AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (98)

Xulho dia um, segunda feira. Neste dia fún a Pontareas e empenhei o meu fio dobre, na casa da Castelhana, com a mediaçón de um polícia, que me dixo “vai ó reloxeiro e pergunta-lhe quanto vale, que cho abono, e quando tenhas o dinheiro podes vir recuperá-la”. Así foi, recibím duas pesetas. O dia dous (mala fecha) meteu-se-me na cabeza ir ó Hospital de Pontevedra a pé, por Mondariz, e passei pola Sybilla (responsório), logo dei meia volta e fún xunto da Senhora Tomaza, mas andaba tonto e parecia-me que me arrebatábam. Cheguei à casa xá de noite, e si se consideram as voltas que dei hoxe, andei p’arriba de três léguas e meia. Ir a Mondariz, regressar, despois ir a Queimadelos, baixar a San Martinho, colher a estrada até Fontán, meter pola Devesa, dem a volta até Mouriscados, por unha libra de pán, outras voltas mais, etc… A quarta-feira, voltei xunto à Sybilla (responsorum), pois, tinha-a mandado trabalhar no sentido de que me xuntara com Leonor; mas fún-lhe dar volta para que se esquecera, e se centrára só na enfermedade. Quedámos, em que trabalhara só pola doênça, nada mais, e também me deu um remédio. Xá na terça-feira dia 2 (mala fecha), tinha ido xunto do Senhor Alasmartín, mas, non me consultou a mesa, entón eu consultei a minha, e non se moveu nem muito, nem pouco. O quatro de Xulho de 1918 (quinta-feira) tomei unhas píldoras, pouco obrárom, tán pronto as tomei, sentín que saía de mím o Spírito Malo.

MANUEL CALVIÑO SOUTO

Deixar un comentario