.

A influênça actual de Gramsci tem a ver, antes de mais, com a sua comprehensón da enorme importância que tem esta “guerra de posiçóns” em qualquer luta política. “As superestructuras da sociedade civil som como o sistema de trincheiras da guerra moderna”, e sem trincheiras, hoxe em dia, dizia-nos Gramsci, resulta impossíbel ganhar unha guerra (Gramsci, Cadernos do Cárcere). Assim, lonxe de se tratar de unha batalha fictícia enquanto “superestructural” –como alguns marxismos quixérom ver aqui–, trata-se de unha confrontaçón crucial que decide, no fundo, os lados e as posiçóns que están em xogo. Trata-se de um xogo em que a partida é ganha por aquele que se conseguir apoderar do discurso hexemónico. Non é unha batalha fictícia, mas é unha que em muitos casos disputa ficçóns. É unha batalha por construir relatos, mitos, histórias, ficçóns. E, antes de mais, unha delas em concreto: a ficçón de “um interesse xeral”. De facto, o decisivo politicamente, o que realmente está em disputa, é que o poder possa exercer-se em nome da colectividade. Se non fosse assim, o poder teria de recorrer exclusivamente à sua capacidade de coartar e reprimir. Seria um poder ao qual as pessoas só obedeceriam por medo. Mas unha sociedade aterrorizada nunca pode ser estábel e duradoura. O poder, sem dúvida algunha, é poder de coacçón, mas também de convicçón. E sem estas duas faces conxugadas, nenhum poder é suficientemente poderoso. Quem se apropriar da vontade xeral, por outro lado, ganha o xogo. Na verdade, terá conquistado nada mais nada menos que o segredo da “submissón voluntária”.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA