
Desta forma, partilhou a certeza de Schopenhauer de que non podemos conhecer o mundo tal como é, mas que lidámos sempre com a nossa representaçón, com a imáxe que dele construímos. Vemos o mundo que pensamos conhecer tal como ele nos aparece a nós como humanos. A postura de Wittgenstein participa aínda da crítica ao conhecimento humano que Kant desenvolveu na “Crítica da Razón Pura”: só podemos conhecer o mundo dos fenómenos, isto é, a realidade tal como ela é recebida polos nossos sentidos e fica configurada polos nossos esquemas mentais; a realidade tal como é em si mesma é-nos vedada. Tem igualmente afinidades com a demolidora análise do conhecimento, de Nietzsche. De facto, a filosofia de Kant teve um impacto considerábel em Schopenhauer e este, por sua vez, influíu em aspectos fundamentais da filosofia de Nietzsche. Igualmente, Wittgenstein herdou de Schopenhauer a ideia da impossibilidade de unha hierarquia de linguáxens e a crença de que a linguaxem quotidiana, isto é, o “non lóxico”, está em ordem tal como é. Para conceber o que Wittgenstein xulgou essêncial no pensamento de Schopenhauer é interessante considerar a opinión tán negativa que este mereceu de Boltzmann. Wittgenstein leu atentamente os seus “Escritos Populares”. Num polémico capítulo sobre Schopenhauer, Boltzmann realçava o carácter “acientífico” e pouco rigoroso da sua filosofia, criticando tanto os seus conceitos fundamentais como a base da sua proposta ética, a visón pessimista da existência humana. Embora partilhasse unha parte dessas críticas, Wittgenstein debe ter pensado que a Boltzmann lhe escapava o fundamental: a sua capacidade para ver as cousas nunha perspectiva individual. Schopenhauer (como Weininger) proporcionou-lhe alternativas aos modelos estabelecidos na academia anglo-saxónica.
CARLA CARMONA