Arquivos diarios: 28/10/2022

LEIBNIZ (DA NECESSIDADE UNHA VIRTUDE: BIBLIOTECÁRIO E HISTORIADOR)

Leibniz chegará a Hanôver em Dezembro de 1676 e, salvo algunhas excepçóns, aí permanecerá durante os quarenta anos que lhe restam de vida. Nesta cidade começa a sua nova actividade como bibliotecário do palácio, expondo ao duque a seu plano de trabalho, que consistia em aumentar o número de adquisicóns com o obxectivo de transformar os 3310 volumes e 158 manuscríptos existentes, nunha colecçón inigualábel que abranxêsse os campos de conhecimento mais importantes, obtidos através da troca de correspondência com os estudiosos de Itália, França, Inglaterra, Holanda e Alemanha que conhecia. Além disso, Leibniz tinha o proxecto de elaborar um novo tipo de índices e catálogos que permitisse unha procura mais rápida das referências. Ainda assim, a sua etapa ao serviço do duque Xoan Frederico até final de 1679 permitiu-lhe compatibilizar o seu trabalho com as suas investigaçóns, bem como ampliar a sua rede de correspondentes. Assim, nestes três anos dedicou-se a sistematizar e desenvolver as ideias e os proxectos que foi acumulando durante a sua etapa de viaxante autodidacta e interdisciplinar, embora os grandes escríptos que o tornarom famoso sexam posteriores a 1684. Quando xá estava há um mês ao serviço do duque, Leibniz lembra-lhe a sua elevada qualificaçón e experiência – recordemos a sua nomeaçón como xuíz do Alto Tribunal de Apelaçón de Mainz – , e pede-lhe para ser nomeado conselheiro privado, cargo que se oficializa no final de 1677, e é contratado Johst Dietrich Brandshagen como axudante de câmara e secretário; nas respectivas cartas do início de 1678 a Gallois e Conring, Leibniz mostra a sua satisfaçón por estar ao serviço do duque, polo seu cargo e polo aumento salarial que recebeu. Esta também é unha época de encontros impulsionados polas negociaçóns irenistas para promover a paz, sob cuxo signo conheceu Gerhard W. Molanus ou o bispo Cristóbal de Rojas y Spínola, mas também relacionados com a filosofia e a matemática cartesianas (como Arnold Eckhart, que conhece através de Molanus), com a química e a alquimia (como a visita de Johann Daniel Craft) ou com a teoloxia (como a discussón mantida com o dinamarquês Nicolaus Steno sobre o tema da liberdade humana, à qual Leibniz dará forma literária no “Dialogue entre Poliandre et Théophile”, onde Teófilo, que representa Leibniz, convence Poliandro de que a existência das cousas é determinada pola escolha que Deus faz do melhor de todos os mundos). Durante esta época também fará o seu primeiro estudo puramente histórico, que consistia nunha investigaçón xenealóxica (sobre os antepassados dos condes de Löwenstein) para Henri Justel, secretário do rei de França.

CONCHA ROLDÁN