Arquivos diarios: 13/05/2022

O ESTOICISMO MÉDIO (PANÉCIO E POSIDÓNIO)

Depois da enérxica fase antiga, sucedeu outra prolongada etapa de manutençón das ideias e prácticas, sem grandes inovaçóns ou interferências. De qualquer forma, as poucas que aconteceram ficaram a deber-se a dous singulares escolarcas que non se limitarom a conservar as doutrinas ortodoxas: Panécio (c. 185 – 110 a. C.) e Posidónio de Apameia (c. 135 – 50 a.C.).

PANÉCIO

Um século depois de Crisipo ter sistematizado todo o estoicismo, Panécio fundou unha escola em Roma, onde se terá relacionado com a classe dirixente, adaptando as ideias estoicas à cultura e à mentalidade da cidade através da introduçón de elementos platónicos e aristotélicos; conferiu ainda ao estoicismo unha inclinaçón mais moderada e aceitábel aos olhos do senso comum romano. Este ecleticismo levou-o a abandonar certos princípios básicos do estoicismo, como a crença de que o universo podia sucumbir periódicamente abrasado por um fogo primordial (conflagraçón cósmica) e a de que se produzia um eterno retorno, ou repetiçón de tudo tal como habia sido e acontecido; ao contrário dos estoicos que o precederam, contestou a validade da adivinhaçón. O seu legado mais significativo deu-se no campo da ética, ao renunciar ao ideal provavelmente inatinxíbel do “sábio realizado”, e centrou-se nos problemas das pessoas comuns, preferindo os princípios prácticos aos preceitos abstractos. Prescindindo do maximalismo moral da Stoa, frequentemente criticado, aproximou da natureza das pessoas o conceito de “virtude”, revelando o caminho para alcançá-la. Inspirando-se em Cícero (que expôs extensamente as suas ideias em “Dos Deveres”) influiu fortemente no pensamento político e moral do Império. Por volta de 130 a. C., regressou a Atenas, onde se encarregou da direcçón da sua escola até à data da sua morte, vinte anos depois. Ao longo desse tempo, sempre defendeu a obrigaçón de se fazer um esforço em prol do bem comum.

POSIDÓNIO

Posidónio, nascido em Apameia (Síria), era um discípulo de Panécio e o mais científico dos estoicos, pois combinava os princípios xerais da filosofia com unha dedicaçón ao estudo rigoroso do mundo natural. Foi um grande astrónomo e meteoroloxista, considerado o maior polímate (versado nunha infinidade de conhecimentos) do seu tempo. À imaxem dos outros estoicos antigos e médios, também nenhum dos seus múltiplos textos conseguiu chegar até nós. No campo filosófico, a sua grande contribuiçón deu-se no âmbito da psicoloxía e da ética: aceitou a existência de impulsos irracionais na alma e identificou-os como a orixe do mal; apenas a parte racional da alma pode receber ensinamentos, enquanto as paixóns debem ser submetidas a unha educaçón moral baseada nunha habituaçón. Estabeleceu-se em Rodes, onde fundou a sua escola estoica, cuxas liçóns chegarom a ser frequentadas por Cícero em 77 a.C.

J. A. CARDONA