
Graças às traduçóns árabes do grego, al-Farabi pisou terra-firme quando reconstruiu o pensamento de Aristóteles. Non se tratava xá de resumos em segunda mán ou de sínteses ecléticas, mas de um trabalho minucioso sobre os seus escritos. Essa base textual, unida ao seu próprio talento, fez com que a sua assimilaçón do aristotelismo criasse raízes no pensamento islâmico e perdurasse no tempo, inclusive no Ocidente cristán. Comprovemos isto nunha panorâmica da sua filosofia. Em primeiro lugar, na “lóxica”, ciência instrumental para Aristóteles como método do raciocínio demonstractivo. O obxectivo da lóxica, começa por dizer al-Farabi no “Catálogo das Ciências”, consiste em guiar-nos polo caminho da verdade, proporcionar-nos as regras que nos preservem do erro e conseguir a certeza através do siloxismo e da induçón. Aquilo sobre o qual a lóxica dá regras “som as ideias ou intelixíveis, enquanto têm relaçón semântica ou significativa com as palabras, e as palabras enquanto significam as ideias”. A “lóxica” e a “gramática” som duas artes análogas. “Todas as leis que a ciência da gramática nos dá relativamente às palabras som análogas às que a ciência da lóxica nos dá relativamente às ideias.” Mas distinguem-se entre si porque “a gramática dá somente as regras próprias e privativas das palabras de um determinado povo, enquanto a lóxica dá as regras comuns e xerais para as palabras de todos os povos”. Isso non quer dizer que non existam noçóns comuns às línguas de todos os povos, mas os gramáticos estudam-nas naquilo que têm de específico na sua própria língua, non no que é comum ou xenérico. No processo deductivo ocupa um lugar principal o “siloxismo”, que é um argumento em que, unha vez estabelecidas certas cousas, delas resulta algo diferente; obtém-se assim unha conclusón a partir de duas premissas. Na classificaçón al-farabiana, observamos como novidade a introduçón dos siloxismos rectóricos e poéticos. isso debe-se ao facto de os árabes terem acrescentado aos seis libros do “Organon” (conxunto de tratados lóxicos) outras duas obras aristotélicas, “Rectórica” e “Poética”. Estes som os tipos de siloxismo que oferece: “Apodíctico”: proporciona um conhecimento certo. “Polémico”: neste som usadas afirmaçóns de comum aceitaçón com o propósito de vencer o debate. As suas conclusóns som meramente prováveis. “Sofístico”: através de unha habilidade técnica tenta enganar-se e induzir em erro. As suas conclusóns som falaciosas. “Retórico”: aqui procura-se persuadir o outro, e embora existam diversos graus de persuasón, non se pode conseguir com este a certeza ou a elevada probabilidade. “Poético”: pretende provocar a representaçón imaxinativa de um modo de ser ou qualidade de unha cousa. Non conduz à certeza nem à opinión, mas leva à acçón através de unha suxestón imaxinativa. Na investigaçón da verdade, a lóxica facilita-nos de antemán o caminho que temos de seguir, ou sexa, o método, e adverte-nos de tudo aquilo que pode conduzir-nos ao erro. O único fim que se propón em sentido estricto é a demonstraçón científica; quem se contenta com meras opinións non necessita dela.
ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA