
Com o ano de 1967 chega non só o apoxeu do estructuralismo, como também o momento da irrupçón de Derrida na intelixência parisiense, e em grande estilo. Publica de unha só vez três libros: A Voz e o Fenómeno, Gramatoloxia e A Escritura e a Diferença ( L’Écriture et la Différence). Nestes encontra-se reunido o essencial de tudo o que trabalhou nesses anos, a partir da sua introduçón de A Orixem da Xeometria, dos seus artigos e conferências. Nas páxinas do Le Monde, o filósofo católico Jean Lacroix será dos primeiros a levar muito a sério a proposta de Derrida: “O seu problema essencial é o da orixem, non porque a sua filosofia sexa um discurso sobre a orixem, mas porque é a sua impugnaçón (…) Derrida propón unha nova leitura da filosofia ocidental (…) Unha leitura deste tipo non é possíbel senon pola determinaçón precisa do problema da orixem, até agora mais adivinhado que compreendido. Para estudá-lo positivamente é preciso abordá-lo polo centro. Como ponto de ancoraxem, ou si se preferir, como campo de reflexón, Derrida escolhe a escrita. Non arbitrariamente, mas porque a escrita é o lugar priviléxiado da luta com a metafísica ocidental”. Lacroix destaca muito claramente a importância da relaçón que Derrida estabelece entre escrita e metafísica, as implicaçóns estratéxicas desse xesto. Porque, colocando à frente a questón da escrita, o que irá ser revelado, desse modo, son todos os pressupostos xerais da metafísica que seriam questionados por esse xesto. Porque a leitura de um texto escrito non tem que assumir que existe algo chamado sentido que é exterior e anterior aos signos que se leem; nem támpouco que aquilo que se lê sexa a traduçón de unha voz que fala. A metafísica pressupón que a voz está muito próxima dessa consciência à qual o mundo se apresenta, que está próxima dessa presença. E que é a voz que se inscrebe como escrita. Que a escrita é guiada por esse sentido e essa presença da voz que fala na consciência. Isso é assumido a partir da metafísica, dir-se-á; no entanto, do ponto de vista da escrita non é necessário manter estas premissas para que a escrita continue a ser escrita. É este xesto que tem consequências, porque a escrita deixa de ser entón aquilo que “vem depois de” (do sentido, da palabra falada), renega as orixens que lhe son atribuídas e declara a sua autonomia. Negando este carácter secundário da escrita, defendendo que a escrita non vem despois de nada, que a escrita é desde sempre (pelo que sabemos) o lugar no qual esteve em xogo o sentido, Derrida abala os próprios alicerces daquilo que o Ocidente tinha vindo tradicionalmente a entender por filosofia.
MIGUEL MOREY