Anaximandro é um xigante do pensamento, cuxas ideias representam unha revoluçón maior: trata-se do home que deu nascimento àquilo a que os gregos chamavam “investigaçón da natureza”, dispondo as bases, inclusive literárias, de toda a tradiçón científica ulterior. Abre sobre o mundo unha perspectiva racional: pola primeira vez, o mundo das cousas é percebido como directamente acessíbel ao pensamento. Anaximandro seria o primeiro a considerar a evoluçón dos seres vivos; o primeiro a interpretar a necessidade natural como unha ordem que desenvolve os acontecimentos no tempo; o primeiro a avançar conceitos abstractos que permitem postular entidades non perceptíveis e que estariam por trás dos fenómenos. Anaximandro seria, desta maneira, o primeiro a introduzir o espírito crítico que permite manifestar o desacordo com doutrinas estabelecidas, embora estas se encontrem sustentadas na palabra sacerdotal ou nas de um respeitado mestre (fiel a este espírito, Anaximandro teria revolucionado a cosmoloxia herdada, baseada na estructuraçón do espaço num “alto” e num “baixo” absoluctos). Em tudo isso teríamos a contribuiçón maior dos gregos ao que viria a ser o pensamento científico: ainda no que respeita aos deuses, a relixión deixa de ser a referência quando se explicam, quando se salvam os fenómenos; ainda no que respeita a quem ensinou a pensar, a esixência fundamental é fazê-lo com voz própria.
Para a antiguidade posterior há abundancia de probas directas. Entre os inumerábeis papiros que sairom à luz nas excavaçóns dos últimos cem anos existem textos gregos de todo tipo, copiados em todos os períodos a partir do século III a. C. em diante. Os erudictos podem agora dicer com muita precisón como eram os libros e como se faciam e, com a axuda de múltiples documentos oficiais fechados entre os achados, pode-se rastrexar os cambios na maneira de escreber ó largo dos séculos. Os papiros também revelam muitos dactos sobre o nível intelectual e os gostos dos leitores, mas estes som dactos mais equívocos e que precisam ser tratados com cautela. A dificuldade surxe de que as probas venhem na sua imensa maioría de um só lugar do mundo de fala grega, Exípto, cuxas condiçóns climáticas favoreceu especialmente a sobrevivênça dos libros de papíro. O papiro descompom-se nunha atmósfera húmeda, mas enterrado na areia seca sobreviverá durante séculos num notábel estado de conservaçón. Às vezes rolos enteiros forom encontrados em adegas e restos de casas, armazenados em xarras para sua seguridade, mas encontrarom-se um número muito maior de textos fragmentados ó escabar em montanhas de lixo ou em cemitérios. No lixo, os papiros som simplesmente papel usado; nos cemitérios aparecem como cartonaxem ou pasta de papel que os exípcios usabam para fazer os sarcófagos das mômias. Fora do Exípto e zonas limítrofes, como o deserto em torno do Mar Morto, a conservaçón de papiros dependeu dos muito mais raros accidentes históricos. Despois da erupçón do Vesúbio em 79 d. C., quedou submerxida baixo unha capa de lava volcânica em Herculano unha biblioteca de libros filosóficos, ainda que em estado carbonizado. Este foi um achado muito mais substâncial que o rolo meio queimado de Derveni em Macedónia, mas ambos som excepçóns minúsculas ante o conxunto dos descobrimentos: Exípto segue sendo a única zona da qual temos documentaçón extensa, e a questón que debe plantear-se sempre é até que ponto pode considerar-se como típica. Nalguns aspectos, Exípto podía comparar-se com outras zonas conquistadas por Alexandro e estabilizadas polos seus sucesores: nas que o grego era a língua do goberno, do comercio e da educaçón durante todo o período ptolemaico e inclúso imperial, e os inmigrantes gregos constituíam unha parte bastante importante da povoaçón. Mas a organizaçón política dos Ptolomeos estaba muito mais centralizada e era muito mais burocrática que a de outros reinos, e Exípto tinha menos cidades gregas, o verdadeiro foco da vida intelectual grega. Por outra parte, Alexandría podía alardear de ser o centro mais distinguido entre todos enquanto a literatura e erudiçón se refere. Outro rasgo atípico é probabelmente o gráu de alfabetizaçón do Exípto; conhecemos por numerosos dactos extraídos dos papiros que había unha importante quantidade de funcionários menores que, polo menos, sabíam ler e escreber documentos estereotipados. Exípto era por tradiçón um país de escríbas, e a complexa administraçón dos Ptolomeos aumentou a necessidade de rexístros escritos. Sem dúvida, isto explica por quê a alfabetizaçón ó parecer estivo extendida inclúso nas aldeias e por quê o “demótico” nativo conseguíu sobreviver, ainda que non para florecer, como língua escrita, mentras que na maioría das demais zonas o grego se transformou na única fala escrípta. A procedência de muitos dos papiros descobertos, estaba em modestas aldeias interiores e pequenas cidades, onde o ambiente intelectual non podía ser o da sofisticada Alexandría. Nem sabemos até que ponto sería igual de precisa a ideia que temos dos gostos literários do Exípto provinciano se os dactos procederam de, digamos, o Peloponeso, Chipre ou Antioquía (nem quanto diferiría em cada unha destas áreas). Os papiros debem considerar-se à vez que qualquer outra informaçón histórica de que podemos dispor, como as inscripçóns, as representaçóns artísticas ou as testemunhas de antigos escritores sobre temas como os libros e a educaçón.