.

A fotografía data dunha época desaparecida fai muito tempo; unha rapariga com o uniforme castanho pechado no pescoço, o cabelo escuro recolhido cara atrás; o rostro ovalado e suave, de lábios carnosos, nariz grande e sobrancelhas arqueadas. ¿É esta unha das mulheres mais importantes da história europeia? ¿A mais importante do nosso século, ao menos? ¿Quém foi esta rapariga? Trata-se de Rozalia Luksenburg, unha teórica na tradiçón de Karl Marx, e como política e revolucionária, do mesmo calado que Lenin e Trotski; Esta fotografía foi tomada quando tinha dezasete anos, e estudaba num instituto de Varsovia. A cara serena non é particularmente bonita, mas, irradia intelixência, orgulho e um certo rigor. No reverso da fotografía, Rozalia escrebe a unha amiga: “O meu ideal é unha ordem social, na qual me sexa dado amar a todo o mundo. Esforzándome neste ideal, talvés um dia sexa capaz de odiar”. Resulta unha confissón algo insólita nessa época e nessas circunstâncias: trás acabar a secundária, no vrán de 1887, quando as companheiras de clásse tomam cada unha o seu rumo e intercambiam fotografías e lembrânças, com as dedicatórias emotivas que se levavam naquel tempo. Logo se casaríam, serían esposas de funcionários, homes de negócios ou académicos, depois náis e finalmente matronas. Rozalia, non. Ela buscou e lanzou-se a unha vida completamente diferente. A dedicatória da fotografía mostra como se aferraba a um grande sonho; de unha vida diferente e melhor. Mas, xá sabia que para o fazer realidade, non bastabam as boas intençóns. Tinha a perfeita consciência de quem e qué se opunha às suas ideias, contra quem e contra que había que lutar. Essa imáxe precoz do enemigo, tinha surxido com a leitura de um librinho ilegal e prohibido que circulaba entre os alumnos e estudantes de Varsovia, o “Manifesto comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels. Numerosas eram as xeraçóns de xóvens sonhadores, idealistas e buscadores que tinham sucumbido ao encanto de unha sociedade futura, “na qual o libre desarrolho do indivíduo sexa a condiçón para o libre desarrolho de todos”. Mas, para unha mulher de dezasete anos, aquela visón converteu-se no seu programa de vida. Se um se deixa levar polo estilo conmovedor do manifesto, se se pensa que foi o primeiro análise comprehenssíbel da sociedade burguesa para um vasto público, o primeiro que ademais esboçaba a utopía de como superar dita sociedade, e se temos em conta quais eram as condiçóns em que eram lídos esses textos durante e século XIX em unha Polonia submetida à ocupaçón rusa, poderá entender-se entón a suxestiva fascinaçón que se desprendía de aquel librinho, o entusiasmo e a entrega com que se había estudado e aprehendido de memória, até que o seguinte leitor o recebera em segredo. Certamente, Karl Marx non era um bem cultural da família Luksenburg. Non obstânte, pode dar-se por feito que Rozalia conhecia a primeira edicçón polaca do “Manifesto comunista”.
MARIA SEIDEMANN