Arquivos diarios: 08/10/2022

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ALCMÁN)

A lírica coral primitiva só começa a ter unha realidade literária com Alcmán. Foi o primeiro poeta coral do qual se conserva algo substancial. Tanto as datas como as orixens som controvertidas. As datas tradicionais varíam entre o princípio e o fim do século VII; os dactos mais recentes suxérem que será mais bem ao final que ao princípio do século VII. Também se discutíu desde a Antiguidade se era um nativo laconio ou lidio. “Non era rústico nem torpe… nem um tesalio de raza, nem um pastor de Erisique (em Acarnania), senón da altiva Sardes”, foi interpretado autobiograficamente, probabelmente sem razón. O perxuíço contra a possibilidade de que Esparta puidéra dar ao mundo um poeta nativo como Alcmán púido contribuir também ao conceito do nascimento lidio. A utilizaçón por Alcmán do dialecto local, a intensa familiaridade com as costûmes locais e o seu enterramento perto do sepulcro de Helena em Esparta, favorecem a nacionalidade espartana, ou ao menos laconia. Desde logo, é possíbel que nascera em Sardes de pais laconios ou emigrados a Esparta durante a sua infância. A questón segue sem resolver. A Esparta de Alcmán era um lugar muito diferente da sede da sociedade austera e militarista em que se transformou tempos mais tarde. A finais do século VII e princípios do VI, Esparta e Corinto, non Atenas, eram os centros culturais da Grecia continental. As excavaçóns da British School no santuário de Ártemis Ortia perto de Esparta documentárom ampliamente o vigoroso florescimento das artes alí, especialmente entre 650 e 550. O êxito da Segunda Guerra Mesenia, cuxo espírito marcial cantou Tirteo, trouxo consigo um período de prosperidade, expansón, alegría de viver. A Esparta de Alcmán estava adornada com grandes templos e estátuas de mármore, marfim, bronce e terracota. O templo de Ártemis Ortia continha numerosas ofertas votivas de elegante desenho, xóias elaboradas em prata e ouro e importaçóns do Exípto e Próximo Oriente. A cerámica, a escultura e as placas de marfim mostram as figuras imaxinativas da arte orientalizante: escenas míticas vivas, inventivos desenhos xeométricos e fabulosas criaturas de todo tipo. A sinxéla elegancia, alegría, enerxía audaz, vigor e orixinalidade na cerámica laconia da época están embuídos de um espírito paralelo ao da poesía de Alcmán. A finais do século VII e princípios do VI, Esparta seguía atraíndo a poetas e músicos: ademais de Alcmán, ouvímos falar de Terpandro, Taletas de Gortina, Clonas de Tebas ou Tegea, Xenócrito de Lócride, Polimnesto de Colofón e Sácadas de Argos. Cantarom em festivais como as Carneas, as Xacintias e as Gimnopedias, e outros. Incluso no seu período posterior mais austero, Esparta mantívo a reputaçón dos seus brilhantes coros. Perto do final do século V, Aristófanes reproducíu um canto coral laconio na sua obra “Lisístrata”.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)