
Neste sentido, os traços ou tendências instalados nas sociedades de massas contemporâneas seriam os seguintes: A desarticulaçón do espaço público: o eclipse da esfera pública e da acçón dos cidadáns em favor da primazia da esfera privada constitui um fenómeno próprio das sociedades modernas. Para Arendt, o triunfo de um tipo de indivíduo despreocupado com a vida pública, centrado nos seus interesses privados, interessado unicamente na segurança dos seus a qualquer preço, constitui o campo do qual o totalitarismo se alimenta. Esse indivíduo representa a figura oposta à do cidadán: aquele que mantém um compromisso activo com o mundo e o espaço público, com a manutençón e a sobrevivência de unha esfera pública enquanto espaço de deliberaçón crítica da cidadania. Pelo contrário, o indivíduo “privado” representa a “triste opacidade da vida privada”, de unha vida centrada apenas em sí própria, de um indivíduo isolado nos seus interesses de conforto e consumo. Hannah Arendt encontra neste tipo de indivíduo, tán presente nas nossas sociedades, as condiçóns apropriadas para o nascimento de um conformismo social e político devastador. O totalitarismo no poder aprofunda essa destruiçón do campo público da vida, mas, além disso, destrói a vida privada, lançando os indivíduos na solidón mais absolucta. Unido a essa carência e falta de interesse por unha esfera pública que actue como ligaçón necessária entre os cidadáns, outra das características que aparece em força nas sociedades de massas é o isolamento. Arendt define-o como “a doença do nosso tempo”. O triunfo do totalitarismo foi possíbel, em grande parte, porque encontrou unha sociedade composta por indivíduos isolados, sem vínculos sociais ou políticos entre sí: ”Só os indivíduos isolados podem ser totalmente dominados. Hitler conseguíu construir a sua organizaçón sobre a base firme de unha sociedade xá atomizada, que depois atomizou ainda mais artificialmente”. Trata-se, assim, de unha sociedade em que as pessoas vivem xuntas, mas sem terem nada em comum, nenhum interesse partilhado. Por que razón, para Hannah Arendt, o isolamento é unha tendência tán perigosa e destructiva para a vida política? A resposta tem a ver com a sua ideia de que a pluralidade é condiçón “sine qua non” de toda a vida política. O isolamento anula essa pluralidade que se vive quotidianamente de unha forma activa entre as pessoas, ao mesmo tempo que “som vistas e ouvidas por todos”, ou sexa, partilham unha realidade comum baseada nessa intersubxectividade. A imaxem que Arendt utiliza para expressar esse isolamento face à pluralidade é a de um “anel de ferro” que tortura as pessoas no rexime totalitário como se fossem e axissem como Um, como unha única pessoa, um cenário desolador onde a pluralidade humana desapareceu por completo.
CRISTINA SÁNCHEZ