TEORIA DO CONHECIMENTO (37)

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    “O MUNDO É A MINHA REPRESENTAÇÓN”

      (PERCEPÇÓN, CONCEITO, ARGUMENTO)

               É da maior importância, para o que se segue, reter que Schopenhauer confere ao conhecimento intuitivo um lugar muito prioritário relativamente ao conceito abstracto e á argumentaçón fundamentada. Diz-nos que a grande filosofia surxe de unha visón pessoal do mundo, de unha disponibilidade para captar a estranha natureza da realidade.  Se non há percepçón pessoal, non há nada; sem unha visón autêntica, o máximo que se pode fazer é encher as páxinas com ideias ocas ou, no máximo, emprestadas, tomadas aos pensadores que, estes, sim, tiveram essa visón singular.  O conceito non é mais do que a abstraçón, no plano da razón, da percepçón orixinal; é o instrumento de trabalho do filósofo (non a matéria-prima),  permite armazenar o conhecimento intuitivo e transmiti-lo aos demais, através da linguaxem simbólica (sexa unha linguaxem natural formalizada, artístico-literária ou matemática), mas é unha pálida cópia da percepçón inicial.  “O pensar só tem relaçón directa com o intuir, mas o intuir tem-na com o ser em si do intuído”  (MRV2, 18) Schopenhauer dir-nos-á que o conceito está para a percepçón como um mosaico para unha pintura a óleo:  algo que talvez possa representar o mesmo, mas que está repleto de descontinuidades entre tessela e tessela (pedrinha e pedrinha) e carece da itensidade e da unidade pintada, ou intuiçón.   Á parte das suas funçóns de conservaçón e transmissón, o conceito non acrescenta nada á percepçón, aos dados fundamentais que proporciona a experiência directa do mundo.  Também non acrescenta nada á argumentaçón, que non terá mais valor que o da validade e qualidade das percepçóns das quais parte; toda a substância e o conteúdo son dados na orixem.  Decisiva, pois, é a intuiçón singular, concreta, inmediata.  Conceito e argumentaçón son indispensáveis em filosofia, mas ocupam o segundo lugar, tanto na ordem xerárquica de importância como na cronolóxica.  Segundo Schopenhauer, a maioria dos filósofos erra ao prescindir da experiência directa do mundo e ao pretender conhecer a realidade mediante conceitos.  Ao contrário deles, ele practica unha filosofia muito mais próxima da arte do que da ciência, da actividade intuitiva do que do sistema abstracto.  Por isso, quase sempre que expós unha ideia complexa necessitou expressá-la mediante unha imaxe poderosa que a transmitisse por via intuitiva.  Como a do mosaico e da pintura para ilustrar a diferença entre o conceito e a percepçón.

joan solé 

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