
Em 1663, Espinosa mudou de aldeia, e estabeleceu-se em Voorburg, a cinco quilómetros da Haia. Resulta probábel que a causa da mudança fosse a mesma que o tinha levado a Rijnsburg: o desexo de ter paz e a calma necessárias para se dedicar à sua actividade filosófica. O filósofo xá era bastante conhecido nos círculos cultos, abundantes na universitária Leiden, e non é de estranhar que um fluxo considerábel de visitantes fosse ter com o retirado polidor de lentes. Repetía-se o esquema de viver nunha aldeia pequena e próxima de unha grande cidade. O atractivo da Haia era a vertente política, non a universitária. Na capital das Províncias Unidas, moravam importântes personáxes públicas que podiam favorecer a publicaçón de obras filosóficas sem medo de represálias. Apesar do seu carácter discreto e reservado, do seu trabalho solitário e do seu lema “Caute”, o filósofo de Amesterdam tinha unha intensa vocaçón pública, na medida em que queria participar na criaçón de unha república tolerante onde imperassem a liberdade de consciência e de pensamento e unha democracia qualificada: desexaba construir unha sociedade mais culta e menos grosseira. Em a Haia, os irmáns De Witt estavam em posiçón de favorecer a difusón das suas ideias. Especialmente Johan de Witt, Grande Pensionário da Holanda e defensor da causa republicana, face aos monárquicos que estavam ao lado da Casa de Orange, partidário non só da democracia, mas também da liberdade de culto e de pensamento. A história dos Países Baixos vivia um período axitádo: De Witt tinha conseguido livrar o seu país de unha guerra com a Inglaterra (que sería retomada em 1665), a populaçón neherlandesa apoiava maioritariamente a Casa de Orange. Mas a defesa da tolerância relixiosa e da supremacia do poder civil, tinham colocado o clero calvinista em contra de De Witt, e queriam instituir unha igrexa estatal adversa à liberdade.
JOAN SOLÉ