
Para muitos galegos, que deixaron a infância há quatro ou cinco décadas, a lembrança dos almorços limítase a um curto repertório de cuncas de sopas, papas de milho e rebandas de pan untadas com manteiga ou com leite mazado, com mel às vezes ou com azucre. Non deixa de surprehender um pouco a calada sabedoría que agocha muitas vezes a cultura tradicional, xá que, neste caso concreto, dentro das limitaçóns de cada um, tomábam-se non poucos productos muito ricos em glícidos, moi enerxéticos e axeitados para um começo de dia, no qual agardaba, sem dúbida, algunha clásse de esforço físico. Aínda que non sempre se limitaba este prato ó almorço, senón que também podía tomar-se à merenda. Os nossos paisanos non tinham, seguramente , ninghúm conhecimento de dietéctica, mas sem dúbida a tradiçón de séculos determinou estratéxias e conductas que o indivíduo recebía por “ciência infusa”, sem consciência de fundamentos teóricos mas que eram, muitas vezes, as mais axeitadas para o seu particular modo de vida.
GALICIA PARA COMELA (HÉRCULES DE EDICIONES S. A.)