Arquivos diarios: 19/12/2019

RORTY (FORMAS MENOS REDUCTORAS E SEVERAS)

Quando Rorty deixou Chicago no início dos anos cinquenta, a sua traxectória non estaba apenas marcada polo mundo das ideias, xá que a política, como sempre, continuava aí, como no passado. Como vimos, Rorty vinha de um ambiente antiestalinista. A sua família e os grupos socialistas reformistas tentabam que a direita non monopolizara o anticomunismo, precisamente durante os anos em que ele era classificado de anticomunista em Chicago (Rorty propôs que a associaçón de estudantes manifestasse o seu pesar polos estudantes mortos na invasón da Checoslováquia, e depois indignou-se ao descobrir que o director do xornal dos estudantes era financiado por Moscovo. Em 1951, Rorty decidiu quedar nos Estados Unidos e non seguir os passos dos colegas como Allan Bloom, que iam estudar para París com bolsas de estudo. Por outro lado, solicitou a admissón em programas de filosofia de duas universidades prestixiadas, Harvard e Yale, sem se preocupar muito com que programas ou professores circulavam por cada unha delas, e acabou por conseguir unha bolsa em Yale, onde permaneceu quatro anos. Em Chicago, Rorty parecia um inimigo dos comunistas; em Yale, um bastión da classe dirixente, um lugar para meninos finos e privilexiados, passou por ser esquerdista. Se tivesse estudado em Harvard tería entrado em contacto com outro clima filosófico, com lóxicos e teóricos tán importantes como Willard O. Quine, o maior e melhor reformista do empirismo lóxico. Em contrapartida, em Yale, descobriu apenas um filósofo-cientista, Carl G. Hempel, mas como ainda non dominava bem as regras da filosofia analítica, continuou a aplicar as técnicas históricas que tinha aprendido em Chicago, de maneira que acabou por defender unha tese, sob a direcçón de Paul Weiss, sobre a história do conceito de potencialidade, onde comparava visóns antigas, como a de Aristóteles, com as de filósofos contemporâneos como Carnap e outro filósofo muito criativo, Nelson Goodman. Inclusivamente, em Yale predominava a impressón de que a filosofia científica e analítica era a filosofia do futuro, polo que, pouco a pouco, Rorty começou a inclinar-se para ela. Os seus métodos pareciam-lhe mais organizados do que os de outras filosofias, com divisón do trabalho intelectual e uso de vocabulário preciso. Decidiu, entón, aprender com esta filosofia, embora continuasse convencido de que podia haber formas menos reductoras e severas de a practicar.

RAMÓN DEL CASTILLO