
É aquí que Althusser considerou que residia o núcleo da “imensa revoluçón teórica de Marx: na descoberta de unha “estructura”. E a estructura em causa pode ser resumida desta forma: o capitalismo é impossíbel sem as relaçóns de produçón capitalistas, que consistem, antes de mais, no facto de o conxunto da populaçón ter sido violentamente expropriada dos seus meios de produçón. Dizendo claramente aquilo de que o senhor Peel “se tinha esquecido” em Inglaterra, nada melhor do que afirmar que se tinha esquecido, precisamente -e nada menos!-, “do capital”, da “essência capital”, “aquilo em que consiste o capital”, “aquilo que faz o capital ser capital” ou, como xá dissemos antes em leitura platónica, o “eîdos” capital. Aquilo a que, de facto, o marxismo chamou a “estructura capitalista”. Entenderemos a seriedade do assunto se nos apercebermos que o erro cometido polo senhor Peel é exactamente o mesmo em que incorre Ménon – no famoso diálogo de Platón – ao ser interrogado acerca do que é a virtude. Ménon diz que isso até unha criança sabe e que o envergonharia regressar à sua pátria para contar que o grande Sócrates non sabe o que é a virtude. Sem dúvida, há cousas difíceis a decidir sobre a virtude; por exemplo, se a virtude é ensinábel ou non. Para decidir sobre este tipo de questóns é necessário ser, polo menos, suficientemente intelixente. Mas Sócrates, antes de mais, quer que se lhe diga… em que consiste a virtude! Pois, aparentemente, non só non é “suficientemente intelixente”, como além disso, sendo completamente “idiota”, nem sequer entende o significado da palabra; as crianças entendem-no, mas Sócrates non. Non há dúvida de que o senhor Peel, tendo em conta quán rico era, debía ser também “suficientemente intelixente”. No mínimo, tán intelixente como, por exemplo, Berlusconi, que baseou todas as suas campanhas eleitorais na proposta de xerir Itália como unha grande empresa e que apresentaba o seu êxito nos negócios como proba indiscutíbel de que ele sabia realmente de economia. Este argumento parecia ser de unha evidência incontestábel: quem melhor para dirixir os destinos económicos de um país do que um empresário? Que melhor ministro da economia do que alguém que sabía perfeitamente o que é unha empresa, porque ele mesmo tem muita experiência como empresário? Ora, isso de “ter experiência” non é muito impressionante do ponto de vista platónico. Claro que, dir-se-á, a economia non se desenvolve no nebuloso mundo das ideias de Platón. Para lá de “utopías” e de “libertarismos ultrapassados” (como corresponde ao pragmatismo do patronato), non há dúvida que os empresários têm “os pés assentes na terra”… para o bem deles. Ora, “para o seu próprio bem”, o senhor Peel, que sabia perfeitamente o que era o capital – xá que era, precisamente, um capitalista -, foi tán precavido que das suas empresas non se esqueceu de embarcar nem um parafuso. Esqueceu-se, no entanto, de exportar “aquilo que faz o capital ser capital”, aquilo que Platón tería chamado, de facto, a “ideia” de capital.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA