GALLEIRA (29)

Longo tempo fai que na História da Galiza, levamos ocupando-nos de tán curiosos monolitos no mesmo sentido em que agora o facemos; muito também de acordo com aqueles arqueólogos que, sem rodeos nem temores, lhes concedem um destino relixioso. Inclinámo-nos para o lado da tradiçón que os reconhece como “altares”, e sente para com estes especiais monumentos um supersticioso respeito, que indica com farta claridade a ideia que deles tenhem formada. Desde entón non nos faltou ocasións de ver e examinar grande número de penhascos com estanques ou estanques e canal e, confessamos que na maior parte adverte-se de unha maneira inequívoca que tais concavidades som fortuitas e debidas à acçón dos axentes atmosféricos. Mas unha vez pagado este tributo à verdade – xá que non se quere dizer que ficam resoltamente despoxados os altares naturais da sua anterior importância arqueolóxica -, temos de afirmar que non por isso desistimos dos nossos antigos xuízos, nem apartamos as anteriores ideias. Que a maior parte destes mais ou menos voluminosos bloques tán abundantes na Galiza a causa da sua configuraçón xeolóxica, non tenham xamais servído como altares, nem fossem abertas as concavidades que neles se atopan pola mán do home. Mas que existam alguns aproveitados e dispostos para o caso e que sobre eles se tenham imolado víctimas humanas e corrido a sangre, non podería pôr-se em dúvida. Tal é ao menos a nossa opinión, tal é também a de unha pessoa tán nimia e recelosa como o autor das “Antigüedades prehistóricas de Galicia, que aceitando as conclusóns por nós sustentadas, non duvida em conceder a certas penas com estanque o destino que comunmente lhe é asignado. Non lho nega à “Pena do altar”, na boca da ría de Foz, nem ao poderoso bloque da “Recadieira”, notábel pola concavidade que apresenta, “a qual se adapta, afirma, um corpo humano em posiçón supina e aptitude muito própria, para ser degolado e que o seu sangre corra por um profundo canal de um decímetro de ancho e outro tanto de fundo.” Se as “Penas dos gigantes ou dos gentils” que existem em Culleredo (Corunha) non merecem maior apreço, se a de Santa Marinha (Ourense) com os seus grandes buracos nos quais xamais falta a àgua milagrosa, non podem nem debem mirar-se como restos de um culto primitivo. Seguramente, non se poderá dizer outro tanto da pedra de Gondomil, selada a um tempo pola mán do “Druída” e a do sacerdote cristán. Ainda que se diga que, o dragón ou serpente alada que nela se vé esculpida é obra do sacerdote cristán, que ao colocar a cruz sobre o velho monumento, quixo representar de bulto o princípio do mal vencido polo signo da redençón, sempre quedará o feito importantíssimo para o caso de conservar o estanque e desaguadeiro; de que a tradiçón o diga obra dos antigos habitantes de Gondomil e que as predileçóns populares distingam esta pedra denominada “da sarpenta” com lendas que acusan a sua anterior importancia e o seu indiscutíbel destino. Naquel país dos brigantinos non debe extranhar-se atopar grabado nunha pedra o dragón cosmogónico.

MANUEL MURGUÍA

Deixar un comentario