
Popper aceita, e até sublinha, a necessidade de reformas sociais e políticas para resolver os problemas, muitas vezes urxentes, com que unha determinada sociedade se confronta. Mas “reforma” é algo muito diferente de “revoluçón”. As “reformas” non pretendem melhorar toda a sociedade de unha só vez, mas fazê-lo passo a passo: primeiro resolve-se este problema, depois o outro, depois o seguinte. Esta metodoloxía para resolver problemas sociais é descrita por Popper como “enxenharia social”. É unha forma de proceder parecida com a do enxenheiro ou do cientista experimental que tenta resolver um problema complicado: primeiro fixam-se certos parâmetros e modificam-se outros para ver o que acontece. Se isto conduzir a um resultado satisfactório, no passo seguinte modificam-se alguns dos parâmetros que antes se tinham fixado. E assim sucessivamente. É este o espírito reformista defendido por Popper, muito diferente do espírito revolucionário. O único tipo de revoluçón que Popper aceita é aquele que derruba um rexíme dictatorial ou autoritário, para abrir caminho a unha sociedade verdadeiramente democrática, ou sexa, unha “sociedade aberta”, na sua terminoloxía. Tal sociedade é precisamente aquela em que ninguém é detentor do poder absolucto, e em que o Estado non é um fim em si mesmo. Nunha “sociedade aberta”, o poder político é sempre controlado por unha multiplicidade de instituiçóns ou contrapoderes, e a sua finalidade é sempre beneficiar todos e cada um dos indivíduos, e non unha instância supostamente superior a eles.
C. ULISES MOULINES