
Pascal descrebe Epicteto da seguinte maneira: “É um dos filósofos do mundo que melhor conheceu os deberes do home. Acima de tudo, quer que este considere Deus, como seu principal obxecto; que estexa persuadido de que governa tudo com xustiça; que se submeta a ele de bom grado, e que o siga de forma voluntária em tudo, considerando que fai tudo com grande sabedoria: que assim, esta disposiçón calará todas as queixas e todas as maledicências e preparará a sua mente para suportar com calma os acontecimentos mais penosos. “”Nunca digam, (afirma Epicteto): perdim isto. Digam antes: Devolvim-no. O meu filho morreu, devolvim-no. A minha mulher morreu, devolvim-na. Fixem o mesmo com as riquezas e com tudo o resto. Mas dizem que aquele que mo tira é um malvado. ¿Porque é que vos zangais quando aquele que vo-lo emprestou o volta a pedir? Enquanto vos deixa usá-lo, cuidai dele como um bem que pertence a outro, tal como um home que está a viaxar se considera a si próprio dentro de unha estalaxem. Non deveis desexar que essas cousas que se fazem se fagam como quereis, debeis querer que se fagam como acontece””. “”Lembrai-vos (afirma noutro momento) de que estais aquí como actores e representais unha personáxe de comédia, que o “senhor” vos quixo dar. Se a personáxe for curta, interpretai-a de forma curta; se for longa, interpretai-a de forma longa; se quer que interpreteis um mendigo debeis fazê-lo com toda a naturalidade possíbel; e debe ser assim com tudo. É responsabilidade vossa representar bem a personáxe que vos foi atribuída; mas escolhê-la é cousa de outros. Tende sempre diante dos vossos olhos a morte e os males que parecem mais insuportábeis, e nunca pensareis nada baixo, e nunca desexareis nada com excesso””.”
GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE