
A humanidade non representa um desenvolvimento para algunha cousa melhor, mais forte ou mais elevada, como hoxe se pensa. O “progresso” non passa de unha idéia moderna, isto é, de unha ideia falsa. No seu valor, o europeu de hoxe está bastante abaixo do europeu da renascença. Desemvolver-se non significa em absolucto necessariamente elevar-se, realçar-se, fortalecer-se. N’outro sentido, existe um êxito continuo de casos isolados em lugares diferêntes da terra, e em meio das mais diversas civilizaçóns, com as quais se representa efectivamente um “typo superior”, algunha cousa que, em relaçón à humanidade enteira, constituie unha espécie de “super-homem”. Tais acasos de grande êxito fôram sempre possíbeis, e selo-hán talvez em todos os tempos. E até raças inteiras, tribus e pobos podem, em circunstâncias particulares, representar semelhante “homem de sorte”. Ante os meus olhos apresentou-se um espectáculo doloroso e terrorífico: corri a cortina da “corrupçón” dos homes. Esta palabra na minha boca está ao menos ao abrigo de unha suspeita, a de conter unha acusaçón moral do home. Digo-o (quixéra sublinhá-lo unha vez mais) desprovido de “moraline”: e isto até ao ponto de que eu noto precisamente mais esta corrupçón nos lugares onde, até aos nossos dias, se aspiraba mais conscienciosamente à “virtude”, à “divindade”. Entendo a corrupçón, como decerto se adivinhou, no sentido de “décadence”. Pretendo eu que todos os valores que servem hoxe à humanidade para compendiar os seus mais elevados desexos, som valores de “décadence”. Chamo corrompido, quer sexa um animal quer sexa unha espécie, ou um indivíduo quando perde os seus instintos, quando escolhe e prefére aquilo que lhe é perxudicial. Unha história dos “mais elevados sentimentos,” dos “ídeais da humanidade” (e é possíbel que me sexa preciso contá-la) daría aproximadamente a explicaçón da causa pola qual o home se atopa tán corrompido. A própria vida é para mim o instinto do crescimento, da duraçón, da acumulaçón de forças, de potência; onde falta a vontade de poder, existe dexeneraçón. E eu pretendo que esta vontade falta em todos os valores superiores da humanidade (que gobernam sob os nomes mais sagrados), valores de dexeneraçón, valores “nihilistas”.
FRIEDRICH NIETZSCHE (O ANTI-CRHISTO)