ocupy Wall Street: ”Somos 99%”. O mais importânte agora é constactar que o primeiro passo inevitábel para a luta política dos oprimidos – chamemos-lhes o que lhes chamarmos – non pode ser outro senón o de quebrar a hexemonia ideolóxica da classe dominante. Isso passa inevitabelmente por unha luta, por construir unha nova hexemonia, ou sexa, por fazer compreender que a vontade xeral (que agora afecta os interesses do planeta no seu conxunto) segue outras rotas. Nesta luta, por exemplo, o ecoloxismo marca actualmente um ponto de inflexón inquestionábel, que as elites dominantes podem ignorar cada vez menos. Som os próprios limites ecolóxicos do planeta que desautorizam a lexitimidade actual do capitalismo. Como xá dissemos antes, as esixências de um crescimento infinito e cada vez mais acelerado non som compatíbeis com um planeta redondo e finito. Nenhum interesse económico que defenda este dinamismo estructural pode fazer-se passar por vontade xeral ou, polo menos, é-lhe cada vez mais difícil.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA