LITERATURA CLÁSSICA LATINA (TERENCIO II)
Publicado o21/07/2022por fontedopazo | Deixar un comentario
O MENANDER LATINUS

As aspiraçóns de Terencio e os seus modelos. -Terencio consideraba antiquados a Plauto, a Cecilio e ao seu próprio adversário Luscio Lanuvio. Era um defeito que nem sequer intentaram imitar as qualidades directas, depuradas e encantadoras de Menandro, e distorsionaram o espelho da vida condescendendo por unha parte com qualquer asunto cómico velho e por outra com a ampulosidade tráxica. Terencio cita de Luscio o caso de um bullicioso escravo fuxitivo como exemplo dunha, e unha esaxeráda escena disparatada da outra. Terencio non desexaba eliminar tais cousas, senon contêlas. queria fazer obras sem defeitos e probabelmente tería subscripto a advertencia de Hamlet aos actores respeito da técnica, a teoria e a distinçón entre o espectador xuicioso e o vulgar. A primeira obra de Terencio, a “Andria” de 166 a. C., é convencional na temática -embaraço, reconhecimento y boda-, mas asombrossamente nova no tratamento e na ambiçón. Non era novo em sí o feito de que Terencio tivéra interferido extensamente com a trama da “Andria” de Menandro. Tal como o indicaba, seguia a Nevio, Plauto e Ennio. Luscio Lanuvio evidentemente tinha acabado com a liberdade dos antigos autores para adxuntar temas, escenas e personáxes; “contaminari non decere fabulas”, non se debe “contaminar” as obras. Por outra parte, Terencio poderia haber replicado “tu quoque”. De feito, critica a Luscio (e implicitamente a Menandro) por cambiar a ordem ilóxico legal (mas non necessariamente dramática) de um par de parlamentos no “Thesaurus” de Menandro. O têrmo “contaminatio” foi acunhado a partir deste pasaxe, e empregou-se por parte dos filólogos modernos como se tivéra sido um têrmo técnico corrente para designar a adicçón de material alheio de unha fonte grega particular a um orixinal principal, ou incluso a unión de duas obras gregas completas. Temos testemunho directo de que Plauto escrebeu às vezes à maneira antiga, mas non existe proba externa ou interna de que os comediógrafos uniram obras enteiras. De feito, “contaminare” é simplesmente a referencia à descripçón esaxerada de Luscio do procedimento particular de Terencio. Se “contaminatio” se emprega depois como têrmo técnico, haberia que redefiní-lo para referí-lo a todas as maneiras em que um autor romano poderia “manipular” o seu modelo.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (A PROSA LATINA ARCAICA)
Publicado o03/09/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

“Manio me fixo para Numasio”, “Que ninguém viole este bosque sagrado nem arranque ou leve o que está no bosque, nem corte lenha excepto o dia em que tem lugar o sacrifício anual.” O uso mais antigo do alfabeto foi para recolher feitos particulares e prohibiçóns como esta, e non resta dúvida de que desde unha data temperám a xente escrebía listas, receitas, cartas, etc… sobre superfícies mais perecedeiras que a pedra ou o bronce. Perdeu-se todo o rasto disto, xá que non existe um “papiro de Oxirrinco” romano. A literarura em prosa, como oposta ao simples escreber, pode afirmar-se que começou quando os homes se derom conta de que as suas opinións podíam multiplicar-se por meio do “liber ou volumen”. Isto era no período helenístico, depois de que os romanos entraram em contacto com os gregos do sul da Italia e da Sicilia. Antes disto, os romanos tinham estado como a maioría dos povos da Antiguidade – por exemplo, os espartanos, os cartaxineses ou os atenienses contemporâneos até à época de Sócrates – usando o alfabeto para escreber em prosa com fins específicos. Mentras que os homes considerabam que falar bem era unha “virtus” necessária em política, o escreber non estaba visto como fonte potêncial de autoridade e glória nos asuntos da cidade e em qualquer outra esfera da vida. Em quanto ao que implicava a “multiplicaçón” de exemplares de um libro, as mesmas noçóns de “publicaçón”, “comercio de libros” e “público leitor”, assim como do lêr em sí – xá que o ouvir era tán importante -. Ao menos desde o decénio do ano 130 a. C. os próprios romanos acreditabam que o pai da prosa latina tinha sido Apio Claudio o Cego, um contemporâneo de Filemón, Ptolomeo I e Pirro. Cicerón fai referência a unha carta de Panecio (residente em Roma no ano 130 a. C.), na qual o filósofp estoico elóxiaba um “carmen” – a palabra non supón necessariamente forma de verso – que parecía de Apio Claudio o Cego e que era de carácter pitagórico. O mesmo Cicerón tinha por autêntico um discurso em que Apio se opunha à paz com Pirro e no século II a. C. o xurista Pomponio refére-se a unha suposta obra de Apio, “De usurpationibus” que, non obstânte, xá fai tempo que non existía. Moral, oratória, dereito: resulta significativo para a nossa apreciaçón da actitude romana para com a prosa que foram obras de esta clásse as que se tenham atribuído ao venerábel estadista. Non obstânte, é duvidoso quanto menos que algunha delas fora autêntica. Na xeraçón anterior a Cicerón, a clásse de escritos que xá tinham florecido como xéneros separados e que estabam ainda adquirindo a “sua própria natureza” foram ordenados em excelência desde a oratória – forense, xudicial e conmemorativa -, passando pola história, as memórias e a epistolografía, até aos tratados sobre temas prácticos, tais como a agricultura, o dereito, ou o calendário. Ademais, agora que tinha existido unha poesía latina helenizante desde habia mais de um século, estabam alí os princípios de unha literatura erudicta dirixida à sua sistematizaçón e explicaçón. Naturalmente, isto era asunto dos mesmos poetas e dos libertos cultos ou dos seus filhos, como Accio, Elio Estilón, Octavio Lampadio e Lutacio Dafnis. Também, qualquer outra clásse de escritos em prosa foi desarrolhada por senadores romanos non buscanso a arte, senón como armas mais cuidadosamente afiadas, úteis directa ou indirectamente na sua vida política. M. Porcio Catón o Velho foi o mais importante de todos eles. No seu prefácio a “Origines”, observaba que os grandes homes famosos debíam dar conta non só da sua vida pública senón também do seu “otium”, descanso. Escrebeu história non para conmover ou filosofar, senón para persuadir ao leitor da conveniência para o presente e o futuro de certos valores morais e políticos – os de Catón, lóxico -, como os vía nos “exempla” do passado, e para confirmar assim na mente dos seus leitores o que consideraba a verdadeira identidade romana.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (CATÓN E FLAMININO)
Publicado o02/11/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

Catón alcançou o consulado no 195 a. C., à idade de trinta e nove anos, um logro notábel naquela época para um “nouus homo”, mas este foi só o começo para um período pleno de acontecimentos, ao qual pertence a sua carreira literária. Como cónsul lutou em Hispania; no 191 a. C. foi enviado nunha importante misón diplomática a Atenas, onde falou em latim, e destacou no exército nas Termópilas baixo as órdens de M. Acilio Glabrión, ao que depois, levou ante os tribunais. Em 189 a. C. competíu sem êxito pola censura, triunfando os aristócratas liberais e filohelenos T. Quinctio Flaminino e Marcelo: o irmán de Flaminino foi também obxecto de denuncia por parte do implacábel Catón. Flaminino, uns seis anos mais novo que Catón, tinha em comúm com el unha vehemente ambiçón, mas era muito diferente na maioria dos aspectos referentes a educaçón e temperamento. A sua carreira anterior tinha-o posto em estreito contacto com a cultura grega de Tarento e graças à habilidade militar e diplomática, assim como as suas excelentes relaçóns, alcanzou o consulado três anos antes que Catón e foi encargado da guerra contra Filipo de Macedonia, que ganhou em 197 a. C. O espírito da sua censura e da de Marcelo foi optimista e liberal. As guerras estabam acabando, e ao menos existía a expectativa de unha paz duradoura. Os exércitos e as armadas voltavam com um vasto botín e novos gostos. Roma era agora o foco diplomático da “oecumene”. Cinco anos mais tarde, non obstânte, a situaçón tinha mudado totalmente. Os Escipións tinham caído em desgraça, nunha série de xuízos que o próprio Catón había promovido. O escândalo do asunto das Bacanais, tinha sacudido a confiânça interior e um exército consular tinha-se perdido em Liguria. Catón foi elexído censor para o 184/3 a. C., num momento no que parecía que todas as facetas da vida romana, estabam suxeitas a forzas momentâneas e incontroladas que, em opinión de Catón, ameaçabam com destruir o carácter das instituiçóns romanas. A sua censura, nunca mais se esqueceu, pola sua severidade.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (CATÓN E FLAMININO) (II)
Publicado o25/12/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

Defendía o que consideraba as verdades “mores maiorum”, costumes ancestrais, nas que era fundamental unha visón (talvés incluso entón romântica), da vida sinxéla. Se apresentaba a sí mesmo, como o camponês obstinado e cheio de sentido comúm, sem tempo para veleidades helenísticas: os sábios gregos estabam mortos, os “poetae” e os xefes sábios eram signos de decadência. O filho de Catón, Liciniano, nasceu ó redor do 192 a. C., e Catón tomou em sério o seu papel de educador, preparando incluso um libro de histórias instructivas (escrito com letras grandes) para ensinar o rebênto a ler. Desde esta época até à sua morte no 149 a. C., Catón usou a sua pluma para atacar, defender, xulgar e instruir com um brio, unha orixinalidade e franqueza, que sería notábel num home da metade dos seus anos e de qualquer época. A sua maneira contundente e contenciosa acabou por envolvélo em muitas acusaçóns legais, de homes importântes; foi acusado quarenta e quatro veces, ainda que nunca foi encontrado culpado de nada: isto, polo menos, acredita tanto a sua própria eloquência como a sua honradez. Sería unha simplificaçón excessiva, supor que Flaminino e Catón, respectivamente, estabam a “favor” ou “em contra” da corrente da cultura helenística. Em particular, um debe ser consciente das ideias modernas, irrelevantes para o nacionalismo cultural, se queremos entender a Catón, que estaba muito mais versado em cousas gregas que, Mario duas xeraçóns depois, e de que o seu autêntico eclecticismo era helenístico. Recomendaba que um se banhara na cultura grega, mas que non se empapara dela, e a ideia tán estendida antes de que non aprendeu grego até que foi velho, reconheceu-se como um erro. Pola sua parte, Flaminino, cuxo interésse pola literatura grega como tal, pode ter sído esaxeráda, aprendería a fala sendo ainda novo, no sul da Itália. Um fragmento do seu discurso em Atenas, foi identificado como eco de unha observaçón despectiva de Demóstenes sobre Filipo de Macedonia, unha intelixente estrataxema num discurso pronunciádo com a axuda de um intérprete. Como observaba Plutarco, Catón podía ter falado em grego se tivéra querído; usou o latim por razóns políticas. Ainda que Catón, insistía em eloxiar o colectivismo da velha “res publica” e em ridiculizar a adopçón das costumes gregas, ele mesmo era um exemplo vivo do impulso e individualismo do “uomo universale” helenístico, dedicado à vida activa. O dito do prefácio dos “Origines” citado anteriormente é unha adaptaçón da primeira frase do “Banquete de Xenofonte”. Éste era da clásse de gregos que Catón podería admirar, ao ser um home de acçón e também como escritor.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
…
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (OBRAS TÉCNICAS)
Publicado o28/02/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

