
Por seu lado, Feyerabend xulgaba que a história também contradizia a ideia racionalista de que o método científico é algo invariábel, um mecanismo feito de princípios fixos, infalíbeis e obrigatórios. Polo contrário, a história tinha avançado muitas vezes precisamente por ir contra as regras, ou por saltá-las. O único princípio que parece servir ao progresso da ciência é simples: vale qualquer cousa que a axude a progredir. O princípio de proliferaçón de teorias, mesmo se elas forem inconsistentes com os factos ou non parecerem apoiadas por eles, também fez progredir a ciência. Nem sequer o facto de unha teoria non ser refutábel non é um critério para a descartar. O racionalismo -chegou a afirmar Feyerabend- é unha forma secularizada da crença no poder da palabra de Deus. Deveria haber unha separaçón entre Estado e ciência tal como há unha separaçón entre Igrexa e Estado. A ciência, como qualquer instituiçón, tem unha ideoloxia e reclama um poder que vai mais além das suas conquistas. Portanto, é deber de unha democracia mantê-la sob controlo. Em “A Filosofia e o Espelho da Natureza”, Rorty teve muito presentes as ideias de Feyerabend, mas non as relacionou com o horizonte social e político que emerxiu em trabalhos imediatamente posteriores, como “Método, ciência e esperança sociais”, ou mais ainda em “Solidariedade ou obxectividade?” e “A ciência como solidariedade”. Embora Rorty tenha posto obxecçóns a Feyerabend por continuar a falar do relativismo (um termo que para Rorty só criaba mais confusón), em “Solidariedade ou obxectividade?” (1985) afirmou que Feyerabend tinha razón ao defender que, se non abandonarmos a própria ideia de investigaçón (por contraste com a de proliferaçón). “nunca nos livraremos dos motivos que antigamente levaram a acreditar na existência dos deuses. Defender um ponto de converxência parece apenas unha forma de nos contar que se um Deus inexistente existisse estaria satisfeito connosco. Mas se algunha vez pudéssemos estar satisfeitos unicamente com o desexo de solidariedade, deixando de lado, sem mais, o desexo de obxectividade, entón conceberíamos o progresso humano como aquilo que torna possíbel que os seres humanos façam cousas e sexam pessoas mais interessantes, e non como aquilo que conduz a um lugar que, de algum modo e de antemán, xá tinha sido destinado à humanidade.”
RAMÓN DEL CASTILLO