LITERATURA CASTELÁN (4)

Os Xuglares. A difusón, e quase a existência, de esta épica primitiva está ligada íntimamente à pessoa do Xuglar. A obra épica non se compunha para ser difundida por escrito, senon por vía oral, por mediaçón dos chamados Xuglares, cuxa estampa humana é inseparábel da paisaxe cultural da Idade Média. Estes homes recorríam os povoados e castelos, nunha incesante peregrinaçón, recitando relatos de variáda índole e cantando composiçóns líricas que acompanhabam com instrumentos musicais; recebiam a sua paga dos mesmos ouvintes, que aguardabam a su apariçón com apaixonado interés. Non debemos, sem embargo, imaxinarnos que as xentes da Idade Média esperassem ansiosas a chegada do Xuglar porque viveram preocupadas pola literatura. O Xuglar exercía muito diversas actividades, e o difundir das criaçóns épicas é possíbel que non fora das mais importantes, ainda que a nós agora nos interesse especialmente: com a sua carga de relatos e de notícias, que representabam o lado informativo da sua actividade, veio a constituir ó mesmo tempo, durante séculos, unha das contadas diversóns com que o povo podía solazar-se. No conxunto pode afirmar-se que o Xuglar era à vez a informaçón e o espectáculo. Porque Xugráres os había de muitas espécies, segundo fora a sua habilidade e o seu público, e disfrutabam de recursos muito dispares: faziam pantomimas, bailes, acrobacias e xogos de malabares, acompanhando-se de animais domesticados, tocabam diversos instrumentos e levabam frequentemente consigo mulheres para bailar e cantar, que deleitabam as actuaçóns. Éstas o mesmo tinham lugar ante míseras xentes campesinas, que nas cortes dos reis e da nobreza, em festas, casamentos e bautizos, conmemoraçóns e solemnidades; nunha palabra, sempre e em qualquer parte onde fora necessário o divertimento. Segundo as artes que no xograr predominabam, e o seu carácter, recebía diferentes nomes: Zaharrones, Trasechadores – ou Prestidixitadores -, Remedadores, Cazurros, Bufóns, Truháns; outros se dedicabam também, ou com preferência, ó recitado de composiçóns narrativas, e estes som os que nos importám aquí; A sua actuaçón viría a ser entón algo así como unha representaçón dramática de um só personáxe. Os Xograres forom mirados com grande prevençón polos moralistas e lexisladores; paralelo ao afán popular com que se lhe buscaba, correndo o estígma oficial, idêntico ao que até tempos ainda bastante próximos perseguíu as xentes da farândula. Alfonso o Sábio separa, non obstante, nas suas Partidas entre os Xográres que recitabam cantares de grandes feitos de armas e os que exercíam actividades menos nobres; os primeiros gozarom de toda a sua estima, e ainda encarece a costûme de que os cabaleiros, quando estiveram à mesa, ouviram ditos cantares, porque assím “les crescían los corazones et esforzábanse faciendo bien”. O ofício ou arte destes Xográres é o que se conhece na história da literatura com o nome de “Mester de Xograría”, é dicer, “menester” ou “ministério”, que viria a significar “ocupaçón” ou “profisón”. Digamos finalmente que o Xugrar non debe ser confundido com o Trovador. Aquel non compunha, xeralmente, as obras que recitaba, mas fazia, negócio deste trabalho; o Trovador, polo contrário, escrevia mas non acostumaba fazer profisón de recitar, ao menos na guisa ambulante dos Xográres. Polo demais, a poesía trovadoresca, dada com preferência ao xénero lírico, era mais refinada e cortesán, à diferênça da de “Xograría”, muito mais ruda e popular, como veremos.

J. L. ALBORG

Deixar un comentario