Arquivos diarios: 06/12/2019

EXPERIÊNCIA DA ELEIÇÓN RETARDADA (F36)

Que o passado non tenha forma definida significa que as observaçóns que fazemos de um sistema no presente também afectam o seu passado. Isto é posto de manifesto espectacularmente num tipo de experiência concebida polo físico John Wheeler, denominada a “experiência da eleiçón retardada”. Em síntese, unha experiência de eleiçón retardada é como unha experiência de dupla rendixa como o xá descripto em que tivéramos a opçón de observar o caminho que toma a partícula, salvo que na experiência de eleiçón retardada pospomos a decisón de observar ou non o caminho até xusto antes de que a partícula estê a ponto de chocar contra a parede detectora. As experiências de eleiçón retardada conducem a resultados idênticos ós obtidos se escolhemos observar (ou non observar) que caminho seguíu a partícula iluminando adequadamente as rendixas. Mas, nesse caso, o caminho que toma cada partícula, é dicer, o seu passado, é determinado muito despois de que a partícula tenha atravessado as rendixas e presumibelmente tenha tido que “decidir” se passa só por unha rendixa, e non produce interferências, ou por ambas rendixas, e sim produce interferências. Wheeler considerou inclúso unha versón cósmica da experiência, em que as partículas que intervenhem som fotóns emitidos por poderosos quásares a miles de milhóns de anos luz de distância. Essa luz podría ser bifurcada em dous caminhos e volta a enfocar até à Terra pola lente gravitatória de unha galáxia intermédia. Ainda que a experiência está mais alá do alcance da tecnoloxía actual, se puidéramos recolectar suficientes fotóns dessa luz, deberiam formar unha figura de interferência. Mas se colocamos um dispositivo para averiguar, pouco antes da detetaçón, que caminho tinha seguido a luz, a dita figura de interferência debería desaparecer. Nesse caso, a eleiçón sobre se toma um caminho ou ambos tería-se tomado fái miles de milhóns de anos, antes de que a Terra, ou inclúso o nosso Sol se tiveram formado, e apesar disto a nossa observaçón no laboratório estaría afectando a dita eleiçón. No presente capítulo temos ilustrado a Física Quântica utilizando a experiência da dupla rendixa. No que segue, aplicaremos a formulaçóm de Feynman da “Mecânica Quântica”, ó universo como um todo. Veremos que, tal como ocurre com unha só partícula, o universo non tem unha só história, senon todas as histórias possíbeis, cada unha com a sua própria probabilidade, e que as nossas observaçóns do seu estado actual afectam o seu passado e determinam as diferentes histórias do universo, tal como as observaçóns efectuadas sobre as partículas na experiência da dupla rendixa afectam o passado das partículas. O referido análise mostrará como as léis da natureza surxirom do “Big Bang”, mas antes de examinar como surxirom as léis falaremos um pouco sobre que som as ditas léis e algúns dos mistérios que suscitam.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW

Imaxe

DERRIDA (NOVA LEITURA DA FILOSOFIA OCIDENTAL)

Com o ano de 1967 chega non só o apoxeu do estructuralismo, como também o momento da irrupçón de Derrida na intelixência parisiense, e em grande estilo. Publica de unha só vez três libros: A Voz e o Fenómeno, Gramatoloxia e A Escritura e a Diferença ( L’Écriture et la Différence). Nestes encontra-se reunido o essencial de tudo o que trabalhou nesses anos, a partir da sua introduçón de A Orixem da Xeometria, dos seus artigos e conferências. Nas páxinas do Le Monde, o filósofo católico Jean Lacroix será dos primeiros a levar muito a sério a proposta de Derrida: “O seu problema essencial é o da orixem, non porque a sua filosofia sexa um discurso sobre a orixem, mas porque é a sua impugnaçón (…) Derrida propón unha nova leitura da filosofia ocidental (…) Unha leitura deste tipo non é possíbel senon pola determinaçón precisa do problema da orixem, até agora mais adivinhado que compreendido. Para estudá-lo positivamente é preciso abordá-lo polo centro. Como ponto de ancoraxem, ou si se preferir, como campo de reflexón, Derrida escolhe a escrita. Non arbitrariamente, mas porque a escrita é o lugar priviléxiado da luta com a metafísica ocidental”. Lacroix destaca muito claramente a importância da relaçón que Derrida estabelece entre escrita e metafísica, as implicaçóns estratéxicas desse xesto. Porque, colocando à frente a questón da escrita, o que irá ser revelado, desse modo, son todos os pressupostos xerais da metafísica que seriam questionados por esse xesto. Porque a leitura de um texto escrito non tem que assumir que existe algo chamado sentido que é exterior e anterior aos signos que se leem; nem támpouco que aquilo que se lê sexa a traduçón de unha voz que fala. A metafísica pressupón que a voz está muito próxima dessa consciência à qual o mundo se apresenta, que está próxima dessa presença. E que é a voz que se inscrebe como escrita. Que a escrita é guiada por esse sentido e essa presença da voz que fala na consciência. Isso é assumido a partir da metafísica, dir-se-á; no entanto, do ponto de vista da escrita non é necessário manter estas premissas para que a escrita continue a ser escrita. É este xesto que tem consequências, porque a escrita deixa de ser entón aquilo que “vem depois de” (do sentido, da palabra falada), renega as orixens que lhe son atribuídas e declara a sua autonomia. Negando este carácter secundário da escrita, defendendo que a escrita non vem despois de nada, que a escrita é desde sempre (pelo que sabemos) o lugar no qual esteve em xogo o sentido, Derrida abala os próprios alicerces daquilo que o Ocidente tinha vindo tradicionalmente a entender por filosofia.

MIGUEL MOREY