OBRAS TÉCNICAS DA PROSA LITERÁRIA
Unicamente o tipo de prosa menos pretenciosa está representada por unha obra que sobrevivéu mais ou menos completa. “De agri cultura”, de Catón, foi escrita alá polo 160 a. C. aproximadamente, quando Itália em conxunto começaba a recuperar-se dos piores efeitos das Guerras Púnicas e quando tinham lugar câmbios radicais no cultivo da terra. No breve prefácio ouvímos a voz didáctica de Catón, o estadista e orador; o seu propósito é didáctico e dirixe-se ao home com dinheiro para invertir. Depois de haber comparádo brevemente o proveito e a seguridade da agricultura, respeito do negócio bancário e comercial, e de ter recomendado a maneira de vida do agricultor, Catón parece dizer-nos: “Basta de eloquência, vamos agora às questóns de negócios.” No que segue temos mezcolança de princípios, notas, receitas, instruçóns e conselhos salteados com apotegmas. Catón non intenta um tratamento sistemático. A obra em conxunto carece do tipo de organizaçón estructural que encontramos imposta incluso artificialmente, ponhamos como exemplo nas “Res rusticae” de Varrón ou na anónima “Rhetorica ad Herennium (perto do 80 a. C.). É unha obra para submerxir-se nela, non para lê-la como um conxunto contínuo, e excepto em aparência, carece do carácter de um manual técnico grego, um xénero humilde mas bem estabelecido, ao que contribuíron os matemáticos, filósofos e “philologoi” helenísticos. Catón pode ser muito preciso dando quantidades para unha receita ou a fórmula máxica exacta para um ritual ou um ensalmo, mas quando trata de descreber unha prensa de azeite xá tem menos êxito, pois, ainda que dá dimensóns precisas das partes, omite a explicaçón adequada de todos os seus termos técnicos e non emprega, como podería tê-lo feito, diagramas com letras à maneira de um Arquímedes ou de um Filón Mecânico. Para nós e para xeraçóns posteriores de romanos, unha qualidade notábel do libro é a pintoresca impressón da personalidade do seu autor, a sua sinceridade provocadora (por exemplo, o seu conselho sobre como elexir e controlar a um administrador e que fazer com um escravo velho, os seus entusiasmos (por exemplo, polas couves como panacea.), a sua mistura de forte mundanidade e de crédula superstiçón, a sua actitude autoritária e o seu respeito polas “mores maiorum”. A falta de organizaçón formal podería explicar-se só até certo ponto como debída às vicisitudes de transmissón e interpolaçón que nos recorda de variádos modos as características da “satura” dos poetas. Esta era só unha das varias monografías ou tratados sobre temas prácticos de importância social que escrebeu Catón. Alguns deles estabam dirixidos como cartas mais ou menos abertas ao seu filho Catón Liciniano, nascido ao redor do ano 192 a. C.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
…
ESTOICISMO IMPERIAL (EPICTETO E MARCO AURÉLIO)
Publicado o18/12/2022por fontedopazo | Deixar un comentario

EPICTETO (50-120 d. C.)
Concentrado exclusivamente nas questóns morais, aprofundou as ideias de autonomia e de liberdade interior a partir do princípio da personalidade moral. O seu interesse por esta liberdade interior provinha, sem dúvida da sua longa experiência como escravo em Roma. Foi alforriado e teve de se exilar (xuntamente com os outros filósofos que viviam na capital do Império), por despacho de Domiciano. Partíu para Nicópolis, na costa adriática da Grécia, onde fundou unha escola e foi altamente respeitado e admirado. Um dos seus discípulos, o historiador Flávio Arriano, foi quem consignou os ensinamentos do mestre, xá que, tal como o seu admirado Sócrates, Epicteto nunca se dedicou a escrever. Apelar à distinçón entre aquilo que está em nosso poder (a actitude) e aquilo que non está (o êxito na vida), para assim discernir entre liberdade e determinismo, era um dos seus ensinamentos mais populares. Epicteto defende que os fenómenos mentais (pensamentos, crenças, decissóns) som libres e que a filosofia tem como tarefa educar as pessoas para a compreensón daquilo que é verdadeiramente positivo para elas, no intuito de conseguirem tomar decissóns libres em vez de cederem às paixóns negativas.
MARCO AURÉLIO (121-180)
Foi preparado desde a xuventude para o exercício do mais alto cargo de Roma e acabou por desempenhá-lo nos últimos vinte anos da sua vida. Teve de lutar no campo de batalha durante as campanhas contra o Império Parta na Ásia e as tribos da Xermânia Superior; à noite, na solidón da sua tenda, escrevia em grego helenístico as reflexóns pessoais de índole moral que acabaram por constituir as célebres “Meditaçóns”. Esta obra, marcadamente influênciada polos ensinamentos morais de Epicteto, constitui unha longa conversa íntima de quem teve de aceitar o seu papel no curso xeral da história. As anotaçóns, dirixidas a si próprio para perseverar no caminho da virtude, foram alvo de grande fascínio por unha multidón de leitores ao longo dos séculos, pola sua sinceridade e clareza moral.
J. A. CARDONA
…
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (“IUS GENTIUM” E “LIBER HOMO”)
Publicado o23/04/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

O único exemplo de proteçón do Senado à “literatura” foi o encargo dado a D. Silano, depois da destruçón de Cartago no 146 a. C., de traducir para o latim os vintioito libros do Manual de Agricultura do cartaxinês Magón. Outras investigaçóns das que temos notícia forom os estudos cronolóxicos e sobre o calendário de M. Acilio Glabrión e M. Fulvio Nobílior, aproximadamente em 190 a. C. e a obra astronómica de C. Sulpicio Galo (cónsul em 166 a. C.), quem, non obstânte, resulta improbábel que conhecera, e menos ainda que entendera, as investigaçóns do grande Hiparco de Bitinia, seu contemporâneo. Como indicamos anteriormente, os poetas e erudíctos iniciarom o estudo da história da literatura latina no período dos Gracos. Lamentábelmente, pola qualidade do seu trabalho, foi a escola de Pérgamo mais que a tradiçón da erudiçón alexandrina, a que influíu por cima de tudo. Muito mais importânte foi o estudo do direito romano, para o qual eram directamente apropriádos os métodos de classificaçón e definiçón peripatéctica, e que se resentía menos do dogmatismo e da especulaçón característica de Crates de Malos e os seus seguidores de Pérgamo. A primeira obra importânte foi a “Tripertita” de Sex. Elio Peto Cato, escrita probabelmente na década do 190 a. C. Incluía um texto das “Doce Tablas”, um comentário sobre a sua interpretaçón e um informe sobre os procedimentos apropriádos ante a lei. Há de ter-se em conta que Elio foi o primeiro xurista que non era “pontifex” ou “augur”. Tampouco o era Catón. El mesmo, ou o seu filho, escreberon comentários de algún tipo sobre o direito civil, mentras é seguro que Liciniano escrebeu quinze ou mais libros idênticos em que incluíam um “De legis disciplina”, nel apareciam proposiçóns teóricas. C. Sempronio Tuditano (cónsul em 129 a. C.) escrebeu treze ou mais “libri magistratuum”, unha obra que combinaba a investigaçón histórica e interpretaçón legal. Pomponio considera a P. Mucio Escévola o Pontífice (cónsul no 133), M. Junio Bruto e Manio Manilio (amigo de Lucilio) como fundadores do direito civil. Atribuie-lhes respectivamente dez, sete e três libros. P. Mucio Escévola o Pontífice, em certo sentido publicou também os “annales” do Coléxio dos Pontífices; estes ocupabam oitenta libros. Non está claro o que implica exactamente a “publicaçón”. Certamente, os arquivos forom acessíbeis para os historiadores arcaicos. O seu filho Q. Mucio Escévola o Pontífice (cónsul em 95) compuxo dezoito libros autorizados sobre direito civil, assim como unha monografía, cuxo título, “Opoi” (definiçóns), implica a natureza peripatéctica do tratamento. As três obras autênticas de M. Junio Bruto som de interesse por ser as primeiras em latim, escritas em forma dialogada, com localizaçón dramática em Priverno, Albano e Tibur. Evidentemente, esta é a forma literária empregada por Cicerón com tanta graça e nostalxía nos últimos anos da República. Ainda que virtualmente non poida citar-se nada específico destes estudos legais do século II a. C., colectivamente representam unha contribuiçón importânte para a história das ideias, xá que estes xuristas íam muito mais alá dos logros gregos neste terreno, combinando estudos empíricos anteriores com a abstraçón teórica. De ahí surxíndo conceitos legais tán importântes como “ius gentium” e “liber homo”.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (ESCRITORES NA POLÍTICA)
Publicado o23/06/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Os leitores aos quais se dirixíam esta clásse de obras técnicas revisadas anteriormente eram romanos influêntes interesados profesionalmente nos temas tratados. Os autores, ricos homes também eles, haberíam velado em primeira instância pola multiplicaçón e circulaçón de copias. Non existiam “direitos de autor” e a simples ideia de que um autor podía fazer algo de dinheiro e menos ainda viver de escreber prosa, tería parecido extranha a todos e a muitos tal vez equivocada. Naturalmente estas circunstâncias obstaculizaron o desarrolho de unha literatura em prosa dirixída a um público mais âmplo sobre temas menos especializados em carácter ou de alcance mais ambicioso que técnico. O tema de maior interesse potencialmente e de mais longo alcance era a história de Roma e a política contemporânea: toda a fisionomía do pensamento romano, o carácter da constituiçón e o carácter caleidoscópico da historia do século anterior impossibilitaban à xeraçón dos Gracos a separaçón neta do estudo do passado e do presente em xéneros diferêntes. Incluso a finais do século, os varios cabos que formabam a corda da historiografía romana non só eram entón cabos. Mentras que pode considerarse que certos temas forom compartidos por escritores tán diferêntes como Ennio e Catón, Fabio e Celio Antípatro, por exemplo, unha importancia do individual e a sua própria relaçón a través da “virtus” à extensa família que era a “res publica”, a finais do século II a. C., quedabam abertas questóns fundamentais de método, ênfase e presentaçón. Deste modo, ao falar de “história”, de feito estaremos tratando com cabos e para que podamos apreçar a sua “textura”, será necessário comentar primeiro alguns tipos de obras que se consideram manifestos ou memórias políticas. No mundo grego existíu durante largo tempo a costûme de que os autores dirixíram poemas, historias e obras técnicas a um patrón ou amigo, de modo que a obra podía adquirir apariência privada de carácter didáctico. No século II falamos do mesmo na literatura latina. Lucilio dirixíu varios dos seus poemas a amigos como epistolas em verso. As “Didascalica” de Accio dirixíam-se nominalmente a um tal Bebio e a historia da Segunda Guerra Púnica de Celio Antípatro estaba dirixída a Elio Estilón. Escrita durante as últimas décadas do século II, foi a primeira história em prosa na que o autor trataba de endoçar a sua instruçón com os encantos da exposiçón rectórica. Parece que seguía o exemplo da pior clásse de historiador helenístico e o seu estilo implicaba a ruptura da ordem natural das palabras, para lograr efeitos rítmicos, que se condenou depois com razón. Está claro que Cecilio tinha em mente um público mais âmplo e a sua dedicatória a Elio Estilón é só unha fórmula literária. Noutras obras, non obstânte, o uso da forma epistolar ou a dedicatória non era unha mera convençón. Como ví-mos, varias das obras menores de Catón estabam dirixídas a Catón Liciniano (entre elas “cartas” sobre rectórica, medicina. e incluso varios libros sobre agricultura). Um século mais tarde, o “Commentariolum petitionis”, atribuido com razón ou equivocadamente ao irmán de Marco, Quinto Cicerón, esta na forma de unha carta privada na que este da a Marco Cicerón conselhos com ocasión da sua presentaçón para o consulado em sessenta e três antes de Cristo. Desde a década do 120 a. C. há extractos de unha carta política similar escrita por Cornelia a seu filho Gayo Graco, disuadíndo-o do seu plano de presentar-se à eleiçón de tribuno no 123 a. C. A autenticidade do documento foi muito discutida ainda que sem demasiada razón. É de especial interesse que, se resulta autêntica, trata-se da primeira obra conservada em prosa, em qualquer fala, escripta por unha mulher.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (A HISTÓRIA)
Publicado o27/08/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

A História de Roma em prosa arcaica, foi escríta em grego por Q. Fabio Máximo e L. Cincio Alimento, probabelmente durante a década de 190 a. C. A sua intençón tería sido explicar e dar publicidade perante o mundo helenístico da história da sua “Pólis”, cidade relativamente obscura. Nevio e Ennio dirixiam-se a um público doméstico, em verso e com unha intençón bastânte diferênte. As fontes teóricamente accessíbeis para todos eles, eram os “annais” do Pontifex Maximus, tratados, “elogia”, arquivos e tradiçóns familiares, elóxios fúnebres, os historiadores gregos Helánico, Xerónimo de Cardia, Antígono, Timeo, Sileno, Quéreas, Sósilo, os estudos cronográficos e xeográficos de Eratóstenes e por fim, mas non em último termo, a experiência pessoal. Todos eles xogabam um papel sobre os acontecimentos que descrebiam. O grego continuaba sendo o vehículo da história ao longo do século segundo. P. Cornelio Escipión (o pai adoptivo de Escipión Emiliano). A. Postumio Albino (ao qual Polibio chamaba charlatán e de quem se mofaba, por disculpar-se antecipadamente de qualquer deficiência estilística no seu grego) e Rutilio Rufo, escreberom todos baixo esta tradiçón. Foi Catón o fundador da historiografía latina como tal com as suas “Origines”. Esta foi unha obra da sua ancianidade, iniciáda antes do 170 a. C., aos sesenta e cinco anos. O seu carácter está resumido na “Vida de Catón” de Cornelio Nepote. O libro primeiro trata dos “Aborigines gregos” de Italia, Eneas e os seus Troyanos, Lavinio, Alba, a fundaçón de Roma e os gobernos dos reis. Os libros segundo e terceiro descrebem as orixens, costûmes e carácteres das cidades e dos pobos italianos. O título “Origines” (fundaçóns) aplica-se propriamente só aos libros do primeiro ao terceiro. Probabelmente porque os libros do quarto ao séptimo, só forom publicados depois da morte de Catón. Estes eram unha obra separada, no que refére ao conteúdo e também ao método, em que Catón omitía toda a época republicana arcaica. De acordo com Nepote, os libros quarto e quinto tratabam das Guerras Púnicas e afirma que aquí e mais adiante Catón descrebe as Guerras “capitulatim” (de forma resumida) ou (por temas), non como por exemplo Tucídides ou Polibio.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (CATÓN ORADOR)
Publicado o24/10/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

O que segue a continuaçón é um discurso “De sumptu suo” feito por Catón em sua defensa: no extracto apresenta-se a si mesmo e ao seu secretário, preparando a defensa que agora fai: “Mandei que me apresentaram o libro, no qual estaba escrito o meu discurso sobre a questón que había pactado com M. Cornelio. Trouxérom as tabuletas, e lêrom os serviços dos meus antepassados e logo o que eu tinha feito pola república. Quando âmbas cousas forom lídas, estaba escrito depois no meu discurso: Nunca prodiguei dinheiro, nem meu, nem dos aliádos, para obstentar. ¡Ah, non escríbas isso: non querem ouví-lo!, díxem. Depois lêu: Nunca impúxem às cidades dos vossos aliados “perfeitos” que lhe roubaram os seus bens, filhos e esposas. Borra isso também: non querem ouví-lo, segue lêndo. Nunca repartín botím, nem o que se tinha arrebatado ao inimigo, nem o producto da sua venda, entre uns quantos amigos para enganar aos que o tinham colhido. Borra isso também: nada há que queiram dizer menos que isso. Non há necessidade de o lêr. Nunca prestéi dinheiro com usura para o transporte, de maneira que os meus amigos lograram grandes ganhos mediante os selos de identificaçón. Segue. borra também isto com toda a força que poidas. Nunca repartím dinheiro em lugar da porçón de vinho, entre os meus subordinados e amigos, nem os enriquecím à custa do erário público. Borra isto até à madeira. Simplesmente considéra em que situaçón está o nosso estado, os serviços que prestei à comunidade e de onde logréi o favor é questón que non me atrevo a mencionar, non sexa motivo de invéxa. De maneira que se puxo de moda obrar mal impunemente, e obrar bem, non é possíbel sem castigo.” Catón compuxo esta peça oratória, notabelmente viva, enxenhosa e irónica, quando tinha setenta anos, sobre o 164 a. C., é dizer, na época de apoxeo de Terencio, e resulta proveitosa unha comparaçón e contraste dos seus estilos. Catón estaba entre os primeiros em conservar “codicilli” que recolhíam os textos dos seus discursos. Por razóns professionais, como mostra este extracto. Na década do 160 tería unha considerábel biblioteca. Cicerón informa que revisou alguns dos seus discursos na velhice, e servíu-se de alguns nos seus “Origines”. Non está claro, como, quando e em que sentido se publicarom e circularom os discursos de Catón depois da sua morte, mas tivérom interésse para um público potencialmente âmplo, como testamento político, como fonte histórica e como peças oratórias. Assim, sem propô-lo, Catón fixo da oratoria um xénero literário, como Demóstenes o tinha feito em Atenas: os seus discursos podem estudar-se detalhadamente como exemplos no ensino da arte da retórica e valorar-se polos expertos, políticos e professores. “É necessário que todos disfrutem igualmente da xustiça, da lei, da liberdade e da constituiçón: da glória e da honra, como cada um o tenha ganhado.”
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
ROMA

Roma é a cidade “Loba”, “Caput Mundi” ou “Cittá quase-eterna”. O melhor sítio para viver, segundo afirmaba um gringo, mas recomendaba retirar antes todos os romanos. A lenda da fundaçón da cidade, resulta monstruosa para unha pessoa de bom gosto. Unha Vestal foi enterrada viva, e os seus dous filhos abandonados às feras. Na “História da Capital do Mundo”, os dous nenos forom criádos por unha loba maternal, melhor que muitos humanos, e um dos “enfants terríbles” nascidos neste âmbiente de violências, matou o outro em lutas polo poder, o bom e o mau, o belo e o feio, o agradábel e o funesto, unha cidade com duas caras. Unha explêndida e outra desordenada, ruidosa, contaminada e decadente. Roma non necessita recorrer a macábras exhibiçóns, porque tem tanto que ver e admirar, que fascina e cautiva. Os romanos, vivem e amam a vida com paixón, xesticulam constantemente, lançam acerados insultos e levam no seu sangue a arte de sacar proveito a tudo. A estéctica e a representaçón dramática, fán de cada italiano um Divo da Ópera ou do Belcanto, um actor, um poeta e um xénio em potência. James Joyce, afirmaba que os romanos, com tal de ganhar dinheiro, som capazes de ensinar aos turistas, prévio pago, até a mômia da sua avó. Um bom par de zapatos e pernas longas, esquecer o caos da circulaçón, a suxidade das ruas, os carteiristas, os transportes públicos, sempre dotados de um mixto de amor e contrastes. Esquecer os proberbiais maus gobernos, em Roma nada funciona, é como unha meretrix feliniana, maternal, abundante, carinhosa e possessiba.

Os romanos som muito supersticiosos, acreditam igual que os exípcios, que os gatos dán boa sorte e adoram-nos. Aparte disto, Roma está poboáda por fantasmas, espíritos, que deâmbulam polos lugares que habitárom, ou onde morrerom. O fantasma de Dona Olímpia, que muitos dos habitântes do bairro, aseguram habêla visto em noites de bebedeira. Também o phantasma de Lucrécia Borgia, terríbel dama devoradora de homes, non pola boca certamente, costûmaba aparecer xunto do pátio de San Damaso, onde tinha a censurábel manía de os atirar a unha cisterna. ¡¡Histórias de xente maluca!! A Roma clássica em torno ao Coliseo, o Foro, as Termas de Caracalla. Vila Borghesse, o Trastevere (é como um grande mercado), os xelados Fassi, unha das mais velhas casas, é tán fundamental como a mesma “La pasta”. A “Capela Sixtina”, a “Fontana de Trevi”, “Piazza del Popolo”, “Piazza de Spagna”. “La Dolce Vita”, a xente encontra-se na ceia, nunca no xantar, porque o madrugar senta mal. Sábe-se quando começa, mas, nunca quando termina, de feito, nunca acaba, sempre se apráza temporalmente o seu fím definitivo. Depende das ganas que haxa de falar.

LÉRIA CULTURAL
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (AS OBRAS MENORES DE ENNIO)
Publicado o25/12/2023por fontedopazo | Deixar un comentario

Ennio non só foi um grande dramaturgo e o mais âmbicioso dos poetas épicos romanos. Também extendeu o âmbito da poesía romana a unha série de composiçóns no “genus humile” (o xénero humilde), basadas algunhas em modelos gregos e outras orixinais. O poeta tinha nestas unha parte importânte, a vezes como criador el mesmo e continuadamente como árbitro, editor e comentarista. O propósito de Ennio era às vezes instruir, outras divertir e mais frequentemente fazer âmbas cousas. Desde o princípio, “dizer a verdade com unha sorrisa” e “misturar o útil ao agradábel” forom características do que cinquenta anos mais tarde emerxéu em Lucilio como um importânte xénero especialmente romano, a sátira. Vexamos o conteúdo e o tôn destas obras menores. A “Sota” de Ennio era unha versón latina de um poema obsceno de Sotades, um alexandrino do século III a. C. Estaba escrito no tipo de tetrámetro xónico, chamado assím por Sotades, um ritmo que trataba de evocar o estilo de baile luxurioso de “cinaedi” e adecuá-lo ao tratamento da comédia: ”aquél, ferído polas costas, cai boca arriba sobre as nalgas…” Este foi um experimento linguístico e métrico de Ennio. Incluso os escasos fragmentos que quedam mostram que admitía a linguáxe vulgar e temas cuidadosamente evitados na “palliata”. Ennio usaba palabras também dialectais. A “Hedyphagetica” também era experimental. Temos alguns fragmentos do seu modelo, a “Gastronomia” de Arquéstrato de Gela, suficientes para mostrar que non se trataba simplemente de unha traduçón, senón de unha adaptaçón como a de outras obras teatrais de Plauto ou Ennio. Um anhadido ao catálogo de Arquéstrato, de suculentos pratos, implica que o poema non foi escripto até depois da visita de Ennio a Ambracia (189/8 a. C.). Em quanto a “Sota”, Ennio conservou o metro do orixinal, o hexámetro dactílico, apropriado para temas marciais e didácticos: ”Compra em Sorrento, o esturión, o peixe glauco em Cumas; ¿como esquecer o escaro, cerebro de Xúpiter quase? Este o poderás encontrar de grande tamanho e sabor na patria de Néstor…”
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
FLORENÇA
Publicado o17/01/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Começamos com o Ponte Vecchio, sobre a deslumbrante ribeira do Arno. Sempre que penso em Florença, me vem à memória esta ribeira da ponte velha, difuminada na ténue gama das côres típicas da paisaxem da Toscana. Dentro de unha nota especialmente harmoniosa de todo o conxunto, ao atardecer tudo mergulha num âmbiente cálido e acolhedor. Centro neurálxico das comunicaçóns e do comércio de Itália, do qual o rio foi a sua principal causa. Cidade buliciosa e ruidosa, como italiana que é, ruas estreitas e empedrado medieval irregular, agravádo por um tráfico desordenado. Os modernos banqueiros Medici, forom amassando grandes fortunas, graças as suas dotes e métodos, que muito bem descrebeu o secretário da Signoria, o famoso Machiavelli (aínda que muitos pensamos, que em quem verdadeiramente se inspirou foi em Fernando el Católico). Tudo isto acabou por dar passo a unha burguesia mercantilista e ao poder político, mas na sua escala de valores ocupou sempre um lugar destacado as artes e a cultura, frutos de unha sociedade muito rica.

Lourenzo o Magnífico, quem além de dilapidar xenerosamente a sua fortuna em causas públicas, era um compilador de tesouros, mecenas e estadista tolerante. Deste modo, segundo Stendhal fixo que em Florença, pola primeira vez desde Augusto, non predominára o poder militar, senón a cultura e as artes. A cúpula do Duomo, foi um Sol, ó redor do qual xiram os planetas. (Miguel Angel, Boticelli, Leonardo e Rafael).

O David de Miguel Angel, é a obra mais visitada da cidade, e está na Accademia. Na Piazza de la Signoria está o Palacio Vecchio, sede do goberno da República Florentina e em frente a Galeria Uffizi, que alberga a melhor colecçón de pintura de Itália (Arnolfo di Cambio, Ghiberti, Brunéleschi, Donatello ou Giotto, Cimabue e Massaccio, Botticelli e Fra Angélico). Admirar a cidade desde as xanélas do museo. Dante, Petrarca, Machiavelli. Unha cidade feita à medida do home, com contínuos desaguisádos, cada día mais frequêntes, cada día causa o turismo um efeito mais despreciador sobre a alma da cidade, as oficinas dos artesáns (Ferragano, etc…) som substituídos por “fast-food” e outras merdinhas parecidas… Tanta e tamanha é a concentraçón de cultura, que pode chegar a produzir sobre o visitante o famoso “Sindrôme de Stendhal”, semelhante ao que se produce quando se tomam alimentos em mal estado, certo mareo, visón borrosa, etc… Recomendamos disfrutar da cidade com parsimónia, non irritar-se e saborear sem obsessionar-se com tudo, tranquilamente… “Virtus, Fortunam, Vincit” (Boccaccio).
LÉRIA CULTURAL
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (¿SATURA ANTERIOR A ENNIO?)

De acordo com a duvidosa fonte usada por Livio, o último estadio da evoluçón do drama romano anterior a Andronico foi a “satura” dramática, um espectáculo com música e um libreto, mas non unha trama fixa. E era opinión extendida em época imperial, possibelmente deriva de Varrón, que a sátira era um xénero especialmente romano (admito que Lucilio foi mais pulido), afirma Horacio “quam rudis et Graecis intacti carminis auctor”, refere-se a Ennio nas suas Saturae e alude, aínda que non necessariamente a comparte, e unha opinión evidentemente bem conhecida de que Ennio era “primus inventor” do xénero literário da sátira, para o qual o exemplo grego supostamente non tinha contribuído nada. No curso de unha discusón dos méritos relativos da literatura grega e romana por xéneros. Quintiliano, afirma “satura quidem tota nostra est”. Acababa de tratar a elexía, admitindo as honras incluso e, depois de unha evaluaçón piadosa e tipicamente sensíbel de Lucilio e os seus sucesores, continúa com o “yambo” grego, desde Arquíloco a forma por excelência da invectiva em grego. Som usuais duas interpretaçóns da observaçón de Quintiliano. A opinión minoritária, proposta primeiro por W. Rennie, quere dizer “mas na sátira nós os romanos vencemos com facilidade”; na mais antiga, a opinión alternativa, que quere dizer “mas a sátira é um xénero exclusivamente romano”, que foi reafirmada em estudos recentes. O argumento básico de Rennie é que a exposiçón de Quintiliano non é sobre as oríxes, senón valorativa. Por outra parte, argumenta-se que o referído passaxe de Horacio pode tomar-se para apoiar o outro ponto de vista; e está ademais a consideraçón de que entre os xéneros citados por Quintiliano, a sátira non tem um nome grego. O gramático Diomedes define a “satyra” como “carmen apud Romanos, nunc quidem maledicum et ad carpenda hominum uitia Archaeae Comoediae charactere compositum, quale scripserunt Lucilius et Horatius et Persius; sed olim carmen quod ex uariis poematibus constabat satyra uocabatur, quale scripserunt Pacuuius et Ennius”. Diomedes, certamente enganado, procede a enumerar várias etimoloxías que se propunham para a palabra, começando pola que el pensaba que era a mais probábel: ”satyra autem dicta siue a Satyris, quod similiter in hoc carmine ridiculae res pudendaeque dicuntur, uelut quae a Satyris proferuntur et fiunt”. Alude-se aquí às pezas do drama ático e helenístico como o “Ichneutae” de Sófocles. Entre outras obxeçóns sérias a esta teoría, evidentemente popular e extendida, pode fazer-se a de que neste caso o nome sería “satyrica”, non “satura”; xá que non há sufixo nominal femenino em latím, trata-se do adxectivo satur em femenino, com um nome que queda sobreentendido. Esta é de feito a segunda suxerência de Diomedes: ”a “satyra” chama-se assím por um prato, que cheio com muitas clásses de primicias de frutas era oferecída aos deuses, num sacrifício em tempos antigos.”
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
“VECCHIA MILANO LOMBARDA”
Publicado o14/03/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

A História de Milano, estívo sempre marcada por contínuos atropelos e desastres, dos quais logrou escapar relativamente através dos longos tempos. No século IV, quando é convertída na capital do Império Romano de Occidente, e sai o Édito de Milán, que permite aos cristáns a liberdade de culto. Eram tempos do grande conde suevo Racimero, cuxo nome non romanizado, parece ser que era Richimer ou algo parecído. Home importânte, que dominou o Império ó seu ântoxo, sacando e metendo imperadores segundo as circunstâncias, durante os últimos anos do Império Romano de Occidente (conforme nos conta o historiador Gibbon). Logo os longobardos, o mesmo Carlomagno e o imperador Otón I , quem estaba convencído de que se lográva dominá-la, se faría com o resto da península Itálica. Em 1162, trás o passo de Federico “Barbarroxa”, xá ninguém acreditaba que a cidade tivésse futuro. ¿Que quedaba desse passado remoto? ¡Muito pouco! Alguns restos de muralha em pé, escassos edifícios enteiros, um par de portas monumentais, dezasseis columnas romanas. Os Visconti forom os primeiros grandes senhores de Milán, e ainda se podem ver recordos do seu tempo no Castelo dos Sforza. O século XV, foi dominádo pelos Sforza, que com figuras ilustres como Leonardo ou Bramante, a convertírom num dos grandes centros artísticos do Resurximento.

Trás um breve período de domínio francês, chegarom os espanhois, os quais dominárom durante mais de cento setenta anos. E proclamarom o sistema do virreinato, baixo o qual gobernárom o Milanessado. Désta época, conserva o “meneghino” (dialecto milanês) bastântes palabras espanholas como, “cica” (chica), “larga”, “scior” (señor), “tomates”, “safran” (azafrán)… No século XVIII, a cidade continua dominada por forças estranxeiras, neste caso polos austríacos, que a transformam nunha das grandes capitais europeias, com um severo estilo neo-clássico preponderante. Entre 1797 e 1814, Napoleón será o dono da terra, deixando um sabor agri-doce entre os milaneses. A brevíssima República Cisalpina, foi a primeira experiência de independência, durante muitos séculos de dominaçón alheia. Quedarom desta era, monumentos e estátuas, mas o destino de Milano como centro indiscutíbel do norte de Itália, era xá imparábel. A última das barbáries, foi a Segunda Guerra Mundial, quando as tropas aliádas acabárom com grande parte do casco urbano.

A cidade com as suas néboas, é unha ponte entre Itália e Europa. Um lugar, onde se cruzam muitos caminhos. Austera e austríaca. Com as ruas de pedernal e os céus cinzentos. O Duomo ou a galería Vittorio Emanuelle, o Barrio de Brera e sobre tudo “La Scala”, templo da lírica mundial.

Os “naviglios”, som lugares suxestivos, com mercados, abundantes cafés e restaurantes populares. ¡¡Saúde!!
LÉRIA CULTURAL
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (LUCILIO)
Publicado o13/04/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Nada se sabe das “saturae” de Pacuvio, o sobrinho de Ennio, e só por casualidade sabemos das cartas escritas em Corinto no ano de 146 a. C. por Sp. Mummio “versiculis facetis”, em versos divertidos, e enviadas para os seus familiares, e os seus amigos pessoais. Pode ter habido muito mais do que sabemos deste “lusus” doméstico, divertimento em verso: Lucilio fai referência a um edicto cómico em verso, regulando a conducta nos banquetes, a “Lex Tappula” de um tal Valerio Valentino, e um poema temperán de Lucilio afirma que se os seus foram os versos ocasionais mais famosos non seríam os únicos. As primeiras obras descobertas datariam dos últimos anos da década de 130 a. C., quando voltou a Roma depois de servir na cabalaría com os soldados de Escipión Emiliano no lugar de Numância, nas Espanhas. Lucilio pertência à aristocrácia latina, non à romana. Um senador chamado Manio Lucilio puido ter sído seu irmán e el foi avô de Pompeio Magno. Era rico e independente, senhor de unha casa importânte em Roma e âmplas possessóns no sul da Itália e Sicilia. A família era orixinária de Suesa Aurunca, nos limítes da Campânia e do Lacio Adiecticio. Assim, como Sp. Mummio, era um nobre, superior em rango aos seus contemporâneos em letras, L. Accio e L. Afranio. Era amigo de Escipión Emiliano, Décimo Lelio e do xovem Junio Congo, Gayo Lelio e probabelmente de C. Sempronio Tuditano. O filósofo escéptico Clitómaco dedicou unha obra a Lucilio, como cabeza da Academia de Atenas, e é bastânte probábel que conhecera ao estoico Panecio e a Polibio, amigos também de Emiliano. Um rasgo que destaca da obra de Lucilio aos olhos da posteridade, era a sua crítica aberta a homes famosos; polo qual se o comparaba com Arquíloco e os autores da “Comedia Antiga”. Era a situaçón privilexiada na sociedade, que lhe permitia lanzar e soster tais ataques. Incluso os fragmentos testemunham unha série impresionante de nobres como suas víctimas: Q. Cecilio Metelo Macedónico; L. Cornelio Léntulo Lupo; o filho do Macedónico, C. Cecilio Metelo Caprario; C. Papirio Carbón; Quinto Mucio Escévola o Augur e outros. Um pasaxe escrito confusamente, que define a “virtus”, está dirixído a um tal Albino: pode estar pensado irónicamente em homenáxe a A. ou Sp. Postumio Albino, depois da sua desafortunada actuaçón na “Guerra de Yogurta”. Ainda que, alguns dos mencionados forom “inimici”, enimigos pessoais de Emiliano, Lucilio, que puido ser cidadán romano ou non ser, non foi um político activo. Como latino e terratenente, tinha que ter opinións sobre as questóns mais importântes da sua época, como as relaçóns de Roma com as cidades itálicas, os efeitos do capitalismo e as prantaçóns a grande escala, o trabalho da terra estilo rancho pola sociedade campesina tradicional. A pesar de tudo isto, só menciona estes asuntos de passo se é que o fai. Tampouco ouvimos nada seguro sobre os Gracos ou sobre Mario. Os “Ludus ac sermones” (conversas divertidas), “schedia” (improvisaçóns) – o termo “satura” non está directamente testemunhado em Lucilio – non era a sátira de um reformador social, com um ponto de vista constânte e um plano a largo prazo. A prosa era o meio para um manifesto. Os seus albos eram os que proclama como exemplos notorios de arrogância, engano, incompetência, falta de humanidade, orgulho, falta de valía ou cobiza, em lugares destacados ou humildes – em política, na traxédia, no comercio, na cama, etc…
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
A SERENÍSSIMA REPÚBLICA MARÍTIMA DE VENECIA
Publicado o14/05/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

“Al Bunduquia”, para os amigos, unha cidade ancorada no meio dunha lagôa. O meu pai, non gostou, decía que cheiraba mal, mas, penso que o que o asustou verdadeiramente, foi a enorme aglomeraçón de xentes. Venetia, foi unha rexión administractiva do Império Romano, no ano 828 os piratas, tinham “traído” desde Alexandría o corpo de San Marcos o evanxelista. Durante séculos Venécia foi unha potência colonial, detentora de grande poder, como interlocutora previlexiáda de Bizâncio, da qual quería independizar-se. A influência oriental, os vínculos com Bizâncio eram muito fortes, e deixarom unha intensa marca, tanto no coraçón como na arquitectura. As Ilhas Rialtinas e Rivoaltus (Rialto), convertíron-se nunha grande potência económica e política, que chegou a dominar grande parte do Mediterrâneo. Chama à atençón, a sua grande beleza arquitectônica, comtempláda desde as gôndolas, San Marcos ou a Ponte de Rialto. Verdadeiramente impressionantes os centos de palácios e casonas que bordeiam os canais. Unha cidade singular, canais, palácios e igrexas, adoptáda de maneiras peculiáres em todos os estilos, teve talvés o seu apoxêo durante o século XVIII. A humidade o home e o tempo, fixérom estrágos abultádos. Actualmente, só resídem nela permanentemente, unhas setenta mil pessoas, mas muitos centos de milhares a inundam cada día, necessários para activar esta máquina de fazer dinheiro. Foi também a cidade de Marco Polo e a de Casanova, que frequentába o Florián e as masmorras do Palácio Ducal, através da Ponte dos Suspiros. Mostra os seus peitos xenerosos durante o “Carnaval” libertino de máscaras, que aínda teima em perdurar. Em 1797, após o seu último e grandioso canto do cisne, foi o último que se celebrou nunha Venécia dona de si mesma, libre de interferências extranxeiras. Os venecianos, celebrárom com o “Carnaval” a chegada de Napoleón, que os “recompensou”, aniquilando para sempre, qualquer atísbo de independência. Logo chegarom os austríacos, e mais tarde passou a formar parte do reino da Itália, criádo polos Saboya. Venécia, parasitária, provinciána, sublimemênte decadente. Venécia era o artificial vivente, convertido no natural, era a fruto maduro da árbore da intelixência humana. Venécia será o explendor e a calamidade da morte. A maleita torna-se metáfora da artificiosa beleza da maquilháxe, que alberga o nosso destino e o da civilizaçón que forxámos. A “Sereníssima” transformada num campo de batalha para turistas. ¿¿Onde se víu, labirinto tán cheio de xentes, que nunca perdem o caminho??
LÉRIA CULTURAL
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (A ÉPOCA TARDÍA DA REPÚBLICA)
Publicado o17/06/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

OS PREDECESORES
Os poemas curtos de Catulo, aos que el chamaba “nugae” (bagatelas), enfrentam a crítica com unha paradoxa: poesía de um significado e um poder obviamente grandes que pertencem formalmente a um xénero menor. Só os poemas once e cinquenta e um, escritos em metro asociádo com Safo, tinham dereito a reclamar um rango lírico autêntico. Os metros preferidos por Catulo (o dístico elexíaco, o endecassílabo, e o yambo escazonte (coxo) estabam fora da grande tradiçón. Evidentemente, Calímaco, Filitas e Hermesianacte tinham escrito elexía narrativa; e Propercio em particular reconhecía a Calímaco e a Filitas como seus mêstres. Non obstânte, o poema elexíaco breve foi o que servíu primeiro aos poetas romanos como modelo para um novo tipo de poesía pessoal, tal como eventualmente chegou a ser. Aulo Gelio e Cicerón transmitirom-nos cinco epigramas breves de um trío de amadores aventaxádos: Valerio Edituo, Porcio Licino e Quinto Lutacio Catulo. Están adaptados libremente a partir de orixinais helenísticos, na sua maioria identificabeis na Antoloxía grega. Este trío debe haber escrito xá polo 150 a. C. O feito de que Gelio os cite como grupo non proba que realmente formaram um grupo literário, mas indica polo menos que na mitade do século II a. C. existía unha clásse de “litterati” romanos que estabam interessados activamente em explorar em latím o poema breve de tema pessoal. Os fragmentos de nove composiçóns similares, ainda que menos pulidas, desenterradas entre os “graffiti” pompeianos, indicam-nos que non era algo ocasional e que durante o século primeiro continuarom escrebendo-se este tipo de péças. O estímulo proveniente de Grécia tívo que ser também contínuo. Durante o século de Catulo ou inclúso no anterior estaba em circulaçón por Itália, mais de unha antoloxía de epigramas gregos. Unha das que mais influírom foi talvés a “Guirnalda” de Meleagro, cuxos próprios poemas fazíam gala de muitas das ideias e imáxes escolhidas por Lucrecio para o ataque na sua famosa polémica contra as falsas manifestaçóns de amor. Mais orixinal que estes exercícios imitativos era a musa, muito experimental, de Levio, que parece que escrebeu na primeira parte do século I a. C. A primeira vista, os quase trinta fragmentos que ficam tenhem ao parecer muito em comúm com Catulo em quanto ao tema, metro e fala, e tradicionalmente conta-se a Levio entre os predecesores e precursores da “nova poesía”. Um análise mais detalhado revela importântes diferênças e, ainda que se siga considerando probábel “a priori” que Catulo e os seus contemporâneos conheciam a Levio, é difícil demonstrar a dívida directa. “Non pode negar-se que Levio se relaciona com os neotéricos, mas é impossíbel que Catulo lhe debera algo mais que unha vaga suxerência de certas possibilidades. Xeralmente admíte-se que Cicerón non era poeta. É, non obstânte, unha figura mais importânte na história da poesía latina do que comunmente se reconhece. Ningum escritor romano foi mais sensíbel às propriedades rítmicas e sonoras da fala latina. E podería esperar-se que Cicerón tivéra algo que aportar à poesía também na esfera da técnica (ainda quando, como debe admitir-se, non tem nada que dizer na sua própria poesía que a posteridade estexa muito interessada em ouvir). Som os fragmentos que ficam da sua traduçón do grego os que mais valora o historiador da literatura latina, especialmente a sua versón dos “Phaenomena” de Arato. Era unha obra da xuventude, a primeira versón latina desta obra tán traducída e inesperadamente popular (para a forma de pensar moderna). É probábel que gozara de unha considerábel circulaçón. Certamente Lucrecio a conheceu e de feito a imitou. O que talvez non poida pensar-se é que demonstre que Cicerón, a pesar das suas reservas respeito da “nova poesía” (sobre tudo a respeito de algunhas das suas características e algúns dos seus adeptos) tenha sído o que pode considerar-se um poeta pre ou proto-neotérico, muito mais que Levio. Unha das características da “escola nova” de poetas era a sua insistência (calimaquea) na arte minuciosa e exacta. Os hexámetros de Cicerón, mates e carentes de vida ao lêlos, som técnicamente muito mais parecidos aos de Catulo, que aos de Ennio ou incluso ós de Lucrecio. Em parte a semelhança debe-se a estrictas observancias métricas, especialmente na questón das cesuras e o tratamento do final do verso. Este processo de autodisciplina, sem embargo, vai da mán e contribuie a um avançado conhecimento e realizaçón das possíbilidades artísticas da ordem de palabras na escritura do verso e da frase, tal como normalmente se asocia com Catulo e os “poetas augústeos”. O papel preciso xogado por Cicerón no desarrolho da poesía latina está condenado a seguir sendo obscuro, dada a natureza fragmentária das testemunhas, mas o carácter “moderno” dos seus hexámetros resulta inequívoco incluso para um leitor do século XX, e assim debe ter sido bem perceptíbel ao ouvido dos seus contemporâneos. Ningunha relaçón da xénese da “poesía nova” de Catulo e da sua escola habería de deixar de mencionar ao maior dos oradores romanos. Um leitor do poema 49, desconhecedor das “Aratea”, nem sequer podería suspeitar de imediáto que o poeta podería haber tido algunha razón para estar agradecido a Cicerón mais que a que se tem tanto cuidado de non explicar neste enigmático poema.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
NICOLAUS MACHIAVELLI (UM PROFETA DESARMADO)
Publicado o10/07/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Machiavelli referir-se-á a Savonarola em O Príncipe como um “profeta desarmado” nunha passaxem em que, entre outras cousas, nos faz notar que só tiveram sucesso aqueles que pregaram, non só com as palabras, mas também com as armas, ou sexa, aqueles que, quando necessário, obrigarom pola força a acreditar na sua doutrina. Esta é unha licçón fundamental que se repete em todo o pensamento posterior do secretário: a importância das armas no poder. Machiavelli chega, inclusivamente, a considerar a ciência militar, a arte da guerra, como unha parte medular da política. De facto, na concepçón machiavelliana, a guerra é unha parte essêncial da política. Assim, entón como agora, um Estado que queira conservar a sua autonomia precisa de meios suficiêntes para se defender e atacar. Non sabemos se Machiavelli chegou à seguinte conclusón pensando no dominicano e nos seus, outrora, devotos fiéis, mas é altamente provábel que assim tivesse sído. Porque o nosso secretário assegura que a natureza humana é mutábel, razón pola qual é mais simples persuadir os súbditos do que mantê-los persuadidos. Na sequência disto (como teve ocasión de confirmar em vida), defende que os homes som ingratos, polo que, na sua opinión, estarám ao nosso lado sempre que formos os mais poderosos e pudermos vinculá-los ao nosso partido através de favores. Mas o apoio político é, para o diplomata florentino, sempre interesseiro e condicional, polo que se compreenderá facilmente que os próprios homes non tenham muitos problemas em trair um príncipe, assim que puderem obter mais benefícios de outro mais poderoso do que ele. E non se detém aí na sua análise da natureza humana pois adverte-nos que os nossos semelhantes traem mais depressa aqueles que amam do que aqueles que temem, unha ideia que, a ser verdade, é tán desconsoladora como confranxedora – tal como tantas outras de Machiavelli – , unha ideia que parece suxerir unha nova interpretaçón do antigo provérbio “quem bem te amar, te fará chorar”.
IGNACIO ITURRALDE BLANCO
.
BIZÂNCIO – CONSTANTINÓPLA – ISTÂMBUL
Publicado o18/07/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

A capital do Império Romano de Oriente. A cidade que saca peixes prateados de águas suxas, é o escenário perfeito para o mistério. O viaxeiro, acáso baixou do Oriente Expréss proveniente de París, tomou um galón de cebada e uns pastéis no Hotel Pera Palace. Depois, deitar a vista e o espírito a passear sobre os fieis, que entram ou deixam a Mezquita Azul, para a oraçón das doze horas. O qual, só por si mesmo, resulta um prazer deslumbrante. ¿Quais seram as claves da sua seduçón, hoxe em dia? Penso, que as mesmas de sempre, unha das grandes encruzilhadas do mundo! Terra de pagáns, mouros e cristáns! Unha imponente história nos contempla, o centro do mundo, todos xuntos dérom a ésta cidade um carácter peculiar. A contundência arquitectónica, de mezquitas, palácios, mar e pedra, formam unha amâlgama única. É, verdadeiramente, um xigantesco mercado de almas, a alma das cousas, a alma das xentes, e também as almas vaciádas. Às suas costas, mil anos como capital do Império Bizantino, mais outros quinhentos anos como centro do Império Otomano. Muitos a quixérom para si! Desde Bizas o Mégaro, Constântino o Grande, Justiniano, Mehmet o Conquistador, Solimán o Magnífico e o que mais alto ressôa na actualidade, Mustafá Kemal Atatürk, o home que sacou o país da Idade Média, fai tán só setenta anos. Os Árabes tratarom de conquistála mais de trinta vezes. Os Venecianos também a atacarom em sete vezes. E, por último os Russos em nove vezes. Hattís, Hititas, Frígios, Hurritas, gregos, persas, godos, romanos, françêses, venecianos, osmanties e jenízaros, aquí deixárom fortuna e vida por conquistála. A implacábel peste da modernidade, mudou o aspecto de muitos dos bairros, e o pintoresco que caracterizaba Istâmbul, derruba-se irremediábelmente sem apelaçón. A homoxeinizaçón que acarrea o progresso, acaba com o fértil caos do xénio mediterrâneo, ao mesmo tempo que os veus integristas ocultam o rostro das fermosas, para escárnio do pai de todos os turcos.

Para descansar do axetreo infernal do mundo turístico, non há nada melhor que um banho turco (com tratamento de Sultán), algúns com mais de trescentos anos de antiguidade, resulta unha experiência única, por exemplo o “Hammam de Cagaloglu”, que permanece intácto desde os tempos octomános. Xá bem purificado de corpo e alma, é hora de visitar “Haghia Sophía” , que non tem nada que ver com santas, a confusón vem dos tempos de Constântino, que a dedicou á Sabeduria Divina, sendo o seu interior um dos espectáculos mais sobrecolhedores que se poidam contemplar. Agora, estámos preparádos para aguantar, mais de dez milhóns de habitantes, milhóns de autos, camións, barcos, cargueiros, ferrys, pesqueiros, cruzeiros. Que surcam esta esquina formada polo mar de Mármara o estreito do Bôsforo e o Corno de Ouro.

A ponte Gálata, une as duas partes europeias da cidade, os bairros de Gálata e Pera, separados polo “Corno de Ouro”. O “Grande Bazar” é o principal centro comercial do planeta, há mais de quatro mil postos e mais de dous mil artesáns. Um vendedor nunca perde a calma e os trucos para o regateo som infinitos. Istâmbul é unha cidade cheia de xente nova e de turistas, dous elementos que dán forzosamente lugar a unha animadíssima vida nocturna, tertúlias em cafés, noites de verán perto do mar do Bósforo, fermosas dançarinas, mas, sobre todas as cousas, as mulheres russas, flautistas e violinistas, polas quais mouros e cristáns, perdem fortuna e vida.

LÉRIA CULTURAL
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (OS POETAS NOVOS E OS SEUS PREDECESORES)
Publicado o18/08/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Os poetas novos, como se os conhece convencional e convenientemente, forom chamados assim por um poeta mais velho a quem non gostavam, ou ao menos algúns deles. Observa-se que a supressón da “S” final foi noutro tempo característica dunha fala refinada, mas que agora semelha algo rústica, “subrusticum”. Agora, os poetas novos evitam-na, “nunc fugiunt poetae noui” (Acostumávamos falar assim), xunta citando os Annais de Ennio e de Lucilio. Aproximadamente um ano mais tarde, refére-se outra vez a estes poetas pondo polas nubes as virtudes de Ennio. “¡Oh poeta excelso, ainda que sexa despreçado hoxe por estes cantores de Euforión!” ¿Quem eram estes poetas, cantores Euphorionis? Catulo non, certamente, pois tinha morto há quase dez anos. Probabelmente o seu amigo Cina, um dilixente imitador de Euforión, e poetastros contemporâneos imitadores de Cina. Possibelmente se tratára de Cornelio Galo, entón de uns vinticinco anos, e que traducíu a Euforión. É um erro cometido com frequência falar da “poesia de Cicerón” como se fora um corpus, em que se puidéra trazar um desarrolho consequênte desde o princípio ao fim. Cicerón era sério com respeito à poesía, sempre que o seu carácter lho pedíra. Dominaba a forma poética até um gráu excepcional e nunha idade muito temperám, e na sua versón xuvenil dos “Phaenomena” de Arato produxo os primeiros hexámetros elegantes escritos em latím. Aquel desafortunado verso, escríto anos mais tarde, debe-se perdoá-lo e esquecer: “O fortunatam natam me consule Romam!” (¡Oh afortunada Roma, nacida no meu consulado!) Non pode ridicularizar-se a Cicerón nem como poeta, nem como crítico de poesía: Foi um crítico perspicaz e muito digno de ter-se em conta, e tán bom poeta, como um home muito sensato, que nunca experimentou o furor sagrado da poesía. No cinquenta antes de Cristo, Cicerón começa unha carta a Ático, com unha referência maliciosa a um maneirismo dos poetas novos, o hexámetro espondaico. “Chegados a Brindis o vintiquatro de Novembro, com tanta bonanza na viáxe coma tí. “Suavemente nos soprou desde o Epiro o Onquesmítico”. ¡Ea, vende este espondaico como teu a qualquer dos neotéricos!” Esta graciosa composiçón de Cicerón, é perfeita, cerrando com unha “erudicta” alusón xeográfica a um minúsculo porto da costa do Epiro. O hexámetro espondaico é tán antigo como Homero, mas nel resulta infrequênte e fortuíto. Nos poetas helenísticos – Arato, Calímaco, Apolonio, Euforión e outros – e nos seus emitadores latinos fai-se frequênte e intencionado. Cicerón era muito consciênte disto, xá que se esforçava por evitá-lo.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (OS POETAS NOVOS OU NEOTÉRICOS)
Publicado o31/10/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Os poetas novos ou neotéricos, eram um grupo de poetas xóvens e senssíbeis da xeraçón posterior a Cicerón, que compartíam unha actitude literária em relaçón incluso a detalhes estilísticos, dos quais Cicerón quixo fazer notar dous. Desexabam mudar a poesia latina, e nunha medida considerábel lograrom o seu propósito. O único, deste limitádo numero que conservámos quase completo, é Catulo; dos demais, somênte quedan escásos fragmentos. Resulta fácil e seguro supôr que Catulo pervivíu, graças a ser o melhor deles: os leitores da Antiguidade, que estabam em situaçón de xulgar, evidentemente pensabam dessa maneira. Non obstânte, naquel tempo Calvo pudéra ser a figura mais impressionante: um poeta como Catulo, um orador aventaxádo, cuxos ataques ao favorito de César, Vatinio, eram lídas e estudadas todavía em tempos de Tácito. Romano da nobreza, Catulo era de províncias, mas dunha família destacada de Verona, que estaba bem relacionada; de outra maneira, César non sería hóspede da casa de seu pai. César queixou-se dos “permanentes ataques” asestádos à sua reputaçón polos libelos acerbos de Catulo. O filho disculpou-se: esse mesmo dia César convidou-o a cear e continuou disfrutando da hospitalidade do pai. Num dos seus últimos poemas Catulo deu volta atrás em grande medida: “como se ía visitar os enriscados Alpes, para ver os trofeos do grande César, o gálico Rin, os terríbeis mares e aos britanos, os mais alonxádos dos homes…” Por vários poemas, parece que Calvo e Catulo eram amigos íntimos e os seus nomes aparecem xuntos em escritores posteriores. Cina era outro amigo, um paisano da Transpadana. Apenas podería ser mais caloroso o elóxio de Catulo, da sua “Zmyrna”. Resulta extranho que Catulo non se refére em ningúm lugar à “Io” de Calvo. Talvez escrebeu depois da morte de Catulo; se assim fora, Cina sería o primeiro dos três a escreber um epilio, um poema épico em miniatura no novo estilo, e daí o entusiásmo de Catulo. Éste e Cina eram membros da cohorte ou escolta que acompanhou ao propretor Memio a Bitinia durante o ano cinquenta e sete antes de Cristo. Cina, trouxo para casa, árbores frutais e unha cópia dos “Phaenomena” de Arato; Catulo, só um perdurábel sentimento de ultraxe. Habia outras figuras na sombra, sobre as que se sabe muito pouco. Estaba Cornificio, poeta e orador como Calvo; Catulo dirixe-lhe um poema divertidamente triste. Furio Bibáculo xá era maior e vivéu longo tempo; sería recordado polas suas sátiras sobre César e Octávio, xunto com Catulo. Dous afectuosos poemas breves seus, salvarom-se polo famoso mêstre (grammaticus) e poeta Valerio Catón “a sereia latina, que lê só e fai poetas” —e que talvez non tinha suficiênte categoria para ser o destinatário do poema cinquenta e seis de Catulo. Ovidio, cita a Catón polo seu indecente verso xunto com Catulo, Calvo, Tícida, Memio, Cina e Cornificio. Cina elóxia um Dyctina, Tícida unha Lydia. Tícida compuxo um epitalamio no metro do poema 61 de Catulo, como o fixo Calvo. Cecilio é conhecido somente polo 35 de Catulo: um natural de Como a Nova ao que Catulo convida a visitar Verona, se é que logra desatar-se do abrazo da rapariga, que tán apaixonadamente ama a sua poesía. A graça do poema de Catulo apoia-se na repetiçón “incohatam…” “…incohata”, o último verso: “pois é realmente fermoso o poema que sobre a Grande Nai começou Cecilio”. Este Cecilio que tanto gostaba no seu tempo, púido non ter acabado a sua “Magna Mater”. Non é improbábel que Catulo seguira o avance de Cecilio, polo menos com especial interesse a causa do seu próprio poema sobre o tema (63). A nova poesía, non pode entender-se simplesmente como surxida da tradiçón literária latina, como non pode sê-lo quase ningunha forma nova da poesía latina: o impulso vem da poesia grega, neste caso da tardía. Dos poetas helenísticos, o que mais significou para os poetas novos foi Calímaco —Calímaco “o principal clássico dunha arte non clássica” —, ainda que necessariamente Apolonio era mais importânte para Catulo, ao escreber o seu epilio (64) e Teócrito para Virxilio, de unha segunda xeraçón de neotéricos, ao escreber as suas “Bucólicas”. Em todo caso Calímaco seguíu sendo o modelo e o ideal da elegância alexandrina. Mas, pola sua poesía e as actitudes estécticas professadas ou implicadas nella, muito do que escreberom — e certamente muita da poesía latina posterior— podería non ter-se escríto.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (CALÍMACO)
Publicado o22/12/2024por fontedopazo | Deixar un comentario

Em Alexandría, Calímaco foi unha personalidade dominante, um erudícto da escola incríbelmente ilustrado e laborioso, um poeta cortesán. Unha personalidade dominante, mas non um dictador literário: a postura de Calímaco é à vez polémica e defensiva. No final da sua vida fixo unha apoloxía da sua traxectória pética. Posidipo, Asclepiades e alguns outros o tinham atacado duramente, a xulgar pola vehemência da sua réplica mordaz. A famosa negativa de Calímaco a escreber épica indica a existência de unha opinión âmplamente extendida de que os poetas debiam escreber poesía épica e de certa expectativa, possibelmente por parte dos que estabam em cargos elevados. Calímaco non tivo um efeito decisivo sobre a poesía grega, nem durante a sua vida nem depois da sua morte, ainda que foi lído durante séculos. Continuou-se a escreber obras épicas: épica sobre monarcas ou senhores guerreiros, sobre temas mitolóxicos e com relaçón à história de um povo ou unha rexión. A ideia de Calímaco sobre a poesía expressa-se sobre tudo na sua apoloxía, unha esixente e fermosa denûncia dos seus inimigos –os telquines, como lhes chama, anóns literários de mala natureza– . “Os telquines, que som ignorantes e inimigos da Musa, murmuram da minha poesía porque non fixem unha única cançón, ininterrompida, de vários miles de versos sobre reis e heróes. Mas eu fago avanzar o meu poema um pouquinho, como um neno, ainda que as décadas da minha vida non som poucas… (Os poemas curtos de Filitas e Mimnermo som melhores que a sua lonxitude.) Que a grulha que se deleita com o sangre dos pigmeos vôe lonxe, de Exípto aos tracios; e deixemos aos mesaxetas disparar as suas frechas contra o medo: os poemas mais breves –rouxinois– som mais suaves. ¡Lonxe, prole mortal da Invexa! No sucessivo, xulgai a poesía pola sua arte, non pola cadeia dos agrimensores persas. Non esperéis que eu alumíe unha grande cançón ruidosa: tronar non é a minha missón, senón a de Xúpiter. “Pois xá a primeira vez que dispuxem a plana sobre os meus xoelhos, me dixo Apolo Licio: “…a víctima, bom cantor, bem cebada hás de criar, mas subtil a tua Musa. Também te ordeno isto: holhar por onde andam os carros; levar o teu non por rodadas comúns ao resto das xentes, non por caminho chán senón por sendas sem trilhar, ainda quando tenhas que conducir por angosturas”. Continuam, versos conmovedores e melancólicos sobre a velhice do poeta. Calímaco, colocou este “testamento” diante do proemio orixinal das suas “Aetia” (Causas), que tinha escrito sendo xovem: o sonho hesiódico de iniciaçón polas Musas do Helicón. Incluso nesta retrospectiva pessoal abundam as alusóns pessoais a Homero, Herodoto, Minermo, tán temeroso de envelhecer, e ao Hercules furens de Eurípides, escrito quando o tráxico era ancián, como bem sabía o erudícto Calímaco. É impossíbel leer muito de Calímaco, aparte dos seus epigramas, sem ficar impressionado, ou deprimido, pola sua vasta erudicçón, mas sería unha perversón querer que a pedantería se pudéra disociar da sua poesía. Calímaco non era um poeta e um erudícto, era um poeta ou, mais bem, podia ser um poeta porque era um erudícto, um “gramátikós”, um home cuxa ocupaçón eram as letras.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (AS BODAS DE PELEO E TETIS)
Publicado o16/02/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Do consagrado poeta neotérico esperába-se mais ou menos um epilio. Catulo tería ambicionado emular a Cina, cuxa “Zmyrna” admiraba tán apaixonadamente. “As bodas de Peleo e Tetis”, como se chama xeralmente ao 64, é o poema mais longo e ambicioso de Catulo, sem dúvida a que intentou que fora a sua obra mêstra; um fermoso poema só parcialmente lográdo, mas necesário para conhecer a Catulo. Este non passou nove anos trabalhando nele ( ¿há unha nota de burla na sua alabança a Cina?), mas tampouco foi escríto num só arrebato de excitaçón, nem com facilidade. O 64 é erudícto e laborioso, um especíme de arte, estrictamente premeditado. (…) Peliaco quondam prognatae vertice pinus / dicuntur liquidas Neptuni nasse per undas / Phasidos ad fluctus et fines Aeeteos… (Noutro tempo, pinheiros nascidos no cûme do Pelión nadaron, afirma-se, a través das límpidas ondas de Neptuno, até às águas do Fasis e ó reino de Eetes…) É próprio da essência desta poesía, que non debe haber dissimulo dos meios polos quais obtem os efeitos. Um leitor da Antiguidade reconhecería imediatamente certos rasgos. (…) “Os Argonautas desfraldam velas, as Nereidas surxem do mar e imediatamente Peleo se apaixona por Tetis.” “¡Mísero Catulo, deixa de fazer loucuras e o que vés que se perdeu, dá-o por perdido. Brilharom noutros tempos luminosos dias para tí!” “No fulgurante mundo mítico, Catulo entrevé que a felicidade de Peleo há de ser pura e non perturbada: tais forom os vaticínios com que um dia a voz divina das Parcas anunciou a Peleo o seu venturoso destino.” “Catulli Veronensis Liber” “¿A quem vou dedicar o meu agraciádo librinho novo, recém cepilhádo com árida pedra pómez? A tí, Cornelio: pois tú parecias estimar em algo as minhas bagatelas, xá desde que, único entre os itálicos, ousáste expôr a história de todos os tempos em três libros doctos, por Xúpiter, e trabalhosos. Aceita, por tanto, como cousa tua este librinho, valga o que valer. ¡Que ele, ó virxem protectora, sobreviva intacto mais de um século!” Com este poema breve e oportuno, do qual prácticamente non há precedentes, Catulo apresenta-se a sí mesmo e ao seu libro.
E. J. KENNEY Y W. V. CLAUSEN (EDS.)
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (CATULO)
Publicado o20/04/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Se Catulo non editou os seus “Poemas reunidos”, ¿quem o fíxo e quando? Um membro do seu círculo, um amigo íntimo talvés —em qualquer caso, um “homo venustus” como éle, e pouco depois da sua morte, quando aínda sería possíbel fazê-lo. O editor, por chamá-lo de algúm modo, reuníu todos os poemas que púido encontrar, poemas em papeis de Catulo em Roma e Verona, poemas em poder de amigos, poemas… ¿Como os reuníu? Para começar tinha o “libellus”. (…) Na Antiguidade tardia, probabelmente no século IV, os três rollos, ou mais bem rolos copiádos deles, forom transladados para um codex, no qual o primeiro poema serviría como dedicatória para a colecçón enteira. Deste codex procederia o libro de Catulo de Verona, por um caminho longo e azaroso. Outra das consequências do tamanho do rolo, era que as ediçóns completas da obra de um autor non existiríam, a non ser no sentido de que o rolo que a continha fora guardado no mesmo cubo… Só depois da invençón do “codex” e sobre tudo do “vellum codex”, chegaría a ser possíbel os volûmes contendo o corpus completo da obra de um autor.
LESBIA, SIRMIÓN, CALVO
Ille mi par esse deo videtur, / ille, si fas est, superare diuos, / qui sedens adversus identidem te / spectat et audit / dulce ridentem, misero quod omnis / eripit sensus mihi; nam simul te, / Lesbia, aspexi, nihil est super mi. Lingua sed torpet, tenuis sub artus / flamma demanat, sonitu suopte / tintinant aures, gemina teguntur / lumina nocte. otium, Catulle, tibi molestum est, / otio exsultas nimiumque gestis / otium et reges prius et beatas / perdidit urbes.
(Semelhante a um deus se me aparece, / e, se lícito fosse, superior a ele, / ele que sentado frente a ti sem cesar / te mira e te escuta / rír docemente, isso que em mí / arrebata todos os sentidos, pois em quanto / te vêxo, Lesbia, aparecer radiante, / minha voz se apaga, / traba-se-me a língua, e debaixo dos meus membros / arde subtíl chama, com singular ruído / zumban-me os ouvidos, e cobre os meus olhos / unha dupla noite. O ócio, Catulo, é pernicioso para tí: / No ócio exaltas-te e atribulas-te. / O ócio, noutros tempos, perdeu a reis / e a felices cidades.)
.
Este toma-se xeralmente como o primeiro poema de Catulo a Lesbia. Catulo observa deslumbrado, imaxinando outro home que conversa com Clodia: os seus sentidos se axitam, quase desfaléce, recorda um antigo e apaixonádo poema de Safo: “Se me afigura semelhante aos deuses”. De aí, de unha situaçón alterada, esta traduçón e de aí também o pseudónimo de “Lesbia”. Mas Lesbia xá non precisaba mais explicaçóns que Cintia ou Delia e as demais. Xá tinha sído apresentada, em endecasílabos, ao leitor do “libellus”, “Vivamos, Lesbia minha, e amémonos”. O poema de Catulo, pode pretender com dereito, ser o primeiro poema sáfico depois de Safo.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
A VIDA DE PLOTINO
Publicado o20/05/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

