
O totalitarismo é um rexíme sem precedentes. Representa unha novidade radical, que se expressa num novo tipo de governo e em algo inédito até ao momento: tem como obxectivo transformar a pluralidade humana irreductíbel num “só home”, ou sexa, reduzir a pluralidade ilimitada dos seres humanos -com as suas acçóns imprevissíbeis e expontâneas- a um único espécime, controlábel nas suas acçóns e reacçóns, o que foi conseguido nos campos de extermínio. Tal como outras leituras do totalitarismo que o definem à volta de unha determinada estructura (presença do partido único, monopólio das comunicaçóns, ideoloxía oficial omnipresente, polícia secreta…), a de Arendt descreve também um sistema político com determinados elementos. No entanto, a novidade da sua análise está sobretudo em afirmar que nos encontramos perante unha nova forma de governo que tem como finalidade a implantaçón do terror e a aniquilaçón da pluralidade. Sob o domínio totalitário, os indivíduos subsumem-se nunha única natureza agora partilhada: os xudeus, os eslavos, os arianos… Portanto, expor a novidade do rexíme totalitário non implica um debate sobre o número de víctimas, nem unha comparaçón na intensidade do sofrimento provocado. A novidade faz referência a um limite que non se ultrapassara e consistia em remodelar as características da pessoa e da humanidade. Neste sentido, o totalitarismo non só propón unha ruptura política com relaçón a outras experiências anteriores, mas também provoca unha ruptura antropolóxica na comprehensón do humano; ou, retomando a pergunta do escritor Primo Levi após a sua passaxem por Auschwitz, “Se isto é um homem”, o qual significa continuar a ser humano? A novidade radical do totalitarismo centra-se na máxima “tudo é possíbel”. O “tudo” é a transformaçón da realidade, a transformaçón da própria natureza humana sem qualquer obxectivo posterior de tipo instrumental, mas entendido como a própria finalidade do governo totalitário.
CRISTINA SÁNCHEZ