HABERMAS (A CONMOÇÓN DO NAZISMO)

.

               Em termos de xeraçóns históricas do século XX alemán, Habermas, nascido em 1929, situa-se na xeraçón de 58.  Fala-se desta xeraçón para a distinguir da que xá era adulta durante a guerra e que viveu ou, por um lado, a perseguiçón, o exílio – e, muitos deles, especialmente xudeus, ciganos, dissidentes, homossexuais, etc…, também o brutal extermínio nazi – ou, por outro lado, a que, sendo próxima do rexime, sería posteriormente afectada pelos chamados processos de “desnazificaçón”.  Nunha das suas biografías, a propósito da sua integraçón xeracional, lemos: ” De acordo com unha recente correspondência com Habermas. no outono de 1944 foi enviado com a sua lexión para a frente occidental.  Mas nunca foi, segundo diz, um Flakhelfer (auxiliar de artilharia antiaérea)” (Specter, Habermas: An Intellectual Biography). Non obstante, Habermas foi incluído no imaxinário dessa xeraçón de 58.  Jürgen Seifert, a propósito dessa xeraçón, assinalará o seguinte: “Foi um golpe de sorte para o desenvolvimento  da República Federal da Alemanha que depois da guerra as mentes mais brilhantes da xeraçón que esteve na artilharia antiaérea (a xeraçón Flakhelfer) como Habermas, Dahrendorf, Luhmann, Grass e Enzensberger, non só tenham sido os autores ideolóxicos desse momento histórico, como também os que deram à democracia a sua força espiritual durante décadas” (Specter, idem).  Além disso, a xeraçón de 58 distancia-se da xeraçón posterior, a de 68, que non apenas na Alemanha, mas também em grande parte da Europa, incluindo a Checoslováquia, e dos Estados Unidos, apresentará com racionalidade crítica o que o próprio Habermas chamará unha crise de lexitimaçón da ordem económica, social, cultural e política vixente ao desafiar o “statu quo” burguês-capitalista-burocrático estatal consolidado na Guerra-Fría.  A emerxência dos novos movimentos sociais, do ecoloxismo e feminismo ao pacifismo, que estarán na base dos Verdes alemáns, xuntamente com um vigoroso movimento estudantil – com Rudi Dutschke, chamado Rudi, “o roxo”, como um dos ícones, e com um sector que derivaría, como extrema-esquerda, no terrorismo (o grupo Baader-Meinhof) -, foi um terramoto cultural e social nos finais dos anos 60 e princípios dos 70 na Alemanha.  Assim, Habermas encontrar-se-á num ponto intermédio entre as duas xeraçóns mencionadas: a da guerra e a de 68.  A xeraçón de 58 é denominada a “xeraçón sem país”.  A ruptura com a xeraçón anterior era inevitável depois dos horrores nazis.

maría josé guerra palmero

 

Deixar un comentario