Non som muitos os dados que temos sobre os primeiros anos da vida de Plotino, o fundador do neoplatonismo, que tanta influênça tería nas formulaçóns teolóxicas dos primeiros Padres da Igrexa e, muito em particular, no pensamento de Santo Agostinho. Sabemos que nasceu no Exípto, província romana desde os finais do século I a. C., por volta do ano 203 ou 204 d. C., e que na sua xuventude foi para Alexandria, onde estudou filosofia baixo a orientaçón do grego Amónio Sacas. Em 242, alistouse na expediçón de Gordiano III à Pérsia, que acabou com o assassinato do próprio imperador, víctima de unha conxura interna depois da derrota sofrida na batalha do Eufrates. Non regressou da sua aventura oriental, que lhe serviu decerto para tomar contacto com a filosofia persa e indiana, Plotino foi para Roma, xá quarentón. Alí, fundou unha escola com a qual obteve um enorme e rápido sucesso, tornando-se unha das figuras mais destacadas da intelectualidade romana. Durante esses anos, o pensador dedicou-se a um dos seus mais curiosos proxectos: a construçón, na Campânia, de Platonópolis, unha cidade de filósofos na qual tinham de ser materializados os princípios de governo formulados por Platón em A República. Consta que chegou a contar, inicialmente, com a aprovaçón do imperador Galiano mas, por motivos que desconhecemos, o proxecto acabou por ser abandonado. A ideia sería, posteriormente, ridicularizada… (…). Plotino manteve-se na capital do Império, quase até à sua morte, rodeado por um crescente séquito de discípulos e das mais diversas personalidades, que se dirixiam a ele em busca de axuda ou conselho. À marxem do seu prestíxio intelectual, as informaçóns que nos chegaram retractam-no como unha pessoa bondadosa e amábel, que tinha por hábito acomodar crianças órfans na sua casa e ocupar-se da sua educaçón. Aflixido por unha saúde fráxil, a morte surprehendeu-o em 269-270, no seu retiro da Campânia, acompanhado polo seu amigo e médico Eustóquio, a quem dirixíu as suas últimas palabras: “Esperaba ver-te antes que o que há em mim de divino me deixe para se unir com o Divino no universo”. O seu discípulo mais famoso foi Porfírio, que conheceu o mestre quando este contaba xá com sessenta anos. Foi precisamente Porfírio o encargado de ordenar e reunir os escritos de Plotino, que agrupou em seis libros, de nove capítulos cada um, motivo polo qual passarom à história baixo o nome de “Enéadas”.
E. A. DAL MASCHIO
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (CATULO RENOVA A SAFO)
Publicado o25/06/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

De ningunha maneira é unha traduçón inerte: Catulo estaba preocupado por renovar a Safo, por actualizar o seu poema. A unha traduçón literária do seu primeiro verso, adxunta um segundo enteiramente seu, que lhe presta unha nota de solemnidade romana. Os versos cinco e seis pressentam-no rodeado da sua própria desdita, misero… mihi; o seu estado xeral aparece precedendo ao diagnóstico dos síntomas particulares. Os síntomas de Safo forom reordenados por Catulo de modo que o da vista fica para o último: era em primeira instância a visón de Lesbia, a que quase o había acobardado. Na terceira estrofa é onde Catulo, o poeta neotérico, modelou e acrisolou a Safo mais cuidadosamente. Há um detalhe de técnica helenística –a posposiçón de sed– ao início; unha sofisticaçón verbal –gemina… nocte– ao final. Em cada verso aparece a cesura no mesmo ponto, coincidindo com o final de unha cláusula, e cada cláusula está separada. Com esta estrofa acaba a imitaçón de Safo (Catulo non a tem em conta na sua quarta estrofa), mas non o poema. Para muitos leitores, non obstânte, sempre parecerá que termina –como sostinha Landor– com a fermosa cadência “lumina nocte”; unha espécie de êxito prematuro que pode que Catulo non lograra intencionadamente. A “reunión de emoçóns” de Safo (chamada assím por “Longino”) concluía ao parecer com um breve solilóquio moralizante: “Mas tudo é suportábel…”. (O primeiro verso de unha quinta estrofa, probabelmente a final, conserva-se parcialmente corrupta em Longino.) Catulo ideou unha conclusón semelhante, mas com unha referência mais longa, romana na sua sensibilidade. Nesta asociaçón falta o poema: a estrofa adxunta é abrupta e inconsequente e o mecanismo de efeito –otium, otio, otium– demasiado evidente. A inquietude erótica do poeta parece continxente, apenas relacionada com a decadência e caída dos impérios. “Caeli, Lesbia nostra, Lesbia illa, / illa Lesbia, quam Catullus unam / plus quam se atque suos amauit omnes, / nunc in quadriuiis et angiportis / glubit magnanimi Remi nepotes. (Celio, Lesbia minha, aquela Lesbia, / a Lesbia aquela à qual Catulo / amou mais que a si mesmo e que aos seus, / agora por esquinas e ruélas / vende-se aos netos de Remo, o magnánimo.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (ANNALES VOLUSI, CACATA CARTA)
Publicado o04/09/2025por fontedopazo | Deixar un comentario
.

“Os Anais de Volusio…” Este drástico verso, o primeiro e o último do poema, define o seu tema: a poesía, o antigo e passado de moda, oposto implicitamente ao elegante e novo: a poesía de Catulo, Cina e os seus amigos, dos quais se supôn que é um elemento especíme. Lesbia tinha feito um ridículo voto a Venus e Cupido: se Catulo voltaba para ela e cesaba de dedicar-lhe os seus féros “yambos”, ofertaría os versos mais escolhidos do pior dos poetas (referíndose a Catulo) ao lento deus do fogo. Catulo, dá o seu consentimento: que se cumpra o seu xentil voto e ¡ao fogo com os Anais de Volusio! Lesbia, como a namorada de Cecilio no poema precedente, é unha “docta puella”, unha mulher intelixente, seductora, cuxo gosto respeito da poesía e dos poetas resulta impecábel. Este peculiar enredo de poesía (ou pedantería, como chega a sê-lo às vezes) apaixonádo, non é fácil de entender, nem sequer com a axuda da “explicaçón” de Catulo. A divertida farsa do voto de Lesbia, serve de pretexto à pregária de Catulo à deusa do amor e do mar, um pasáxe exquisito da xeografía literária e pessoal: “agora tú, filha do mar azul, que habitas o sagrado Idalio e a chán de Urios, Ancona e Gnido fértil em canas e Amatunte e Golgos e Dirraquio, taberna do Adriático…” Hadriae taberna: ¿Xerga marinheira adquirida por Catulo na sua viáxe por Bitinia? Aquí serve para rebaixar o tôn elevado da invocaçón até ao nível conversacional do resto do poema. Idalio, Urios, Ancona, Gnido, Amatunte, Golgos, Dirraquio (nomes todos de lugares onde a deusa do amor era venerada, com escasa cerimónia, como pode supôr-se, em Dirraquio). Um verso em “Peliaco quondam: quaeque regis Golgos quaeque Idalium frondosum “que reinas em Golgos e no frondoso Idalio”. Indica que Catulo leu e recordou a Teócrito: “Senhora, que amas Golgos e Idalio”. Catulo tería lído sobre Gnido e probabelmente também a tería visitado durante a sua viáxe em barco pola costa de Asia Menor, xá que era unha atracçón turística e parece que chegou polo Sul até Rodas. Golgos, Idalio e Amatunte eram cidades de Chipre (cidades que Catulo non tinha visto nunca), relacionadas as três com o mito de Adonis. E Amatunte, de acordo com Pausanias, era um antigo santuário de Adonis e Afrodita. Mas Amatunte non pode encontrar-se nem em prosa nem em poesía, com anterioridade a Catulo. ¿Onde encontrou Catulo um nome tán desconhecído? Com a maior probabilidade na “Zmyrna” de Cina; emprega-o aquí, como emprega Sátraco no noventa e cinco: para homenaxear um poeta amigo e mostrar o contraste entre a poesía nova e a velha. Quedan três nomes: Dirraquio, Urios, Ancona, nomes dos três lugares de escala da viáxe de Catulo a través do Adriático, na primavera ou verán do cinquenta e seis a. C. Desde Dirraquio cruzou a Urios, um pequeno porto no lado norte do Monte Gargano, depois percorreu a costa até Ancona seguindo um vento favorábel, e mais tarde até ó Po (¿perto da desembocadura de Padua?), e finalmente arribou a Sirmión, sua casa.
E. J. KENNEY Y W. V. CLAUSEN (EDS.)
.
LITERATURA CLÁSSICA LATINA (LUCRECIO)
Publicado o24/10/2025por fontedopazo | Deixar un comentario

De rerum natura de Lucrecio, representa um dos mais raros logros literários, um poema didáctico conseguido sobre tema científico. Poucos poetas grandes emprenderom unha obra assim e muitos críticos a partir de Aristóteles, tenhem afirmado que as contradiçóns implícitas no xénero, e certamente em toda a poesía didáctica, nunca podem conciliar-se totalmente. “Abomino a poesía didáctica”. escrebeu Shelley no prólogo ao “Prometheus Unbound”, nada pode expresar-se bem em prosa que non sexa tedioso e insoportábel em verso”, e Mommsen rexeitaba a maior parte de “De rerum natura”, como “matemática rimada”. ¿Qual é, pois, a relaçón entre Lucrecio o poeta e Lucrecio o filósofo? ¿Até que ponto coincidem para formar unha unidade lograda? Otto Regenbogen considerou-a a “questón central” na crítica de Lucrecio, e no seu famoso trabalho “Lukrez: seine Gestalt in seinem Gedicht” intentou resolvê-la por três caminhos: examinando o fundo do poema, a personalidade do poeta e a estructura e qualidade da obra mesma. A maior parte da crítica de Lucrecio, falha num ou noutro destes três aspectos, e combém considerar cada um deles consecutivamente. O fundo do poema: um pode imaxinar que unha obra didáctica e moralizante como é “De rerum natura”, tería raíces profundas na sociedade que a criou. Non obstânte, existe unha grande disparidade de opinións sobre o propósito do poema e o carácter do público para o qual foi composto. Evidentemente, tería sído escríto para o patrón aristócrata do poeta Memio, mas como a convençón literária requería que um poema didáctico fora dirixído a algunha pessoa em particular, podemos supôr que detrás dele estaba o leitor xeral. Ambos están vinculados, com certa torpeza, no famoso pasáxe programático sobre a missón do poeta. “…porque a miúdo / parece trato eu de assuntos trístes / para aqueles que xamais pensarom, / e que ao vulgo dos homes disgustam, / com o suave canto das Musas / quixem explicar o meu sistema todo e enmelarte com música pieria… )”. Este pasáxe non afirma explícitamente que o poema está dirixido ao home corrente, mas implica um público âmplo, que pode ter sído atraído para um tratado puramente técnico. Non obstânte, non deberíamos esaxerar a natureza popular do poema. No século I, non pode ter habído, como hoxe mesmo non o hai, um grande número de pessoas interessadas nas magnitudes indivissíbeis do átomo ou muito interessadas na teoría da “homoeomeria de Anaxágoras”. A pesar da referência de Lucrecio ao “vulgo”, claramente tinha em mente um público preparado para seguir unha argumentaçón longa e complexa. Admitá-mos que o poeta simplifica e que alguns dos seus argumentos estabam dirixidos mais para as emoçóns, que para o intelecto, “De rerum natura”, continua sendo um intento sério de explicar as principais doutrinas da física epicúrea e requere cooperaçón do leitor e concentraçón.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)
.