
Volvemos agora ao relato que situa Tales no Exípto, como aluno brilhante de matemática, até ao ponto de provocar a estupefacçón dos seus mestres ao calcular a altura da pirâmide. Dizia-se que Tales non utilizou directamente o teorema que leva o seu nome, mas sim a aplicaçón do mesmo ao caso particular dos triângulos. Os historiadores da matemática referem que Tales non ofereceu unha demonstraçón do dito teorema, ou polo menos isso non se conhece, polo que a primeira que temos devemo-la a Euclides. Além da mediçón da altura da pirâmide, muitas outras façanhas forom atribuídas a Tales no campo da matemática. A mais famosa tem um forte carácter literário, pois trata-se da previsón de que “o dia se fará noite”, cuxa verificaçón num agónico conflicto contribuirá, precisamente, para que se procure unha soluçón. Foi, polo menos, assim que Heródoto relata o eclipse do Sol que teve lugar em 585 a. C.. O seu conhecimento sobre as regularidades das órbitas celestes tinha permitido a Tales fazer previsóns como esta, limitando-se a prolongar as efectuadas na Babilónia e no Exípto. Foi obxecto de discussón o gráu de precisón de Tales a respeito do dia e da hora do eclipse, tendo-se inclusive conxecturado que apenas pôde prever o ano, pois prever um eclipse solar esixe poderosos meios xeométricos e trigonométricos dos quais a ciência só dispôs anos mais tarde. Mas independentemente do grau de conhecimento e do gráu de acuidade nos seus cálculos, a actitude, a disposiçón de espírito de Tales difere da dos seus predecessores num ponto importante: a observada regularidade nas órbitas que permitiu prever a ocultaçón do Sol non constitui um facto isolado, expressón de unha casuística confluência ou da intervençón dos deuses ou outras potências ignotas. Se chegámos a conhecer nesta ocasión é porque, como vimos, em xeral se admite que “o mundo é cognoscíbel”.
VÍCTOR GÓMEZ PIN