HUME (A NEGAÇÓN BUDISTA DA EXISTÊNCIA INDEPENDENTE DO EU)

Muitos estudosos evidenciaram a similitude entre a análise de Hume sobre a ideia de “eu” e o pensamento budista. De facto, em termos xerais e sem grandes matizaçóns, para o budismo nunca descobrimos um eu permanente e imutábel, um “si mesmo” como unha entidade distinta para além da corrente da vida. Trata-se da “doutrina da non-alma” (anatta-vada), segundo a qual os individuos non tenhem unha essência permanente, sendo antes um agregado de cinco componentes: o corpo, os sentimentos de prazer e dor, a percepçón, as voliçóns e a consciência. Além destas componentes, non existe unha alma própria. Poderíamos dizer que non somos mais do que um conxunto de fenómenos físicos e psíquicos em transformaçón contínua, que se sucedem de tal forma que se condicionam estreitamente uns aos outros. No entanto, a diferença entre a teoria de Hume e o budismo é que este último é unha doutrina de salvaçón, unha via de libertaçón que procura as implicaçóns prácticas de unha proposiçón (“o ego non existe”) que, em princípio, é apenas teórica. Pensa-se, pois, que, ao partirmos do princípio que non possuímos unha alma, xá non podemos ser egoístas ou ambiciosos. A iluminaçón, o “nibbana”, é a experiência do desaparecimento da cobiça e dos desexos egocêntricos. É suposto que a apreciaçón experimental da verdadeira realidade. o desaparecimento da ilusón do eu, mude radicalmente a nossa forma de axir. Em Hume non se encontra nada parecido.

GERARDO LÓPEZ SASTRE

Deixar un comentario