
Virtude: o Passos Coelho tem unha virtude, non se engasga! No entanto enquanto fala, pode ser que tenha algum acesso de tosse, mas, non se engasga! Quando o oiço, só adivinho o que diz, porque sei que fala o contrário do que acontece. Somente unha pessoa aluáda polos fumos doces de algunha herva, pode pensar, que o que menos tem, padece menos. Aquel que non tem, ou pouco tem, non vive; está “off line”; vive deambulando; esconde-se do Sol. Maldiz a Lua, porque xá se cansou de falar mal do Governo. Quem non tem, xá non suporta o Passos Coelho e também as troikas, ignora-as! Devolve-os todos inconscientemente ao abandono e ao esquecimento, no qual o situou o Governo, a Banca e as supra instituiçóns internacionais. Quem non tem, non ouve o Passos Coelho. Consegue ser feliz ignorando, porque assim ignora o grande vendedor do ser Humano à miséria do capitalismo. Imagino que o primeiro-ministro, será devoto de algum santo ou santa. Talvés, se oferece todos os dias ou noites, e usa ferramentas de auto-castigo. Mas, os sinais do azorrague que hipotecticamente figurem na sua pele, seríam só vanos simulácros, da pena e do flagélo que padece o abandonado; o perdido para a vida e para esta maldita sociedade. Passos Coelho é a farsa tráxica que assume o talar da floresta humana, como um bem. Non se engasga! Caranguexa, para aclarar a voz! Goberna, sentado no desespero do despojado! Instalado, recostado num automóvel topo de gama, lendo, relendo ou fazendo que sabe ler, talvés unha biografía do Salazar. Percorre as ruas do País a contemplar xardíns onde só há areia fóssil e pó de vidas em descomposiçón. Agride xeralmente a quem o inquíre; como se fosse um ser de outro planeta. Sorrí, estica a mán entre sinfonias de assobios. Fala desde o púlpito, dos edens políticos, cheios, repletos, encharcados de buracos financeiros; de escolas sem atençón às necessidades de educaçón especial; de ancianidade maltratada; de saúde escamoteáda. Desde o charco de imundície da direita portuguesa. O primeiro-ministro é um extraterrestre!! Nada se pode fazer; a máquina infernal do Poder resulta unha muralha infranqueábel, non tem ouvidos, non tem coraçón, mas, a imaginaçón non tem impedimentos; a imaxinacón non se amuralha. Perante o “non se pode fazer”: sonha, cria, bule, espicaça, xéra, realiza-se. Passos Coelho tem um problema, a imaxinaçón non gosta dele!!
JOSÉ LUÍS MONTERO
