Imaxe

TRÂNSITOS E LUXÚRIAS NOS ANOS 60

Descubrir que tinhamos umbigo, foi o princípio da liberdade, o qual nos causou non poucas perplexidades. As muitas saias e refânxos da mulher espanhola, que quando bicaba facía-o com verdade, non nos deixabam ver o seu umbigo. Nem os seus beixos. Quando o descubrimos, démo-nos conta de que o umbigo celtibérico nada tinha que ver com os umbigos das suecas. Nem os beixos tampouco. Suecas era um nome xenérico que se daba a todas as extranxeiras que arribabam às nossas costas, foram de onde foram. As suecas-alemáns a mim, atraíam-me muito mais que todas as outras suecas, as suecas-suecas ou as suecas-francesas ou ainda as suecas-inglesas, e foi a grey que tratéi mais de perto. O umbigo foi um emblema liberador e estéctico da xeraçón nascida nos quarenta, acostumada às enáguas almidonadas, bragas de esparto e demais atropos com que as espanholas celabam a concupiscência dos seus corpos. Á seguinte xeraçón, o umbigo xá lhe importou menos. Tinha descoberto cousas mais importantes que o umbigo. As suecas forom o pecado libertador, disso non cabe dúvida. Por essa guerra de liberaçón, tán determinante nas nossas vidas, deberíamos guardar-lhes eterna gratitude. As suecas cambiarom a vida, e o que é melhor, a moralidade estrícta de muitos espanhois. O umbigo das suecas era como um dedal de ouro; unha espécie de Santo Grial, fonte de vida eterna ó alcance da mán; um cáliz pequeninho onde se empozabam gotas de suor e sal como se fora rocío. E alí se quedabam, polo menos unha, sempre, como unha perla preciosa que se resistira a disoluçón do calor. Eu, Sebastián Villegas Zapata, nunca me tinha fixado nestas perfeiçóns; mas com o tempo fún aprendendo que o sentido estéctico da vida era base e fundamento de muitíssimos prazeres. Por entón, ao comprobar o acabado dos umbigos nacionais, em comparaçón com os extranxeiros, limitei-me a pensar que na Espanha tinha habido malas comadronas e que éstas eram as culpábeis dos desarranxos celtibéricos. Com o tempo, melhorarom muito as comadronas e, consequentemente, melhorou a ideia de liberdade. Os umbigos das espanholas, salvo honrrossas excepçóns, non eram aqueles pocilhos pequenos, regulares e perfeitos, que tinham as extranxeiras; eram como nós mal feitos, nós de pastor tosco ou marinheiro inhábil que cerrabam a cal e canto um mundo interior tumultuoso e tórrido. Em vez de unha suave depresón caminho de enigmáticas interioridades, os umbigos eram um grán salvaxe nascido na planície corporal. Esse rude corte do cordón umbilical punha como um florón agreste na barriga das espanholas e sacaba-lhes quase todo o encanto; era anunciaçón montaraz de que o corpo das espanholas era território inacessíbel. O umbigo das suecas, em cambio, era unha invitaçón a um viaxe polo seu mundo interior, um buraco máxico que podía ensanchar-se como um sonho e converter-se em puzo onde apagar a sede. Os espanhois tinhamos unha sede de séculos; e os espanhois que, como eu, Sebastián Villegas Zapata, vinhamos dos páramos de Castela e dos seus claustros conventuais, unha sede que acaso nunca poderíamos saciar. Chegar à boca pequena daquel puzo era unha aventura: como chegar às portas de unha cidade prohibida e maldita.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO

Deixar un comentario